Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 30 de junho de 2009

O Isolado Casal K


Urnas refletem isolamento de casal
Artigo de Rodrigo Rötzsch
O povo falou, e é preciso aceitar. Há um ano e meio, Kirchner deixava a Presidência com mais de 70% de imagem positiva. Sinto que ele deixou de escutar o povo, e é preciso recompor essa relação."A frase que explica a derrota eleitoral do casal Kirchner não vem de um analista ou um opositor, mas de alguém que já foi muito próximo ao centro do poder do casal presidencial argentino, o ex-chefe de gabinete Alberto Fernández -cuja cabeça rolou após a derrota do governo na votação no Senado que queria legitimar o aumento dos impostos sobre exportação de grãos, marco da queda de popularidade dos Kirchner.
Foi Fernández, por exemplo, quem anunciou ao jornal "Clarín" que Cristina, e não Kirchner, seria candidata à Presidência em 2007 -uma manobra nunca completamente entendida, que, segundo a análise mais corrente, visaria perpetuar os Kirchner no poder.O roque no xadrez presidencial não deu muito certo para os Kirchner. Se era Néstor o acusado de adotar um tom confrontativo com os seus oponentes, foi sob Cristina que o governo se isolou e foi perdendo apoios: no gabinete (até o vice-presidente passou à oposição); no Congresso (saiu das urnas em 2007 com 161 cadeiras na Câmara, chegou à nova votação com 135); na mídia (o mesmo "Clarín", usado como porta-voz da candidatura de Cristina, hoje é inimigo jurado do governo); no campo (que parou o país até ver o aumento de impostos ser derrubado); na classe média (que, em apoio às demandas rurais, saiu no ano passado às ruas em panelaços que lembraram a crise de 2001); e, agora, nas urnas. Tanto que, embora a legislação o permita, já não se fala nem em uma candidatura de Cristina à reeleição nem na volta de seu marido.O mais provável candidato governista, porém, também não saiu muito bem na foto eleitoral. Governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli pôs a máquina para funcionar em prol da chapa à Câmara que integrava com Kirchner. Não conseguiu chegar a um terço dos votos na Província que lhe dera quase metade deles há dois anos.Em se tratando de Argentina, porém, pode ser cedo para escrever o epitáfio político dos Kirchner -e do kirchnerismo. O mesmo dinamismo que fez erodir em dois anos a popularidade do casal pode fazer a história mudar até 2011. A principal esperança é que a economia, cuja recuperação foi o motor da popularidade de Kirchner, volte aos trilhos. Num cenário de crise global, no entanto, é algo improvável.Em 2007, logo após se eleger, Cristina disse uma frase que se prova agora mais correta do que ela gostaria: "Acreditar que alguém possa planejar a permanência no poder é subestimar a inteligência das pessoas. Como se os cidadãos não tivessem decisão própria".

Querem Legalizar o Mototaxi


Coisas do Brasil, o senado quer legalizar o mototaxi.

O projeto deve facilitar a expansão dessa forma de deslocamento no país e preocupa especialistas --que temem pelo incentivo ao transporte individual e pelo aumento das mortes no trânsito.

Entidades ligadas aos mototaxistas preveem que, com a medida, a oferta desse tipo de transporte irá dobrar até 2010.

Informações da Folha on line.


O redator deste blog é contra este projeto dos nossos ilustres e cultos parlamentares. Motocicleta é uma coisa, taxi é outra.

Eles Não Sabem Nada





Assisti ontem ao CQC da Band, programa de Marcelo Tas, Rafinha Bastos e Marco Luque e que teve o ponto alto numa entrevista do repórter Danilo Gentili com nossos ilustres parlamentares do baixo clero. Os caras são fantásticos.

Gentilli perguntava que países fazem parte do BRIC? E muitos não sabiam, um resolveu arriscar e quase acertou: Brasil, Rússia, India e .... Colômbia.

O quadro se chama "Controle de Qualidade". Você acha que os políticos te representam bem?
Será que os deputados estão a par sobre os assuntos que circulam por ai? Será que os políticos lêem jornais?

Em outro programa, Gentili pergunta e os deputados não sabem onde fica Guantânamo e acham que as FARC estão na Venezuela.

Uma coisa é certa, o nível intelectual e de informação de grande parte dos nossos políticos é horroroso. Eles não sabem de nada...

Golpismos e Presidências Vitalícias


O Presidente Barack Obama (dir.) se reúne com o líder colombiano Álvaro Uribe (esq.) no Salão Oval da Casa Branca, em Washington. No encontro, os chefes de Estados discutiram assuntos ligados a acordo de livre comércio entre os dois países. Obama condenou o golpe de Estado em Honduras e disse que Manuel Zelaya continua sendo o presidente legítimo do país


Golpe em Honduras: A tentação da presidência vitalícia

Javier Lafuente no El Pais

Apesar do golpe de domingo em Honduras, a América Latina, com os riscos que representa generalizar sobre 21 países, vive seu melhor período democrático das últimas três décadas. Seus presidentes, entretanto, adquiriram um costume preocupante: mudar as regras do jogo na metade da partida para permanecer no poder. A patologia não segue um padrão ideológico concreto: não importa que o vento sopre pela esquerda, como na Venezuela; pela direita, como na Colômbia, ou que dê rajadas de um lado ou de outro, como em Honduras.


Manuel Zelaya protagonizou a última tentativa. Mas não é o único. Hoje continua impreciso se o presidente colombiano, Álvaro Uribe, voltará a se candidatar para um terceiro mandato, apesar de recentemente ter reconhecido que é "inconveniente".


O argentino Carlos Menem foi o primeiro que saboreou as doçuras do poder e quis desfrutá-las mais uma vez. Foi o único presidente do país que ocupou o cargo dez anos seguidos (1989-99), depois de conseguir uma mudança da Constituição em 1994. Inclusive tentou forçar um terceiro mandato, uma espécie de re-reeleição. Quando um jornalista argentino perguntou ao então presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, sobre as aspirações de Menem, este respondeu: "Mas três mandatos é uma monarquia!" Então Cardoso também havia promovido uma reforma que lhe permitiu permanecer um segundo mandato, algo que não era permitido no Brasil.


