Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Yeda Alugou Sua Famosa Casa Para Jô, Centro Avante do Inter


Da coluna do Decio Azevedo:


Mudou-se


Yeda Crusius já não habita mais a sua casa da rua Araruama, no bairro Vila Jardim. A ex-governadora agora fixou residência em um apartamento, no centro de Porto Alegre. A casa Yeda alugou para o atleta Jô, do Internacional. Soube que está feliz da vida num apartamento do famoso edifício Santa Tecla.


Conclusão Óbvia - Ponte do Guaíba Será Feita Pela Iniciativa Privada

O emperrado projeto da ponte do Guaíba em Porto Alegre


Dizem que a FIFA está perdendo a paciência com o Brasil. As obras necessárias para a Copa estão demorando a sair do papel. Somos sonolentos de tão burocrátas. As obras, neste país, emperram.

Vejam o caso da nova ponte do Guaíba em Porto Alegre. Estamos há anos discutindo propostas de viabilidade e somente ontem o governo federal disse o óbvio dos óbvios, vai ser a iniciativa privada que fará a nova ponte. Nem poderia ser diferente.

Demoramos anos para chegar a uma conclusão banal. Na verdade, ficamos discutindo ideologias e interesses políticos. Enquanto isso demoramos mais de um ano para reformarmos 100 metros de um túnel em Porto Alegre.

Infelizmente a notícia não é tão alvissareira, porque o ministro dos transportes já disse que a empresa que vencer a licitação para a concessão das rodovias do pólo metropolitano é que fará a nova ponte. O início da nova concessão é --- vejam só -- 2017.

A atual concessionária, CONCEPA, já disse que tem interesse em construir a ponte -- e poderia fazer para ontem -- recebendo em troca, evidentemente, a renovação da concessão. Essa seria a solução ideal, mas com riscos de intermináveis discussões judiciais, uma vez que nossa Carta Maior exige a realização do processo licitatório.

Quanto tempo mais?

"Bandidos de Toga"

 
 
Acima do Bem e do Mal
 
É preocupante, quando uma ministra do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça, no alto de sua autoridade,  chega a dizer que a magistratura tem "gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás das togas" é porque, com todo o respeito e data venias, a situação realmente é grave.



A corajosa ministra Eliana Calmon do STJ e CNJ

Bem se sabe que um Judiciário limpo e autônomo é a base, o substrato de um autêntico estado democrático de direito (não confundam com direita).

A frase da Ministra Eliana Calmon gerou indignação entre seus pares no Conselho Nacional de Justiça, o presidente César Peluso divulgou nota assinada por 11 colegas classificando de levianas as palavras -- graves -- da ministra.

O que está por trás de tudo isso é o julgamento que ocorrerá hoje no STF da ação promovida pela AMB -- Associação dos Magistrados Brasileiros que , diga-se de passagem, foi contra a criação do CNJ, responsável pelo controle externo do Judiciário -- questionando resoluções do conselho  de  uniformização do processo disciplinar dos magistrados.

 A AMB afirma que o CNJ teria extrapolado suas funções. No fundo, no fundo -- e isso é preocupante -- a AMB questiona os limites da competência do conselho e seu poder de fiscalização.

Uma perguntinha simples e básica: se o CNJ não tem o poder de fiscalizar e punir os nossos digníssimos magistrados, para que serve o CNJ?
Complicado.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Gastanças Republicanas


Um comentário no facebook: A picture so simple even tea baggers can understand it.

Um Dia na China





 Do Boston Globe. Todas as fotos são de setembro de 2011.

A Última Tourada


A campanha contra as touradas foi liderada por grupos que defendem os direitos dos animais, e abraçada por nacionalistas da Catalunha, que fazem questão de marcar as diferenças culturais da região autônoma em relação ao resto da Espanha.
Toureiro Jose Thomas participa de último espetáculo na arena La Monumental (25.09.2011) em Barcelona.

O espetáculo 'agonizante' das touradas, uma tradição de 300 anos, chegou ao fim na Catalunha, numa Espanha dividida.

As informações são do  UOL:

No último domingo 20.000 lugares na arena histórica La Monumental foram vendidos antecipadamente e cambistas estavam cobrando 1.600 euros pelos bilhetes, três vezes o valor cobrado pela entrada mais cara. 

