Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

E a "Revolução Egípcia" Já Tem Trilha Sonora....

O Risco do Radicalismo Insurgente

No Cairo protestos contra o governo Mubarak.


Essas ondas de protestos simultâneos  em diversos países no mundo árabe -- que começou com a revolução do Jasmin na Tunísia -- estão sendo  alimentadas pelo facebook e pelo twitter. Inequivocamente, a  internet  - e suas redes sociais - é mesmo uma grande ferramenta de mobilização social.

Esses  fatos fazem  lembrar dois episódios: a) a queda do regime do Xá Reza Pahlavi no Irã, em fevereiro de 1979, com a tomada do poder do radicalismo islâmico encabeçada por Ruhollah Khomeini; b)   a derrocada (como castelo de cartas) do socialismo real,  pelo povo unido que jamais será vencido,   em diversos regimes da ex União Soviética e que culminou com a queda do muro de Berlim em 1989.

Portanto, cautela e prudência são requisitos  importantes para qualquer tipo de análise sobre os recentes episódios no Oriente Médio.

O Egito de Hosni Mubarak está em estado de insurgência. Muito embora Mubarak seja mesmo um ditador, trata-se de uma "ditabranda" ou ditadura branda. Talvez até uma ditadura necessária, porque o principal grupo de oposição no egito é a Irmandade Muçulmana, que é uma organização islâmica fundamentalista. Foi fundada em 1928 por Hassan al Banna no Egipto após o colapso do Império Otomano. A irmandade islâmica opõe-se às tendências seculares das nações islâmicas (ex: na Turquia) e pretende "retornar" aos ensinamentos do Corão e rejeitar as influência ocidentais, conforme se lê na wikipedia.

Hoje a Irmandade Muçulmana disse que rejeita qualquer tipo de diálogo com Mubarak. Ou seja, os protestos continuam. Eles querem o poder.

Israel está em alerta, porque sempre defendeu e apoiou Mubarak, até mesmo porque o Egito faz fronteira com a faixa de Gaza, dominada pelo grupo radical Hamas. Seria o fim da picada se os irmãos muçulmanos se alinharem, via governos constituídos, com o Hamas. A guerra do mundo árabe contra Israel seria iminente. Prenúncio de uma 3ª Guerra Mundial?  Infelizmente, é possível.

Por esses motivos Israel solicitou aos Estados Unidos e a vários países europeus que apoiem a estabilidade do regime egípcio de Hosni Mubarak, indicou nesta segunda-feira o jornal israelense Haaretz.

Por outro lado, a oposição mais moderada, capitaneada pelo Mohamed ElBaradei -- prêmio nobel da paz que infernizou o governo Bush porque, com razão, insistia que não havia nenhum indício de que o governo de Saddam Hussein no Iraque estava utilizando armas químicas -- está agora a  pressionar os EUA a apoiar os pedidos para que o presidente Hosni Mubarak renuncie, dizendo que o "longo apoio ao ditador" precisa acabar.

A situação realmente é complicada. Que lado vai o Egito, a Tunísia, o Iemen? Do radicalismo muçulmano ou da oposição moderada? Essa é a grande questão.

Egito Insurgente











fotos do Boston Globe.

Indios Isolados


Está rolando pela internet mais umas fotos de índios da Amazônia que nunca tiveram contato com a dita civilização.

Dessa vez, a ONG Survival está a divulgar as fotos acima que podem ser melhor apreciadas no seguinte site:

http://www.uncontactedtribes.org/brazilphotos

Esses índios moram em território brasleiro perto da fronteira com o Peru.
As fotos foram tiradas pela Fundação Nacional do Indio (Funai), que autorizou a organização, sediada em Londres, a utilizá-las como parte de sua campanha para proteger o território dos índios isolados.


Segundo a Survival: "As fotos mostram os índios em detalhe nunca visto antes e revelam uma comunidade próspera e saudável com cestos cheios de mandioca e mamão fresco cultivados em suas roças."

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"As Massas Árabes Estão Frustradas e Zangadas"

Iêmen - Inspirados pelos protestos na Tunísia, milhares de iemenitas oposicionistas saem às ruas de Saana para pedir uma renovação política no país. O cartaz diz: "Iêmen nos nossos bolsos. Comitê Nacional de Corrupção"


Cartaz dizendo Mubarak, Game Over em protesto no Cairo e em Suez no Egito

Manifestantes atacam oficial dentro de carro da polícia em Túnis, durante os protestos contra o governo interino

Moradores da região de Sidi Bouzid, no centro da Tunísia, entram em confronto com as forças de segurança em frente ao gabinete do primeiro-ministro Mohammed Ghannouchi em Túnis. A polícia lançou gás lacrimogêneo depois que alguns manifestantes tentaram furar o cerco policial, enquanto as forças de segurança isolaram a área com arame farpado

Protestos contra o ex governo Zine el Abidine Ben Al, a chamada Revoluçãodo Jasmin que derrubou a ditadura.



"As massas árabes estão frustradas e zangadas, em toda parte".


Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe.

O Paraíso dos Perfeitos Idiotas

O respeitável historiador marxista Eric Hobsbawn,93 anos.
Eric Hobsbawm


O historiador Eric Hobsbawm tem 93 anos. Viveu por tempo suficiente para que tenha visto justificadas as opiniões que expressa já há muito sobre o capitalismo e o marxismo. Seus críticos, evidentemente, relutam em concordar com ele.


Michael Gove, por exemplo, secretário da Educação no governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas no Reino Unido, afirma que o marxismo de Hobsbawm é atávico. Há quem concorde. Esses críticos afirmam que o historiador é um "acadêmico envelhecido que hesita em contemplar o mal e lhe dar o nome devido".


Mas Hobsbawm está acostumado a esse tipo de crítica.