Alberto Fujimori no Peru; Hugo Chávez na Venezuela; Daniel Ortega na Nicarágua... A lista dos mandatários latino-americanos que o conseguiram ou tentam se expande de norte a sul da região. Na maioria dos casos, o carisma e a popularidade adquiridos em seu primeiro mandato lhes injetam uma ânsia de permanecer no poder que muitos consideram irresponsável.
Hugo Chávez promete fazer "todo o necessário" para que Zelaya volte ao poder
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que está na Nicarágua participando da reunião urgente da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), disse que fará tudo o que "tiver que fazer" para restituir Manuel Zelaya na Presidência de Honduras, porque "não vai permitir mais gorilas neste continente"
O futuro secretário de Estado adjunto para a América Latina do governo americano, Arturo Valenzuela, em uma recente entrevista em Madri, antes de ser nomeado, afirmou, sem referir-se a nenhum país concreto, que "uma maioria passageira não pode mudar as regras do jogo". "A democracia não é o governo da, pela ou para a maioria do povo, mas do povo, pelo povo e para o povo." Sobre um possível padrão a seguir, Valenzuela mostrou-se taxativo: "Que se reeleja o presidente uma única vez. Que haja uma reeleição e que saiam para sempre".
Mesmo assim, além de se é bom ou mau que os presidentes se perpetuem no poder, os especialistas opinam que é preciso conter essas ânsias de reeleição. "As instituições e as normas não são chicletes que possam ser esticados até o infinito", opinou Carlos Malamud, pesquisador do Real Instituto Elcano, em um artigo publicado na semana passada no portal Infolatam.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Golpe em Honduras



Apoiadores do presidente deposto, Manuel Zelaya (acima), cantam o hino nacional hondurenho em frente à residência presidencial, em Tegucigalpa.
Os Blogs de esquerda estão eufóricos. Existe um fato novo no ar. Um golpe de estado na América Latina. Foi o que ocorreu este fim de semana em Honduras. Fazia tempo que isso não acontecia. Estamos evoluindo.
Quero deixar bem claro que a posição do redator deste Blog é contra qualquer tipo de golpe de estado. Somos, portanto, solidários ao presidente deposto, Manuel Zelaya. Não importa que ele seja alinhado com Chávez. O que importa é que ele é o presidente legítimo de Honduras e tentou realizar uma consulta popular para verificar a possibilidade de sua reeleição.
Manuel Zelaya foi eleito pelo partido liberal, mas se alinhou com Hugo Chávez, fez a Honduras se integrar à ALBA (bloco bolivariano liderado por Chávez) e, segundo a deputada Myrna Castro que rompeu com Zelaya: Estou a favor dos programas sociais, o problema é que se fez uma campanha de luta de classes entre ricos e pobres, com ataques constantes ao setor privado.
Ou seja, Manuel Zelaya, apesar de liberal, fazia um discurso mais radical, de antagonismo social, e que, evidentemente, trouxe desconfortos para as velhas oligarquias.
Mas nada disso justifica golpes e golpismos.

Derrota do Casal K


O ex-presidente argentino Néstor Kirchner concede entrevista coletiva após a divulgação de dados oficiais das eleições parlamentares, em Buenos Aires. A Frente para a Vitória, que apóia a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, perdeu nos principais distritos do país e, com isso, não tem mais o controle no Parlamento


A mídia brasileira, na internet, não está dando relevância ao acontecimento, pelo menos nessas primeiras horas após a divulgação do resultado. Mas o casal K não foi bem na eleição que ocorreu ontem. Vi no Clarin os mapas da derrota do casal K. Na região de Buenos Aires a derrota foi total. O casal K perdeu em todos os bairros. Na grande Buenos Aires, onde Néstor Kirchner encabeçava a lista do partido justicialista, a derrota foi pequena, mas era ali que o casal K apostava todas suas fichas, mas perdeu.

Cristina K. não tem mais, de agora em diante, maioria parlamentar. Vai ter de negociar com o parlamento. Será que ela consegue?

Tempos de Precaução



Corpo do caminhoneiro Vanderlei Vial, a primeira vítima fatal confirmada da gripe suína no País, é levado ao cemitério municipal de Erechim (RS). Ao contrário do velório, o sepultamento foi aberto a todas as pessoas que quisessem acompanhar a cerimônia. Mesmo assim, parentes de Vanderlei mantiveram o uso da máscara - 16 deles são monitorados.
Fonte: Foto Terra 24 Horas

A 'Misteriosa' Ruptura Iraniana


Manifestação pró Mousavi em Teerã.

Um bom e esclarecedor artigo de um intelectual de esquerda, Slavoj Zizek sobre a situação do Irã.
Publicado no Caderno Mais! da Folha de ontem.

