Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Do Radicalismo à Conciliação

 

 

Slavoj Zizek: O fracasso socialista de Mandela

 
Muito bom o artigo abaixo de Zizek que está a demonstrar que certa esquerda está enganada quando diz que é uma hipocrisia os "poderosos" adorarem Nelson Mandela. Certa esquerda, infelizmente, não gosta de conciliadores e Mandela foi sim um convergente, um conciliador, um sujeito que esteve aberto ao bom e colaborativo diálogo.
 
Por Slavoj Zizek
*Publicado originalmente no New York Times, em 9/11/2013.
Nas últimas duas décadas da vida, Nelson Mandela foi festejado como modelo de como libertar um país do jugo colonial sem sucumbir à tentação do poder ditatorial e sem postura anticapitalista. Em resumo, Mandela não foi Robert Mugabe, e a África do Sul permaneceu democracia multipartidária com imprensa livre e vibrante economia bem integrada no mercado global e imune a horríveis experimentos socialistas. Agora, com a morte dele, sua estatura de sábio santificado parece confirmada para toda a eternidade: há filmes sobre ele (com Morgan Freeman no papel de Mandela; o mesmo Freeman, aliás, que, noutro filme, encarnou Deus em pessoa). Rock stars e líderes religiosos, esportistas e políticos, de Bill Clinton a Fidel Castro, todos dedicados a beatificar Mandela.
Mas será essa a história completa? Dois fatos são sistematicamente apagados nessa visão celebratória. Na África do Sul, a maioria pobre continua a viver praticamente como vivia nos tempos do apartheid, e a ‘conquista’ de direitos civis e políticos é contrabalançada por violência, insegurança e crime crescentes. A única mudança é que onde havia só a velha classe governante branca há agora também a nova elite negra. Em segundo lugar, as pessoas já quase nem lembram que o velho Congresso Nacional Africano não prometera só o fim do apartheid; também prometeu mais justiça social e, até, um tipo de socialismo. Esse CNA muito mais radical do passado está sendo gradualmente varrido da lembrança. Não surpreende que a fúria outra vez esteja crescendo entre os sul-africanos pretos e pobres.
A África do Sul, quanto a isso, é só a mesma versão repetida da esquerda contemporânea. Um líder ou partido é eleito com entusiasmo universal prometendo “um novo mundo” – mas então, mais cedo ou mais tarde, tropeçam no dilema chave: quem se atreve a tocar nos mecanismos capitalistas? Ou prevalecerá a decisão de “jogar o jogo”? Se alguém perturba esse mecanismo, é rapidamente “punido” com perturbações de mercado, caos econômico e o resto todo. Por isso parece tão simples criticar Mandela por ter abandonado a perspectiva socialista depois do fim do apartheid. Mas ele chegou realmente a ter alguma escolha? Andar na direção do socialismo seria possibilidade real?
É fácil ridicularizar Ayn Rand, mas há um grão de verdade no famoso “hino ao dinheiro” do seu romance A revolta de Atlas: “Até que e a não ser que você descubra que o dinheiro é a raiz de todo bem, você pede por sua própria destruição. Quando o dinheiro deixa de ser o meio pelo qual os homens lidam uns com os outros, tornam-se os homens ferramentas de outros homens. Sangue, chicotes e armas de fogo ou dólares. Faça sua escolha – não há outra.” Não disse Marx algo semelhante em sua conhecida fórmula de como, no universo da mercadoria, “as relações entre pessoas assumem o disfarce de relações entre coisas”? (O capital, p.147)
Na economia de mercado, acontece de relações entre pessoas aparecerem sob disfarces que os dois lados reconhecem como liberdade e igualdade: a dominação já não é diretamente exercida e deixa de ser visível como tal. O que é problemático é a premissa subjacente de Rand: de que a única escolha é entre relações diretas ou indiretas de dominação e exploração, com qualquer outra alternativa dispensada como utópica. No entanto, deve-se ter em mente que o momento de verdade da (se não por isso, ridiculamente ideológica) alegação de Rand: a grande lição do socialismo de estado foi efetivamente a de que uma abolição direta da propriedade privada e da troca regulada pelo mercado carente de formas concretas de regulação social do processo de produção necessariamente ressuscita relações diretas de servidão e dominação. Se apenas extinguirmos o mercado (inclusive a exploração do mercado), sem substituí-lo por uma forma própria de organização comunista da produção e da troca, a dominação volta como uma vingança, e com a exploração direta pelo mercado.
A regra geral é que, quando começa uma revolta contra um regime opressor semidemocrático, como aconteceu no Oriente Médio em 2011, é fácil mobilizar grandes multidões com slogans que só se podem descrever como “formadores de massa”: pela democracia, contra a corrupção, por exemplo. Mas adiante gradualmente vamos nos deparando com escolhas mais difíceis: quando nossa revolta é bem sucedida no alcance de seu objetivo direto, passamos a nos dar conta de que o que realmente nos atormentava (a falta de liberdade pessoal, a humilhação, a corrupção das autoridades, a falta de perspectiva de, algum dia, chegar a ter uma vida decente) perdura sob nova roupagem. A ideologia dominante mobiliza aqui todo o seu arsenal para nos impedir de chegar a essa conclusão radical. Começam a nos dizer que a liberdade democrática implica responsabilidades; que a liberdade democrática tem seu preço; que ainda não estamos plenamente amadurecidos, se esperamos demais da democracia.
Num plano diretamente mais político, a política externa dos EUA elaborou detalhada estratégia para controle de danos: basta converter o levante popular em restrições capitalistas-parlamentares palatáveis. Isso, precisamente, foi feito com sucesso na África do Sul, depois do fim do regime de apartheid; foi feito nas Filipinas depois da queda de Marcos; foi feito na Indonésia depois da queda de Suharto e foi feito também em outros lugares. Nessa precisa conjuntura, as políticas radicais de emancipação enfrentam o seu maior desafio: como fazer avançar as coisas depois de acabado o primeiro estágio de entusiasmo, como dar o passo seguinte sem sucumbir à catástrofe da tentação “totalitária”, em resumo: como avançar além de Mandela, sem se converter num Mugabe.
Se quisermos permanecer fiéis ao legado de Mandela, temos de deixar de lado as lágrimas de crocodilo das celebrações e nos focar em todas as promessas não cumpridas infladas sob sua liderança e por causa dela. Assim se verá facilmente que, apesar de sua indiscutível grandeza política e moral, Mandela, no fim da vida, era também um velho triste, bem consciente de que seu triunfo político e sua consagração como herói universal não passavam de máscara para esconder derrota muito amarga. A glória universal de Mandela é também prova de que ele não perturbou a ordem global do poder.
*Publicado originalmente no New York Times, em 9/11/2013.