De outro lado, na Espanha, a tourada vem perdendo fôlego. Ela simplesmente parou de interessar aos espanhóis. Com ajuda da crise, desde 2007, o número de festas taurinas caiu 34%. Segundo o Instituto de pesquisas Gallup, os aficionados são somente 26% da população. E, acima de tudo, eles estão envelhecendo. Mais de 80% dos jovens de 15 a 24 anos dizem não ter interesse nenhum pelos touros.

Sinais desses tempos interessantesProgresso, retrocesso, tradição,modernidade. E assim caminha a humanidade.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lindas, Inteligentes e Engajadas

A atriz americana Angelina Jolie em  Lampedusa, onde visitou os refugiados do norte da África, em particular da Líbia, que se abrigaram na pequena ilha italiana.


A atriz  americana Scarlett Johansson, que é embaixadora da ONG Intermon Oxfam, visita campos de refugiados em Dadaab. Scarlett viajou ao país para conhecer de perto os efeitos da seca que afeta cerca de 13 milhões de pessoas na região conhecida como Chifre da África, que abrange Somália, Etiópia e Djibuti. "A pobreza no local é assustadora", afirmou a atriz



Mário Fernandes - O Jogador Ideal Para Um Time de Futebol

Mário Fernandes craque do medíocre time do imortal tricolor 2011

E essa do Mário Fernandes, lateral direito do imortal tricolor, que convocado para a seleção de Mano Menezes recusou o convite?

Em tese, o sonho de todo o jogador de futebol é jogar na seleção. Significa sucesso, possibilidade de jogar num grande clube da Europa, mulheres, carros e todo conforto possível.   Isso em tese, porque -- ao que tudo indica -- para Mário Fernandes essa lógica não se aplica. Diz ele que quer estar focado na medíocre campanha do tricolor gaúcho no brasileirão.

Seu empresário falou hoje que ele está com problemas pessoais. Não é a primeira vez que Mário tem 'problemas pessoais', logo que chegou ao Grêmio, vindo do interior paulista, ele simplesmente desapareceu e foi encontrado dias depois. Dizem que estava deprimido e coisa e tal. Depois, escalado para jogar na lateral direita -- sua posição original é na zaga -- Mário Fernandes "bombou" e vem "bombando".

E tem colorado, vejam só aqui , que quer o garoto no Inter.

Na verdade Mário Fernandes é o jogador ideal para um time de futebol: joga muita bola no clube e não quer ir para a seleção. Ou seja, não desfalca e nem vira  bobalhão.

As Mulheres Poderão Votar na Arábia Saudita, Mas Só em 2015

Mulheres sauditas não podem dirigir
Rei Abdullah 2
Vivenciamos, em pleno século XXI, algumas caduquices impressionantes.

Pouco se fala -- aqui neste mundo ocidental -- do reino da  Arábia Saudita. Talvez porque estamos falando de uma grande aliada  americana e dos países ocidentais no Golfo Pérsico.

O fato é que se trata de uma  ditadura onde o  radicalismo islâmico impera de forma quase feudal, trata-se de  um reino sustentado pela população saudita mais moralista e que impõe  ao povo interpretações austeras do islã.


As mulheres, por exemplo,  não podem trabalhar, viajar ou passar por algumas cirurgias médicas sem a permissão de um homem da família, além de serem proibidas de dirigir e votar.

Mas o rei resolveu ser bonzinho, talvez para acalmar um pouco essa onda de reformas que vêm atingindo o mundo árabe/muçulmano. O certo é que   Abdullah bin Abdulaziz al Saud anunciou ontem que as mulheres de seu país poderão votar e se candidatar nas próximas eleições locais, em 2015.

É um avanço? é, mas falta muito. Quando as sauditas poderão dirigir,viajar e trabalhar sem a anuência dos homens da família?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quer Emagrecer? Tome um Banho de Espuma


Recomendo, com 5 estrelas,  a leitura dessa propaganda abaixo publicada no catálogo do concurso de Miss Rio Grande do Sul  de 1929.

Pescado do almanaque gaúcho da edição de hoje do jornal Zero Hora de Porto Alegre.




O Estado Brasileiro Não Está Conseguindo Interromper o Fornecimento de Material Humano Para a Bandidagem

Em dezembro de 2010, policiais colocam as bandeiras do Brasil e do estado do Rio de Janeiro no alto do morro do complexo do alemão.