Irã em decomposição

Quando um regime autoritário se aproxima de sua crise final, sua dissolução, via de regra, se dá em dois passos. Antes de seu desabamento de fato, ocorre uma ruptura misteriosa: de repente, as pessoas sabem que o jogo já chegou ao fim e simplesmente deixam de sentir medo. Não é apenas que o regime perde sua legitimidade, mas seu próprio exercício do poder é visto como reação importante de pânico. Em "Shah of Shahs" [Xá dos Xás], um relato clássico da revolução de Khomeini, Ryszard Kapuscinski localizou o momento preciso dessa ruptura: numa encruzilhada em Teerã, um manifestante isolado se negou a sair do lugar quando um policial lhe ordenou aos gritos que saísse. O policial, constrangido, simplesmente se afastou. Em poucas horas, Teerã inteira já sabia do incidente, e, embora os enfrentamentos nas ruas tenham continuado por semanas, todo mundo já sabia que a partida chegara ao fim. Estará algo semelhante acontecendo agora?
Fatos e versões
Há muitas versões sobre os acontecimentos em Teerã. Alguns enxergam nos protestos a culminação do "movimento reformista" pró-ocidental, na linha das revoluções "cor de laranja" na Ucrânia, na Geórgia etc. -ou seja, uma reação secular à revolução de Khomeini. Eles apoiam os protestos, que veem como o primeiro passo em direção a um novo Irã liberal-democrático, liberto do fundamentalismo muçulmano. Contra eles se erguem os céticos que pensam que Ahmadinejad venceu de fato: ele seria a voz da maioria, enquanto o apoio ao candidato reformista derrotado Mir Hossein Mousavi viria sobretudo da classe média e de sua juventude dourada. E há os que veem em Mousavi nada mais do que um membro do establishment dos clérigos, cujas diferenças com Ahmadinejad são apenas superficiais: Mousavi também quer levar adiante o programa de energia atômica, é contra o reconhecimento de Israel e teve o pleno apoio de Khomeini quando foi primeiro-ministro nos anos da guerra contra o Iraque.
Finalmente, os mais lamentáveis de todos são os defensores esquerdistas de Ahmadinejad: para eles, o que realmente está em jogo é a independência iraniana. Ahmadinejad teria vencido porque defendeu a independência do país, expôs a corrupção das elites e usou a riqueza petrolífera para incrementar a renda da maioria pobre. Essa visão ignora os fatos, a saber: o alto índice de participação na eleição, que dos 55% de praxe subiu para 85%, só pode ser explicado como um voto de protesto. E também manifesta uma cegueira em relação a uma demonstração genuína de vontade popular, ao pressupor, de maneira paternalista, que Ahmadinejad é o presidente que convém aos atrasados iranianos, que ainda não teriam maturidade suficiente para serem governados por uma esquerda secular.
Por mais que se oponham, todas essas versões interpretam os protestos iranianos segundo o eixo de linha-dura islâmica versus reformistas liberais pró-ocidentais. E é por isso que elas têm tanta dificuldade em situar Mousavi: ele seria um reformista que tem o apoio do Ocidente e procura mais liberdade pessoal e economia de mercado ou é um membro do establishment clerical cuja eventual vitória não afetaria seriamente a natureza do regime? Tais oscilações extremas revelam que todas essas versões deixam de captar a verdadeira natureza dos protestos.
A cor verde adotada pelos partidários de Mousavi, os gritos de "Allahu Akbar!" que ressoam dos telhados de Teerã no escuro da noite indicam claramente que os manifestantes enxergam sua atividade como repetição da revolução de 1979 de Khomeini, como um retorno às raízes dela, desfazendo sua corrupção posterior. Esse retorno às raízes não é apenas programático; ele diz respeito, mais ainda, ao modo de atividade das multidões: a enfática união das pessoas, sua solidariedade abrangente, a auto-organização criativa, a improvisação de maneiras de articular o protesto, o misto singular de espontaneidade e disciplina, como a marcha lúgubre de milhares de pessoas em silêncio total.
Estamos diante de um levante popular genuíno dos partidários iludidos da revolução de Khomeini. Não herói, mas corrupto Há duas consequências cruciais. Para começar, Ahmadinejad não é o herói dos pobres islâmicos, mas, sim, um legítimo populista islamo-fascista corrompido. Sua demagógica distribuição de migalhas aos pobres não nos deve enganar: por trás dele estão não apenas órgãos de repressão policial e um aparato de relações públicas muito ocidentalizado, mas também uma nova e forte classe rica, fruto da corrupção do regime. Em segundo lugar, devemos traçar uma diferença nítida entre os dois principais candidatos opostos a Ahmadinejad, Mehdi Karoubi e Mousavi. Karoubi é de fato um reformista, alguém que propõe basicamente a versão iraniana de política de identidade, prometendo favores a todos os grupos distintos. Mousavi é inteiramente diferente: seu nome representa o genuíno renascimento do sonho popular que fundamentou a revolução de Khomeini. Mesmo que esse sonho tenha sido uma utopia, devemos reconhecer nele a genuína utopia da própria revolução. O que isso quer dizer é que a revolução de Khomeini de 1979 não pode ser reduzida a uma tomada do poder pela linha-dura islâmica -ela foi muito mais que isso. Agora é o momento de recordarmos a incrível efervescência do primeiro ano após a revolução, com a explosão estarrecedora de criatividade política e social, experimentos organizacionais e debates entre estudantes e cidadãos comuns. E em último lugar, mas não menos importante, o que isso significa é que existe no islã um potencial libertador genuíno.
Emancipação
O futuro é incerto. Mas, seja qual for o resultado, é muito importante guardarmos em mente que estamos assistindo a um grande acontecimento de emancipação que não se enquadra no contexto da luta entre progressistas pró-ocidentais e fundamentalistas antiocidentais.Se nosso pragmatismo cínico nos fizer perder a capacidade de reconhecer essa dimensão emancipacionista, então nós, no Ocidente, estaremos de fato ingressando numa era pós-democrática e nos preparando para os nossos próprios Ahmadinejads.

SLAVOJ ZIZEK é filósofo esloveno e autor de "A Visão em Paralaxe" (ed. Boitempo). Ele escreve na seção "Autores", do Mais! .Tradução de Clara Allain.

Sarneysses




Angeli

domingo, 28 de junho de 2009

Interesses


Lendo a matéria de capa da Folha de hoje fica a pergunta: interessa ao PT -- o grande beneficiado por doações privadas -- modificar a atual regra de financiamento eleitoral?

A leitura dos balanços financeiros produzidos ao longo de 12 anos por dois dos principais partidos, o PT e o PSDB, revela que as empresas se converteram na principal fonte do caixa das siglas, ultrapassando o próprio Fundo Partidário.O levantamento feito pela Folha confirma a percepção de que o poder atrai recursos de empreiteiros que mantêm contratos públicos. Após o PT assumir a Presidência, em 2003, os diretórios estadual paulista e nacional da sigla se tornaram o destino preferencial das doações privadas, superando, ano a ano, arrecadações do seu mais direto adversário, o PSDB.As empresas despejaram, só no ano passado, R$ 130,2 milhões nas contas do PT e do PSDB -R$ 82 milhões desse total foram para os petistas. O valor inclui os diretórios nacionais e os estaduais de São Paulo. Isso representou 65% das receitas totais obtidas pelas duas siglas. A maioria dos recursos foi revertida para campanhas eleitorais, no sistema das doações ocultas, e a outra parte ficou no caixa partidário.O valor de 2008 é muitas vezes superior à normalidade dos outros anos, sem paralelo na história dos partidos. O levantamento feito pela Folha revelou que ao longo do período 1997-2002, o PT, por exemplo, havia recebido, ao todo, meros R$ 370 mil de empresas.No sentido contrário, os balanços partidários demonstram o fracasso da arrecadação de recursos entre os filiados.