Acaba de lançar uma nova coletânea de ensaios no Reino Unido, seu 16º livro, intitulado "How to change the World: Tales of Marx and Marxism". O trabalho sairá no Brasil no ano que vem, pela Companhia das Letras. Hobsbawm acredita que a recente crise econômica mundial oferece sustentação convincente aos seus argumentos marxistas.


Ele admite que, entre 1945 e os anos 70, o capitalismo ganhou "face humana". Mas sob Thatcher e Reagan isso foi substituído por um fundamentalismo de mercado extremado, que provocou terremotos devastadores, especialmente na América Latina.


Nascido em Alexandria, Egito, filho de um casal judeu, e criado em Viena e em Berlim, Hobsbawm, vive em Londres desde 1933. Foi por muito tempo membro do Partido Comunista britânico e de seu grupo de historiadores.


A reputação mundial de que desfruta se baseia numa variedade espantosa de grandes obras. Algumas delas criaram novas maneiras de contemplar a história, especialmente os trabalhos sobre rebeldes primitivos e bandidos.


Escreveu também uma série de interpretações em larga escala do período entre o final do século 18 e o final do século 20, começando por "A Era das Revoluções". A América Latina é "o lugar onde as pessoas falam e conduzem política na linguagem do passado, do século 19 e 20, de socialismo, comunismo e marxismo", disse ele recentemente.


Hobsbawm é especialmente elogioso com relação ao Brasil. Ele disse ao "Guardian" que o Brasil apresentava um caso clássico de partido trabalhista ao modo do século 19, baseado em uma "aliança de sindicatos, trabalhadores, pobres, intelectuais e ideólogos de diversas vertentes da esquerda, que produziu uma coalizão de governo notável.


E não se pode dizer que ela não obteve sucesso, já que, depois de oito anos de governo, seu presidente deixou o posto com índices de aprovação de mais de 80%".


A América Latina, acrescentou, é a região do mundo em que ele se "sente mais em casa, em termos ideológicos".

Artigo de Kenneth Maxwell na Folha de hoje.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Como Éramos Ingênuos (análise sobre o Filme Che II)


Che Guevara é um ícone dos nossos tempos. Quando vejo tremulando nos campos de futebol uma bandeira do Che ou quando passa por mim um maluco com a camisa do grande ídolo da revolução cubana,  eu penso sempre a mesma coisa: será que essas pessoas sabem realmente quem foi Che Guevara?

Uma das boas biografias que devorei foi sobre Che: A Vida em Vermelho do Jorge Castañeda.  Um livro imparcial, que conta, sem febres ideológicas ou revolucionárias, a vida passional desse médico argentino, de família de classe média alta que sempre largou tudo na vida para fazer o que ele mais gostava: revolução.

A vida de Che sempre me fascinou. Na minha mocidade, enquanto a juventude se encantava com o rock new wave ou com as Madonas da vida- nos anos 80 -- eu lia os manuais de guerrilha do grande líder revolucionário. Ele sempre foi direto, forte e firme, mas sem perder a ternura. Na verdade, eu era um chato e ingênuo.

E a vida de Che continua me fascinando. Tanto é assim que após devolver "A Origem" na locadora retirei Che II - A Guerrilha do Steven Soderbergh com o Benício del Toro.

No fundo, no fundo, Che também era um ingênuo. Depois de exercer carreiras burocráticas no estado da revolução cubana, Che resolveu sair pelo mundo para fazer revolução. Fidel -- que não suportava mais Che ditando as regras administrativas -- adorou. E Che foi para o Congo Belga onde fracassou e depois para a Bolívia, o coração da América Latina. E ali se instalou no sul do país, perto da fronteira com a Argentina, nas matas, na região carvoeira, onde os mineiros e campesinos -- pensava ele -- certamente apoiariam os ideais da revolução que se estenderia por todo o continente sul americano.

Mas nada disso aconteceu. O povo unido que jamais será vencido não aceitou a causa de Che que apenas reuniu meia dúzia de rebeldes, muitos deles cubanos. Che foi traido pelo povo que mostrou, com profunda exatidão, ao exército boliviano os caminhos por onde Che e seu grupo percorriam.

E ele foi, finalmente, ferido, preso e executado.

Virou lenda, virou ícone, está hoje nas tatuagens, nas camisetas, adornando  algumas bandeiras de clubes de futebol. Paradoxos do mundo de hoje. Uma coisa, pelo menos é certa: Che II é muito melhor que Che I.

A "Origem" e o Mundo Real dos Sonhos


Assisti "A Origem" (Inception) esta semana no DVD. E ontem, com certa surpresa, fique sabendo que o filme é um dos indicados ao Oscar dos melhores de 2011. A "comissão" fez justiça, "A Origem" é uma história bem interessante e, por incrível que pareça, lógica, apesar do filme ser uma ficção científica. Diariamente nos deparamos com o "mundo dos sonhos" e quando nos acordamos não esquecemos de tudo que sonhamos. Os "fragmentos dos sonhos" preenchem nosso inconsciente e muitas vezes tomamos decisões na vida com base naquilo que sonhamos. O sonho pode se tornar realidade. Esse paradoxo entre o real e o virtual é o tema do "A Origem". E se, por acaso, sonhamos dentro de um sonho? E se fosse possível ingressar nos sonhos dos outros, como se fosse um ladrão de sonhos que bisbilhota, tira e ou insere idéias e valores na mente de um vivente? E no mundo das grandes corporações, onde a picaretagem parece dominar, uma idéia desse tipo é muito mais do que fascinante. Quem consegue controlar os sonhos está mais perto do poder.


