Stédile, via jornal Brasi de Fato. quer fazer como Lenin na revolução de 1917 na Rússia, varrer os capitalistas, os padres e a burguesia do Brasil
Editorial do jornal Brasil de Fato, edição 371, nas bancas de todo o País.
Via Diário Gauche
As duras batalhas que se aproximam
1. Estamos nos aproximando do período eleitoral que definirá os rumos do país no espaço institucional, pela eleição de um novo Congresso Nacional, governadores estaduais, assembleias legislativas e a Presidência da República.
No início deste mês venceu o primeiro prazo de desincompatibilização de cargos públicos para quem vai disputar as eleições. Do governo Lula saíram onze ministros. E nos governos estaduais foi uma debandada geral.
De agora em diante, todos os pretendentes a cargos se jogarão de corpo e alma em suas campanhas.
2. No plano da disputa de projetos, parece não haver grandes novidades no front. A sociedade está anestesiada pelo controle absoluto da mídia e pela falta de debate sobre os verdadeiros problemas da sociedade brasileira. Eles são simplesmente ignorados. A pauta da mídia burguesa é a violência nas cidades, acidente de trânsito, grandes júris ou, no máximo, o confronto de declarações, ora entre Lula e FHC, ora entre Dilma e Serra. Os movimentos de massa continuam em refluxo e as organizações de esquerda ainda não saíram da crise ideológica dos últimos anos.
3. Mas, quando tudo parecia uma pasmaceira, eis que a burguesia brasileira, que não dorme de toca, entra em cena. E já está sinalizando sua disposição de ir para a batalha.
As elites dominantes jogam claro: o ideal seria eleger Serra e garantir um governo sem intermediários, totalmente a serviço de uma burguesia subalterna aos interesses do capitalismo internacional. Mas, caso isso não seja possível, querem pelo menos transformar a vitória de Dilma numa meia vitória, comprometendo-a a não avançar o sinal e, sobretudo, controlando as organizações sociais para que não cheguem ao reascenso do movimento de massas. E nem avancem em conquistas reais para a classe trabalhadora.
4. Para alcançar esses objetivos seu principal campo de batalha será a luta ideológica, utilizando-se basicamente dos meios de comunicação, sobre os quais possuem controle total, e, subsidiariamente, de setores do poder judiciário, para lhes dar argumentos, cobertura ou pauta..
Assim sendo, realizaram, em março, um importante evento num hotel de luxo de São Paulo, sob os auspícios de um fantasmagórico Instituto Millenium, que reúne a tropa de choque, não só do Brasil mas de toda a América Latina, encarregada de fazer a luta ideológica. Farão essa batalha em todos os campos e com isso tentarão barrar as pequenas mudanças institucionais. Mesmo quando perdem alguma eleição, tentam transformar os governos em reféns de sua política.
Nesse evento estava a fina flor do pensamento reacionário e conservador, porém hegemônico na grande imprensa brasileira, como os Arnaldo Jabor, Rosenfields, Reinaldos Azevedos e outros aprendizes da escola de Göebbels.
As conclusões foram claras: fazer uma luta ideológica para acuar candidaturas progressistas e atacar sistematicamente governos progressistas e populares do continente. Além disso, tentar desmoralizar qualquer luta social, seus movimentos, e justificar, perante o Judiciário, a polícia e a sociedade, a necessidade de sua criminalização. Ou seja repressão.
5. É nesse contexto que se encontra a campanha permanente contra o governo venezuelano de Hugo Chávez, contra o governo de Cuba, contra a jornada de 40 horas e contra qualquer ocupação de terra ou de terrenos na cidade.
6. O governo Lula passou oito anos pregando a conciliação de classes, se iludindo que iria apaziguar os ânimos das elites reacionárias. Ledo engano. Virão delas as principais iniciativas de ataque.
Aos movimentos sociais e às forças populares não cabem ilusões. A luta de classes continuará mais dinâmica do que nunca e a burguesia optou por priorizar a luta no campo ideológico. Afinal, no campo econômico ela continua ganhando muito dinheiro e, no campo político, continua dividindo parcelas importantes do poder, seja no Executivo, mas sobretudo no Judiciário e no Legislativo.
7. Assim, nos próximos meses, as batalhas ideológicas no campo das ideias e dos projetos e as disputas ao redor de qualquer tema ganharão relevância. E os meios de comunicação terão um papel importantíssimo.