O Brasileiro Não Procura Soluções; Procura Culpas

 

O brasileiro bonzinho

 
Artigo de David Coimbra na ZH de hoje.

Estrangeiros, em geral, acham estranho isso de haver brasileiros contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Porque estrangeiros, em geral, cultivam uma imagem errada do povo brasileiro. Os estrangeiros acreditam que o brasileiro é tolerante. Não é. É leniente. Mandela e o povo sul-africano foram campeões da tolerância. Eles souberam perdoar.

Mas esse foi um ato consciente, intelectual. Houve um exercício de empatia para fazer com que os sul-africanos chegassem aonde chegaram.Quer dizer: eles tentaram entender as razões do outro e, mesmo quando não concordavam com elas, perceberam que, para seguir em frente, teriam de esquecer as coisas ruins do passado. É só assim que se segue em frente — esquecendo as coisas ruins do passado.

Mas se o seu ego é tão grande que você não consegue entender que o outro também tem suas motivações, se o seu ego só lhe permite ver a sua própria dor, você não vai perdoar, você não vai esquecer. E você não vai seguir em frente.

O Brasil não segue em frente porque o brasileiro jamais tenta compreender as razões do outro. O brasileiro sempre tremula em frente ao nariz do outro as coisas ruins que o outro supostamente lhe fez no passado. Isso torna o Brasil um país ideologizado em tudo, embora no Brasil não haja ideologia em nada.

No Brasil, é eles de um lado e nós de outro. Eles são a favor, nós somos contra. Eles são os maus, nós somos os bons. A saúde, a educação, a reforma agrária, tudo é ideologizado no Brasil. O importante não é resolver o problema. O importante é a forma como o problema é resolvido. O brasileiro não procura soluções; procura culpas.

Assim, até a Copa do Mundo é objeto de ideologização. Você é a favor da Copa do Mundo? Então é contra mais verbas para a educação e a saúde. Tão simples. E tão tolo. Quem mede o mundo em dólares poderia argumentar que a Copa do Mundo é ótima oportunidade para negócios, para ganhar dinheiro e blá-blá-blá. Mas isso não é o mais importante acerca da Copa do Mundo. O mais importante é a natureza da Copa do Mundo: a Copa do Mundo é uma festa. Exatamente, precisamente, fundamentalmente isso: uma festa.E as pessoas precisam de festas em suas vidas. Precisam, às vezes, gastar um dinheiro a mais, beber um pouco mais, rir um pouco mais, se divertir um pouco mais. O Brasil dará uma festa para o mundo, no ano que vem. Em festas, as pessoas se encontram, conversam, riem, se entendem, às vezes até se amam. Festas são coisas boas.

Tão simples. E nada tolo.

Selfies

Beyounce faz selfie de seu novo hair cut

Justin


Atualmente a mais famosa selfie

Não é pecado

Obamas kids

fun

O poder e a força



Um dos primeiros selfies

The famous one

O rei dos egocêntricos

Até tu Sir Winston!!!
 
 Narciso só acha feio o que não é espelho.  Isso se chama "Selfie" ou "Self Portrait"

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

E a Camila Pitanga Não Foi Convidada pela Fifa



“Sinceramente, acho que a especulação é muito maior do que a situação. Até porque, não recebi convite oficial"

Palavras de Camila Pitanga.

Ora bolas, tanto se disse que a Fifa foi racista porque teria convidado e depois desconvidado Camila Pitanga e Làzaro Ramos para apresentar na Bahia, na última sexta feira, a escolha das seleções e os grupos na Copa de 2014.
Quem apresentou foi o casal de  queridinhos Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert.
Os argentinos do Clarin acharam que ela foi show.
Tanto se disse e tanto se falou que a Fernanda Lima deu a seguinte declaração. Só porque sou branquinha e pago os meus impostos ?

Este país está virando uma imensa chatice.

Sobre os Pingos nos Is

Uns acham que é legal outros o fim da picada e o anonimous brasil disse que é formação de quadrilha. Pois é.

 

O Eterno Retorno


Voltei. Voltei ao Blog porque acredito no eterno retorno.
Coisa mais linda a foto da Dilma com FHC, Sarney, Collor e Lula.
Toda a presidentada embarcando para o enterro do Mandela, um cara que depois de sofrer o que sofreu, sempre acreditou no espírito da conciliação.
A direita -- que o chama de comunista -- e a esquerda dizendo que ele foi sim um comunista.
Estou farto de Olavos de Carvalho e de Emires Sader.
Todos puxando a brazinha para o seu lado.