Parábola


Walter Benedix Schönflies Benjamin (Berlim, 15 de julho de 1892Portbou, 27 de setembro de 1940) foi um ensaísta, crítico literário, tradutor, filósofo e sociólogo judeu alemão

Em nossos livros de leitura havia a parábola de um velho que no momento da morte revela a seus filhos a existência de um tesouro enterrado em seus vinhedos. Os filhos cavam, mas não descobrem qualquer vestígio do tesouro. Com a chegada do outono, as vinhas produzem mais que qualquer outra na região. Só então compreenderam que o pai havia lhes transmitido uma certa experiência, a felicidade não está no ouro, mas no trabalho.





(Walter Benjamin - Experiência e pobreza)

sábado, 27 de junho de 2009

Correr ouvindo mp3 é muito legal


O parque da redenção em Porto Alegre é um bom lugar para correr.

Quando eu tinha 40 anos fui fazer um check up. Eu estava .... gordinho e totalmente fora de forma. Meu médico me alertou -- minha taxa de colesterol estava nas núvens -- você precisa perder peso e mudar o estilo de vida, caminhe e tente correr, ele recomendou.

Comecei, então, a caminhar. Comprei um mp 3 -- baixei músicas na internet e dos discos que tinha -- e lá me fui. Depois que adquiri uma certa forma física resolvi correr. Eu corro há uns 7 anos. E é muito bom correr. Uma cachaça. Gosto de correr na rua. Corro no calor, no frio, no dia de sol e no dia de chuva. Ouvir música e correr num parque legal, como o da Redenção em Porto Alegre é muito legal. Meu sonho dourado é correr no Tiergarten em Berlim ou no Central Park em NYC. Ainda vou chegar lá. E eu sempre gostei de música. Ouço música direto. Sempre quando viajo levo um par de tênis e o mp3. Sempre. Gosto muito de conhecer as cidades correndo. Qualquer cidade. A melhor cidade para se correr é o Rio de Janeiro. Sou fã do Riiiio.

Correr ajuda a pensar melhor, organizar a vida, ter boas idéias, inclusive para se postar aqui.
Que está esperando? Corra, vivente. Corra que é bom.
Fiz este post ouvindo "enjoy the silence", numa versão do Tanghetto do clássico do Depeche Mode.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Frei Radical


Frei Sérgio Görgen falando no celular.

No diário gauche de hoje tem um artigo do frei Sérgio Görgen sobre o Código Florestal. Quem quiser ler o artigo clica na íntegra aqui.

Ele ataca, para variar, o agronegócio, as multinacionais e os malvados do planeta.

Para quem não conhece Frei Sérgio, como ele é conhecido, foi deputado estadual pelo PT na última legislatura, mas se desencantou da política partidária e se dedica a fazer politica na via campesina, no MST e nos MPA (movimentos dos pequenos agricultores).

Frei Sérgio é da ordem franciscana. Ele, portanto, incorpora duas coisas que eu mais detesto: religião e ideologia. Mas, do ponto de vista ambiental, ele até pode ter algum tipo de razão. Ninguém tem de ter medo do código florestal e da MP da Amazônia. São controles necessários sobre o risco. Quando se trata de meio ambiente todo cuidado é pouco, porque envolve, também, os direitos das gerações futuras. Há de se ter precaução e prevenção, mas sem radicalismo. E Frei Sérgio, por ser franciscano, já demonstra, também, que é um radical.

Eu lembro muito bem quando o MST invadiu a fazenda de FHC em Minas Gerais e o Frei Sérgio foi justificar a invasão no programa do Lasier. Ele disse, um absurdo uma pessoa comum ter tantos vinhos importados...

A Excelência de Ser Jornalista


O primeiro dia
Crônica do jornalista David Coimbra hoje na ZH
Concordo com ele. O curso de jornalismo não pode e nem deve acabar, porque ele forma profissionais por excelência. E profissionais de excelência fazem a diferença.

Lembro com nitidez do dia em que fui para a faculdade pela primeira vez. Dia importante. Significava uma passagem de nível, uma troca de condição. Era como se finalmente ingressasse na vida adulta. Lembro que, aboletado no fundão do Linha 20, partindo de ruelas sinuosas do IAPI para o Centro selvagem, sentia-me, por algum motivo, desamparado. Já na Praça XV, embarquei no, mais do que lotado, Ipiranga-PUC. Como cabia tanta gente naquele canudo de lata?


Levava debaixo do braço uma pasta preta reluzindo de nova. Dentro, um caderno de espiral deliciosamente em branco, canetas BIC e o livro que estava lendo na semana. Era Os Buddenbrooks, do Thomas Mann, que emprestei para a minha colega Rosane Aubin, e ela nunca devolveu.


Instalei-me na carteira da Famecos um tanto ansioso. Imaginava que, naquele instante, entrava no mundo do conhecimento superior. Para minha surpresa, não foi bem o que ocorreu. Nem naquele dia, nem nos seguintes. O conteúdo das aulas, de tão leve, chegava a ser etéreo.



Pouco aprendi no primeiro semestre. Pensei: o segundo será melhor. Não foi. Nem os demais. Até tive alguns bons professores. Mas aquele caderno de espiral permaneceu em branco. Conteúdo não é exatamente o forte da faculdade de Jornalismo.Esta semana mesmo, uma professora escreveu um texto com o instigante título “Jornalista diplomado aprende o quê?”.

Fiquei curioso. O que será que aprendem? Fui ler. Ela explicou: “Português, filosofia, legislação, sociologia, entre outras disciplinas”, mais “técnicas específicas, como reportagem, edição, linguagens para diferentes mídias, estudos de recepção, formas de tratar um acontecimento, considerando princípios éticos”.