A história relembra a cultuada trilogia Matrix - a disputa que envolve dois mundos paralelos:  o real e o virtual. Não, a história não é tão inverossímel: o mundo real também é um mundo virtual. E chegamos a nos perder e muitas vezes confundimos o real e o imaginário, o sonho e a realidade. Os desejos que ambicionamos geralmente estão inseridos no mundo dos sonhos e podemos aceitar o desafio de tornar esse sonho uma realidade. Essa é a busca de Don Cobb (interpretado por Leo Di Caprio), um ladrão de sonhos que envolveu sua família nesse trabalho fascinante, sua mulher se perdeu no labirinto dos sonhos e nunca mais voltou e seus filhinhos queridos o esperam nos Estados Unidos, onde ele está proibido de entrar.

O trama segue quente até o final onde o desfecho é inevitável. Um dia, enfim, teremos de acordar.

i escrito, dirigido e produzido pelo britânico Christopher Nolan, o longa estrela Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ellen Page, Tom Hardy, Cillian Murphy, Dileep Rao, Tom Berenger (que está velho) e Michael Caine.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobre BBB e LFV

Participantes do BBB11

Leio no Blog Coletivo  Minimo Ajuste , do qual o editor deste Blog faz parte, uma crítica do Luiz Fernando Veríssimo descendo o pau no  Big Brother Brasil, vulgo BBB. A crônica está ali bem abaixo e se chama "Vergonha Nacional".
Ao ler o texto fiquei em dúvida se foi mesmo  LFV que escreveu esse texto. Não é o estilo dele. Caramba,  LFV não colocaria num texto seu  um título tão descarado como "vergonha nacional".

Todo gaúcho é desconfiado e assim resolvi  pesquisar na web se o texto "Vergonha Nacional" é mesmo do LFV. Bingo, não é. O próprio LFV escreveu uma crônica a respeito chamada "Outro Você" (esse sim um título legítimo de LFV).

Os dois textos estão abaixo: Vergonha Nacional e Outro Você, a diferença de estilo é imensa.

Não vou dizer que não assisto BBB,  porque tenho fascinação em  zapear na Tv a cabo e, vez ou outra,  acabo assistindo alguns detalhes. Outro dia estavam todos eles sentados e apertados  numa minúscula casinha de plástico. Apertei no controle remoto e fui ver o Australian Open ou outra porcaria qualquer.

A Voz da "Certa Esquerda" na Folha

Vladimir Safatle

Vladimir Safatle, professor de filosofia da USP,  tem escrito às terças feiras na Folha. Ele é adorado por uma certa esquerda que tem idéias atrasadas para um Brasil melhor e possível. Hoje ele escreve sobre a necessidade de uma oposição de esquerda ao governo Dilma e sobre uma proposta de salário máximo que não poderia ser superior a 20 vezes o salário mínimo. Na verdade, o Brasil precisa também é de uma oposição mais consistente, porque a que hoje existe é..... brincadeira. Quanto a essa proposta de implantar um salário máximo eu acho correta no serviço público, como atualmente existe com os complicados tetos -- que muitas vezes vão até as núvens. Mas aplicar salário máximo na iniciativa privada é limitar consideravelmente o empreendedorismo. Existem outras formas mais eficientes de inclusão social e que foram adotadas pelos países socialmente mais desenvolvidos.

Abaixo artigo de Vladimir Safatle na Folha de hoje.


Salário máximo

Falta uma oposição de esquerda no país. A última eleição demonstrou que todos aqueles que procuraram fazer oposição à esquerda do governo acabaram se transformando em partidos nanicos. Uma das razões para tanto talvez esteja na incapacidade que tais setores demonstraram em pautar o debate político.


Contentando-se, muitas vezes, com diatribes genéricas contra o capitalismo, eles ganhariam mais se seguissem o exemplo do Die Linke, partido alemão de esquerda não social-democrata e único dentre os partidos europeus de seu gênero a conseguir mais que 10% dos votos.


Comandado, entre outros, por Oskar Lafontaine, um ex-ministro da economia que saiu do governo Schroeder por não concordar com sua guinada liberal, o partido demonstrou grande capacidade de especificação de suas propostas e de seus processos de aplicação. Eles convenceram parcelas expressivas do eleitorado de que suas propostas eram factíveis e eficazes.


Por outro lado, foram capazes de abraçar propostas que outros partidos recusaram, trazendo novas questões para o debate político, como a bandeira da retirada das tropas alemãs do Afeganistão.


Por fim, não temeram entrar em coalizões programáticas como aquela que governa Berlim. Isso demonstra que eles são capazes de administrar e que sua concepção de governo não é uma abstração espontaneísta. Esses três pontos deveriam guiar aqueles que gostariam de fazer oposição à esquerda no Brasil.


Um exemplo de novas pautas que poderiam animar o debate político brasileiro foi sugerida pelo provável candidato de uma coligação francesa de partidos de esquerda, Jean-Luc Mélenchon. Ela consiste na proposição de um "salário máximo". Trata-se de um teto salarial máximo que impediria que a diferença entre o maior e o menor salário fosse acima de 20 vezes. Uma lei específica também limitaria o pagamento de bonificações e stock-options.


Em uma realidade social de generalização mundial das situações de desigualdade extrema -outra face daquilo que certos sociólogos chamam de "brasialinização"-, propostas como essa têm a força de trazer, para o debate político, a necessidade de institucionalização de políticas contra a desigualdade.


Em um país como o Brasil, onde a diferença entre o maior e o menor salário em um grande banco chega facilmente a mais de 80 vezes, discussões dessa natureza são absolutamente necessárias. Elas permitem a revalorização de atividades desqualificadas economicamente e a criação da consciência de que a desigualdade impõe "balcanização social", com consequências profundas e caras. Discussões como essas, só uma esquerda que não tem medo de dizer seu nome pode apresentar.