Uma bandeira fincada no morro


Lembro daquela bandeira do Brasil hasteada bem alto em um morro do Rio no ano passado. Os brasileiros olhavam para aquela bandeira e se emocionavam. Ali tremulava o símbolo do Estado que retomava o território outrora ocupado pela bandidagem. O povo simples e ordeiro enfim podia andar em paz pelas favelas, livre do exército do tráfico que o oprimia diariamente.

Lembro do país em uníssono festejando as ações das forças de segurança, as cenas que deixaram o mundo perplexo: bandidos aos milhares esgueirando-se feito baratas pelos caminhos de terra dos morros, fugindo sem camisa, mas com fuzis nos ombros nus, embretando-se nos matagais, empoleirando-se em camionetes, sumindo. Houve quem proclamasse a “vitória do Bem sobre o Mal”.

Não sou mais esperto do que ninguém. No entanto, sobre esse assunto específico, tinha lá outra opinião. Uma opinião pessimista, cética, francamente desmancha-prazeres. Na época escrevi:
“Se todos aqueles milhares de bandidos forem mortos ou presos, todos eles sem exceção, se TODOS forem eliminados, nada mudará. Em seis meses, os níveis de criminalidade retornarão aos atuais patamares. Porque o fornecimento de material humano para a bandidagem não foi interrompido”.
O fornecimento de material humano não foi interrompido, como se sabe e, como se sabe, dias atrás os bandidos reagiram, travaram combate com a polícia no Morro do Alemão supostamente pacificado e mostraram que continuam fortes e ativos. Desta vez, não se fez tanto alarde. A notícia foi tratada como corriqueira. Pelo seguinte motivo: trata-se mesmo de uma notícia corriqueira.
A ação do Estado, no ano passado, foi elogiável, sim, porque cabe ao Estado a repressão. Mas a repressão incide só sobre a consequência, não sobre a causa. E a causa está, exatamente, no corriqueiro da vida, no que se repete lentamente, inexoravelmente.
O Brasil é um país de famílias desintegradas, de escolas mal geridas e de um Estado sem plano a longo prazo. Parece heroico mandar tropas morro acima para enfrentar o tráfico. Não é. É fácil. Assim como é fácil distribuir o dinheiro como doação em forma de bolsas. A República romana já fazia isso 2 mil anos atrás. O difícil é traçar projetos claros de infraestrutura; é tirar as crianças da rua para colocá-las em escolas sólidas que não sejam conduzidas pelo democratismo; é transformar o problema das drogas em caso de saúde, não de polícia.
O Brasil está sempre combatendo a febre, jamais a infecção. Nunca na história deste país, se prendeu tanto, e a criminalidade continua firme. Nunca na história deste país, o Estado distribuiu tanto dinheiro aos pobres, e a pobreza continua firme. Nunca na história deste país, se protestou tanto contra a corrupção, e a corrupção continua firme. As causas continuam lá, impávidas, mesmo que as consequências desapareçam por algum momento. Um breve momento. Tudo voltará a ser como sempre foi, no Brasil, porque, na essência, o Brasil continua o mesmo

Artigo de David Coimbra na Zero Hora de hoje.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

300.000

Se você não é curioso, não gosta de pensar, filosofar, detesta coleções -- isto aqui- definitivamente-  não é seu espaço!

Não sei se isso é relevante; talvez sim, talvez não, talvez - quem sabe? Mas o fato -- verdadeiro ou falso -- é que este Blog está atingindo 300.000 visitantes. Pelotas, consultei a wikipédia, viu?, tem 327.000 habitantes. Posso dizer, então, que é  quase uma Pelotas de visitas.

 É certo, também, que a  imensa maioria dos  visitantes  entram neste (argh) depósito procurando algo pelo google da vida e não ficam nem um segundo. Outros até que ficam, alguns desaparecem, depois aparecem, outros somem e não dão sinal de vida.  E a rede se constrói, se desconstrói e muitas vezes se enreda.

E tudo depende das tempestades do dia a dia. Assim como têm dias chatos, que nada  de interessante acontece, existem governos mornos, que não geram noticias como, talvez, os atuais. De qualquer forma estamos aí, atentos e de luvas de pelica atirando pedras na vidraça do  pensamento caduco.

Um Mulato Chamado Machado de Assis

O grande Machado, nem branco e nem negro.

