Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Não Se Chuta Cachorro Morto



Artigo de Fernando Barros Silva na Folha de hoje. Quer ler na íntegra? Clique abaixo. A charge acima é do Angeli.

Lula em transe


A um mês da eleição, o petismo está em festa, mas não há ninguém mais animado do que o próprio Lula. Ele não age como quem quer apenas derrotar José Serra. Age como quem quer massacrar a oposição. Massacrar politicamente, bem entendido, embora o que ele diga às vezes faça eco, com sinais invertidos, à fala truculenta de Jorge Bornhausen em 2005 -"vamos acabar com aquela raça".

Desânimo e Alienação


Confesso que estou completamente alienado e desanimado em relação a essa campanha eleitoral, porque vejo e sinto que o Brasil silenciosamente  -- e sem ondas vermelhas -- está apostando em Dilma presidente.

Quando a propaganda política chega na rádio ou na televisão ou eu coloco uma música ( e tenho ouvido  muita música legal ultimamente) ou vou navegar nos canais a cabo. Por enquanto, neste Brasil da obrigação de se assistir as chatices, tipo hora do Brasil e propaganda política, as tvs a cabo estão imunes. E que assim seja.

E o pior, vejo nas ruas essas placas horrorosas com os nomes dos candidatos e algo chama a atenção: o pessoal do PT fecha com a Dilma. O do PDT fecha com a Dilma, mesmo apoiando o Fogaça (PMDB-RS). Já o pessoal do PMDB não fecha nem com Dilma e nem com o Serra. E alguns tucanos nem colocam o Serra em suas propagandas políticas. Fica difícil Serra ter chances diante desse quadro de dor.

E talvez o grande beneficiado, no Rio Grande do Sul,  com essa onda da Dilma -- que insisto não é vermelha -- seja Tarso Genro que pode ser sim o futuro companheiro governador dos gaúchos. Yeda tem uma rejeição imensa, porque conta com uma competente oposição;  Fogaça não anima, porque eternamente morno e o Tarso é o candidato do Lula. E Lula é deus e por isso meu desânimo e alienação.

E os blogs da nossa esquerda estão a vibrar. A Dilma passou a ser o cara, a grande esperança do Brasil vermelho e socialista. A mulher que vai fazer a necessária ruptura. A capitalista de estado que vai esquerdizar o Brasil.

Perdedor


Recebo do jornalista Diego Casagrande o seguinte e-mail:

PERDEDOR I



É muito provável que José Serra (PSDB) perca a eleição presidencial. Até aqui, fez tudo errado. Ele parece que quer perder. Guiado por marqueteiros que adoram pesquisas qualitativas, quantitativas e salas de espelhos, abriu mão de algo básico em uma campanha eleitoral: criticar o governo.
Mesmo nos EUA, onde o grau de civilidade entre os dois principais partidos é espantoso, o pau pega durante a campanha eleitoral. É regra básica de uma eleição existir sempre um governo e sempre uma oposição com chances reais de poder. A oposição brasileira, com o nível de covardia e burrice, parece ter aberto mão disso.

PERDEDOR II


Poucas vezes assisti um candidato e uma oposição tão preocupados em não criticar, em ficar nas críticas leves em relação a um governo. Como se tivessem medo, rabo preso ou uma falta de inteligência que não lhes permitisse refletir sobre o estado de coisas que assola o país. Ora, eleição se ganha no longo prazo, no plantio. Lula concorreu três vezes e foi faturar na quarta. Quer escola melhor que esta?
Ainda hoje o PSDB não conseguiu mostrar ao eleitor brasileiro a eficácia das privatizações para o Brasil. Empresas e setores que eram deficitários e cabides de emprego de protegidos políticos foram substituídos por empresas superavitárias que geram hoje muitas vezes mais retorno em tributos para o país.
Mas quando se tem vergonha de defender o que se fez e o que se acha correto, aqueles que o fazem sempre levarão vantagem.


PERDEDOR III


Vou cancelar meu plano de saúde e passar a frequentar o SUS. Não vi ainda nenhum programa de televisão do PSDB que mostre minimamente o caos nas filas, nos hospitais e com gente morrendo. Lula deve ter razão quando diz que a saúde brasileira beira o primeiro mundo.
A oposição passa recibo disso.

