Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 30 de abril de 2010

Abraços Grátis



Free Hugs
Abrazos Gratis
Uma nova "hola" mundial.
Pode ser ingênuo, pode ser "tonto", mas é bonito.
É disso o que o mundo precisa.

A música é do grupo espanhol, Presuntos Implicados e se chama gente. Belíssima...

Este vídeo pesquei no blog coletivo  Mínimo Ajuste e foi uma dica do blog peruano Ovejablanquinegra.

Sempre Talvez




Ela não sabe o meu nome. Eu não sei o nome dela. Talvez ela nem tenha notado a minha presença, apesar de todos esses anos. E estamos sob o mesmo teto, na mesma sala imensa, recebendo as mesmas ordens. Enquanto ela fala e explica para os clientes as complexidades das faturas da companhia, eu faço a checagem das ligações. Pois eu tenho esse poder absoluto de escolher quem deve falar com quem. E ela nem sabe disso, não é sua tarefa saber, nem a minha divulgar a todos o que sei. Muitas vezes eu transfiro as ligações mais complicadas para outras atendentes como a R5, J6 ou a B9. Com isso eu a poupo dos infortúnios, das chatices, da aporrinhação. Por que faço isso? Não sei. Até gostaria de saber. Geralmente nos levantamos na mesma hora. Passamos na cantina, tomamos nossa água, café, comemos o nosso lanche e voltamos. Nunca conversamos. Aqui pouco se conversa. Pouco se diz. Pouco se sabe. Não é nossa função. Hoje - quando tudo isso acabar - penso em falar com ela. Tenho vontade de perguntar seu nome, comentar sobre o dia, dizer qualquer coisa. Não sei como ela poderia agir ou reagir. Se vai responder ou não. Eu nunca sei. Ontem não consegui. Hoje talvez eu consiga. Talvez.

Os Albuns de Figurinhas da Copa


É sempre assim, quando chega perto da copa do mundo começam a pipocar, nas bancas de revistas, os albuns de figurinhas. O primeiro album que fiz foi em 1970 e vibrei quando consegui a fotografia do falecido Everaldo, lateral esquerdo do Grêmio, tri campeão do mundo com a seleção canarinho que trouxe definitivamente a taça Jules Rimet para o Brasil. A taça não existe mais, foi roubada da CBF, mas essa é outra história.  Também fiz os albuns de 1974 e 1978. Cresci e esqueci. Hoje meu filho segue os meus passos. Quando ele ganha um dinheiro ele vai correndo à banca de revista comprar figurinhas do album da copa. E todo o dia ele me pergunta: Pai, por que o Vitor, o goleiro do do Grêmio, não está no album? Porque, respondo, esse pessoal que faz o album não entende nada de futebol.

Para não passar em branco a charge do Bennet na Folha de hoje.

Todos Querem o PP de Dornelles



Quem diria, o PP, que é a antiga ARENA, o antigo PDS, é a menininha dos olhos dos nossos políticos.

Todos querem o PP no palanque. Francisco Dornelles, do PP do Riiio, é cobiçado para ser vice de José Serra (PSDB-SP) e muito provavelmente o vice candidato da chapa da Yeda Crusius (PSDB-RS) vai ser do PP. É a partir daqui do Rio Grande que essa coligação (PSDB e PP) começa a ser arquitetada a nível nacional. Coligar-se com o PP significa minutos de ouro na rede nacional de televisão. Isso pode decidir eleição.

Lula, um dos caras mais influentes do mundo, decidiu chamar Francisco Dornelles para uma conversinha. Lula quer o PP no palanque de Dilma, já que o ministério das cidades, do Ministro pepista Márcio Fortes decidiu liberar R$ 160 milhões de emendas ao Orçamento para acalmar a bancada do partido, que vive em pé de guerra com o ministro, a quem acusa de se importar apenas com a candidatura de Dilma Rousseff, segundo a jornalista Renata Lo Prete do Painel da Folha .

Dornelles mantém o suspense quando indagado sobre ser vice de Serra: Não há política sem histórias. E, quando elas ganham força própria, não adianta confirmar nem desmentir".

O Ideólogo e o Torturador


O Ministro Ayres Britto, no julgamento de ontem do STF -- que decidiu, por 7 votos a 2,  que a Lei da Anistia não pode ser alterada para possibilitar a punição de agentes do Estado que praticaram  tortura durante a ditadura militar (1964-1985) -- disse algo interessante e que merece reflexão:

 "O torturador não é um ideólogo. Ele não comete crime de opinião, portanto, não comete crime politico. É um monstro, um desnaturado, um tarado. Não se pode ter condescendência com torturador".

O torturador é aquele que faz o trabalho sujo, é o que executa a ordem do ideólogo. Em outras palavras, o torturador tortura porque algum "ideólogo" determinou que ele assim procedesse.

E segundo o entendimento de Ayres Britto, o ideólogo não deve ser punido, porque seu crime é político, é de opinião. E o torturador, que colocou a mão na massa e torturou, deve ser punido, porque o crime que ele cometeu é comum e não político.

A tese é interessante, mas não vingou ontem no julgamento do STF, tendo em vista ação proposta pela OAB.

O relator Eros Grau, ministro indicado por Lula e que foi preso  torturado nos anos da ditadura militar, votou contra a punição dos torturadores, porque entendeu que a Lei da Anistia foi "bilateral" e fruto de um acordo político resultado de um "amplo debate" travado pela sociedade brasileira. Com Eros Grau votaram: Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Ellen Gracie, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente Cezar Peluso.
 
Aires Britto votou pela procedência da ação  e foi acompanhado pelo confuso voto de Ricardo Lewandowski, no sentido de que o Judiciário deveria analisar "cada caso" a punição dos torturadores. 
 
As informações são da Folha de hoje que complementa acerca de uma divisão no governo Lula sobre o assunto:
Divisão


A anistia provocou um racha na cúpula do governo Lula. A divisão ficou tão evidente que, na manifestação do Executivo no processo no STF, foram encaminhados pareceres de seis órgãos públicos, e não somente da AGU (Advocacia-Geral da União), como tradicionalmente ocorre. A AGU e ministérios da Defesa e Itamaraty defendiam manter a lei como ela foi editada, há mais de 30 anos.


Já a Casa Civil, o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos pediram a sua reformulação para que militares que cometeram tortura fossem responsabilizados pela Justiça. O presidente Lula não chegou a se manifestar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Onde Está Lula? O Lider Mundial Mais Influente Que Desafia O Nosso Baronato!

A notícia do dia é que o nosso pop presidente é a personalidade mais influente do mundo. O título honorífico teria sido concedido pela Revista Time.

Pois fui direto na fonte: http://www.time.com/ e não vi a fotografia do nosso pop presidente, mas a que está abaixo:


Se o nosso pop presidente é a personalidade mais influente domundo, não deveria estar ali no lugar, pelo menos, da "direitista" Sarah Palin ou do ator Ben Stiller?