Estava lendo no Blog do Milton Ribeiro sobre essa polêmica em torno do Machado e a Caixa Econômica Federal. Para quem não sabe, Machado tinha uma poupança da CEF e ela foi citada em seu testamento. Por conta disso, a Caixa resolveu fazer um comercial sobre Machado com um artista branco. Os movimentos negros protestaram: afinal, Machado era negro. Negativo, Machado era mulato. E um dos comentaristas  do Blog descascou Machado. Disse que ele não era um bom escritor e coisa e tal. Ah, não me aguentei e parti para cima.

Com todo o respeito e data venias, é impossível não gostar do Machado, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Impressionante, o texto dele é atual. Quando vou ao Riiio adoro caminhar pelas ruas do Botafogo a procura da “matacavalos” onde perambulava esse maravilhoso mulato. E é muito bom que ele incorpore o que há de mais lindo no Brasil: a mestiçagem.

Sinal dos Tempos

Charge de Benett na Folha de hoje sobre o discurso de Dilma na ONU


Ou o Tempo é o Senhor da Razão

Enganam-se aqueles que acham que a grande mídia faz oposição ao governo Dilma. Tudo bem, parte da grande mídia pode até não ter apoiado a presidente na eleição de 2010, mas a nossa presidente parece ter conquistado os corações e mentes dos barões da grande mídia. Prova cabal disso é o editorial da Folha de S. Paulo que elogia -- e bastante -- o discurso de Dilma na ONU ontem. E elogia o que deve -- e muito -- ser elogiado: a ponderação.

A estreia de Dilma

Discurso da presidente na ONU reafirma posições da diplomacia brasileira, mas reflete mudança sutil diante de um novo cenário global

Ao debutar na tribuna da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff reiterou a correção de rumos de aspectos da política externa brasileira que vem patrocinando desde que assumiu.
Constaram de seu discurso, como não poderia deixar de ser, as posições mais sedimentadas da diplomacia nacional. Expressou o anseio por um assento permanente no Conselho de Segurança (CS) -o órgão executivo máximo da ONU- e criticou intervenções unilaterais em países soberanos.
Tocou também em temas atuais, da crise econômica nos países centrais às revoltas no mundo árabe.
Manifestações de chefes de Estado em foros solenes, como a abertura do encontro anual da ONU, são em larga medida estruturadas por diplomatas. Os líderes, contudo, reforçam cada um o seu estilo. A política externa da gestão Rousseff, no cotejo com a de Lula, é mais serena e menos preocupada com questões geopolíticas distantes dos interesses brasileiros.
A presidente defendeu as posições do Brasil, mas sem abrir contenciosos desnecessários ou fazer provocações inúteis. Ao mesmo tempo, mostra-se menos disposta a transigir com violações de direitos humanos em nome de alianças políticas controversas.
A defesa da criação de um Estado palestino -que será corretamente apoiada pelo Brasil, atualmente membro temporário do CS-, sem descuidar dos "legítimos anseios" de Israel por segurança, é um bom exemplo de manifestação ponderada.
Um dia antes, em encontro com Barack Obama, Dilma Rousseff já havia elogiado "a posição vigilante da imprensa brasileira, não submetida a qualquer constrangimento governamental". A frase, que deveria soar corriqueira, contrasta com mais uma declaração infeliz de seu antecessor -segundo Lula, políticos precisam ter "casco duro" para resistir às acusações de corrupção.
A correção de rota na política externa, porém, não se explica apenas pelo estilo da presidente. Esse gesto responde, de certo modo, ao fato geopolítico mais importante do século 21: a ascensão da China, secundada, muito de longe, por países de grande peso populacional como Índia e o próprio Brasil.
Nesse contexto, seria um equívoco manter-se aferrado a pressupostos ultrapassados-como o que preconiza as alianças entre países periféricos, a China entre eles, a fim de limitar a influência dos EUA. Eis que, e não por acaso, o governo Rousseff acaba de erguer barreiras protecionistas contra a indústria automobilística chinesa -e a favor de montadoras norte-americanas instaladas no Brasil.
Sinal dos tempos...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Fim do R.E.M.


Se existe algo  que não consigo entender é como uma banda que faz um estrondoso sucesso, tem zilhões de fãs, lota o público nos shows e de repente, de uma hora para outra, resolve terminar. Não consigo entender. Foi essa notícia que se divulgou hoje, o fim do R.E.M que eu tive a satisfação de assistir no estádio do Zéquinha em Porto Alegre, um baita show.