No Governo Tarso Genro Sai OP e Entra Conselhão

Tarso quando ministro de Lula implantou o Conselhão na esfera federal que não deu certo. Agora, pretende implantar esse conselho no âmbito do estado do RS. Será que vai dar certo?

Enganam-se aqueles que acham que o governo Tarso vai ser um repeteco do desastroso governo Olívio Dutra (1999-2003). Muito pelo contrário, os primeiros dias de Tarso estão a demonstrar que o espírito conciliador e convergente parece que veio para ficar. E assim esperamos. Tarso aposta suas fichas para acabar de vez com o radicalismo idiota que tomou conta do RS no últimos anos no tal do Conselhão - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS). São 80 nomes de pessoas " notáveis ou ilustres" de praticamente todos os setores da sociedade, como se lê da lista abaixo.. Tem gente do MST, como o frei Sérgio Gorgen e empresários do naipe do  atual presidente da Gerdau. E, para variar, os radicais do CPERS (Sindicato dos professores de escolas públicas)  se recusaram a integrar o conselhão, sob o argumento imbecil  de que não cabem aos empregados dar conselhos ao patrão.   Prefiro mil vezes o Conselhão do que o Orçamento Participativo (que nunca funcionou em escala estadual ou federal), porque o tal do OP sempre foi instrumento de aparelhamento ideológico de setores radicais da sociedade. O Conselhão, pelo menos, vai ser um fórum de debates de construção de soluções e alternativas para os problemas gaúchos.

Parabéns ao governador Tarso Genro -- que não recebeu meu voto -- mas tem agora o meu apoio e aplauso. Resta saber, até quando?

Abaixo lista do Conselhão.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Grêmio Perde Jonas e o Futebol é Mesmo Um Capitalismo Selvagem

Jonas, goleador do campeonato brasileiro 2010 vai para o Sevilha.

Essa notícia me deixou muito mais triste do que a "não vinda" do Ronaldinho Gaúcho. Quando Jonas assinou, no ano passado,  a renovação do contrato com o Grêmio ele não era, ainda, o artilheiro do brasileirão. O contrato foi renovado até o final de 2011 e a multa rescisória foi estipulada em 1.250  euros. O Grêmio ofereceu 4 milhões de reais e mais R$ 600 mil por mês. Jonas recusou. Hoje ele se acertou com o Valência da Espanha que pagou a multa rescisória. Tá explicado aqueles atos de fúria do jogo contra o São José da última sexta-feira.

Assim é o futebol de hoje em dia: capitalismo selvagem.

Deu Tilt no Cabeçalho do Blogger


Uma das manias do editor deste depósito é inserir no cabeçalho fotos da atualidade. Uma amiga minha já tinha me alertado ontem que estava com problemas de inserir fotos no cabeçalho do Blogger, porque elas - automaticamente -- ficam pequenas, diminuem de tamanho, tal como ocorre ali em cima. Os fóruns de discussão do Blogger estão debatendo essa anomalia. Os técnicos - parecem - estão trabalhando para que tudo se normalize e que o ciclo da vida continue no seu curso normal. A nós, só nos resta, esperar, aguardar e, talvez, rezar.

809 Mortes na Região Serrana do Rio

Meninas são atendidas em escola, transformada em hospital, em Nova Friburgo.

Que coisa, a tragédia na região serrana do Rio já contabiliza 809 mortes e 20.000 pessoas desabrigadas.

 Culpa de quem?

Ausência de estado?
Das pessoas que constroem residências em zona de risco?
Da natureza, de Deus, do escambau?
De qualquer forma, um absurdo.
Na Austrália, no início do ano, uma tragédia parecida: 30 mortes.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Assentados da Reforma Agrária Não Conseguem Obter com Seu Trabalho Sequer Um Mínimo Por Mês


Leio no Estadão, com base em dados do próprio INCRA:

Estrela das mais brilhantes no início do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, o Ministério do Desenvolvimento Agrário adentra o governo de Dilma Rousseff em meio a uma polêmica envolvendo seu papel no programa de erradicação da miséria - que está sendo desenhado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.



A polêmica teve início dias atrás, quando, ao ser convocado para apresentar sugestões para o programa, técnicos do Desenvolvimento Agrário apresentaram uma série de números que, em vez de esclarecer, provocaram dúvidas sobre o futuro da reforma agrária no governo Dilma.

Os dados, coletados no final do ano passado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) revelam que 38% do total de 924 mil famílias já instaladas em assentamentos da reforma agrária no Brasil não conseguem obter com seu trabalho sequer um salário mínimo por mês.

A dúvida instalada no governo é se, diante desses números, vale a pena continuar com a política de investir em novos assentamentos, como reivindicam os movimentos de sem-terra e defendem especialistas do Desenvolvimento Agrário. O que se ouve cada vez mais no Ministério do Desenvolvimento Social é que se deveria seguir outro caminho, investindo mais na melhoria do que já existe.


Inclusão. Por esse viés, os beneficiários da reforma agrária, assim como os atendidos pelo Bolsa Família, já tiveram um empurrão inicial para sair da miséria, com a concessão da terra, o crédito inicial para a produção agrícola e a construção da moradia. Precisam agora de ferramentas para andar com as próprias pernas, dentro do conceito de inclusão produtiva, repetido de maneira cada vez mais insistente entre os articuladores do programa de erradicação da miséria.


A equação não é simples - tanto pelas dimensões do problema quanto pelas suas nuances. Embora os movimentos de sem-terra critiquem a lentidão nos processos que envolvem a reforma, o Brasil tem um total de 8.763 assentamentos, que ocupam uma área de 76 milhões de hectares. Nesse território, equivalente a 9% do nacional, vivem 3,7 milhões de brasileiros, população maior que a do Amazonas, em torno de 3,5 milhões.

