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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Excêntrico Antanas Mockus Pode Governar a Colômbia


Antanas Mockus, 58, ex prefeito de Bogotá, pode ser o futuro presidente da Colômbia. Ele é do partido verde e é o azarão da campanha presidencial. O presidente Álvaro Uribe está fora da disputa. Existe algum risco da Colômbia -- só faltava essa -- ingressar no rol dos países dos "círculos bolivarianos"? Nenhum.

O excêntrico Mockus já disse que é  contra negociar com as FARC, mas disse que não caçará guerrilheiros no exterior e que será "prudente" com Hugo Chávez. No plano econômico há aproximações com a atual gestão. Quer vender 15% das ações da estatal Ecopetrol para criar um fundo educacional -a educação é outra bandeira de campanha, acenando ao pós-uribismo- e é a favor do Tratado de Livre Comércio com os EUA.

O candidato de Uribe - que tem popularidade em alta como o nosso pop presidente -- corre o risco de não vencer no segundo turno.

As informações são da Folha de ontem.

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"Maré verde" empurra azarão na Colômbia


Ex-prefeito de Bogotá, filósofo e matemático Antanas Mockus cresce e empata nas pesquisas com candidato de Uribe

Famoso por excentricidades, candidato do Partido Verde motiva jovens e classe média com discurso grandioso e programa de governo vago

Figura midiática na Colômbia, ele já cantou rap e trocou fiscais de trânsito por mímicos nas ruas de Bogotá quando era prefeito da capital colombiana.


Agora, o excêntrico Antanas Mockus, 58, é a principal notícia do país de Álvaro Uribe por uma façanha: de azarão, no começo do mês, ele alcançou o candidato favorito governista, e, segundo a última pesquisa, ganharia a eleição presidencial no segundo turno.

O fenômeno Mockus foi batizado de "maré verde" -ele concorre pelo Partido Verde- e tem empolgado jovens no Facebook com um programa de governo vago e um discurso grandioso ("Sinto que tenho a capacidade de transformar profundamente nossa sociedade") envolto numa mensagem simples: "chega de vale-tudo".

Depois de escândalos políticos que marcaram os últimos anos -em especial o elo de parlamentares com paramilitares, que varreu um terço do Congresso-, o ex-prefeito atrai por ser um "outsider" do sistema de partidos e por ter localizado um centro político, fora da polarização entre o popular Uribe e seus detratores.

O matemático de origem lituana, que fez duas bem avaliadas administrações em Bogotá, começou a decolar justamente quando se uniu a um outro "outsider", o ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo.

Até então candidato à Presidência com cerca de 10% das intenções de voto, Fajardo topou ser seu vice após não conseguir eleger nenhum deputado nas eleições de março.

"É um momento mágico", derramou-se Fajardo à Folha, anteontem, ao acompanhar Mockus em Santa Marta, no Caribe colombiano. "Mostramos que sim, podemos", continuou, emulando o slogan já lugar-comum de Barack Obama.

"Mockus é um fenômeno de opinião pública. Parte do país está mostrando que quer algo novo, sem os vícios da política atual e sem perder as conquistas de Uribe de segurança", resume a jornalista Juanita León, autora de "País de Plomo" (país de chumbo), sobre o conflito armado colombiano, e diretora do site La Silla Vacía.

A questão da segurança é a outra chave da "maré verde". Os governistas espalham na internet que não se derrota as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) "com girassóis e mímicos", mas Mockus tem várias posições próximas do governo no setor.

Como Uribe, ele é contra negociar com as Farc. Prega "legalidade democrática", resposta à uribista "segurança democrática", criticada por violações de direitos humanos e pelo controverso ataque à guerrilha no Equador, em 2008. Mockus diz que não caçará guerrilheiros no exterior e que será "prudente" com Hugo Chávez, às turras com Bogotá há anos.

Na economia, também há aproximações com a atual gestão. Quer vender 15% das ações da estatal Ecopetrol para criar um fundo educacional -a educação é outra bandeira de campanha, acenando ao pós-uribismo- e é a favor do Tratado de Livre Comércio com os EUA.

Já a plataforma verde que batiza a onda é incipiente. Mockus aderiu só em setembro passado ao Partido Verde, de DNA ecológico frágil. "Vamos trabalhar para tornar mais verde nosso partido", diz Fajardo.

As eleições são em 30 de maio, e Mockus já fala em ganhar no primeiro turno -se conseguir, terá como bancada própria só oito parlamentares.

O desafio é conquistar a "Colômbia profunda", uma incógnita, já que, em geral, as pesquisas só abrangem a área urbana.

O que hoje parece improvável não é algo inédito. Uribe começou como azarão e conseguiu ser eleito em 2002.

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