Esperamos que as forças populares entendam esse momento para fortalecer ainda mais as lutas sociais e os veículos de comunicação autônomos da classe trabalhadora.
8. A CUT e a CTBB já decidiram – e os movimentos da Via Campesina Brasil se somarão a eles – fazer uma grande jornada de paralisação nacional em todo país, no dia 18 de maio, como forma de pressão pela aprovação do projeto de lei que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Será um belo teste para os avanços da luta de classe e a disputa ideológica na sociedade brasileira. Afinal, a “maioria parlamentar”, construída pelo governo a peso de ouro, não foi suficiente para avançar nas questões fundamentais para a classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalho, o projeto que determina a expropriação das fazendas com trabalho escravo e a manutenção do código florestal para proteger nosso meio ambiente.
Serão boas lutas nos próximos meses. Preparem-se e participem!
Como não consigo ficar quieto diante de tamanha maluquice, deixei ali o meu pitaco:
Nenhum sociedade se desenvolveu, nem socialmente e nem economicamente, alimentando antagonismos. Nenhuma. Todos os governos que tentaram impor esse tipo de política percorreram caminhos totalitários. A Russia leninista de 17 varreu do mapa o capitalismo e a burguesia, mas colocou em seu lugar outra elite política, burocrata, totalitarista, de partido e pensamento único. E o regime descambou para o stalinismo que implantou o capitalismo de estado ( A Dilma é uma capitalista de estado) adotando o rígido modo de produção fordista, tendo algum tipo de êxito momentâneo. A Rússia em 1980 tinha toda sua economia nas mãos do Estado e no momento em que a sociedade mundial se encaminhava para adotar as necessárias flexibilidades da Revolução científico tecnológica, do toyotismo etc... o sistema entrou em colapso causando desabastecimento e gerando grande insatisfação popular.
Em 1989,todo o sistema - construido sob base artificial -- caiu como castelo de cartas. Não sobrou nem mesmo uma lata de pepinos, como bem mostrado no excelente filme alemão, Adeus Lenin.
6 comentários:
Li o panfleto. É meio cômico, parece algo saído dos anos 30. Acho que ainda sonham com uma nova intentona ou coisa do tipo.
Que ridículo.
Texto retrógrado de quem não consegue ver que o mundo precisa de trabalho, iniciativa privada, liberdades individuais, ainda que com um pensamento social. Um país pobre como o nosso, em que precisamos ainda construir tantas coisas reduzir a jornada de trabalho é burrice. Eles deveriam batalhar é por salários melhores.
Mas esse Stédile é um infantil oportunista, comunista capitalista, uma amostra patética do que significa a palavra rancor.
Ah se não fossem esses textos bobinhos de certa esquerda... O que seria dos nossos anti-esquerdistas, hein?
Só uma coisa: só os anti-esquerdistas (ou direitistas, tanto faz) tão bobinhos quanto a certa esquerda ainda acham que Dilma tem alguma coisa a ver com essa gente.
E se Dilma é uma capitalista de Estado, Serra é mais ainda, já que "Serra está mais a esquerda do que Lula e o PT", frase que o blogueiro já repetiu à exaustão.
Tem pouca coisa mais divertida que ver os malucos anti-petistas vivendo no "Campo de Distorção da Realidade (TM)".
O Guimas é tão bitolado na cruzada anti-anti-PT que consegue ver críticas ao PT mesmo quando elas não existem.
Concordo com o Guimas, o Serra é também um capitalista de estado.
No contexto dos nossos dias é bom mesmo que o futuro presidente seja um capitalista de estado, porque vai cuidar melhor das conta públicas, vai ser menos suscetível -- esperamos e acho que estou sonhando -- ao jogo político do interesse. Tal como o ministro Geddel que desvia verbas para favorecer ao estado onde vai concorrer para governador.
Voltando ao assunto, Serra e Dilma são muito parecidos, praticamente iguais, um é o clone do outro. A diferença - e é bom que ela exista -- é que atrás de Dilma existem os aloprados, suas palavras de ordem, seus blogs radicais (como os DG da vida) , seus editoriais despropositados que alimentam, exatamente aquilo que o Brasil não deve alimentar -- a revolta, o ranço, o ressentimento e um antagonismo social que não vai nos levar a lugar nenhum. No mais, concordo com o Guimas.
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