Viva o Erro



A ciência progride corrigindo os seus erros, não faz segredo do que ainda não compreende (Richard Dawkins - Desvendando o arco-iris, ciência, ilusão e encantamento)

A ciência prospera com seus erros, eliminando-os um a um. (Carl Sagan - O mundo assombrado pelos demônios)

O problema do erro nos parece mais importante que o problema da verdade: ou melhor, só encontramos uma solução possível para o problema da verdade quando afastamos erros cada vez mais refinados (Gaston Bachelard - Ensaio sobre o conhecimento aproximado).

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"As Novas Diretrizes Para os Tempos de Paz"


Ao funcionário da imigração do porto, Clausewitz falou com forte sotaque polonês:  Sou agricultor, estou aqui porque o Brasilll precisa de maos para a lavoura! O Brasilll precisa de  maos para a lavoura!
E por esboçar o  português, inclusive declamando Drummond, esse ser incomum se encrencou. Os funcionários, que se entreolhavam, não tinham dúvidas: ele parecia subversivo.
E as novas diretrizes para os tempos de paz ainda não chegaram, as regras disponíveis são para  os tempos de guerra.  E a guerra recém acabou e os navios traziam imigrantes para colonizar o Brasil.
Cabia, portanto, ao chefe do setor interpretar e decidir caso a caso.
Clausewitz foi levado para o sótão - ou para o porão.
Estranho, suas mãos são suaves, como as de uma criança. Ele nunca pegou numa enxada.
Porque, ao final de tudo, Clausewitz, era um ator e que grande ator.

Belo e sensível filme Tempos de Paz, direção de Daniel Filho (ele também faz parte do elenco) e com as excelentes participações de Tony Ramos e Dan Stulbach.

Abaixo Monólogo de Segismundo de Pedro Calderón de La Barca (1.600-1681) declamado por Dan Stulbach nesse filme curto que recomendo.

Eu Amo Essas Putas!

Tentei acessar as páginas em inglês do jornal Iraniano Kayhan e não consegui. A mensagem diz que o site é perigoso e pode danificar meu computador. Por isso, resolvi não ir além.  Acessei apenas a página em persa. E como não leio persa não entendi patavina.

É que esse jornal oficial do governo do companheiro Ahmadinejad disse, no sábado, que a primeira-dama da França, Carla Bruni e a extraordinária atriz Isabelle Adjani são putas. O título da matéria é "Prostitutas francesas entram no tema direitos humanos".

Carla e Isabelle escreveram cartas publicadas no site do filósofo  Bernard-Henry Lévy  e no site http://laregledujeu.org/  em defesa de  Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana condenada a apedrejamento por adultério.

A Cultura Fast Food e a Morte da Conversa

Eu concordo integralmente com essa senhora, a professora da Universidade de Santa Clara na Califórnia, Janet Flammang, 62 que deu uma entrevista na Folha de ontem no sentido de que "Fast food agrava crise de civilidade entre americanos".

Uma das coisas boas da vida é sentar numa boa mesa, comer, beber e conversar. A cultura "fast food" está acabando com esses prazeres. E isso traz consequências.







Diz ela:
Folha - A sra. diz, em seu livro, que a democracia se beneficiaria de refeições mais longas. Como relaciona as duas coisas?

Janet Flammang - Desenvolver a arte da conversação é extremamente importante para aprender a discordar de forma civilizada. E aprendemos essa arte à mesa.Quanto menos tempo dedicamos às refeições, mais colocamos essa habilidade em perigo.À mesa, há um incentivo para discordar sem dar aos outros uma indigestão.Muito da política atual nos EUA é uma política de ataque, na qual se quer marcar pontos e derrubar o oponente, e não ouvir.O foco do livro é a conversação. A conversa não é uma discussão, há regras sobre como ouvir, esperar a vez e guardar o que tem a dizer. A coisa mais próxima de uma conversa é a diplomacia, que todos nós achamos ser extremamente importante.O que me intriga é: por que não estudamos como fazer as pessoas se comportarem com diplomacia?