Não desisti, porque este blogueiro é como a Dilma, teimoso, cliquei em cima da foto e apareceu outra foto com outras personalidades, no seguinte endereço aqui, a foto está abaixo:



Mas qual deles é o nosso pop presidente? Vejo ali o Steve Jobs, o Bill Clinton, a Lady Gaga, Conan O´Brien e outros.




O texto traduzido do Michael Moore é este:

"Quando os brasileiros primeiro elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente, em 2002, os barões do país [robber barons] checaram o tanque de combustível de seus jatos privados. Eles haviam tornado o Brasil um dos países mais desiguais da terra e então parecia ter chegado a hora da “vingança”. Lula, 64, era um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina — na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores — que tinha sido preso por liderar uma greve.
Quando Lula finalmente conquistou a presidência, depois de três tentativas fracassadas, ele era uma figura familiar na vida nacional. Mas o que levou à política? Foi seu conhecimento pessoal do quanto é duro para muitos brasileiros trabalhar para sobreviver? Ser forçado a deixar a escola na quinta série para ajudar a família? Trabalhar como engraxate? Ter perdido um dedo em um acidente de trabalho?
Não, foi quando aos 25 anos de idade ele viu a esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com o filho, por não poderem pagar um tratamento médico decente.
Há uma lição aqui para os bilionários do mundo: deixem as pessoas terem bom atendimento médico e elas vão causar muito menos problemas para vocês.
E aqui há uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula — ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e vai servir até o fim do ano — é de que quando ele tenta colocar o Brasil no Primeiro Mundo com programas sociais como o Fome Zero, desenhado para acabar com a fome, e com planos para melhorar a educação disponível para os trabalhadores do Brasil, faz os Estados Unidos parecerem cada vez mais um país do velho Terceiro Mundo.
O que Lula quer para o Brasil é o que um dia chamamos de Sonho Americano. Nós, nos Estados Unidos, onde o 1% no topo da escala tem mais riqueza financeira que os 95% da base combinados, estamos vivendo em uma sociedade que está ficando rapidamente cada vez mais parecida com a do Brasil."

Tipicamente Michael Moore que gosta de justiceiros. Lula é o  legítimo filho da classe trabalhadora brasileira, vítima de um país desigual, que está "peitando" o baronato ("robber barons"). Não sei se  Michael Moore omite ou desconhece que o nosso grande líder se aliou com José Sarney. Existe no Brasil barão mais barão (ele é praticamente um duque)  do que José Sarney?

Nos Mínimos Detalhes é Que se Enxerga o Verdadeiro Caráter



O André da Rocha nos passa a seguinte mensagem:

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de hoje, a atriz Norma Bengell disse que não viu problema algum no uso de uma foto sua no site Dilma na Web. A fotografia de Bengell aparece numa ilustração da seção “Minha vida”, que conta a trajetória de Dilma e o contexto histórico do país desde a década de 1940.

"Eu não vi, não. Uma amiga viu e me contou. Acho normal. Não tem nada que pedir desculpas. Fiz parte das passeatas contra a ditadura. Aliás, eu gosto da Dilma. Acho que ela é maravilhosa, uma mulher que sofreu muito. Tomara que ganhe", afirmou ela, dizendo ter simpatia pela ex-ministra da Casa Civil.
Dilma agradeceu, em sua página no Twitter, a declaração de Norma Bengell, que desfaz o mal-entendido gerado no último fim de semana. Uma nota no Dilma na Web esclareceu o caso. “Quero agradecer a atriz Norma Bengell pelas palavras simpáticas. Deu ao episódio de sua foto no blog a devida dimensão:uma questão menor”, disse no microblog.

Meu pitaco:

Estive lá agora, a polêmica foto da Dilma Bengell continua no Dilmanaweb. Ao lado da foto o título: Minha Vida.
Não interessa se a Norma Bengell acha normal, se ela vai votar na Dilma,  o que interessa é que Dilma é candidata a presidente da república e a melhor forma de se verificar o caráter das pessoas é nos mínimos detalhes. Os jogadores de tênis é que gostam de dizer isso. Muitos tenistas mentem -- para ganhar o jogo -- que a bola saiu, mas visivelmente ela "picou" dentro da quadra.
No caso da foto, é visível a tentativa de mostrar à opinião pública algo que não aconteceu: Dilma não participou da passeata dos cem mil contra a ditadura militar. Quem participou foi Norma Bengell -- que era musa e bela na década de 60 -- e que hoje vota na Dilma. E daí que ela vota e apoia Dilma ?

Isso não desfaz o erro de caráter. E o mais grave de tudo é que a foto continua lá. O Blog é oficial. É a Dilma que comanda. Isso mostra também -- o que muitos dizem dela -- teimosia.

Bravatas Petistas

Protesto, na década de 90,  contra a licitação das empresas da Telebrás

Para aqueles que continuam a falar sobre "privatarias tucanas" recomendo a leitura, de trecho do artigo, publicado na Folha de hoje,  de um tucano que participou ativamente das necessárias desestatizações que ocorreram no governo FHC -- que transformou o estado brasileiro em regulador --: Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Bravatas de Lula e o leilão de Belo Monte

O que mais chama a atenção neste caso é que, na busca de realizar com êxito o leilão de Belo Monte, o governo usou os mesmos instrumentos operacionais que condenava quando estava na oposição ao governo FHC.

Interferiu diretamente na formação dos consórcios, manipulando o comportamento dos fundos de pensão públicos, pressionando empresas privadas como a Vale para participar da licitação e até colocou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como agente ativo do processo.
Foi ainda mais longe em sua ação para viabilizar o leilão: deu isenção de 75% do Imposto de Renda para o empreendimento e mandou o BNDES financiar 80% do valor do investimento. O leitor da Folha precisa saber que, nas normas operacionais do BNDES, o valor do financiamento de qualquer projeto pode chegar no máximo a 60% do total.
Quando Lula e o PT usavam -como confessou mais tarde nosso presidente- bravatas para pressionar o governo tucano, todas essas ações eram apontadas como um crime contra a Constituição.
Alguns juristas engajados na luta política da oposição de então nos acusaram -publicamente- de estarmos quebrando o princípio da impessoalidade ao agir de tal forma. Segundo eles, o governo tinha que ser isento, deixando que os interessados no processo agissem de forma totalmente livre. Aliás, foi a partir desse entendimento legal que vários procuradores federais iniciaram processos judiciais contra nós.
E agora, como caracterizar esse arsenal de ações do governo para viabilizar a concessão de Belo Monte? Onde estão os juristas que foram a público acusar de maneira incisiva os ilícitos cometidos pelos membros do governo FHC responsáveis pelas privatizações? Terão eles a mesma leitura de Antonio Gramsci, de que, no caso de um governo popular, todas as ações na busca do poder político em nome do povo são justificáveis?
Vou ainda mais longe nos meus questionamentos: será que, após executarem as mesmas ações que condenavam no caso de FHC, vão os petistas trazer novamente as denúncias contra as privatizações tucanas nas eleições que se aproximam? Vão ainda falar na privataria tucana?
Os responsáveis pela realização do leilão de Belo Monte não correm, todavia, os riscos de serem processados na Justiça como fomos nós em 1998.
Recentemente, o Tribunal Regional Federal de Brasília confirmou -por unanimidade de seus membros - a decisão da Justiça Federal de primeira instância que considerou absolutamente legais os procedimentos adotados pelo BNDES na privatização da Telebrás em 1998.
Temos agora uma jurisprudência formada sobre como deve proceder o administrador público em casos como o leilão de Belo Monte.
A tese de quebra do princípio da impessoalidade, levantada pelos juristas petistas em 1998, não passou de uma justificativa muito pobre e oportunista para permitir a luta política contra o governo Fernando Henrique Cardoso. Que a opinião pública seja mais uma vez lembrada disso.