Uma pena. A última mensagem do R.E.M. foi a seguinte:

Para nossos fãs e amigos: Como R.E.M., e como amigos de toda uma vida e co-conspiradores, nós tomamos a decisão de terminar enquanto banda. Nós partimos com um grande sentimento de gratidão, de finalidade, e de espanto diante de tudo o que consquistamos. Para todos que alguma vez se sentiram tocados por nossa música, nossos profundos agredecimentos por nos ouvir."

Esses Chineses


Impressionante, todas as pessoas que conheço que fazem negócios com os chineses me dizem: os chineses são f.... Não se pode confiar inteiramente no parceiro chinês a qualquer momento você pode receber um troco indesejável. Como bem se sabe, o estado chinês tem participação acionária nas empresas e que não é pequena. As empresas chinesas são como sociedades de economia mista e esse é um grande complicador.

Os chineses fazem de tudo -- o possível e o impossível -- para conseguir vantagem. Esse pacote da presidente Dilma elevando o IPI dos veículos importados está diretamente ligado ao sucesso de vendas dos automóveis chineses das marcas Chery e JAC -- seus modelos italianos e garantia de 5 anos --  que estão invadindo os mercados de carros mais populares e estrangulando a indústria nacional.

E hoje vem a notícia de que a JAC passou pela alfândega todos os seus veículos uma semana antes do governo brasileiro anunciar o aumento do IPI.

Segundo a Folha:


O presidente da empresa no Brasil, Sérgio Habib, negou ter tomado a decisão com base em informações privilegiadas, mas afirmou que esperava alteração no imposto.
No mercado, a medida da JAC foi tida como estratégica para driblar o aumento do IPI. A exemplo dela, outras empresas também se armaram contra a decisão do governo.
(...)
O presidente da JAC não revelou a quantidade de veículos nacionalizados, mas afirmou que tem estoque para até seis meses. Por mês, a empresa importa 4.000 veículos. "Não vamos repassar o aumento ao consumidor enquanto esse estoque durar."


O executivo afirmou que entre os esforços da empresa, ele deve reduzir a margem de lucro sobre as vendas, reduzir verbas com publicidade, além de tentar preços melhores com a sede na China.


Ao explicar a estratégia, o presidente da JAC afirmou que tem mais de 20 anos no mercado de automóveis e que esperava alguma, pois 'nenhuma medida mais severa foi tomada no governo Lula'.


"Então esperava alguma coisa, só que não tão forte, não tão protecionista às montadoras nacionais", disse.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma Certa Bípede Falante


A Tânia Regina Contreras me convidou para fazer umas perguntas para a Bípede Falante.
E fiz três:

RV – É verdade que os Blogs estão perdendo espaço para o facebook e twitter? (Carlos Eduardo Maia)

L – Não sei se é verdade, mas tenho a sensação que o facebook e o twitter atrapalham o universo dos blogs. Estou usando o meu facebook para promover o meu e os blogs que acompanho. Parece que a resposta está sendo positiva. Nos blogs, podemos nos aprofundar. Assusta-me essa dinâmica de que não se pode mais parar para sentir e aprender de verdade. É fácil confundir a superficialidade dessas outras ferramentas com agilidade e conteúdo e dar-se por satisfeito.


RV – Você tem alguma posição ideológica? (Carlos Eduardo Maia)
L – Depende em que sentido. A pergunta está muito ampla. Não sou nem nunca fui, por exemplo, filiada a um partido político, mas tenho simpatia por algumas ideias verdes e não maduras. Não gosto de me agarrar a uma ideia ou a um ideal conferindo a eles uma condição de verdade inquestionável e menos ainda de me comprometer com uma cobrança formal de conduta e raciocínio imposto por grupos. Acho nocivo ao pensamento fazer parte de um rebanho. Os rebanhos costumam não ter senso crítico e esquecer do valor de quem não está neles ou é diferente. Em suma, prefiro me perder e arcar com a minha lã negra a ter de seguir um pastor e um cajado.

