Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre a Morte da Literatura

Philip Roth

Domingo de noite, por conta de uma mensagem no facebook, li essa entrevista do escritor americano Philip Roth. Desde então fiquei pensando, assimilando, filosofando e, enfim, resolvi compartilhar.

O senhor disse que em 20 anos ninguém mais vai se interessar por literatura. Por que acha isso?

ROTH: Eu disse 20 anos? Estava otimista, provavelmente isso acontecerá em dez anos. É óbvio, isso já é verdade hoje. As pessoas têm muitas outras distrações, que lhes dão muito mais prazer. Elas usam aquelas coisas nos seus ouvidos, vêem televisão, filmes, coisas na tela do computador. Os livros estão em via de desaparecer, leitores com concentração estão desaparecendo. Poucas pessoas lêem três ou quatro horas de noite, o que é necessário para alguém ler seriamente um livro. O número desses leitores vai ficando cada vez menor. Acho que uma sociedade sem literatura será ruim, acho que literatura é uma das boas coisas da civilização. Mas as pessoas vão ficar bem sem livros, aliás elas não querem mais livros.

Mas o senhor acha mesmo que o papel da literatura na sociedade atual é menos importante do que antes?

ROTH: Eu acho que é sempre importante, o fato de as pessoas não estarem interessadas é outra questão. A literatura sempre parece ter sido parte da existência humana e das civilizações mas não está tendo um papel na vida das pessoas educadas. Acho que a literatura está morrendo aqui. Não me entenda mal, não é por falta de bons escritores, temos escritores maravilhosos, não acho que os escritores estão desaparecendo: o público é que sumiu. Não quero dizer que a literatura está morrendo, morreu o público para a literatura. Os livros continuam a ser escritos e temos muitos excelentes escritores.

Entrevista publicada no Jornal da Poesia.

Um comentário:

PoPa disse...

Bem, convenhamos que três, quatro horas por noite é um exagero nos tempos atuais. E não estou falando em internet, tv e outras coisas. Estou falando do tempo livre, que é escasso. Aliás, sempre gostei de ler, mas nunca, em toda minha vida, dediquei três horas diárias para leitura. Acho que quem faz isso - hoje e antigamente - é porque não tem nada para fazer, mesmo!