O artigo na íntegra está abaixo.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

SP Arte 2010


Quem estiver em São Paulo, quem for para Sampa, uma bela dica: Feira Internacional de Arte de S. Paulo, ali no pavilhão da Bienal no Ibirapuera.

A fotografia abaixo, outono em Paris, é do fotografo gaúcho, gremista desde criancinha, Rogério Medeiros, integrante da mostra.


Os Reacionários São Os Medíocres


Leio no Diário Gauche um post que até concordo em parte, se não fosse o último parágrafo.

Pois é impressão minha (ou nossa?), mas onde estão as revelações atuais da música popular brasileira? Onde elas andam, o que fazem? Onde navegam?

O post do DG é o seguinte, em vermelho bem colorado:

A má fase da música brasileira já dura alguns anos. Me apontem um grande nome surgido nos últimos tempos. Arrisco a dizer que a maior revelação da música brasileira ultimamente é Jorge Drexler, que é nascido no Uruguai, mas faz uma música brasileiríssima. Reparem, em cada composição do uruguaio - letra e música -, há uma forte influência da bossa nova, de Chico Buarque e até de Caetano Veloso. Drexler é um letrista refinado e um músico singular. Tem uma carrada de novas (ótimas) cantoras, tanto no RS, quanto no Brasil, mas parem para observar: o repertório que cantam é sempre antigo, músicas recorrentes, batidas, sem novidade alguma. Desolador.



Mas vamos escutar Caetano, nesta bela composição "O Estrangeiro". O cara devia cessar de discursar cucurbitáceas, dizendo tolices autorreferenciadas, narcísicas e reacionárias. Consegue ganhar de Roberto Carlos e Pelé, juntos.

Meu pitaco:

Estrangeiro é uma das grandes letras do Caetano. Sabem porque o Caetano é o Caetano? Porque ele insiste em criticar as patrulhas ideológicas que o acusam de reacionário. E ele não é. Reacionário são aqueles que insistem em formatar, de acordo com seus limitados ângulos de visão, as idéias dos outros. Os reacionários são os medíocres.

Ouçam o Estrangeiro do revolucionário Caetano:

Por que se Encontrar com Chávez a Cada Três Meses?

Chávez e Lula clicados agorinha em Brasília.


Leio no site Terra que o Hugo Chávez está no Brasil e sinalizou apoio à Dilma Rousseff:

"Não quero me meter em coisas internas do Brasil, como o Brasil não se mete em coisas internas da Venezuela, mas o meu coração está aqui: Dilma Rousseff", afirmou Chávez nesta quarta-feira, mandando um beijo para a pré-candidata governista. Sobre Serra, Chávez desconversou. "Não vou me pronunciar sobre este tema. É assunto interno do Brasil", afirmou.

As declarações foram dadas a jornalistas quando o presidente venezuelano deixava o hotel para encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem deve tratar de temas bilaterais em várias áreas e sobre a próxima cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) em 4 de maio na Argentina. Desde 2007, os dois presidentes se reúnem a cada três meses.

Uma perguntinha: por que motivos, Lula e Chávez se encontram a cada três meses?

Depois dizem que o Serra não tem projeto para um Brasil melhor, um deles é exatamente esse,  acabar com esses encontros trimestrais com os trogloditas.

E Dai que Veja Apoiou Collor, FHC, Alckmin e Apoia Serra?


A Veja apoiou Collor, apoiou FHC, apoiou Alckmin e apoia o Serra. Todo mundo sabe disso. Da mesma forma que o Carta Capital do Mino Carta apoia Lula e Dilma. E a Veja e o Carta Capital fazem bem em apoiar quem eles acreditam. Certa esquerda quer que a Veja, a Folha, o Estadão, a ZH admita textualmente, explicitamente que  apoiam o Serra. A mídia não tem essa obrigação, ela não precisa fazer isso, porque está implícito. Mais do que implícito. O depósito do Maia apoia o Serra, mas não vou colocar ali um banner do Serra. Não vou colocar porque não quero, porque tenho essa liberdade.

Sim (que horror!) a Veja apoiou Collor, mas também, vale lembrar  que foi a Veja que publicou aquela famosa entrevista com o Pedro Collor afirmando que o irmão era um picareta junto com o enigmático PC Farias. Essa matéria  foi o estopim da queda de Collor. E a Veja apoiou o impeachment de Collor, bem como apoiou, antes disso, as diretas já e contribuiu -- muito mais do que a Dilma que pegou em armas -- de forma significativa para a derrubada da ditadura militar  no Brasil.

Foi a Veja, também,  que estampou  em sua capa aquele vergonhoso contrato de financiamento do PT com Marcos Valério. E por isso hoje parte do PT -- aborrecido com a Veja e a grande mídia --  quer fazer o "controle social da mídia", para que, talvez, esse tipo de denúncia não seja feita.

Esse post foi uma resposta que dei no Blog Aldeia Gaulesa.  Este pobre romano foi "peitar" o Asterix.

E depois do meu comentário o Aldeia Gaulesa resolveu fugir do debate, a moderação de comentários foi ativada para impedir as críticas. O blogueiro  fez exatamente aquilo que o Asterix e o Obelix não fazem. Comportamento típico da esquerda reaça e que se fecha na mesma turminha. Pena.

Nossa Incomensurável Burrice e Teimosia

Certa Esquerda Ainda Acredita no Estado Patriarcal e Patrimonialista, como se vê nessa charge do reaça do Santiago.

O Caso do Terreno da FASE -- Ponto Por Ponto -- Bem Mastigadinho -- E Agora, Será que Sai?

Assisti ontem, com muita paciência e irritação, o debate sobre o destino do terreno da FASE em Porto Alegre, localizado em área nobre de 74 hectares, na TV Com, Canal 36 da Net em POA.

Primeiro ponto: a sede da FASE em Porto Alegre é medieval. Os menores infratores estão alojados em condições subhumanas. A idéia é descentralizar a FASE, faser diversas estruturas nas cidades do interior do RS e na região metropolitana de Porto Alegre. Existe, neste primeiro ponto, consenso. Todos acham que a FASE deve ser descentralizada.

Segundo ponto: Como fazer essa descentralização? Com que dinheiro? Diversos governos, Britto, Olivio, Rigotto tentaram descentralizar a FASE, mas empurraram com a barriga, não fizeram nada. O único governo que parece ter vontade política para esse fim é o da Yeda. A proposta da Yeda é bem interessante, vende-se o terreno localizado em área nobre de 73 hectares e com o dinheiro da venda se constroi as 7 ou 9 unidades da FASE.