Dificuldades. De maneira geral, a situação dos assentamentos não é boa. Segundo o Incra, 58% deles têm péssimas estradas de acesso, o que dificulta o escoamento de qualquer tipo de produção agrícola, e 56% não contam com redes de energia elétrica. Em termos de escolaridade também não há nada para se comemorar: apenas 5% dos agricultores assentados tem ensino médio completo.


Além das dificuldades gerais, os especialistas têm que considerar as características específicas de cada região do País. Nos Estados do Nordeste, que concentram 46% dos assentamentos, o maior problema é a falta de água. Nas áreas do semiárido, a maioria deles não dispõe sequer de conhecimentos e recursos para captar, armazenar e manejar a água dos períodos de chuva.

Na região Norte, para onde foram levadas mais de 400 mil famílias (43% do total), especialmente nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), os maiores problemas são de acesso aos mercados consumidores. Em outras regiões, as famílias necessitam de mais crédito para a produção agrícola e ainda têm dificuldades para acessá-lo.

O que se viu, nas primeiras rodadas de debate no interior do governo, é que, apesar da ênfase que se costuma dar à importância dos assentamentos para a produção de alimentos e, consequentemente, para o combate à miséria e à fome, muitos deles ainda fazem parte do problema - e não da solução.

Surpreendentemente, durante uma reunião realizada dias atrás, técnicos do Incra sugeriram que o principal foco de atuação da entidade no novo governo seja prioritariamente a renda de produção e a escolarização. Isso significaria, entre outras coisas, melhorar a infraestrutura produtiva, fomentar a produção e apoiar a comercialização.

Money, Money, Money

O presidente americano, Barack Obama, recebe o presidente chinês, Hu Jintao, em cerimônia no gramado da Casa Branca. Obama afirmou que espera que a China e os EUA possam aliviar os atritos comerciais e se livrar dos "velhos estereótipos"

Obama foi muito polido, polido até demais, com o presidente chinês Hu Jintao, na conversa que os dois tiveram ontem em Washington.

Ele não falou - pelo menos abertamente -  sobre prisão do  ativista chinês Liu Xiaobo, prêmio Nobel da paz 2010 e pouco referiu sobre o precioso tema  da liberdade, assunto que parece não ser relevante para o regime chinês.

O que efetivamente importa é o vil metal.

Leio que os EUA anunciaram acordos comerciais com a China que aumentarão suas exportações ao país em cerca de US$ 45 bilhões, um valor significativo considerando que as vendas americanas aos chineses em 2010 totalizaram US$ 82 bilhões.

É um impulsto e tanto. Porém, o deficit no comércio bilateral, que chegou a mais de US$ 252 bilhões no ano passado, em detrimento dos EUA.

A parte principal do pacote comercial é um acordo para compra de aviões da Boeing no valor de US$ 19 bilhões. Segundo Obama, os pactos sustentaram 235 mil empregos americanos em 12 Estados.


Foram fechados ainda acordos de propriedade intelectual, inclusive com fim de práticas consideradas discriminatórias a produtos estrangeiros, e de acesso a mercados.

As informações são da Folha de hoje.

A Revolução de Jasmin






As fotos são do Boston Globe

Qual será o futuro da Tunísia?


Prova cabal de que as eleições e a democracia em grande parte do mundo muçulmano não funcionam é que o  ditador deposto da Tunísia, Zine el Abidine Ben Ali, havia sido eleito para a Presidência pela última das cinco vezes com 89,62% dos votos. Isso foi em 2009. No pleito anterior, obtivera 94,49%.

Ben Ali não é um caso isolado. Na Síria, Bashar al Assad ungiu-se em 2007 para mais sete anos de mandato com o apoio de 97,2% de seus concidadãos. No Egito, o eterno presidente Hosni Mubarak obteve em 2005 seu quinto mandato consecutivo, com 88,6% dos votos.
Saddam Hussein também era um sujeito popular. Em 1995 ele fora aprovado por 99,96% dos iraquianos e, em 2002, conseguiu atingir a notável marca dos 100%, como referiu Hélio Schwartsman em sua coluna na Folha da última terça.

O futuro da Tunisia permanece incerto após a renúncia do ditador Ben Ali, e a derrocada de uma ditadura de 23 anos.

E o que fez derrubar o regime? Uma revolta popular, a chamada Revolução de Jasmin,  apelido dado pelos tunisianos em referência à flor símbolo do país e logo encampado pela mídia ocidental, eclodiu quando um homem de 26 anos, de formação universitária, ateou fogo ao corpo em protesto pela apreensão de sua barraca de frutas (abaixo).



Ditador Ben Ali visita o comerciante que ateou fogo em seu corpo em protesto contra o governo.
Segundo editorial da Folha de terça feira:

O gesto desesperado calou fundo numa nação em que a taxa oficial de desemprego está em 14%, mas chega a atingir 60% entre os jovens, em algumas áreas. A corrupção endêmica, que vinha ganhando contornos ainda mais escandalosos com atividades de membros do clã da primeira-dama, Leila Trabelsi, serviu de combustível para a revolta.


A absoluta falta de espaço para o dissenso e o número recorde de prisioneiros políticos também contribuíram para elevar a fervura do caldeirão de descontentamento -apesar de o país viver situação razoável do ponto de vista econômico, com crescimento médio de 5% até a crise de 2008.


Os protestos ganharam força impulsionados pelo uso da internet, mas também pela ampla cobertura de veículos tradicionais, como a TV Al Jazeera. A violenta repressão deixou cerca de 80 mortos na conta oficial -e mais de cem segundo entidades de direitos humanos. A reação do governo seguiu o roteiro de sempre, o desfecho não. Quando percebeu que os protestos não cederiam, o ditador tentou negociar. Era tarde.