RV – Acredita num mundo melhor é possível? Ou tudo isso é tão impossível? (Carlos Eduardo Maia)
L – Acredito. Tenho confiança no desenvolvimento humano. Sei que ele é lento e desequilibrado. Percebo o quanto ele é vertical. A humanidade não caminha no mesmo passo. Uns mal saíram da idade da pedra e ainda querem devorar os vizinhos, outros estão séculos à frente fazendo milagre de ateus para que todos se sintam em casa no planeta. E não estou a falar em estilo de vida, em conforto, em riquezas materiais. Estou a falar na capacidade de reconhecer e estimar a existência do outro, de conseguir esquecer um pouco do próprio umbigo para cooperar com os dos outros e dar a eles bem-estar, estima e respeito sem que sejam sacrificadas as individualidades.

A entrevista completa você pode ler no Mínimo Ajuste ou no Roxo Violeta .

Uma Certa `Turbulência Social` no Chile



As fotos foram pescadas do sempre muito bom - Boston Globe - big picture. O Chile,  o modelo de estado, digamos assim, liberal ou neoliberal enfrenta uma certa turbulência social. Como sempre ocorre -- e isso é normal dentro de uma sociedade democrática -- os chamados `movimentos sociais` potencializam suas manifestações. Eles fazem oposição ao governo de Sébastian Piñera.   A insatisfação estudantil dos alunos do ensino superior contra os custos e lucros das instituições do ensino  germinou para algo maior.  Outros segmentos sociais também (aparentmente) descontentes com suas condições de vida começaram a aderir culminando com a greve geral de 48 horas ocorrida no final de agosto. A polícia foi chamada para intervir utilizando gases lacrimogênio e canhões de água, como se vê nas fotos.









segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Fim do MST - E o Brasil Saindo - Finalmente - Do Século XIX



Não adianta o pessoal ficar criticando a grande mídia, por conta da matéria de capa da Isto É desta semana. O fato é que as estatísticas estão a demonstrar que o MST está indo para os "finalmente". E isso deve ser comemorado por todos, porque é uma demonstração de que o Brasil está avançando. A culpa talvez seja dos governos do PT e suas bolsas famílias. Então, aqueles que tem simpatia pelo MST e estão indignados com o ocaso do movimento que reclamem dos companheiros petistas. Matéria Completa da Isto É abaixo.

O ocaso do MST


O Movimento dos Sem-Terra é um arremedo do que foi. Está sem rumo e é incapaz de promover grandes assentamentos. O Brasil avançou e os novos líderes da organização acabaram isolados numa disputa por dinheiro público

Menos de 60 quilômetros separam três cenários distintos: o berço, o pal­co da consolidação e a demonstração definitiva da decadência atual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O primeiro cenário está à beira da rodovia RS-324. Um monumento de ferro retratando um casal de camponeses sinaliza o embrião mítico do MST no Rio Grande do Sul, a “Encruzilhada Natalino.” Ali, cerca de 600 famílias expulsas de uma reserva indígena mostraram, em 1981, o poder de resistência de um grupo organizado em prol da reforma agrária. Apesar da forte repressão, em pleno governo militar, eles não arredaram pé do acampamento. A poucos minutos da Encruzilhada ficam as terras que testemunharam a primeira grande prova de força do movimento, a fazenda Anoni, invadida, na chuvosa madrugada de 29 de outubro de 1985, por cerca de sete mil pessoas. A organização que cortou as cercas da propriedade ameaçava incendiar os campos brasileiros e despertava o medo nos latifundiários. É um sentimento muito diferente do que hoje pode ser experimentado em Sarandi, a pequena cidade vizinha da Anoni. Barracos abandonados e outros trancados com cadeados, mas também vazios, atestam a decadência do MST. Das 83 famílias teoricamente instaladas no acampamento, um quarto só aparece aos sábados, domingos e feriados. Durante os dias úteis, tocam suas vidas. Moram e trabalham nas zonas rurais e urbanas de cidades próximas. Para eles, a peleja pela terra virou uma atividade de fim de semana.


CRISE


As estatísticas confirmam o declínio. Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) revelam que, em uma década, a quantidade de famílias acampadas sob a bandeira do MST diminuiu seis vezes de tamanho. Durante o governo Lula, a queda foi ainda maior: desabou de 32.738 famílias acampadas para 1.204, excluindo as fileiras comandadas por José Rainha, considerado “dissidente” pela cúpula nacional do MST. “O momento está difícil mesmo”, admite Laércio Barbosa, um dos dirigentes na região do Pontal do Paranapanema, no sudoeste paulista. “Não vemos sinal de desapropriações e assentamento por parte dos governos ou do Incra. Não tem jeito. Isso afasta as pessoas da luta mesmo”, diz ele. Barbosa deu essa entrevista em meio a um acampamento à beira de uma estrada vicinal de acesso a Sandovalina. Consta que ali estariam abrigadas 220 famílias. As lideranças dizem que 40% delas vão ao local apenas nos fins de semana. Mas, na verdade, foi impossível contar mais do que 80 pessoas no local.