Não sei bem o que são “estudos de recepção”, mas entendi o que a professora quis dizer. É que tudo isso consta no currículo do curso. Só que nada disso é de fato ensinado. As faculdades de Jornalismo são um quase logro. Como, aliás, diversas outras fora das áreas técnica e científica. Ainda assim, admito: seria um jornalista pior se não tivesse cursado a faculdade.


Cresci com a convivência de colegas, de profissionais que foram chamados à aula para conversar e até com a experiência de alguns professores. Fazer faculdade não transforma aluno em profissional, mas o coloca adiante de quem quer ser profissional sem fazer faculdade.

Isso sendo as faculdades precárias. Fossem melhores, não seriam apenas importantes: seriam indispensáveis.Faculdades de excelência formariam profissionais de excelência, e profissionais de excelência fazem diferença. O diploma de jornalismo não é mais obrigatório? Que a faculdade de Jornalismo se torne obrigatória, tornando-se, antes, uma faculdade que valha a delícia de um caderno de espiral em branco.-->
Instalei-me na carteira da Famecos um tanto ansioso. Imaginava que, naquele instante, entrava no mundo do conhecimento superior. Para minha surpresa, não foi bem o que ocorreu. Nem naquele dia, nem nos seguintes. O conteúdo das aulas, de tão leve, chegava a ser etéreo. Pouco aprendi no primeiro semestre. Pensei: o segundo será melhor. Não foi. Nem os demais. Até tive alguns bons professores. Mas aquele caderno de espiral permaneceu em branco. Conteúdo não é exatamente o forte da faculdade de Jornalismo.Esta semana mesmo, uma professora escreveu um texto com o instigante título “Jornalista diplomado aprende o quê?”. Fiquei curioso. O que será que aprendem? Fui ler. Ela explicou: “Português, filosofia, legislação, sociologia, entre outras disciplinas”, mais “técnicas específicas, como reportagem, edição, linguagens para diferentes mídias, estudos de recepção, formas de tratar um acontecimento, considerando princípios éticos”.Não sei bem o que são “estudos de recepção”, mas entendi o que a professora quis dizer. É que tudo isso consta no currículo do curso. Só que nada disso é de fato ensinado. As faculdades de Jornalismo são um quase logro. Como, aliás, diversas outras fora das áreas técnica e científica. Ainda assim, admito: seria um jornalista pior se não tivesse cursado a faculdade. Cresci com a convivência de colegas, de profissionais que foram chamados à aula para conversar e até com a experiência de alguns professores. Fazer faculdade não transforma aluno em profissional, mas o coloca adiante de quem quer ser profissional sem fazer faculdade. Isso sendo as faculdades precárias. Fossem melhores, não seriam apenas importantes: seriam indispensáveis.Faculdades de excelência formariam profissionais de excelência, e profissionais de excelência fazem diferença. O diploma de jornalismo não é mais obrigatório? Que a faculdade de Jornalismo se torne obrigatória, tornando-se, antes, uma faculdade que valha a delícia de um caderno de espiral em branco.

Morreu Maicon Jackson



Michael Jackson foi o grande astro da trilha sonora da minha geração. A primeira vez que fiquei sabendo da existência de Michael Jackson foi com a música 'Ben' -- que hoje considero meio breguinha -- que era muito boa para dançar e agarrar as gurias nas reuniões dançantes da metade da década de 70. Ele fazia parte dos Jackson Five.Eu tinha uma colega que era completamente fanática por Michael Jackson. Ela se vestia que nem ele. Dizem que Michael Jackson foi o Peter Pan do Pop. Ele marcou a história de uma geração que comprou o album mais vendido da história do disco: Thriller. O cara vai ficar para a história. Vai virar lenda. Vai ser uma espécie de Elvis Presley que viria ser .... mais tarde, seu sogro. Coisas da vida.
Ele era fascinado por tragédias ocorridas com celebridades. Tinha uma estátua de Marilin Monroe no seu quarto. Li isso no L.A. Times. Ele era muito excêntrico. Considero Billie Jean sua grande música. The kid's not my son.
Outro dia vi o clip daquela gravação que ele fez na Bahia e nas favelas cariocas. É muito bem filmada. E o povo inteiro gritando Michael, Michael, Michael.
Não é a toa que zilhões de brasileiros se chamam hoje Maicon. Até o lateral direito da seleção se chama.... Maicon.
Esse Brasil é genial.
Perverso, maluco, fez coisas erradas. Mas tinha talento.
Grande Michael. Grande Maicon.
Valeu.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Alimentando o Ódio e a Ignorância



Do diário gauche de hoje que mostra muito bem como age certa esquerda. Eles querem alimentar o ódio.

Maxi Racista - A agressão fere todos os negros, não só a Elicarlos


O atleta do Grêmio, Maxi López, chamou Elicarlos de “macaco”, com intenção de ofendê-lo moralmente e disso auferir alguma vantagem na disputa entre o seu clube e o Cruzeiro.Não há menor dúvida, Maxi cometeu um ato racista, passível de ser considerado crime pela Justiça.Não importa se Elicarlos vai perdoar e retirar a queixa policial. A ofensa moral sofrida pelo atleta do Cruzeiro não é individual e é transferível a todos os negros.Todos os negros foram chamados de “macacos”, ontem em Belo Horizonte, embora só Elicarlos tenha ouvido a palavra ferina do jogador argentino, branco e racista.Um maxirracismo.Em Tempo: Este blogueiro é torcedor do Grêmio, que fique claro.