Folha: Isso está piorando? A conversa está morrendo?

Sim. Há muitos estudos que indicam que gastamos, em média, 20 minutos no jantar, à mesa, e mais e mais pessoas já nem se sentam para dividir uma refeição, pegam algo e saem correndo.Meu livro é sobre a situação americana, mas há evidências de que outras culturas estão se tornando mais como os EUA, onde o trabalho é a coisa mais importante e você é consumido por atividades.As pessoas não param para pensar no custo de não se sentar e ter conversas, e cara a cara, porque é claro que muita coisa hoje é eletrônica.


Matéria e Entrevista completa abaixo:

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Zebra

Não sei. Acho que está no ar. E algo me diz. Posso estar equivocado, ou não. Mas acho que vai dar zebra nessa eleição.

Viva a Piada!




Gosto do Angeli por causa disso. Ele não tem partido, Ele simplesmente debocha. E os idiotas do plantão burocrático resolveram que não se pode fazer piada e graça acerca dos candidatos. O Judiciário brasileiro, ainda bem, não está aparelhado apenas com os imbecis da política partidária. Que bom! podemos fazer piada sobre os nossos políticos. Podemos chamá-los de bestas, chatos, bobos e demagogos. Ufa, finalmente alguma alma consciente existe neste Brasil alienado.

Santa Economia


Economia e política na eleição



Luiz Guilherme Piva na Folha de hoje.

A economia tem papel central na eleição presidencial. Está na base da popularidade de Lula e do crescimento de sua candidata e permeia as dificuldades da oposição de encontrar discursos diferenciados do governista na gestão econômica -e que tenham, assim, maior apelo eleitoral.



Os números disponíveis mostram um quadro econômico muito positivo. Não chegam a configurar um país que as celebridades chamam de "Primeiro Mundo". Mas põem o Brasil num padrão bem melhor do que o de há alguns anos. Podem-se desfiar indicadores relativos a PIB, investimento, crédito, consumo, rendimentos, finanças públicas, condições sociais, emprego, educação, saúde, alimentação, habitação etc. No geral e no específico, os gráficos têm comportamento parecido: curva ascendente nos últimos anos.


Tal desempenho significa que está havendo geração de riqueza real e que parcelas dela vêm sendo apropriadas de forma menos desigual pelos atores. Para comparar: o período de crescimento intenso, dos anos 50 aos 70 (com fases distintas) marcou-se pela apropriação muito desigual da riqueza gerada.


Dos anos 80 em diante, sem crescimento (sem geração de riqueza), a inflação, alternada ou combinada com recessões, manteve a concentração funcionando.


A estabilidade monetária, de 1994, e a retomada do dinamismo econômico com distribuição de renda, desde 2004/2005, mudaram muito o desenho econômico e social do país. Contingentes enormes da população passaram a usufruir de padrões de vida e de consumo que antes, apesar de básicos, pareciam inatingíveis. Isso tem dimensões políticas fortes, a começar por aquela mencionada no primeiro parágrafo.


Mas a dimensão política mais profunda é que tais contingentes não abrirão mão desse novo patamar. Sua entrada em cena (ou seja, nos mercados de bens, serviços, valores e aspirações) tem marcas de aluvião: avoluma-se, transborda e se sedimenta -rápida e continuamente. Nos marcos democráticos de participação política, informação e organização que, no Brasil e no mundo, se multiplicaram nas décadas recentes, não serão decisões governamentais de ajuste econômico ou de acomodação política que lograrão afastar essas camadas de cena. Se isso for tentado -como se fez a cada momento em que a economia e/ou as elites pediram um ajuste concentrador ou de restrição política-, poderá custar caro ao governante.


Daí que o próximo presidente assumirá sob a circunstância de manter as curvas em ascensão. Poderá atenuá-las, mas não poderá, por intenção ou necessidade, conviver com estagnação, recessão e exclusão. A política (o aluvião) tem animado a economia. E esta, como eu dizia, tem papel central na eleição presidencial.