Parte do encolhimento das fileiras do MST pode ser explicada pela situa­ção econômica do País. Viver anos a fio sob barracos de lona, à espera de um lote de terra, deixou de ser a única opção para uma legião de trabalhadores rurais. O Brasil cresceu, em média, 3,65% nos últimos dez anos. Novas oportunidades surgiram no campo e nas cidades. A poucos metros do marco da Encruzilhada Natalino, por exemplo, funcionam hoje duas grandes agroindústrias. Antes só havia por ali campos de soja e fazendas improdutivas que geravam contingentes de marginalizados. A luta pela conquista de um pedaço de terra, nos braços do MST, era a única perspectiva concreta de futuro. “Hoje a gente tenta mostrar que a crise está aí, fala da situação da Europa e dos Estados Unidos para provar isso, mas muitos só pensam no agora e desistem”, lamenta-se José Machado, coordenador do acampamento em Sarandi. “A luta é dura”, diz ele, que registrou 20 baixas entre seus comandados desde 2009. No Pontal do Paranapanema, os assentamentos também contabilizam dissidentes. Muitos deles estão entre os brasileiros que foram beneficiados pelo 1,8 milhão de empregos formais que o País gerou nos oito primeiros meses do ano. É o caso de Rodrigo Capatto Rodrigues, 30 anos, assentado na fazenda São Bento. Ele arrumou trabalho como auxiliar de serviços em uma escola pública na cidade de Mirante do Paranapanema e agora pode sustentar a mãe e o irmão caçula.

Principal alvo da fúria do MST, o setor agroindustrial também passou por um importante processo de modernização e hoje se tornou um dos pilares da geração de emprego. Com investimentos em técnicas e equipamentos, a produtividade das lavouras nacionais cresceu cerca de 150% nos últimos 35 anos. O MST certamente contribuiu em parte para este avanço, pois o medo de ver terras improdutivas desapropriadas funcionou como impulso para proprietários rurais mais reticentes e tradicionalistas. Na região do Pontal do Paranapanema, um dos principais redutos do MST, a mudança é eloquente. Fazendas que na década de 90 se destinavam a uma pecuária extensiva de pouco investimento deram lugar a canaviais integrados a uma sofisticada cadeia produtiva, que desemboca em grandes usinas. Apenas a ETH Bioenergia, produtora de etanol e açúcar, gera mais de três mil empregos com duas plantas nas cidades de Teodoro Sampaio e Mirante do Paranapanema. “No meu assentamento, dá para montar mais de dois times de futebol com a meninada que foi trabalhar na usina”, conta João Bosco Rodrigues. O filho dele, Irivan, 20 anos, é um dos beneficiados pelo novo ciclo produtivo da região.

O NASCIMENTO E A QUEDA



Os programas sociais do governo federal, em especial o Bolsa Família, tiveram igualmente um papel relevante para afastar a população do campo do Movimento dos Sem Terra. O be­nefício pago mensalmente a pessoas em situação de miséria (cerca de 20% dos moradores da área rural do País) atacou um dos principais bolsões de captação de novos integrantes da organização. Além disso, a própria ideia da reforma agrária como panaceia do desenvolvimento econômico perdeu seu charme. Ela não integra sequer o principal projeto de erradicação da pobreza extrema do país, o Brasil Sem Miséria. O programa, concebido pela presidente Dilma Rousseff, aposta em regularizar, facilitar as linhas de crédito e melhorar a produtividade de terras já ocupadas. Não contempla investimentos para a ampliação do número de famílias assentadas.


