Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Essa Mulher é Uma Sumidade




No Diário Gauche de hoje uma lista elaborada por uma tal de Ellen Brown sobre certas "verdades" do Federal Reserve e das instituições financeiras americanas. Eu juro que li com atenção todos os ítens. Mas me preocupei com a fonte, como explico mais abaixo. Primeiro, vamos às denúncias dessa tal Ellen Brown.


Você sabia?

O Federal Reserve não é realmente federal. É uma corporação privada dominada por um consórcio de bancos multinacionais muito grandes (Capítulo 13)

Exceto quanto a moedas, o governo não cria dinheiro. As notas de dólar (Federal Reserve Notes) são criadas pelo privado Federal Reserve, o qual as empresta ao governo. (Capítulo 2)

A divisa tangível (moedas e notas de dólar) em conjunto constitui menos de 3% da oferta monetária dos EUA. Os outros 97% existem apenas como entradas de dados em telas de computador, e todo este dinheiro foi criado por bancos na forma de empréstimos. (Capítulos 2 e 17)

O dinheiro que os bancos emprestam não é reciclado a partir de depósitos pré-existentes. É dinheiro novo, o qual não existe até ser emprestado. (Capítulos 17 e 18)


Trinta por cento do dinheiro criado pelos bancos com entradas na contabilidade é investido nas suas próprias contas. (Capítulo 18)


O sistema bancário americano, o qual no passado concedia empréstimos produtivos à agricultura e à indústria, tornou-se hoje uma máquina gigante de apostas. Uns estimados US$ 370 trilhões estão agora a cavalgar complexas apostas de alto risco conhecidas como derivativos – 28 vezes os US$ 13 trilhões do produto anual de toda a economia dos EUA. Estas apostas são financiadas por grandes bancos dos EUA e são feitas em grande medida com dinheiro emprestado criado numa tela de computador. Os derivativos podem ser, e têm sido, utilizados para manipular mercados, saquear negócios e destruir economias competidoras. (Capítulos 20 e 32)


A dívida federal dos EUA não tem sido liquidada desde os dias de Andrew Jackson. Só os juros são pagos, enquanto a parte principal continua a crescer. (Capítulo 2)


O imposto federal sobre o rendimento foi instituído especificamente para coagir os contribuintes a pagarem os juros devidos aos bancos sobre a dívida federal. Se a oferta monetária houvesse sido criada pelo governo ao invés de ser emprestada dos bancos que a criaram, o imposto sobre o rendimento teria sido desnecessário. (Capítulos 13 e 43)


Só os juros sobre a dívida federal em breve serão maiores do que os contribuintes podem permitir-se pagar. Quando não pudermos pagar, o sistema do dólar baseado na dívida da Reserva Federal deve entrar em colapso. (Capítulo 29)

Ao contrário da crença popular, a inflação não é provocada pela impressão irresponsável de dólares por parte do governo. É provocada pelas associações de bancos que expandem a oferta monetária com empréstimos. (Capítulo 10)


A maioria das inflações galopantes vistas nas "repúblicas de bananas" foi provocada não por governos nacionais a imprimirem excesso de dinheiro e sim por especuladores institucionais globais a atacarem e a desvalorizarem-nas nos mercados internacionais. (Capítulo 25)


A mesma espécie de desvalorização especulativa poderia acontecer ao dólar dos EUA se os investidores internacionais o abandonassem como divisa global de "reserva", algo que eles estão agora a ameaçar fazer em retaliação pelo que entendem ser o imperialismo económico americano. (Capítulos 29 e 37)


Há um caminho fora desse pântano. Os primitivos colonizadores americanos descobriram-no, tal como Abraham Lincoln e alguns outros líderes nacionais: o governo pode recuperar, tomando de volta, o poder de emitir dinheiro dado aos bancos. (Capítulos 8 e 24)

A autora do livro, The Web of Debt, é Ellen Hodgson Brown. Artigo dela aqui.


Primeira coisa que fiz foi clicar ali no artigo indicado pelo Diário Gauche. Que surpresa, o site português Resistir, que conheço faz muiiiito tempo e que tem como articulista Ahmadinejad, Jaime Petras e outras autoridades do mundo intelectual de primeira ordem. O livro The Web of Debt é a primeira incursão de Ellen Brown no ramo da política financeira americana. Ela antes nunca tinha tratado do assunto. Seus livros anteriores -- e ela escreveu muitos livros -- tratam de diversos assuntos como farmácias, menopausas, Guia completo da mulher em relação à saúde natural, farmácia alternativa, farmácia natural, farmácia natural para crianças e medicina proibida. E tudo isso está no site dela: http://www.ellenbrown.com/. Que mulher impressionante, como ela edita livros tão variados, é uma sumidade.





Um comentário:

Charlie disse...

A moça conhece a fórmula do sucesso: criticar o malévolo capitalismo estadunidense.