LUIZ GUILHERME PIVA, economista, doutor em ciência política pela USP, é diretor da LCA Consultores e autor dos livros "Ladrilhadores e Semeadores" (Editora 34) e "A Miséria da Economia e da Política" (Manole).

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Que Faz Um Deputado Federal? Na Verdade, Eu Não Sei, Mas Votem no Tiriica Que Eu Te Conto



Você está cansado de quem trambica? Vote no Tiririca.




Beat It do Michael Jackson na Campanha do Lindolfo Pires.

Sigilo Fiscal Quebrado? Que Importância isso tem no Brasil de Nossos Dias?

O chato do Beto Albuquerque (PSB-RS) apresenta ao deus presidente essa camisa horrorosa.


Matéria de capa da Folha de hoje: Mais três pessoas ligadas ao Serra tiveram o sigilo fiscal violado pelos aloprados petistas (ler abaixo).

Em qualquer país socialmente evoluido e desenvolvido este assunto é de grande gravidade.

Mas no Brasil governado pelo deus Lula isso tem pouquíssima importância.

Sobre a Liberdade de se Construir uma Mesquita Perto do Ground Zero

Esses americanos protestam contra a construção de mesquita perto do Ground Zero.

Quando estive nos EUA, na semana passada, o assunto candente era a construção de um mesquita muçulmana perto do Ground Zero, onde os aviões dirigidos por extremistas muçulmanos derrubaram as torres gêmeas no 9/11.

O assunto passava direto nas grandes redes americanas e a população estava bem dividida. Na verdade é um assunto paradoxal.  Ora, se os EUA são mesmo  a terra da liberdade fica contraditório o  estado  impedir a construção de uma mesquita.

E é uma imensa injustiça e intolerância colocar todos os muçulmanos - a imensa maioria deles rezam e defendem a paz -- no mesmo saco dos radicais.

É fato também que a religião muçulmana -- pelas suas próprias características de não evoluir, de não se modernizar, de não se flexibilizar -- é muito suscetível de ser exposta e dominada pelo  radicalismo, como ocorre, por exemplo, no Irã e na faixa de Gaza, onde o Hamas impera. Mas não se pode confundir uma coisa com outra. Uma coisa é o radicalismo muçulmano defendido por minorias. Outra coisa, completamente diferente, é a liberdade de construção de uma mesquita a ser frequentada por bons cidadãos muçulmanos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

É a Economia, Seus Bobos!


O silencioso povo brasileiro - de todas as classes e todos os níveis -- está escolhendo, por motivos econômicos,  a Dilma.

A única dúvida que parece restar é se Dilma vai levar no primeiro turno ou no segundo. Ontem fui a São Paulo e voltei hoje. E a cidade do Serra continua interessante. Limpa, civilizada e até o trânsito caótico fluiu. E parece que nem vai ter eleição por lá. São poucos os carros que carregam adesivos de candidatos e praticamente não enxerguei cartazes eleitorais. Em Porto Alegre é um pouco diferente.  O TRE gaúcho deveria determinar a proibição dessas placas horríveis que os candidatos colocam nas calçadas. E o pessoal do PT é o que mais coloca essas placas. Um sinal que o Brasil está progredindo é exatamente esse: parece que nem vai haver eleição, porque a campanha não está saindo para a rua. Ela fica restrita à mídia, na TV, rádio e internet. E assim deve ser para sempre.

E o povo brasileiro silencioso está eternizando o PT no poder. Será que é por motivo ideológico? É evidente que não. É a economia. Da mesma forma que o PMDB  elegeu maciçamente todos os governadores na época do Plano Cruzado do idiota do José Sarney, o PT -- tendo em vista o equilíbrio econômico e a inclusão social está prestes a eleger Dilma para depois -- se a economia se manter estável -- colocar novamente o Lula na cadeira do poder.

Inegavelmente, o povo brasileiro está vivendo melhor. E o PT -- como não podia deixar de ser -- está capitalizando essas conquistas e os votos dos sossegado povo brasileiro vão mesmo cair no partido do pop presidente que está criando também - se o resultado das pesquisas se confirmarem -- uma imensa base política, porque vai ter maioria avassaladora no Congresso Nacional.