Por todas essas razões, a imagem do MST sofre um sério desgaste na sociedade. Uma pesquisa do Ibope realizada no final de 2009 demonstra o descontentamento dos brasileiros com os rumos adotados pela organização. Mais de 70% dos entrevistados dizem que o Movimento dos Sem Terra prejudica a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social do País. Um cenário bem distinto daquele que embalou o ato de fundação do movimento em 1984, em Cascavel, no Paraná. “Naquele tempo, o MST tinha amplo apoio”, relembra Darci Maschio, um dos nomes da emblemática ocupação da Fazenda Anoni no Rio Grande do Sul. “No final da ditadura, a defesa da luta pela reforma agrária estava presente em quase todos os partidos. As pessoas abraçavam a causa. Hoje, você observa que o PT está no governo e essa questão saiu de pauta.”

O isolamento do MST é resultado direto das políticas escolhidas por seu comando. A relação do movimento com a Igreja Católica talvez seja o melhor exemplo disso. Desde o início, os padres tiveram um papel fundamental na organização e arregimentação dos sem-terra. Religiosos tratavam de amparar as famílias no mítico momento da Encruzilhada Natalino e estavam na linha de frente dos camponeses que romperam os arames da Fazenda Anoni. “Um povo que se emancipa e enfrenta o opressor para chegar à terra prometida” era o lema dessa ala chamada de “progressista”, como lembra o padre Arnildo Fritzen, 68 anos, um dos principais responsáveis pela formação de lideranças do MST no Rio Grande do Sul. Aos poucos, porém, os religiosos foram sendo deixados de lado no comando da organização. A separação ficou mais forte na década de 90, quando a Igreja Católica como um todo acabou se afastando dos movimentos populares, na esteira do declínio da Teologia da Libertação, que, anos antes, assanhava seus setores de esquerda.

SEM PERSPECTIVA


A direção do movimento passou a apostar numa estrutura altamente hierarquizada, mesmo entre seus pares. Nos seus primórdios, o MST parecia uma assembleia permanente. Hoje, os acampados apenas colocam em prática as decisões tomadas em esferas superiores. Nos assentamentos do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, e também da região norte do Rio Grande do Sul, é evidente o fosso que separa o discurso dos dirigentes das práticas adotadas na vida real. É comum ver nessas áreas colonos que já conseguiram prosperar recrutando vizinhos para trabalhar como empregados, miseravelmente remunerados, em suas novas propriedades. Também se vê gente arrendando áreas para aumentar a produção – o que, antes, era denunciado como um pecado pelo MST. Isso sem contar os casos de compras irregulares de lotes de reforma agrária. Na grande vitrine da organização, a Fazenda Anoni, a comercialização das terras, proibida por lei, foi recentemente alvo de uma operação do Incra. Em 19 dos 412 lotes do assentamento, houve flagrantes de venda ilegal. No Pontal do Paranapanema, a negociação é feita sem pudor. Em Mirante do Paranapanema, pagando entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, adquirem-se terras de pessoas que ficaram anos embaixo de uma lona.


Durante mais de duas décadas de história, o MST passou por um processo de filtragem ideológica. Lideranças mais pragmáticas ou que divergiam da orientação de cunho stalinista, adotada pela cúpula, foram alijadas. Um caso emblemático é o de José Rainha. Responsável por levar o movimento no Pontal do Paranapanema às manchetes de jornal, ele acabou renegado, em 2007. Rainha foi acusado de não seguir as orientações do movimento e “apoiar candidatos que não eram identificados com a causa da organização”. Pouca gente, no entanto, fala abertamente sobre as divergências internas. Todos temem o poder do grupo dirigido por João Pedro Stédili. Não é à toa que o MST assistiu à criação de uma legião de siglas concorrentes. Essa trajetória levou a um forte enfraquecimento do movimento, situação confirmada por dados da CPT: o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra representa hoje apenas 33,6% dos acampados brasileiros.

Essa redução do poder de mobilização do movimento não se reflete, no entanto, no acesso a verbas públicas. Mesmo sendo uma organização social semiclandestina que nunca existiu no papel (para evitar a criminalização de seus membros), o MST criou dezenas de ONGs, associações e cooperativas com a finalidade de abrigar os seus líderes e captar dinheiro de prefeituras, Estados e da União. Até o seu site está hospedado em nome da Associação Nacional de Cooperação Agrícola. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, os repasses triplicaram durante a gestão do presidente Lula. De R$ 73,3 milhões, em 2003, cresceram para R$ 282,6 milhões em 2010, embora, no mesmo período, o número de famílias acampadas sob a bandeira do movimento tenha desabado. Sem a aura e a força do passado, o MST sobrevive das verbas do Estado capitalista brasileiro.