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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Como Éramos Ingênuos (análise sobre o Filme Che II)


Che Guevara é um ícone dos nossos tempos. Quando vejo tremulando nos campos de futebol uma bandeira do Che ou quando passa por mim um maluco com a camisa do grande ídolo da revolução cubana,  eu penso sempre a mesma coisa: será que essas pessoas sabem realmente quem foi Che Guevara?

Uma das boas biografias que devorei foi sobre Che: A Vida em Vermelho do Jorge Castañeda.  Um livro imparcial, que conta, sem febres ideológicas ou revolucionárias, a vida passional desse médico argentino, de família de classe média alta que sempre largou tudo na vida para fazer o que ele mais gostava: revolução.

A vida de Che sempre me fascinou. Na minha mocidade, enquanto a juventude se encantava com o rock new wave ou com as Madonas da vida- nos anos 80 -- eu lia os manuais de guerrilha do grande líder revolucionário. Ele sempre foi direto, forte e firme, mas sem perder a ternura. Na verdade, eu era um chato e ingênuo.

E a vida de Che continua me fascinando. Tanto é assim que após devolver "A Origem" na locadora retirei Che II - A Guerrilha do Steven Soderbergh com o Benício del Toro.

No fundo, no fundo, Che também era um ingênuo. Depois de exercer carreiras burocráticas no estado da revolução cubana, Che resolveu sair pelo mundo para fazer revolução. Fidel -- que não suportava mais Che ditando as regras administrativas -- adorou. E Che foi para o Congo Belga onde fracassou e depois para a Bolívia, o coração da América Latina. E ali se instalou no sul do país, perto da fronteira com a Argentina, nas matas, na região carvoeira, onde os mineiros e campesinos -- pensava ele -- certamente apoiariam os ideais da revolução que se estenderia por todo o continente sul americano.

Mas nada disso aconteceu. O povo unido que jamais será vencido não aceitou a causa de Che que apenas reuniu meia dúzia de rebeldes, muitos deles cubanos. Che foi traido pelo povo que mostrou, com profunda exatidão, ao exército boliviano os caminhos por onde Che e seu grupo percorriam.

E ele foi, finalmente, ferido, preso e executado.

Virou lenda, virou ícone, está hoje nas tatuagens, nas camisetas, adornando  algumas bandeiras de clubes de futebol. Paradoxos do mundo de hoje. Uma coisa, pelo menos é certa: Che II é muito melhor que Che I.

5 comentários:

Fábio Mayer disse...

Sou 40tão mas NUNCA tive fascínio por Che Guevara e muito menos pelo seu par em atrocidades, Fidel Castro.

Ele nunca passou para mim de um mero assassino a bradar por uma revolução que só serviria aos interesses de meia dúzia de espertalhões a se lucupletarem de um Estado mais oligparquico e corrupto que o que ele combatia.

Che Guevara para mim é é como um BBB: muita gente admira, mas ápenas a imagem, o estofo é nulo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Fábio, a história de Che é muito interessante, cheia de aventuras, altos e baixos, mas tinha uma personalidade rígida e impulsiva. Os fins justificam os meios e por isso mandou executar dezenas de "traidores" do regime nos primeiros anos da revolução. Será que as pessoas que usam hoje a grife Guevara sabem sobre esse passado?

Fábio Mayer disse...

Sabem nada, Maia.

Vinícius disse...

Concordo com o comentário de fábio "Che Guevara para mim é é como um BBB: muita gente admira, mas ápenas a imagem, o estofo é nulo."

Pablo Vilarnovo disse...

Na verdade Che é um reflexo de fracasso. Falhou como médico, falhou como revolucionário, falhou como ministro.

A única coisa que sabia fazer bem era ser carrasco.

O ícone Che foi totalmente criado após a sua morte como forma de propaganda. Apenas isso.