Terceiro ponto: Neste  terreno da FASE de 73 hectares estão embutiddas três áreas bem definidas: : uma de proteção ambiental, outra de ocupação ilegal e precária de uma comunidade (favela de 1.500 famílias)  que existe por lá e a outra onde se pode construir prédios pela iniciativa privada para vender apartamentos e conjuntos aos interessados. No pacote do governo do RS, o projeto de lei enviado pelo governo Yeda prevê a alienação de toda a área. Por que isso? Para que haja interesse concreto da iniciativa privada, para que vários licitantes se interessem por esse empreendimento, para que se aumente o valor da alienação da área. Evidentemente, que o empreendedor vai ter que respeitar a preservação ambiental e vai ter de resolver, da melhor forma possível -- e isso faz parte do risco do negócio -- o destino com qualidade de vida das 1.500 famílias que ali habitam de forma perigosa e precária.

Quarto Ponto: Porto Alegre e o Rio Grande do Sul são lugares complicados (essa palavra que diz tudo e não diz nada) para se fazer empreendimentos. Vejam o que aconteceu com o escandaloso caso do Pontal do Estaleiro, quando o prefeito Fogaça resolveu fazer a triste besteira de levar o assunto a consulta popular e apenas 1,8% da população de Porto Alegre decidiu (essas minorias participativas são infernais) que aquele projeto que poderia melhorar a qualidade de vida do povo de Porto Alegre, com a  construção de unidades residenciais na beira do Guaíba,  não deveria sair do papel. Talvez tenha sido  um rompante de inveja, pois seria um absurdo a  "burguesada"da capital guasca ter  apartamentos com vista para o Guaiba.  E com o apoio da comunidade que habita irregularmente o terreno público da FASE, a oposição ao governo Yeda não tem interesse que ela toque esse projeto para a frente. Resumo da ópera, corre-se o risco dos menores infratores de Porto Alegre permanecerem anos e anos em condições medievais e subhumanas.

Quinto Ponto: Para se aprovar esse projeto -- que deve ser aprovado imediatamente, para ontem -- o governo Yeda resolveu dar as seguintes garantias, confome ZH de hoje:

1 Fracionamento da área, para destacar a parcela a ser permutada ou alienada
2 Medidas compensatórias do empreendimento a ser realizado na área, contribuindo para a regularização fundiária das comunidades
3 Utilização dos recursos exclusivamente para construção das unidades, sendo que o valor excedente deverá ser exclusivamente aplicado na melhoria das condições de trabalho na Fase e no atendimento socioeducativo
4 Preservação de todos os espaços especialmente protegidos (sejam de natureza ambiental ou histórica)
5 Instalação de um comitê de acompanhamento externo, formado por Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público Estadual (MPE), Assembleia Legislativa (AL), Defensoria Pública Estadual (DPE), Tribunal de Contas (TCE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedica) e representantes dos servidores da Fase
6 Prazo de cinco anos para a construção das unidades, localizadas em Porto Alegre, Osório, Santa Cruz do Sul e em municípios da Região Metropolitana

E agora será que sai?

Dependendo da Vontade de Estranhos

Manifestantes se acorrentam em protesto perto do Parlamento, em Atenas. Moradores protestaram nesta terça-feira contra o pedido do governo grego para ativar planos de recuperação da economia desenvolvidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia



As consequências vêm sempre depois

Segundo o New York Times, via Terra Economia,  a crise grega está se alastrando e pode se transformar numa nova crise econômica de efeitos mundiais, tal como ocorreu em 2008.  Os próximos países a serem afetados poderão ser Espanha e Portugal.

É que todos esses países dependem de estranhos, pois essa dívida é externa e a desconfiança dificulta os financiamentos, além da fuga de investimentos. Como esses países -- aparentemente -- não têm condições de pagá-la vão ter de rolá-la.

Delfim Netto, falando sobre a crise Grega,  na sua coluna de hoje na Folha, diz o seguinte:

"nenhum país pode viver permanentemente de recursos fornecidos por credores externos. Credores são selvagens: querem receber o que irresponsavelmente emprestaram no tempo das vacas gordas!"
(...)
A questão é física: por bem ou por mal, com ou sem FMI, o consumo e o investimento gregos somados não podem mais ser maiores do que o PIB que produzem.

Em outras palavras, o "excesso" de consumo e de investimento que era financiado pelo exterior vai ser "cortado", com ele ou sem ele. Com ele, o corte do consumo se ajustará por vários anos e, provavelmente, será menos dramático. A grande lição da crise grega para os países emergentes em relativo equilíbrio interno e externo e montados em "reservas" que caíram do céu da expansão mundial é recordar "que as consequências vêm sempre depois".


Deficits fiscais produzidos por políticas distributivas exageradas, aumentos cumulativos automáticos de despesas de custeio que sacrificam os investimentos públicos e câmbio valorizado são uma boa receita para transformar a alegria de curto prazo em tragédia grega no longo prazo...

O New York Times reforça que as economias de Grécia e Portugal são "pequenas" para afetar o mundo inteiro, mas o problema pode ser mundial se chegar à Espanha. "Na superfície, a dívida é administrável. Relativa ao produto doméstico, ela é de 54%, comparada aos 120% da Grécia. Mas a Espanha tem o maior 'déficit gêmeo', que combina orçamento e contas, de qualquer país do mundo exceto a Islândia, uma mostra de como o país é dependente dos investimentos estrangeiros. Essa dívida chega a 225 bilhões de euros, quase o tamanho da economia grega", diz o NYT.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Portugal Contagiado pela Crise Grega

Dia complicado para o primeiro-ministro português José Socrates


O "Dowgrade" Português

A Standard & Pour baixou o rating de Portugal de de ‘A+' para ‘A-'.  É a pior classificação do país desde 1992, na época da moeda escudo.


Segundo o site português, SAPO, "O ‘downgrade' de dois níveis reflecte o nosso entendimento de que Portugal enfrenta riscos orçamentais acrescidos", justifica Kai Stukenbrock, da S&P, uma das mais poderosas agências de notação financeira. A nova classificação da dívida portuguesa, de ‘A-' significa que Portugal é tido como segundo país mais arriscado pela zona euro, deixando de estar ao mesmo nível de Chipre, Itália e Eslováquia. Pior que Portugal só a Grécia, que tem um ‘rating' de ‘BBB+'

Por conta disso, essa crise (será mesmo que está havendo crise?) afetou a bolsa no  Brasil,  o índice Bovespa caiu 2, 41 % e o dólar subiu.

Por que Portugal está hoje no centro do furacão, pergunta o analista Pedro Latoeiro, no SAPO: ?

Primeiro, porque foi contagiado pelo que acontece na Grécia. Esse rebaixamento, esse "dowgrade", vai fazer com que o estado vai pagar mais caro para se financiar e os juros bancários serão mais elevados.

Segundo, porque Portugal teria partilhado, nos últimos três anos, três traços complicados para o mercado:  indisciplina orçamental, fraco crescimento económico e instabilidade política.