Realmente, a economia faz milagres.
 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Essas Fotos Coloridas Têm 100 Anos



Essas imagens do sul e centro da Rússia foram tiradas entre 1909 e 1912 (na época do Tsar Nicholas II, antes da revolução de 1917)  pelo fotógrafo Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii (1863-1944).

Ele utilizou uma câmera especial que capturava imagens em branco e preto e com filtros vermelho, verde e azul  e depois, num projetor, fazia a recombinação de cores para transformar em cores reais. Esse trabalho é impressionante pois todas essas fotos têm 100 anos, sobretudo pela qualidade das imagens e das cores.

Copiado do excelente Boston Globe Big Pictures.

Back Home


Pois estou de volta direto para a minha rotina. Muitos questionam, com razão, por que motivos fui parar em Orlando e Miami? Ora, caramba, algumas circunstâncias da vida nos faz aterrisar na Flórida. Desde 1993 não desembarcava nos EUA e posso dizer - hoje - que a viagem valeu a pena, apesar do calor impressionante e das multidões.

Sempre fui um defensor dos EUA e continuo sendo, mas com mais reservas do que antes. Penso que o chamado "american way of life" tem graves problemas e o principal deles é a própria filosofia de vida, a forma como parte considerável do povo americano encara a vida: em sua maioria é um povo sedentário, circula apenas de carro, come exacerbadamente, faz pouquíssimo exercícios físicos e tem muita titica na cabeça. Circulei 9 dias pela Flórida e não consegui enxergar nenhuma livraria.

Mas é uma civilização que, apesar de tudo, conquistou avanços sociais invejáveis. Com exceção de alguns bêbados cambaleantes nas ruas de South Beach em Miami não vi nenhuma miséria e pobreza. Por outro lado, vi muitas pessoas idosas e deficientes físicos trabalhando e isso realmente chama a atenção. Outro aspecto a ser destacado é a quantidade de casais de raças diferentes, consolidando os EUA como país multirracial. E, por incrível que pareça, nos EUA após 9/11, apesar de todo o preconceito, são vários americanos (brancos, loiros e de olhos verdes) que estão ingressando na religião muçulmana. Cat Stevens está fazendo adeptos. Pena que não tirei uma foto de uma mulher de burka entrando com dois filhos loiros num Wal Market da vida.

O serviço público funciona razoavelmente, as estradas são maravilhosas, o centro da sociedade é o automóvel.  Impossível ter qualidade de vida, numa cidade mediana americana, sem automóvel. Impossível. Nas ruas, nas calçadas se vê pouquíssimas pessoas circulando. E todas as cidades são iguais, estandartizadas, com grandes avenidas, lojinhas do Mac Donald's, Burguer King, Kentucky Fried, Wendy's, Taco Bell, Pizza Hut  e hoteis das redes Best Western e Comfort Inn e carros grandes, muitos carros grandes, para todos os lados, circulando pelas Highways.

Evidentemente que esse conceito é genérico e algumas cidades são completamente diferentes: NYC, Chicago, Miami e San Francisco.

Resumo da Ópera, as circunstâncias da vida nos levam a Flórida, mas não pretendo - a exceção de Miami - voltar tão cedo para lá.

sábado, 21 de agosto de 2010

Um Time Indolente

Esse time do Grêmio é muito ruim. É medíocre. É simplesmente horroroso. Perdi a voz hoje na TV xingando o imortal tricolor na derrota contra o fraquíssimo Ceará. Os jogadores parece que não estão nem ai. A defesa simplesmente não funciona.  E Renato Portaluppi não vai conseguir - porque acho que ele não tem competência - resolver esse problemão. O Grêmio é sério candidato ao rebaixamento.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Calçadão de Madeira


Em muitas praias na Flórida, inclusive em alguns locais de Miami, não existe uma avenida na beira da praia. São grandes residências, hotéis e resorts que tomam conta do local. Uma solução razoável para que o povo possa caminhar e correr a beira da praia foi feita em Miami. Eles construíram um imenso deck público entre os espaços privados e a praia que é pública, of course. A solução ficou bem interessante.
E digo mais, Miami me surpreendeu.

