Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Farofadas

Angeli

O que é fascinante no verão é a praia, sobretudo a praia brasileira. E como tudo na vida é "luta de classes", as praias brasileiras são  divididas em diversas partes. Há o recanto da farofa, onde o pessoal de renda mais baixa curte música sertaneja ou pagode e fica o dia inteiro na praia tomando cerveja barata. Há o espaço  da classe média, da classe média alta, dos ricos e até mesmo, vejam só, dos  super ricos.

Em qualquer praia deste Brasilsão é assim.

A Folha de ontem fez uma reportagem engraçada sobre os super ricos torcem o nariz com as farofas dos ricos.

A matéria se chama"Super-rico" torce nariz para "farofa" dos "apenas ricos" e é a seguinte:

Eliane Luiz, 36, é juíza, tem apartamento de veraneio comprado a R$ 800 mil na praia mais badalada de Florianópolis e bebe champanhe Veuve Clicquot à beira mar, a R$ 280 a garrafa.

Mas, na opinião de alguns frequentadores de Jurerê Internacional, ela é "farofa".
Os "super-ricos" do balneário passam toda a temporada sem pôr os pés na areia e pagam até R$ 1.000 só para entrar em um bar livre dos que consideram "farofeiros".
Eles são necessariamente mais ricos que o pessoal da areia, mas desprezam a democracia à beira mar, onde entra quem quer. "Super-rico" aprecia o público "bonito e selecionado" de local pago.
"No lugar aberto tem cara tatuado, bombado, de corrente. Estou pagando para ficar em um lugar exclusivo", diz o paulista Rodrigo de Castro, 31, enquanto bebe champanhe na piscina do P12, espécie de clube na praia.
No local, as atrações são a piscina com bar dentro, camas confortáveis e DJs.
A entrada varia de R$ 45 para mulheres a até R$ 300 para homens, preço cobrado nos dias mais cobiçados.
"Na praia você fica cheio de areia. É muita farofa, muito Maresias", afirma Davi Almeida, 30, que diz gastar cerca de R$ 500 ao dia no clube.
No Cafe de la Musique, os preços são mais salgados: os "super-ricos" chegam a gastar até R$ 5.000 diariamente.
"Aqui o nível é melhor. Mas está ficando muito caro agora, nem na Europa é assim", diz o advogado cuiabano Diogo Alves, 27, que foi à praia em só dois dos 20 dias em que esteve na cidade.
Com amigos, ele pagou, em um dia, R$ 20 mil de consumação para ficar na piscina do Cafe de la Musique.
A consumação é gasta em muito champanhe, vodca, energético, cerveja e ofertas de bebidas para mulheres.
No Cafe, a entrada para homens custa até R$ 1.000. A das mulheres é de graça. "Os donos sabem que os homens querem estar cercados de mulheres bonitas", diz Diogo, cercado por oito garotas dançando ao redor de sua mesa, bebendo de graça.

"CHIQUE"


Mesmo os lugares que não cobram entrada dão um jeito de selecionar o seu público.
No restaurante Taikô, a entrada é livre e as mesas da parte de trás são liberadas.
Mas, para ficar nas da frente, com vista para a praia, a consumação é de R$ 3.000.
"Não é todo mundo que vai entrar aqui. Nós viemos porque seleciona a frequência. É outro perfil", afirma o empresário Ronaldo Zardur, 44, de São Paulo.
E, se a "farofa" entrar, será uma "farofa chique", diz o publicitário paulista Filipe Chavez, 30. "As meninas do meu lado compraram um suco de morango e tiraram da bolsa uma [vodca] Absolut. Não é para qualquer um."

2 comentários:

Fábio Mayer disse...

Um juiz que compra apartamento de 800 mil e bebe champagne importado?

Alguma coisa está muito errada num país, quando funcionário público vive como nababo...

Pablo Vilarnovo disse...

Isso está acontecendo muito em Floripa. Aqui no Rio, mesmo em Ipanema ou no Leblon não acontece. Há uma integração bem tranquila.