Estive em Portugal em novembro de 2009 e fiquei impressionado com o progresso daquele país. Não vi miséria, não vi pobreza, percorri boas estradas, visitei cidades pequenas e grandes  e constatei que o povo português respira boa qualidade de vida. Não vi por lá nenhuma instabilidade política.

Dizem que o primeiro-ministro José  Sócrates não consegue enxergar a crise. Mas será que ela existe mesmo? Ou é invenção de alguns agentes de mercado?

Do Sapo abaixo.

Quem é o Mais Preparado?





Trechos das duas entrevistas no Datena. Ontem foi o Serra e há uns dias foi a Dilma. Um mostrou segurança, firmeza e até senso de humor. A outra se apresentou preocupada, nervosa, cheia de tiques.

Norma Rousseff ou Dilma Bengell?


Artigo de Fernando de Barros e Silva na Folha de hoje. Acessei faz pouco o Blog oficial da Dilma e essa foto permanece lá. É muita cara de pau.

Norma Rousseff


Mas pode chamar também de Dilma Bengell. Como assim? Explico: na capa do site oficial de Dilma Rousseff (dilmanaweb.com.br), há uma sequência de três fotos, formando um painel ao lado da inscrição "MINHA VIDA".


A primeira foto à esquerda é da Dilma bebê, com seus dois ou três aninhos, o olhar sério e o cabelo de franjinha. A terceira imagem, à direita, é muito recente, poderia ter sido feita ontem; lá está Dilma tal como a conhecemos, o cabelo curtinho e avermelhado, o mesmíssimo olhar da primeira imagem.


O problema é a foto do meio. Ao fundo, há um cartaz, onde se leem palavras de ordem: "Contra censura pela cultura". Em primeiro plano, há uma mulher de cabelo curto e séria, cujo rosto é bem menor do que o das imagens ao lado. Sim, estamos nos anos 60. Sim, ela está numa passeata. Sim, claro, só pode ser Dilma Rousseff. Claro, mas errado.


A jovem manifestante da foto parece Dilma, mas é a atriz Norma Bengell. Participava da famosa Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em 26 de junho de 1968.


Colocada entre a Dilma bebê e a Dilma madura, a foto da "Dilma jovem" é uma óbvia enganação. Mas ainda pior é a "nota de esclarecimento" que anexaram ao blog da candidata depois que o truque veio à tona: ali se "lamenta" a "interpretação equivocada" e se diz que "jamais houve a intenção de confundir a imagem de Norma Bengell com a de Dilma, o que seria estapafúrdio".


O que essa nota estapafúrdia faz é apenas colocar a cereja do cinismo sobre o bolo da impostura.


A pretexto de "ressaltar" que Dilma participou das "lutas contra a ditadura", seu blog investe na arte de iludir. Lá dentro, informa-se corretamente que a ex-ministra pertenceu a dois grupos adeptos da luta armada -o Colina e a VAR-Palmares. Bom ou mau, isso é diferente de tomar parte numa passeata.


Confundindo Dilma com uma atriz, seu site parece fazer da campanha um tipo de teatro. Faz sentido para uma candidata que, fora do governo, dá a impressão de ainda estar à procura de seu personagem.

E na rede a brincadeira se espalhou:


E o Jânio de Freitas -- que não é nenhum tucano -- foi mais incisivo em sua coluna na Folha. E a foto continua lá.:

"É DIFÍCIL saber qual dos dois atos do site de candidata de Dilma Rousseff é mais trapaceiro e repulsivo. Fazer uma foto do rosto de Norma Bengell nos seus bons tempos passar por foto de Dilma Rousseff poderia ser apenas ridículo como feito e perverso com a candidata não fosse, acima de tudo, um golpe sórdido.



Atribuir a confusão fotográfica elaborada, como faz uma nota do site desmascarado, a "interpretação equivocada" de quem quis conhecer as mensagens da candidata, é mistura de desonestidade e desfaçatez.


O propósito da baixeza está evidente no cuidado com que foram escolhidas as duas fotos. A de Norma, com o rosto pequeno, sem atrair atenção minuciosa, sob um pedaço de cartaz em passeata contra a ditadura; a de Dilma, o rosto inteiro, recente, não se sabe quanto. Mas, nas fotos utilizadas, as duas cabeças exatamente na mesma posição, enviesadas. Os cabelos acima da testa com disposição e corte iguais. O tempo explicaria a infidelidade dos traços da Dilma candidata aos da outrora Dilma manifestante. Ainda mais sabendo-se que a jovem Dilma foi participativa contra a ditadura.


A nota do site não foi seguida de alguma forma de pronunciamento de Dilma Rousseff sobre o que foi feito em nome de sua candidatura.


Caso não se conheçam providências respeitosas com o eleitor, o seu recém-nascido site não é dos que mereçam nem um mínimo de confiança para ser ainda visitado. Uma situação interessante para a candidata que ambiciona fazer da internet, a exemplo do feito por Barack Obama, um recurso eleitoral eficaz."

Eu detesto a Ana Maria Braga


Gosto de acordar cedo dia de semana e fim de semana. Tenho essa mania matutina. As cores da manhã são mais fortes do que as tardes e as noites. Ouço música, leio  os jornais,  vou para o micro, sempre com a tv ligada. Faço tudo ao mesmo tempo. E algo me irrita profundamente: o programa da Ana Maria Braga e seu louro José  na Tv Globo. Ela é um porre!

Sai daí, Amorim!


Não sei se é ingenuidade ou má fé. Prefiro acreditar que seja ingenuidade. Por que o Brasil insiste, na contramão do apelo mundial, na tese estapafúrdia de que a república islâmica do Irã pode ter atividades nucleares pacíficas? Por acaso, o Irã, do Ahmadinejad, é uma república confiável?

Hoje em Teerã nosso chanceler Celso Amorim disse, segundo o site Terra:

"O Irã deve ter atividades nucleares pacíficas, mas a comunidade internacional deve receber garantias de que não vai acontecer violação e desvio (da tecnologia nuclear) para fins militares"
O chanceler brasileiro também insistiu que o Irã e as potências mundiais devem concluir um acordo de combustível nuclear, com mediação da ONU, para o reator de pesquisas de Teerã.

"Nós esperamos que este acordo aconteça. Este acordo é significativo e cria confiança entre o Irã e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), mas como em qualquer outra negociação deve existir flexibilidade dos dois lados", destacou Amorim.

As negociações entre o Irã e as potências mundiais para um acordo de combustível nuclear estão bloqueadas pela insistência de Teerã de que a transferência aconteça em seu território, uma condição rejeitada pela comunidade internacional.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Cada Cravo Que Passa


Belíssimo post da blogueira portuguesa  Lou Alma, do Blog Devaneios de uma Louca (este depósito é seguidor), sobre a revolução dos cravos de 25 de abril de 1974. Este post foi publicado no Blog Coletivo Mínimo Ajuste.


