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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Paraíso dos Perfeitos Idiotas

O respeitável historiador marxista Eric Hobsbawn,93 anos.
Eric Hobsbawm


O historiador Eric Hobsbawm tem 93 anos. Viveu por tempo suficiente para que tenha visto justificadas as opiniões que expressa já há muito sobre o capitalismo e o marxismo. Seus críticos, evidentemente, relutam em concordar com ele.


Michael Gove, por exemplo, secretário da Educação no governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas no Reino Unido, afirma que o marxismo de Hobsbawm é atávico. Há quem concorde. Esses críticos afirmam que o historiador é um "acadêmico envelhecido que hesita em contemplar o mal e lhe dar o nome devido".


Mas Hobsbawm está acostumado a esse tipo de crítica.


Acaba de lançar uma nova coletânea de ensaios no Reino Unido, seu 16º livro, intitulado "How to change the World: Tales of Marx and Marxism". O trabalho sairá no Brasil no ano que vem, pela Companhia das Letras. Hobsbawm acredita que a recente crise econômica mundial oferece sustentação convincente aos seus argumentos marxistas.


Ele admite que, entre 1945 e os anos 70, o capitalismo ganhou "face humana". Mas sob Thatcher e Reagan isso foi substituído por um fundamentalismo de mercado extremado, que provocou terremotos devastadores, especialmente na América Latina.


Nascido em Alexandria, Egito, filho de um casal judeu, e criado em Viena e em Berlim, Hobsbawm, vive em Londres desde 1933. Foi por muito tempo membro do Partido Comunista britânico e de seu grupo de historiadores.


A reputação mundial de que desfruta se baseia numa variedade espantosa de grandes obras. Algumas delas criaram novas maneiras de contemplar a história, especialmente os trabalhos sobre rebeldes primitivos e bandidos.


Escreveu também uma série de interpretações em larga escala do período entre o final do século 18 e o final do século 20, começando por "A Era das Revoluções". A América Latina é "o lugar onde as pessoas falam e conduzem política na linguagem do passado, do século 19 e 20, de socialismo, comunismo e marxismo", disse ele recentemente.


Hobsbawm é especialmente elogioso com relação ao Brasil. Ele disse ao "Guardian" que o Brasil apresentava um caso clássico de partido trabalhista ao modo do século 19, baseado em uma "aliança de sindicatos, trabalhadores, pobres, intelectuais e ideólogos de diversas vertentes da esquerda, que produziu uma coalizão de governo notável.


E não se pode dizer que ela não obteve sucesso, já que, depois de oito anos de governo, seu presidente deixou o posto com índices de aprovação de mais de 80%".


A América Latina, acrescentou, é a região do mundo em que ele se "sente mais em casa, em termos ideológicos".

Artigo de Kenneth Maxwell na Folha de hoje.

4 comentários:

Fábio Mayer disse...

O livro dele "O Breve Século XX" é de uma clareza excepcional no sentido de reconhecer que o marxismo jamais foi aplicado em lugar nenhum, e que as experiências comunistas à moda da URSS foram um retumbante fracasso.

Apesar de, neste livro, ele tentar reabilitar Stalin, afirmando que o genocídio que causou tinha razões práticas na necessidade de sustentação do regime (o que não me convenceu), sua idéia de marxismo me parece bem clara no sentido de buscar um meio termo entre os radicalismos socialista e financeiro, pregando uma sociedade de consumo que não pratique isso como paranóia e onde o lucro se obtém por mérito e não exatamente escala... me pareceu que a maior crítica que ele faz é contra a sociedade consumista, cujos limites estamos constatando que já foram ultrapassados há tempos...

Pablo Vilarnovo disse...

Desculpe, mas ele é um idiota que fala para uma massa de idiotas maior ainda.

senna madureira disse...

Pablo, meu caro amigo

Qual seria o "comuna" mais idiota que vc, se refere:

Eric Hobsbawm ou o Kenneth Maxwell ???

Uma confissão

Na época da Faculdade, me dei bem com muitas garotas depois de um "papo-cabeça" com as ideias do Prof. Hobsbam.

Grande abraõ

Fábio Mayer disse...

Hobsbawn é comunista convicto... mas ele jamais conseguiu afirmar que o comunismo é exequível... ou seja, continua no campo da utopia.