A queda do déspota traz uma série de questões para a ex-colônia francesa de 10,5 milhões de habitantes no norte da África.


"Nosso povo é digno de uma vida evoluída e institucional fundada sobre um autêntico pluripartidarismo e organização de massas", discursou Ben Ali em 1987, ao assumir o poder no golpe que derrubou seu antecessor, Habib Bourguiba, líder desde a independência, em 1956. A partir de então, reelegeu-se sempre com mais de 90% dos votos -índice que revela o vazio de suas palavras.


Desta vez, as primeiras medidas são auspiciosas. O primeiro-ministro, Mohamed Ghanuchi, disse que vai legalizar todos os partidos políticos, prometeu eleições em seis meses e anunciou a libertação dos prisioneiros de consciência.


Um dos maiores desafios será isolar os radicalismos islâmicos e manter a secularidade do país, onde as mulheres podem andar de cabeça descoberta e desempenhar funções de relevo. As ameaças extremistas de ordem nacionalista também são um risco.


Pela ótica externa, a repercussão da reviravolta colocou os ditadores da região em alerta. No Egito, comandado por Hosni Mubarak desde 1981, um homem se autoimolou diante do Parlamento. Na Argélia, onde Abdelaziz Bouteflika assumiu o poder em 1999, foram quatro episódios semelhantes. Houve movimentação também na Líbia, de Muammar Gaddafi, no controle desde 1969.


Ainda que seja improvável uma onda de democracia na região, a Tunísia, a depender da evolução dos acontecimentos, poderá representar uma saudável novidade no autocrático mundo árabe.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Academia de Hollywood Rejeita "Lula o Filho do Brasil"


Os pré-indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro 2011 são:

- Hors la Loi (Argélia)
- Incendies (Canadá)
- In a Better World (Dinamarca)
- Dogtooth (Grécia)
- Confessions (Japão)
- Biutiful (México)
- Life, Above All (África do Sul)
- Tambien la Lluvia (Espanha)
- Simple Simon (Suécia)

Lula, o filho do Brasil não foi nem pré-indicado.

Não vi o filme e, portanto, não posso falar se é bom ou ruim. Mas uma coisa é certa: o filme não fez o sucesso esperado. Por que será?

Se eu tiver tempo e quando passar na tv a cabo talvez eu dê uma olhada.

A Secretária Venezuela e Seu Cão Huguito




Chávez não gostou e exigiu -- porque ele adora exigir -- que uma emissora privada de TV colombiana tire do ar cenas da novela Chepe Fortuna, onde participa a personagem Venezuela, uma secretária que adora falar, e seu adorável  cão chamado Huguito.

Definitivamente, os ditadores não têm senso de humor.

O Pessoal do "Insônia" Atacou de Novo


A gurizada do  "insônia" atacou de novo - dessa vez num dos símbolos de Porto Alegre, a usína do gasômetro. 
Foram eles que picharam, em meados de 2010,  o Laçador, símbolo do Rio Grande do Sul.



Tatuagens


O assunto do momento nesta provincia sulina, como se lê nessa matéria da Zero Hora, é a tatuagem. Inclusive em editorial.

Tudo começou porque o edital do concurso realizado pela Brigada Militar do RS para a contratação de  salva-vidas temporários veda a participação de candidatos tatuados em áreas do corpo que não sejam cobertas pelo uniforme.

O fato é que algumas pessoas que usam tatuagem são discriminadas (veladamente) no mercado de trabalho.

A verdade é que parte considerável do mundo corporativo torce o nariz para quem tem tatuagem ou usa piercing.

Paradoxalmente, é impressionante o número de pessoas -- geralmente  jovens e de baixa renda -- que têm tatuagem ou usam adornos do tipo piercing. Impressionante. Mas tem cada tatuagem que.... francamente.

Como tudo na vida é processo essa "discriminação" está sendo cada vez mais atenuada. Mas tatuagem também é moda, é onda, apesar de ficar no corpo a vida inteira. E se a moda passa? E se o vivente enche o saco do corpo adornado? E muita menininha estampa no corpo o nome do namorado. Depois eles brigam. E o nome fica ali, para todo mundo ver.

Outro dia,  em Torres-RS, uma jovem mãe empurrava o carrinho de seu filhinho de menos de um ano, no pescoço a seguinte frase: "Livrai-me de todo o mal, amém!"

Abaixo interpretação magistral da  Elis Regina cantando  "Tatuagem" do Chico Buarque.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Baaría - O Último Épico de Tornatore

A saga da  família de Peppino Terranuova  é contada por Tornatore em Baarìa
Giuseppe Tornatore nasceu em Bagheria (Baarìa em Siciliano)  na Sicília e seu último filme conta a evolução, o progresso e a modernização (!)  de sua  cidade, a saga de uma família, o encanto das pessoas do sul da Itália. O fascismo, a máfia, os comunistas que -- dizem -- comem criancinhas. E as criancinhas, inclusive Tornatore (que inicia e termina o filme)  que correm pela rua empoeirada de todos os tempos, marcando seu espaço, suas conquistas e suas imagens. As cenas hilárias, o moribundo, a caminho da morte,  que pede para escreverem -- porque ele pode esquecer -- os recados aos que já morreram. O homem que entra na farmácia a procura de um remédio para acabar com sua vida. O farmacêutico que prepara numa taça -- com toda a calma e serenidade-- o líquido negro que o homem bebe até a última gota. O cambista que compra dólar no meio do comício dos comunistas. "Estamos todos bem", "Cinema paradiso", Sempre aos domingos"  Baarìa é uma mistura boa de todos esses filmes, fotografia maravilhosa, música cativante, elenco de primeira linha.  Vida longa ao siciliano Giuseppe Tornatore. Recomendo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Super Triste


Caramelo, este cão da foto acima,  permaneceu ao lado da sepultura de sua dona, Cristina Maria Cesario Santana, que morreu em consequência da catástrofe que atingiu Teresópolis.
Caramelo vivia com Cristina e mais três pessoas. Todas morreram, mas o cão se salvou e ajudou os membros do resgate a localizarem os corpos. Segundo o relato de membros da ONG Estimação, que passaram a cuidar do animal, o cão “está muito carente e pula no colo de qualquer pessoa que se aproxime”.

copiado daqui

E o Pessoal de Floripa Está Indignado com a Novela Insensato Coração da Globo


Leio no Blog do Aluisio Amorim.