Adesivo


Os motoristas americanos geralmente são educados. Eles respeitam, sobretudo, a distancia que deve haver entre os carros. Pois, estava a dirigir em Miami e na minha frente havia um bloqueio e um sinal luminoso para os carros da minha faixa deslocarem para a direita. E, portanto, fiz sinal nesse sentido e olhei no espelhinho uma imensa van impedindo minha passagem. O mal educado passou e  no vidro ele carregava o adesivo acima. Tudo a ver.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tio Patinhas Morreu

Os patos estão em baixa na Disney. Tio Patinhas morreu. O Peninha (eu gostava dele) também. O Gastão e a Maga Patológica estão desaparecidos.

A Margarida, o Donald, o Huguinho, Zézinho e Luizinho não se vê tanto quanto o Mickey, o Pateta, a Minnie e o Pluto. Esses sim -- junto com os novos personagens da Disney e Pixar -- são os grandes astros de Orlando.

Por que isso?

Ora, porque os patos representam a idéia de economizar, de poupar, de guardar dinheiro e isso parece não interessar a atual sociedade de consumo. Por isso o averento e retentivo do Tio Patinhas morreu e o malandro e preguiçoso do Peninha também.

O importante é ganhar dinheiro e gastar imediatamente. Entrar nas coloridas lojas, outlets, restaurantes, hotéis e resorts e comprar tudo o que estiver a vista. Isso sim é o que interessa.

Esses Americanos


Ontem fui a uma farmácia na International Road em Orlando.  Um tal de CVS Pharmacy.

Impressionante. Tem de tudo, inclusive vinhos, cervejas e cigarros.

Orlando 35 graus

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Sobre os EUA

Inegavelmente os EUA são um grande país. Vale a pena conhecer  sem carregar preconceitos. Aqui vivem todos os povos do mundo a procura de oportunidades. São inúmeras as tribos em todos os lugares. O povo americano - white, protestant - anda sim meio fora de forma. E não apenas os brancos, os negros, latinos e até mesmo os orientais. As opções são tão variadas que o pessoal parece não ter controle. Aqui se trabalha e se ganha bem e os produtos são acessíveis. E tudo é largo, tudo é grande, tudo é extenso, existe lugar de sobra e eles são extremamente organizados. As filas fluem, todo mundo obedece as regras, eles se auto-organizam, se auto-regulam e tudo funciona. Talvez seja esse o problema do Brasil. A gente insiste em querer passar -- na malandragem - na frente dos outros. Os brasileiros querem regular tudo. O estado, na sua desorganização causada pelos interesses privados e particulares, quer impor regras a todos e muitas vezes completamente artificiais. Exemplo vivo disso é nossa constituição que regula até quantas horas um trabalhador deve trabalhar. Nos EUA ninguém é superior a ninguém, se um branquela quiser dar uma de esperto para cima de um latino, um asiático ou um negro vai sair perdendo e vice-versa. Posso estar enganado, mas acho que não estou.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Viagem à Irrealidade Cotidiana


No próximo dia 17 ingresso, para sempre e de forma definitiva, na idade adulta.

E a melhor forma de comemorar esse marco histórico é viajar.

Pois pensei no mundo real. Quem sabe Berlim?  onde passei alguns meses exatamente no meio da minha vida;   São Petersburgo? terra de Fiodor; Budapeste? terra de Márai. Paris, Londres e até em Tóquio, mas é muito longe.

E como bem observou Umbero Eco, no notável livro, Viagem à Irrealidade Cotidiana,  vivemos num mundo kitsch onde a cópia parece ter mais valor do que o original e, portanto,  tenho de conhecer o novo mundo das falsas reconstruções - que já adquiriram o status de relíquia -  e por isso vou para a terra de Obama visitar castelos medievais, monumentos europeus reconstruídos nos parques de diversões dominados por filas imensas.  Pretendo sim, camuflado de  tênis e bermudas, andar de montanha russa e  comer um Big Mac, numa lancheria virada de cabeça para baixo.