A cada cravo que passa

E o dia passou. A euforia da liberdade escorre como água nos algerozes e o empolgar de festas que nascem pelos cantos, onde se canta uma liberdade pintada em tons de vermelho numa flor que aviva as memórias daqueles que lá estiveram, também se foi. O tempo de festejo passou, como passam as correntes, os dias, as fases da lua e a mesmice fica encravada na liberdade de cada um. No lugar onde ontem se cantou, se inflamou verdades e direitos, hoje fica a mesma fala sorridente, que por detrás esconde a vontade de enganar aquele que mora ao lado.



Ouvimos apregoar factos e factos em catadupa, quase numa cascata de eventos que nos errubescem a face da mesma cor do cravo e não cravamos nossas razões nas faces daqueles que nos enganam com seus discursos de coitados. Num país onde as ondas de solidariedade ao proximo são um pouco do sol que nos alumia, há quem tome o partido dessa forte fraqueza para fazer valer propósitos pessoais dando à cor da liberdade um tom cinzento, mortiço, passado...

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Outro blogueiro português, o Pulha Garcia, dono do Blog  O Bom Sacana (é bom esse nome) também comenta a frustração dos nossos irmãos lusos (não apenas eles, nós aqui do país tropical também sentimos isso e aqui este problema é bem mais grave) com os  políticos. Leiam o post "Esta Democracia Doente".

E Dilma Virou Norma Bengell

Do Blog do Reinaldo Azevedo:

Vejam esta imagem publicada no blog oficial de Dilma Rousseff:




Ela ilustra uma biografia da pré-candidata cujo objetivo é demonstrar a sua participação em momentos importantes da história brasileira — e sempre ao lado da democracia, ora essa! Trata-se de uma montagem com supostas três imagens de Dilma: quando criança, numa passeata contra a ditadura e nos dias atuais. Tudo estaria certo não tivesse aquela imagem do meio sido retirada desta foto:



Passeata dos Cem Mil, realizada no Rio, no dia 26 de junho de 1968. Da esquerda para a direita, aparecem na fila as atrizes Tonia Carrero, Eva Wilma, Odette Lara, Norma Bengell e Ruth Escobar.


Este Blogueiro que gosta de dar uma de investigador foi procurar na web o tal do Blog da Dilma. Na verdade é o site Dilmanaweb.com.br e a foto continua lá, mas com uma nota de esclarecimento, em vermelho bem colorado, nos seguintes termos:


O blog Dilmanaweb lamenta profundamente a interpretação equivocada da foto que traz a atriz Norma Bengell participando de uma passeata contra a ditadura.

Jamais houve a intenção de confundir a sua imagem com a de Dilma, o que seria estapafúrdio, ainda mais se tratando de uma figura pública. O que se busca, ali, é ressaltar um momento da vida do país do qual Dilma participou ativamente. Outras fotos do blog fazem referência a esse momento em que os brasileiros foram às ruas pedir o fim da ditadura.
Dilma participou de todas essas lutas. Elas fazem parte de sua vida e da vida de milhões de brasileiros. Lamentamos eventuais mal-entendidos que possam ter ocorrido e tomaremos providências para evitá-los.

Meu pitaco.

A nota de esclarecimento é estapafúrdia. Além disso,  não convence. Talvez convença alguns cordeirinhos que gostam da cegueira. Na verdade, a  ementa saiu pior do que o soneto.
Seria melhor se o Blog da Dilma simplesemente retirasse a fotografia da Norma Bengell que se confunde sim com a imagem da Dilma.

Por que motivos, então, está a Norma Bengell e apenas ela entre duas fotos da Dilma?

Não tem justificativa, isso é apelação, manipulação e confusão. Não há outra explicação.

E o Blog Anakronikus já fez a sua versão:

O Excêntrico Antanas Mockus Pode Governar a Colômbia


Antanas Mockus, 58, ex prefeito de Bogotá, pode ser o futuro presidente da Colômbia. Ele é do partido verde e é o azarão da campanha presidencial. O presidente Álvaro Uribe está fora da disputa. Existe algum risco da Colômbia -- só faltava essa -- ingressar no rol dos países dos "círculos bolivarianos"? Nenhum.

O excêntrico Mockus já disse que é  contra negociar com as FARC, mas disse que não caçará guerrilheiros no exterior e que será "prudente" com Hugo Chávez. No plano econômico há aproximações com a atual gestão. Quer vender 15% das ações da estatal Ecopetrol para criar um fundo educacional -a educação é outra bandeira de campanha, acenando ao pós-uribismo- e é a favor do Tratado de Livre Comércio com os EUA.

O candidato de Uribe - que tem popularidade em alta como o nosso pop presidente -- corre o risco de não vencer no segundo turno.

As informações são da Folha de ontem.

Para ler a matéria completa clique abaixo.

É Muito Bom Ganhar Gre-Nal no Beira Rio


O Grêmio jogou "encaixado" ontem. Quase todos jogaram bem -- a exceção foi Leandro, o que esse cara faz no tricolor? A vitória também foi tática. Silas amarrou o time de Fossatti. E o ataque do Grêmio sempre faz gol. Veja o Borges correndo para a Galera.  

A pedido do torcedor do Benfica, Pulha Garcia, de olho nos bons jogadores, os melhores momentos do grande clássico do extremo sul do Brasilllll:


sábado, 24 de abril de 2010

Eu Queria Ser Camus


Respondo ao  Senna Madureira que  escreveu a seguinte mensagem:

Caro Maia

Quando eu tinha 20 anos eu queria ser Jean Paul Sartre.
O máximo que conseguir foi ser vizinho ao seu túmulo.
E vc. queria ser quem ?

Encaixotando Ciro

Charges do Clayton do Jornal O Povo de Fortaleza.

A Crônica Violência Bolivariana


Pescado do The NYT News Service.


Chávez e suas confusas prioridades de segurança na Venezuela

Marcela Sanchez 

Os que visitam Caracas com frequência já conhecem o exercício. Se aterrissam à noite no Aeroporto Internacional de Maiquetía, precisam tomar um táxi e esperar que outro transporte de passageiros apareça para fazerem juntos o percurso até a capital venezuelana.

Essa é a prática mais prudente e segura. De outra forma, corre-se o risco de ser presa fácil de sequestradores, que espreitam ao longo da estrada de 22 km e retêm suas vítimas em casebres até que paguem um resgate.
No entanto, esse não é o único problema de segurança na Venezuela. O país sul-americano tem hoje uma das taxas de sequestros mais altas do mundo. Em 2009, o volume desses delitos aumentou entre 40 e 60% em relação ao ano anterior, segundo o Departamento de Estado dos EUA. Na maioria são os chamados sequestros "expressos", que duram cerca de 24 horas mas são muito lucrativos para os criminosos.
Também em 2009 houve 16.047 homicídios. Esse recorde é quase o quádruplo do registro de assassinatos de uma década atrás, segundo o Observatório Venezuelano de Violência, que afirma utilizar as cifras oficiais mais conservadoras. Infelizmente, a impunidade também cresceu em proporções semelhantes nos últimos dez anos. Só 1.491 detenções por homicídios ocorreram no ano passado, em comparação com 5.017 registradas em 1998.

Tape Five




Podemos dizer assim, mais ou menos assim, isso se chama, como posso lhes dizer... uma espécie de new charleston, um remake, remix ou remixed.