Opinião do Depósito:
Típicamente Radical - Acusar Sem Provas

Não há a menor dúvida
- diz O DG. Os radicais não querem saber de provas, eles simplesmente acusam. E é importante um argentino louro de olhos azuis chamar um brasileiro de macaco. Isso alimenta o rancor, o ressentimento do povo o "espírito de revolta. Não existe nenhuma prova forte, cabal e inconteste de que Maxi López chamou Elicarlos de macaco. Nenhuma. Eu assisti ontem na TV. Elicarlos disse que Wagner ouviu tudo. Wagner foi ouvido e colocou um condicional... Wagner disse: "se ele disse isso tem que ser punido". Resumo da opera, é a versão de Elicarlos contra a versão de Maxi López que nega. Não há nenhuma imagem que confirme o episódio, nenhuma testemunha, nada. Mas o DG diz: Não há a menor dúvida. Realmente não existe a menor dúvida que o DG alimenta o racismo ao contrário. Ele alimenta o racismo contra os brancos loiros. Tenho uma amiga que nasceu em Angola. Ela é branca, de origem portuguesa, mas se diz angolana. Em 1977 ela teve de sair de Angola porque os negros estavam matando os brancos, alimentados por exatamente isso que o DG faz, racismo contra os brancos. Minha amiga nunca mais voltou para Angola. Vive no Brasil. Este país maravilhoso não tem que entrar nessa armadilha dos radicais que adoram buscar o ressentimento, o ódio, o rancor, a amargura para fazer política. Maxi López é inocente. Numa campo de futebol todo mundo diz palavrão e todo mundo ofende todo mundo. É filho daquilo é c.. para lá e c.. para cá. Ser chamado de macaco até é elogio, diante do contexto...Mas para os radicais que alimentam o racismo, como faz o DG, esse tipo de reflexão não interessa, porque o que efetivamente importa é deixar a massa de manobra navegar na superficialidade da ignorância.

Perdemos Uma Pantera



Farrah Fawcett - 2 de fevereiro de 1947 - 25 de junho de 2009.

Quem é Que Vai Processar Yeda?



O Blog Rs Urgente lançou o seguinte post:
Yeda processa CUT por “crime contra a honra”. Quem irá processar Yeda?

Boa pergunta, quem vai processar Yeda?
Falam tanto em impeachment e corrupção por ai, mas não existe contra Yeda nenhum processo, nem administrativo e nem judicial. Alguém entrou com alguma ação popular contra a Yeda por improbidade administrativa? Existe alguma ação civil pública do MP Federal, do MP Estadual, de algum sindicato, partido político, alguma ONG contra a Yeda? Não, não existe nada disso. E se a Yeda é tão ímproba assim como dizem por aqui, como explicar esse impressionante paradoxo de que não existe — até agora — nenhum processo contra a Yeda? O PSOL fez graves denúncias contra a governadora em …… fevereiro. E até hoje nada, nadinha, nadica, nada veio à tona. Dizem que tudo está com a Procuradoria da República no RS que nunca se manifestou sobre o caso. Se Yeda é tão culpada assim, tão malvada por que não processam ela? Quem é que vai processar Yeda?

O post do Blog Rs Urgente está abaixo:

A governadora Yeda Crusius (PSDB) entrou hoje (23) com uma representação junto ao Ministério Público Estadual, por crime contra a honra e peculato, contra dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS) e agência que produziu a campanha publicitária em rádio e televisão que denuncia os casos de corrupção envolvendo o governo estadual. A representação foi entregue pelo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, à Procuradora-Geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha.
“Entendemos que as peças veiculadas ferem os princípios básicos de democracia e do Estado de Direito, atingindo diretamente a pessoa da governadora Yeda Crusius e o próprio Governo do Estado”, diz Wenzel em nota publicada no site do governo do Estado.
É um ato desesperado de um governo que vai entrando em fase terminal. No início do ano, Yeda Crusius foi acusada, por integrantes do PSOL, de ser a chefe de uma quadrilha instalada no Palácio Piratini. Não processou ninguém. Não teve coragem, com medo de que, em um processo judicial, coisas desagradáveis pudessem vir à tona. Agora decide processar a CUT por uma campanha de denúncia política ao atual governo.
Se há um risco à honra no Estado, ele vem do Palácio Piratini, que move céus e montanhas para evitar a instalação de uma CPI na Assembléia Legislativa. Que instala comissões de sindicância interna para apurar denúncias envolvendo integrantes do governo e que acaba investigando os denunciantes. O Rio Grande do Sul está paralisado, vítima de um governo incompetente, autoritário, sombrio e cercado por denúncias de corrupção de toda ordem. Um governo que, em um gesto de desespero final, decide tentar calar judicialmente a voz de quem o denuncia.
Quem, afinal, irá processar a governadora e expor os descalabros que já ultrapassaram a fronteira da vergonha?

O Louro Argentino e o Negro Brasileiro


Maxi López e Elicarlos disputam jogada. O negro brasileiro acusa o louro argentino de racista.


Com base apenas no depoimento do negro brasileiro, o louro argentino foi depor na polícia.


Maxi López, "La Barbie", centro avante do Grêmio é louro, tem olhos azuis e é argentino. Ele é a cara do preconceito ao contrário. Elicarlos é um negro brasileiro. Ontem eles se desentenderam no gramado do Mineirão no jogo Cruzeiro 3x1 Grêmio. Elicarlos disse que Maxi lhe chamou de "macaco". Maxi nega a acusação. É o depoimento de um contra o outro. Os argentinos, de fato, chamam los brasileños de macaquito. Mas a discussão ficou entre eles, no calor do jogo quente de uma semifinal de libertadores da América. Num jogo de futebol ninguém é santo. Os jogadores se ofendem e o palavrão se torna palavra comum e utilizado pelos juízes, técnicos e jogadores. Filho disso, filho daquilo, c.. para lá e c.. para cá, é o jargão normal numa partida de futebol, onde os jogadores se ofendem mutuamente. Nesse contexto de ofensas mútuas, chamar alguém de macaco até é elogio. EliCarlos disse que se sentiu profundamente atingido... Duvido. Isso faz parte da estratégia do jogo. E o jogo, no caso, era para lá de importante. O vencedor vai para final da mais importante copa das Américas. Mas o caso não terminou apenas com a discussão entre os dois. Com base, exclusivamente, no que disse Elicarlos, a polícia mineira foi até o ônibus do Grêmio intimar Maxi López a prestar depoimento na delegacia. A mídia foi para cima do louro argentino. Racismo é crime inafiançável no Brasil. E, portanto, aquele que faz acusações de que foi vítima de racismo tem que ter a prova forte, robusta e inconteste da ofensa. Não foi o que aconteceu ontem. A confusão estava gerada. E o jogo de volta é em Porto Alegre.

