Estava analisando ontem, no site UOL, as planilhas do resultado do ENEM. Primeira coisa que chama a atenção é o imenso abismo que existe no Brasil entre escolas privadas e públicas. Há exceções, como as escolas públicas específicas do tipo Colégio Militar, mas o restantes da escolas públicas estão praticamente todas elas bem abaixo do padrão de escola particular. Essa situação do nosso ensino reflete muito bem o Brasil de nossos dias. Estamos avançando, mas o país sente a falta de mão de obra qualificada, a ausência de material humano para trabalhos mais técnicos. Não adianta um país "bombar", como dizem por ai, se não temos qualificação para progredirmos mais ainda.
Outro aspecto do ENEM diz respeito às próprias escolas privadas; pelo menos no caso de Porto Alegre todas as escolas privadas mais famosas (Anchieta, Farroupilha, Israelita) foram pior no ENEM deste ano do que em 2010. Será que houve um retrocesso no nível de ensino ou os alunos de 2010 são mais qualificados do que os de 2011? Não sei.
E por último, o UOL noticiou também que os píores índices do ENEM são das escolas públicas das comunidades indígenas. Esse sim é uma questão delicada.
Um comentário:
Pior foi ler declarações do ministro, dizendo que metade dos estudantes ficou abaixo da média. Que média seria se, digamos, 30% tivessem ficado abaixo dela? O indicador válido seria a nota média, comparada com outros anos, para saber se houve alguma evolução ou involução. Mas, se o ministro não sabe fazer contas, ou não sabe para que servem, o que esperar dos estudantes?
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