INSENSATO CORAÇÃO DA REDE GLOBO É NOVELA MALDITA PARA A CIDADE DE FLORIANÓPOLIS E O ESTADO DE SANTA CATARINA


Insensato Coração, é o nome do folhetim maldito que vai ao ar pela Rede Globo. Sim, é considerado maldito pela população de Florianópolis, uma cidade que vem sendo invadida, vilipendiada, tripudiada por um turismo botocudo predatório. Em posts mais abaixo vocês podem ver a desgraça que é ver essa insana propaganda de Florianópolis, cujo resultado é o terror e a violência. É uma desgraça não só para os florianopolitanos mas para todo o Estado de Santa Catarina que vai sendo contaminado pela horda botocuda predatória que corrói o modelo catarinense fundado sobretudo na ética do trabalho, do respeito à lei e à ordem.
A Rede Globo presta um desserviço ao Estado de Santa Catarina ao exultar Florianópolis, uma Ilha que um dia foi cercada de tranquilidade e hoje tornou-se uma cidade violenta justamente pelo desabusado deslumbramento por suas belezas naturais, pela propaganda de um modismo inconseqüente e estúpido.
Em função disso, os morros que circundam o centro de Florianópolis são favelas habitadas por forasteiros. As praias antes bucólicas estão sendo estupradas e nelas surgem favelas de forasteiros. A cidade está sendo desfigurada. O crescimento de Florianópolis e da sua área metropolitana é tão grande que a infra-estrutura de água, eletricidade e rodovias urbanas tornam-se insuficientes e a manutenção impossível dado ao crescimento violento e inaudito. O asfalto das vias urbanas sofre um desgaste além do normal. É uma coisa de louco!
O título dessa novela da Rede Globo não poderia ser mais correto: INSENSATO CORAÇÃO. Sim, insensato coração da Rede Globo que contribui para o inferno em que se transformou Florianópolis.

Chateação

Essa musa que está tão brabinha se chama Scarlett Johansson

Faz 45 minutos e ouço a mesma música (chatérrima) e no fim dela o seguinte aviso: no momento todos os nossos operadores estão em atendimento, por favor aguarde.

Fiz a grande besteira -- porque o pessoal da Vivo assim me aconselhou -- de contratar um seguro celular que me retira R$ 16,00 por mês de uma seguradora chamada Mapfre.

Liguei para a Vivo que me mandou falar com a Mapfre para cancelar o seguro.

E aguardo.

Por enquanto estou calmo, mas daqui a pouco.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Essa Foto Diz Tudo


Médica legista que deveria reconhecer os corpos das pessoas mortas pela tragédia na região serrana do Rio passou mal e teve de ser carregada. 

Quando comecei a redigir esse post eram  386 mortes e agora, poucos minutos depois,  já são 397. Hoje tentei assistir ao Jornal do meio dia na Globo. Eles insistiam em mostrar as tragédias pessoais, como o caso do  bebê que se salvou, mas sua mãe e avó morreram. Eu sei que houve uma tragédia, que a situação é muito grave, que é momento de mostrar solidariedade,  mas prefiro não entrar nos assuntos das tragédias pessoais. Eu sei que vidas familiares inteiras foram interrompidas, mas não quero entrar nos detalhes. Realmente, não tenho e nunca tive esse tipo de curiosidade.

Devemos Rejeitar o "Amor" de Um Estado "Paternal"



A autoridade tem de ter poder, inclusive de polícia, mas o estado não pode ser confundido com a autoridade materna ou paterna. Lula -- que se diz o filho do Brasil -- sempre se colocou como "o pai do Brasil". Assim fez, também, Getúlio Vargas. Assim faz Chávez na Venezuela. Quando o estado adota um certo "poder paternal" ele  ingressar e perambula nos labirintos do  lado obscuro do  autoritarismo. O "estado paternal", via de regra ou é populista ou é ditatorial. E, nesse sentido,  sempre se acha no direito de realizar as chamadas  "justiças sociais" custe o que custar, doa a quem doer,  passando por cima de garantias fundamentais, porque os fins justificam os meios.

Quem escreve sobre este assunto hoje na Folha é o psicanalista Contardo Calligaris.


A autoridade que espero

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Para o paternalismo, as autoridades podem mandar na gente porque nos amam como um pai ou uma mãe


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"O QUE ESPERAMOS", em português, é uma expressão complexa: pode significar o que gostaríamos que acontecesse (é o sentido do francês "espérer" e do inglês "to hope") ou apenas o que antecipamos (é o sentido do francês "s'attendre à" e do inglês "to expect").


Na semana retrasada, uma reportagem da revista "Veja" me perguntou o que eu esperava dos primeiros cem dias do governo Dilma. Respondi: "Espero ser tratado como gente grande. (...) Espero que a presidente não ache que é meu pai nem a minha mãe".


Minha resposta respeitou o duplo sentido de esperar: escolhi algo que desejo e também antevejo que possa acontecer no governo Dilma.


Na presidência Lula (que foi, ao meu ver, uma grande Presidência para o país), a única coisa que realmente me ouriçou foi o paternalismo. Disso não vou sentir falta. E ninguém deveria -pois, no balanço positivo dos oito anos, acredito que quase todas as manchas tenham sua origem no paternalismo.