É o tape five homenageando o mundo da dança...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cruz - Credo


A imagem acima que encontrei no Ffffound.com faz lembrar o que está escrito no templo positivista de Porto Alegre, , ali na João Pessoa, perto do Parque da Redenção.

Na entrada do templo está escrito:

 Os vivos são sempre cada vez mais, necessariamente, governados pelos mortos.

Geisel Reloaded



Belo Monte é Fruto de uma Política de Reestatização do Brasil


Depois que a poeira se dissipa os detalhes da licitação da hidrelétrica Belo Monte começam a vir à tona. Como disse hoje o Vinicius Torres Freire na Folha economia, no artigo Belo Monte um leilão que não houve:

 Ainda assim, o leilão de Belo Monte foi muito mais politizado que o notório leilão de privatização da Telebrás, em 1998, sob FHC. Naquela ocasião, o governo negociou até o último minuto a formação de consórcios. A graça maior da coisa era que os tucanos envolvidos eram supostamente liberais, crentes da ideia de que um leilão é o modelo perfeito para definir preços e competências. Mas politizaram o leilão até o osso.   No caso de Belo Monte, o que há é uma discussão pouco clara e pública da formação de uma parceria público-privada, com muita estatal e subsídio estatal para tornar viável o negócio. Talvez não houvesse alternativa. Mas a transparência seria de regra. E é cascata dizer que houve um leilão de concessão, à vera.

Na verdade, o governo Lula, sob a batuta da Dilma, está promovendo no Brasil, a se verificar pelos últimos movimentos, um processo de reestatização do Brasil. Como observou o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, Adriano Pires, na ZH de hoje:  a Belo Monte é fruto de uma política da reestatização do Brasil, porque no edital de licitação o governo fixou uma tarifa muito baixa R$ 83 por megawatt hora. Com isso o investidor privado teria uma taxa de retorno de apenas 8%, quando deveria ser de 12%. O grande investidor privado não teve interesse em participar da licitação. Houve apenas dois consórcios, sendo que um deles, o que ganhou a licitação foi montado na última hora, pelo próprio governo.

O modelo aplicado na licitação de Belo Monte é Geiseliano. O "dono da obra" são empresas estatais que assumem o risco do empreendimento e contratam empreiteiras para construir, a tarifa  é subsidiada e quem pagava a diferença é o contribuinte.

Em outras palavras, o consórcio vencedor, formado por estatais, vai ter de contratar uma empreiteira privada, Camargo Correa, Odebrecht, Andrade Guterrez  para tocar a obra. Para as empreiteiras é ótimo, porque vão ganhar dinheiro sem assumir riscos. E os cofres da campanha da Dilma vão receber os necessários investimentos, of course.

Essas são as estradas pavimentadas, como disse o Paulo Amaral, que o Brasil percorre em direção à Venezuela chavista. A não ser que algo aconteça na eleição de outubro. Veremos.

O Problema do Brasil é a Nossa Crônica Ignorância - Que Interessa a Certos Políticos

Planta do metrô de Shangai, China, 227 km construídos em 12 anos com ferro brasileiro.

Fiquei sabendo pela crônica do David Coimbra publicada hoje em Zero Hora (é possível ler no Mais Informações abaixo) a China está construindo 80 metrôs. Não 80 estações, nem 80 linhas mas sistemas inteiros.

E no Brasil quantos sistemas de metrô estão sendo construídos?

Há quanto tempo se fala na construção de uma segunda linha de metrô em Porto Alegre? E o projeto nunca sai do papel, porque fica perdido nos labirintos da politicagem, no jogo de empurra dos partidos políticos.

E quem é que fornece o ferro para os chineses construírem seus 80 metrôs?

O Brasil.

Este país é muiiito desorganizado. Somos atrapalhados, não temos a mínima e necessária organização. Temos uma classe política de arrepiar, de qualidade discutível e quem coloca essa classe lá no Congresso é o povo brasileiro carente de educação e cultura. 

E quando os polítcos deste país nomeia um ministro da educação que quer arregaçar as mangas e trabalhar, acontece o que aconteceu com o Cristóvão Buarque, cujo episódio é assim contado pelo David Coimbra na crônica:

Quando ministro da Educação, Cristovam Buarque queria tratar do assunto com Lula. Não conseguia audiência. Reclamou:
– Presidente, só consigo falar com o senhor se calçar tênis e for jogar bola.
Lula rebateu:
– Se você não gosta de usar tênis, jogue descalço.
Buarque pediu demissão.

Lula tem 80% de popularidade, porque este é um país que carece de educação que gera a necessária ignorância. Volto a repetir a mesma pergunta:  a quem interessa a pobreza, a quem interessa a nossa falta de educação, a quem interessa a nossa crônica ignorância?

Ora, aos políticos que lucram -- e tem popularidade -- com ela.

 

A Felicidade dos Outros

A pedido da Janaina Amado, do blog  Enredos e Tramas  , publico aqui um mini conto que fiz para o blog coletivo Mínimo Ajuste.




Ela fez o que geralmente faz: cedeu. E cedendo perdeu pontos no relacionamento. Que merda, repetia para si mesma. Falhou na estratégia, na escolha, na opção. Ela fracassou e exitou ainda mais. Deprimida foi ao supermercado comprar ração para os gatos, mas não resistiu ao ver uma magnífica torta de chocolate branco. Voltou para casa e comeu inteirinha. Não deixou sequer um farelo para os animais. Limpou a cozinha e foi deitar.


Quando ele chegou ela estava dormindo. Apenas de calcinha cinza, as coxas grandes sobre o cobertor de oncinha. Afastou os gatos e sussurrou: minha pérola. Ela sonhava que estava em outros lugares, fazendo outras coisas com outros homens, mas aquela voz geralmente ríspida e agressiva que ela tanto conhecia tinha, desta vez, um tom diferente: carinhoso, amigo, inclusive sensual e provocante. Ela esboçou um bocejo, virou para o lado e sentiu o bafo quente do hálito gasoso. O que você quer agora? ela perguntou já excitada. Nada, não -- disse ele um pouco sem jeito --pode ficar como está, vou ver televisão na sala, não quero te atrapalhar, os gatos vêm comigo.

E aquele momento se embaralhou no tempo. Oportunidade que se dissipou diante de suas próprias rotinas e neuroses. Assim funciona aquela casa, aquelas pessoas, os nossos personagens, que vivem suas vidas. E nós, que estamos do lado de fora, podemos nos equivocar no julgamento da felicidade dos outros, inclusive deste casal. Podemos interpretar, de uma forma ou de outra, de acordo com as nossas noções, ambições e histórias de vida. Fazemos conjeturas, apostas e muitas vezes nos equivocamos. Essa história do casal que, aparentemente, não se entende ou que não consegue atingir uma certa empatia e cumplicidade pode ser também - por que não?- uma história de amor e felicidade. Vejam as carinhas felizes dos dois com os seus gatinhos. Eles não são uns mimos?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eis Um Político Que Não é Conservador, Porque Evoluiu

Do Blog Tijolaço do Brizola Neto, deputado federal pelo PDT do Riiio,  sim ele é  o neto do Brizola, que no fim da vida era o crítico mais mordaz do governo Lula. Seu neto hoje é o maior puxa saco de Lula e Dilma.  O político que evoluiu não é Brizola Neto, mas outro.
Dou meu pitaco depois:




Réquiem por um Jovem José Serra

Posto aí em cima as imagens de uma pessoa que já não existe. Um jovem sonhador, que defendia a Petrobras, a reforma agrária, as reformas de base. Um jovem que falava com veemência, com alma, com paixão, diante de seus irmãos pobres, negros, humildes, que o Brasil só seria justo quando fosse livre, quando deixasse de ser o país das oligarquias e passasse a ser o país do povo.