O Sentimento Social das Crianças é Perverso



Futebol é mesmo um esporte de solidariedade e coletivo, mas também atiça a competição. Quando uma criança aprende a jogar futebol, com 4 ou 5 anos ela se interessa pelo lado lúdico, brincalhão de jogar bola. Mas depois, quando ela começa a jogar futebol, no colégio, a competição vem a tona. Os meninos querem é ganhar o jogo e custe o que custar. Cada um defende o seu. E nessas horas eu fico pensando que o grande Sándor Márai, o ilustre escritor húngaro, é que tem razão: O sentimento "social" das crianças é perverso e pouco desenvolvido. Toda criança é gananciosa e defende abertamente a propriedade privada..."

Nós, os Tadinhos e Eles, os Malvados




Certa esquerda é refém de um grande vício: o de achar que o mundo é dividido de forma bipolar. De um lado a eterna oligarquia mundial -- que parece não mudar nunca -- e de outro os tadinhos, que somos nós. E, nós, os tadinhos, somos explorados diariamente pelos capitalistas, a grande mídia e os políticos corrutpos que tomam conta dos governos. Todos esses malvados estão alinhados, estão comprometidos entre si e tudo o que eles fazem é o para o mal. Então, nós, os tadinhos temos que nos unir para acabar com esses malvados. E assim caminha a humanidade sobre a ótica do pensamento bipolar.

Lula e os Grilos


Decisão não ameniza derrota ambientalista
Artigo de Cláudio Angelo, editor de ciências da Folha.

Com a decisão de vetar apenas uma parte do artigo 7º da MP 458, Lula impõe mais uma derrota aos ambientalistas. Proibir que empresas se beneficiem da regularização fundiária num primeiro momento não impede a grilagem. Primeiro, porque grileiros não operam por pessoa jurídica. Pessoas jurídicas têm CNPJ e endereço e pagam impostos. A qualquer momento podem ser fiscalizadas e punidas. Grileiros usam laranjas -ou "prepostos", na novilíngua ruralista-, pessoas físicas que abocanham quinhões de terra em seu nome que, juntos, compõem o latifúndio. A nova lei da terra na Amazônia deixa esses laranjas livres para operar.Depois, porque dificilmente uma empresa agropecuária ou madeireira limitaria sua atividade a 1.500 hectares. Na Amazônia, a escala é de milhares ou dezenas de milhares de hectares, medida da ineficiência com que se produz ali. Portanto, o limite estabelecido pelo artigo 7º era só um bode (ou boi) na sala.


Finalmente, após três anos, o "empresário" rural poderá "comprar" de quem bem entender -cunhados, agregados, funcionários, primos- as terras regularizadas, pagas em 20 anos com carência de três de até 1.500 hectares.

Os outros convites à vigarice fundiária e ambiental também permanecem: a dispensa de vistoria das terras até 400 hectares, o preço simbólico, as generosas condições de ajustamento de conduta e a necessidade de "aproveitamento racional" da área -leia-se desmatamento- para comprovar a posse. Na Amazônia de Lula, os grilos estão pulando mais felizes do que nunca.

Futebol na África do Sul


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Irã Afasta Jogadores da Seleção


Ali Karimi (8), Java Nekounam (6) e Hossein Kaebi (13) exibem as faixas verdes, no pulso, a cor do partido de Mousavi.

Jogadores da Seleção de Futebol Iraniana que apoiaram Mousavi são "aposentados"

Quatro dos seis atletas que usaram faixas verdes nos pulsos durante uma partida na semana passada foram banidos da seleção iraniana de futebol. A demonstração ocorreu no último jogo do Irã pelas Eliminatórias da Copa do Mundo-2010, contra a Coreia do Sul, quando o Irã acabou desclassificado. Entre os punidos, está Ali Karimi, 31, estrela do time e jogador do Bayern de Munique. O verde é a cor da oposição e foi adotado pelos que contestam a lisura do pleito do dia 12 de junho.

Folha de hoje.

O X da Questão


eis uma baubike

Ontem no programa conversas cruzadas da TVCom, canal 36 da Net no Rio Grande do Sul, houve um debate sobre o que é mais eficiente, destinar dinheiro diretamente aos pobres, como ocorre com o Bolsa Família ou diminuir a carga tributária?
Um dos debatedores era o professor de economista da UFRGS, Marcelo Portugal, que foi direto no ponto.
Nos anos FHC a carga tributária brasileira cresceu de 21 a 26% do PIB.
Nos anos Lula essa mesma carga tributária cresceu de 26 a 31%.
Ou seja, nos dois últimos governos cresceu 10% o percentual de carga tributária neste país.
Um dos debatedores disse que não havia como cortar os gastos públicos. O Professor Portugal também foi no ponto. A desculpa é sempre a mesma. Não há como cortar os gastos públicos então se derrama mais dinheiro no serviço público, como se ele fosse bom e eficiente. Não é. E por isso a nossa carga tributária aumentou consideravelmente nos últimos anos.
O que o Brasil tem de fazer é qualificar e tornar mais eficiente o serviço público e para fazer isso não é necessário despejar mais dinheiro -- que vem dos tributos.
O problema do Brasil não é ideológico, mas de gestão. Necessitamos de menos politicagem e mais gestão pública competente para fazer o serviço público deste pais funcionar e diminuir, assim, a exclusão social.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Todo Apoio à 'Juventude Ocidentalizada e Ciosa de Consumo'



Manifestações legítimas e espontâneas dos Iranianos estão sendo manipuladas pelas mãos invisíveis da CIA?


Finalmente um Blog de certa esquerda resolveu sair do armário e assumiu seu nariz desconfiado em relação às manifestações n Irã. Serão elas espontâneas ou é apenas uma armação da CIA? Essa é a mensagem "subliminar" do diario gauche de hoje, como se verifica abaixo, tudo em vermelho. Comento depois, em preto.



