Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 26 de março de 2009

Comemorando as Notícias da Crise


As viúvas do estatismo estão comemorando, abrindo garrafas e garrafas de espumante com as notícias da crise.
Hoje o Diário Gauche lavou a alma com a notícia do crescimento negativo de 11% da República da Irlanda.
Diz o DG e depois, of course, eu comento.

Irlanda resvala para o abismo econômico em 2009

O gráfico acima foi publicado pelo jornal francês “Le Monde”, de alguns dias atrás. Mostra a previsão da Comissão Européia de desempenho econômico de vários países da zona do euro-moeda. Chama a atenção a bancarrota anunciada da República da Irlanda, com crescimento negativo de 11% para o corrente ano.Em pensar que a Irlanda já foi proclamada pela imprensa neoliberal como o “Tigre Céltico”, quando logrou crescer cerca de 9% ao ano, no período de 1995 a 2001.Evidentemente um crescimento insustentável, episódico, artificial, porque baseado no receituário clássico do neoliberalismo mais ortodoxo: desregulação selvagem, radical encolhimento do Estado, liberação à entrada de capitais predadores, flexibilização total das leis trabalhistas, privatização de setores estratégicos, altas taxas de endividamento interno, hipertrofia no consumo de supérfluos, financeirização da economia produtiva, etc. Só um elemento dinâmico pode salvar a Irlanda, o fato de ter estimulado a alta tecnologia, em detrimento das indústrias de tecnologia obsoleta. Essa talvez seja a saída do velho tigre agora desdentado.
A propósito: gostaríamos muito de ouvir a voz doutoral do “comunicador” Lasier Martins, que ainda recentemente cantava a Irlanda em prosa e verso em suas “inteligentes” locuções no rádio e na tevê da RBS.

Meu pitaco:
A Irlanda progrediu além da conta e agora está passando pela fase natural do refluxo. Isso é absolutamente normal. Mas a receita que a Irlanda seguiu não estava errada. Como tudo na vida é dialética. E eu acredito piamente na força da dialética, o que a Irlanda deve fazer são ajustes e, talvez até, pequenos ajustes na sua gestão, sobretudo na fiscalização e na regulação. Ao contrário do que dizem por ai a atual crise não é o muro de Berlim. Em 1989 as economias socialistas ruiram como castelo de cartas. Em poucos meses nada mais existia, como mostrou o excelente filme: Adeus Lennin. Nem mesmo a lata de bons pepinos da estatal da DDR sobrou. Elas viraram peças de museu. Não se preocupem, os princípios do livre mercado, do Estado enxuto, mas com a responsabilidade de fiscalizar e regular vão continuar perenes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Incrível. Não consigo ler os textos do DG. Leio só teus comentários. Deduzo que compararam a atual crise com a queda do muro, certo?

Aguardemos, então.