O jovem José Serra, presidente da UNE, que subiu ao palanque do comício da Central do Brasil, no dia 13 de março de 1964, não existe mais.
Foi morto, impiedosamente, por um senhor que hoje é candidato a presidente da República com o apoio das elites, das multinacionais e dos latifundios.
O senhor José Serra.
Ao seu lado, nos palanques, já não estão Jango, Brizola, Arraes, Julião.
Estão Bornhausen, Kátia Abreu, Fernando Henrique, Caiado, Bolsonaro, a direita brasileira.
Hoje, o homem que destruiu o rapaz que defendia a reforma agrária “na lei ou na marra” diz que o MST não é um movimento legítimo e que a questão agrária é com o Judiciário.
Eu já disse aqui que a traição às próprias ideias é algo como o assassinato de si mesmo.
Serra não é o primeiro. O caso mais notório é o de Carlos Lacerda que, de seguidor de Luís Carlos Prestes, se auto-abduziu para o mundo da direita mais feroz.
O traidor é o homem mais perigoso do mundo. Ele carrega em si a culpa, o remorso, o ódio. Quer mostrar aos senhores de suas novas idéias que é, de fato, um convertido. Quer esconder de seus antigos amigos que já não é a sombra do que foi.
O traidor é a fraude em si mesmo. Dele, portanto, não brota uma verdade, mas apenas dissumulação, mentiras, distorções. Mesmo sob uma aparência plácida, é um homem feroz e impiedoso: afinal, suas mãos já estão sujas de seu próprio sangue.
Mas daquele jovem Serra, que você vai ver nestas imagens, uma coisa sobrou. Sobreviveram as palavras que, mesmo que não tenham sido gravadas no vídeo, todos podemos ler nos olhos, no sorriso, no aplauso do povo humilde que ali estava.
Porque elas continham uma esperança, uma luta, um sonho que nem mesmo o José Serra de hoje será capaz de matar.

Meu pitaco:

O vídeo mostra um momento distinto da vida brasileira. Serra era esquerdista naquela etapa da sua vida, naquele momento histórico. Tem gente que acha que as pessoas não devem evoluir. Serra evoluiu, deixou de lado a simplorice e a generalização e se tornou mais tolerante e preparado, inclusive para governar o Brasillll, como dizia o tio Briza.

O interessante do discurso da certa esquerda, sempre manipulador, maniqueísta e reducionista  é que eles transferem a carga de ódio aos seus adversários. Serra pode até ter -- e tem -- o apoio da direita brasileira que também apoia Dilma que apoia a dinastia Sarney, Collor, Barbalho e um bando de políticos atrasados e feudais.  Mas Serra também tem o apoio do centro e da esquerda, assim como Dilma. Talvez Serra não tenha o apoio da extrema esquerda, dos MST da vida que apoiam a Dilma, mas esse é o grande trunfo de Serra, não ter essa apoio.

A Hipocrisia do 'Império de Pelúcia'


Deu no Financial Times, via Folha,  essa análise sobre a política externa do nosso pop presidente.

Gafes abalam imagem


JOHN PAUL RATHBONE

APÓS navegar pela crise global, o Brasil se tornou importante no palco das nações. Só na semana passada, Brasília acolheu os líderes de China, Rússia e Índia na segunda Cúpula dos Bric -a África do Sul também esteve lá.
O mais surpreendente foi a rapidez da ascensão do Brasil. O país participou pela primeira vez de uma Cúpula do G8 há apenas seis anos, como observador. Havia na época cerca de mil diplomatas brasileiros ocupando postos no exterior. Hoje são 1.400. No ano passado o Brasil até abriu embaixada em Pyongyang (Coreia do Norte).
"Brasil, Rússia, Índia e China têm um papel fundamental na criação de uma nova ordem internacional", disse o presidente Lula na semana passada, recorrendo a um tipo de retórica imperial que se poderia esperar de Rússia ou China. Mas no caso de Lula, a linguagem é adoçada pela imagem global de cara normal - ou "o" cara, como Barack Obama o chamou- desse ex-líder sindical de 64 anos.
Lula não sente nenhum desconforto em abraçar Hillary Clinton num dia e Mahmoud Ahmadinejad num outro -o que ele pretende fazer de novo durante visita a Teerã em maio.
"Estou contaminado pelo vírus da paz", diz Lula. Seu ministro da Defesa destaca que o país não tem inimigos.
No entanto, a política de arco-íris pode estar chegando ao seu limite e corre inclusive o risco de minar os planos de o Brasil conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.


Recentes gafes abalaram a imagem encantada do Brasil e a de seu presidente. "Um gigante político, mas um pigmeu moral", destacou Moisés Naím, editor da "Foreign Policy".

Houve o momento, em fevereiro, quando um militante de direitos humanos cubano morreu após uma greve de fome de 86 dias. "Não acho que uma greve de fome possa ser usada como pretexto para libertar gente", disse Lula, apesar de ele mesmo ter usado essa forma de protesto durante a ditadura militar no Brasil.
Há também a vizinha Colômbia, que o Brasil criticou pelo acordo com os EUA para usar bases colombianas, enquanto ignora o apoio da Venezuela à guerrilha das Farc e as compras de armas russas por Caracas.
Por fim, há o Irã. No ano passado, Lula parabenizou Ahmadinejad por sua contestada reeleição. Após comparar manifestantes a torcedores de futebol insatisfeitos, Lula convidou o iraniano ao Brasil, como parte do estilo de mediador adotado por Brasília, que apoia o direito do Irã à energia nuclear mas não às armas atômicas.
Para os críticos, é uma política externa narcisista e ingênua. Mas, a exemplo de todos os países poderosos, o Brasil persegue o que julga ser do seu interesse. Saber se está agindo certo é outra questão.
Os erros não custaram caro ao Brasil, até agora. O comércio responde por apenas um quinto da economia, portanto manter a boa vontade comercial do Ocidente não é algo decisivo. A política externa tem pouco impacto sobre os eleitores. O Brasil enfrenta menos desafios de segurança, necessidade econômica e política interna que a maioria. Por isso pode se dar ao luxo de dizer o que quiser -sobre Irã ou qualquer tema.  O desafio maior será depois da eleição presidencial de outubro, quando o Brasil deverá seguir sem o amparo do charme de Lula. A imagem de império de pelúcia pode não perdurar.