Desestabilização do Irã começou há dois anos com Bush


Campanha da CIA começa a fazer os seus primeiros efeitos, neste período pós-eleitoral
No dia 27 de maio de 2007, o conservador jornal britânico “London Telegraph”, citando fontes, noticiou: "O presidente Bush assinou hoje autorização para que a CIA construa campanha de propaganda e desinformação com vista a desestabilizar, e eventualmente destituir, o governo teocrático dos mulás." - conforme fac-símile acima, exclusivo deste blog Diário Gauche.
A luta interna entre os aiatolás e os doutores das leis corânicas, reforçada pelos protestos de rua protagonizados por uma juventude ocidentalizada e ciosa de consumo (70% da população iraniana tem menos de 30 anos de idade), com o acréscimo da mão invisível da CIA e o chamado ouro de Washington, estão abalando fortemente o governo do líder nacionalista Mahmoud Ahmadinejad. Para piorar: o Irã tem a bomba atômica e um inimigo fascista, pró-norte-americano, que também armazena arsenal nuclear, que se chama Israel.Naquela região do planeta, as coisas estão apenas começando e o desfecho é imprevisível.

Comento.
Qual o problema da juventude iraniana ser 'ocidentalizada e ciosa de consumo'?
Isso, por acaso, é horroroso?
E o DG chama o governo de Ahmadinejad com o qualificativo de "nacionalista". Sim, ele é nacionalista, mas ele não é apenas isso, como bem se sabe.
E, por trás disso tudo, estaria a mão invisível da CIA e o ouro americano. Até pode existir esse interesse do mundo ocidental para que o Irã se abra, mas isso não significa que as manifestações da "juventude ocidentalizada e ciosa de consumo"não sejam espontâneas e legítimas. Porque são. E são porque o Irã é um país que se fechou em torno do sectarismo religioso, que limita as liberdades individuais, que reprime as maiorias e as minorias, que impõe o pensamento único da mídia oficial, que não está interessado no blá, blá, blá da democracia.
E tem gente que defende o sistema, como se vê, e gosta de tergiversar.

Não Está na Hora de 'Empichar' o Sarney?


Grande Angeli

Não bastasse o escândalo do mordomo "Secreta" outros fatos atípicos estão sendo revelados pela grande mídia. E tem gente que critica a grande mídia.

Na Folha de hoje:


350 servidores do Senado ganham mais do que o teto do STF: R$ 24.500,00.


Senado emprega funcionário da Fundação José Sarney, sediada em São Luiz, MA, Nonato

Quintiliano Pereira Filho, que trabalha no gabinete de Lobão Filho (PMDB, MA) com salário de cerca de R$ 7.600.


Sarney (PMDB-AP) utilizou a verba indenizatória destinada ao apoio da atividade parlamentar para contratar uma empresa para organizar seu acervo pessoal de livros e documentos. Arquivo fica em sua residência particular, na Península dos Ministros, em Brasília.Em abril e maio, Sarney pagou R$ 8.600 à Memória Viva Pesquisa e Manutenção de Acervos Históricos. Foram os seus únicos gastos com a verba indenizatória no período.

Nota do redator: o verbo empichar não existe na edição do Aurélio que eu uso. Trata-se de um neologismo importante.

'Revolução de Veludo' no Irã


Emirados Árabes - 0h21 - Uma mulher acende uma vela em homenagem a Neda Agha Soltan que morreu baleada durante os protestos no Irã neste fim de semana

Choques no Irã

Marcos Nobre, na Folha de hoje.

Há quem veja nos confrontos no Irã apenas uma luta de poder interna à elite, especialmente entre os clérigos. Há quem pense que uma revolução está em curso. E parece haver concordância de que a simbologia da revolução islâmica de 1979 não está em questão.Para quem não sabe a língua nem conhece uma cultura em que confluem as tradições persa, grega, árabe e islâmica, não é tarefa fácil avaliar os acontecimentos. As avaliações costumam ser feitas a partir de traduções para o vocabulário político europeu, que marca presença importante na vida cultural do Irã desde pelo menos meados do século 19.
Mas o interessante é que o contrário também é verdadeiro: quem protesta procura traduzir em termos da história europeia sua versão dos acontecimentos. O que não falta são twitters, blogs, sites e cartazes em inglês que indicam paralelos com situações mais familiares para pessoas formadas segundo os cânones da história europeia.Mais interessante ainda, também a repressão aos protestos fez o mesmo movimento. O chefe da Guarda Revolucionária declarou em tom ameaçador que "qualquer tipo de revolução de veludo não será bem-sucedida no Irã". Referia-se às demonstrações pacíficas de oposição que culminaram na derrocada dos regimes comunistas do Leste Europeu. E, com isso, reconheceu também pelo menos uma semelhança entre o atual regime iraniano e as ditaduras do antigo bloco soviético.

Seja como for, o fato é que não se trata mais simplesmente de eleições fraudadas. Ao contrário, são justamente os grupos da elite política em confronto que buscam reduzir os protestos ao processo eleitoral. Ambos os lados do grupo dirigente sabem que essa é a única maneira de conter o movimento dentro dos rígidos limites institucionais vigentes.Há muitos elementos novos e mesmo entusiasmantes na situação atual do Irã, sem ignorar a tragédia das mortes nos confrontos.

Ao estrangulamento da esfera pública local pelo governo os manifestantes respondem com o recurso a uma esfera pública mundial, utilizando todos os novos meios de comunicação disponíveis para amplificar suas vozes. A ligação com as "revoluções de veludo" no final da década de 1980 mostra que um novo modelo de transformação social pode vir a se consolidar.Os acontecimentos no Irã enterram definitivamente as teses regressivas de um "choque de civilizações" que se tornou um emblema da era George W. Bush. E projetam um tipo de protesto e de transformação que pode servir de modelo também para as lutas por vir. Especialmente na China.

Semana Complicada no Irã








Manifestações pró Mousavi em Teerã nos dias 17, 18 e 20 de junho

Ayatollah Ali Khamenei, líder supremo, ajoelhado, na última sexta, rezando no campus da universidade de Teerã.

Apoiadores de Mousavi mostrando fotos da violência nas manifestações do dia 18 de junho.


Foto de celular de 21 de junho com os últimos momentos da vida de Neda Soltani que foi atingida por um tiro em manifestação pró Mousavi.
Fonte: Boston Globe.