O paternalismo explica a escolha de colaboradores mais por vínculos afetivos do que por competência ou probidade e explica, em geral, a dificuldade em reconhecer que a lei se situa acima dos laços de amizade e de família (veja-se o caso final dos passaportes diplomáticos concedidos aos filhos de Lula).


Por que o paternalismo me incomoda tanto?


Tive pai e mãe ótimos e, ainda hoje, às vezes, gostaria que estivessem aqui para me orientar. Mas não deixo ninguém se colocar no lugar deles. Isso não me exige um esforço grande, pois o lugar da minha mente que eles ocupavam antes que eu alcançasse minha (relativa) autonomia já não existe mais, há tempos.


Desfazer-me desse lugar não foi automático; em grande parte, foi o resultado do processo de minha análise. Uma psicanálise, aliás, poderia se definir como o esforço para se desfazer de figuras paternas internalizadas, que tiveram uma função no atrapalhado caminho pelo qual nos tornamos adultos, mas das quais não precisamos mais.


O paternalismo é o avesso desse esforço: ele quer que a experiência adulta da autoridade seja moldada pela nossa neurose familiar básica.


O paternalismo acha bom que, para nós, toda figura de autoridade se pareça com uma mamãe ou um papai, cuidadosos e/ou severos. Também o paternalismo acha bom que, do agente de trânsito ao presidente, do professor à enfermeira, as figuras de autoridade pensem que elas podem mandar na gente porque nos amam como os pais amam seus filhos.


A neurose faz com que, na vida adulta, nós tendamos a viver todas as relações como extensões dos afetos familiares no meio dos quais crescemos. No caso que nos interessa, estaríamos prontos a sermos bons meninos diante de um governante que nos convença de que ele é nosso pai ou nossa mãe (o que não vai ser difícil, pois isso é exatamente o que queremos acreditar).


Minha esperança é que, com Dilma, o governo não se prevaleça dessa neurose quase universal. Espero, por exemplo, que a presidente me peça para pagar mais impostos porque a boa administração do país exige esse esforço -não porque ela é uma mãe para mim, e, portanto, eu me comportarei bem.


Por que espero isso? Simples: a autoridade que se funda num vínculo afetivo é descontrolada e incontrolável. Quem ousaria discutir e limitar a suposta intenção amorosa dos "pais"? Como o "filho" ousaria inquirir o pai e a mãe? O paternalismo é quase sempre tentado pelo autoritarismo mais arbitrário. Por seu trajeto, espero que Dilma tenha pouca simpatia pelo autoritarismo sob todas suas formas.


Alguém, tendo lido minha resposta à "Veja", perguntou: mas não é normal que a relação com o pai e a mãe seja para nós o modelo de toda relação com a autoridade? Não é isso que a psicanálise nos diz?


Não é. A família é o sistema que inventamos para lidar com as crianças estranhamente prematuras que todos somos -crianças que precisam de cuidados e orientação durante um quinto de suas vidas. Pensar que a família, por ser o quadro em que descobrimos a autoridade, seja também seu modelo "natural" equivaleria a pensar que toda sexualidade, por ter começado com papai e mamãe, deva ser edípica, para sempre.


A psicanálise pensa (e espera) o contrário, ou seja, que a gente cresça e, no caso, que nossa (inevitável) relação com a autoridade deixe de ser parasitada pelos restos da neurose familiar.

350 Mortos. Pode?


Mais uma tragédia, dessa vez na região serrana do Rio. Pode uma coisa dessas? Parece que sim. E o pior, não foi a primeira e nem vai ser a última.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Caso Ronaldinho e Capitalismo Selvagem

Ronaldinho criança vestindo a camiseta do clube que o formou.

Leio no Blog Alfabetizados Políticos um post sobre o caso Ronaldinho com o título: Novela Ronaldinho e o arroubo ético na imprensa brasileira, com a colaboração do estudante de comunicação Rodolfo Mohr do Blog Jornalismo B. O artigo critica a postura ética da grande mídia que sempre defendeu o capitalismo e seus valores. Em suma, o artigo diz isso, meu pitaco vem depois.

"Todos os valores capitalistas difundidos e defendidos pelos meios de comunicação de massa a exaustão acima de qualquer valor humano foram esmagados pelas reações populares diante das atitudes mesquinhas e canalhas cometidas pela dupla Assis Moreira, big e little brothers."

O post peca pela generalização. Capitalismo é processo e, como tal, está sempre em dinâmica transformação. Assim caminha a vida, nos ensinou Hegel, o pai da dialética. Eu não conheço ninguém que defenda, hoje em dia, idéias retrógradas como "a volta do capitalismo selvagem". Muito embora tenha alguns amigos liberais (como também tenho de esquerda) nenhum deles defende a liberdade absoluta e o  total livre mercado.  Quem assim pensa está defendendo idéias do século XIX. Numa sociedeade complexa e difusa o mercado tem de ter sua regulação e seus padrões de conduta. Vivemos na época do estado regulador.  E existem, portanto, regras de negociação, as quais foram quebradas pela família Assis Moreira.  Uma delas é que quando se fecha todos os detalhes de um acordo as partes tem a obrigação moral de fazer cumprir o que ali ficou estabelecido. O que fez Roberto Assis? Após acertar os detalhes contratuais, primeiro com o Palmeiras e depois com o Grêmio corria para o celular e digitava torpedos conclamando a concorrência a fazer propostas. Assis quebrou as regras morais do mercado, do capitalismo e da concorrência e isso é inadmissível.
A família Assis Moreira pensa que o Brasil ainda continua respirando os ares do capitalismo selvagem. Não estamos.