Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 31 de agosto de 2010

Não Se Chuta Cachorro Morto



Artigo de Fernando Barros Silva na Folha de hoje. Quer ler na íntegra? Clique abaixo. A charge acima é do Angeli.

Lula em transe


A um mês da eleição, o petismo está em festa, mas não há ninguém mais animado do que o próprio Lula. Ele não age como quem quer apenas derrotar José Serra. Age como quem quer massacrar a oposição. Massacrar politicamente, bem entendido, embora o que ele diga às vezes faça eco, com sinais invertidos, à fala truculenta de Jorge Bornhausen em 2005 -"vamos acabar com aquela raça".




É evidente, de maneira até muito mais acentuada do que ocorreu em 2006, o clima de desforra que o presidente imprime à campanha atual.


Lula transformou o processo eleitoral num "road show". Escreve o roteiro, dirige e protagoniza o espetáculo itinerante da sua aclamação. Vai pulando de cidade em cidade, empenhado em dizimar os remanescentes "do lado de lá".


E, como a disputa ficou fácil para a sua candidata, cada palco visitado pelo astro mambembe oferece uma nova ocasião para sua despedida interminável e novelesca do poder. Lula, mais do que a plateia, parece necessitar dessa catarse.


Não sendo candidato, em cima do palanque ele com frequência agride o código de conduta burguês. Sua performance fere suscetibilidades tucanas e não deixa de recordar, pelo que mobiliza, algo do teatro collorido no seu auge.


Pelos exemplos dos últimos comícios, no seu personagem parecem se misturar, quando caminha e esbraveja pelo palco, o líder sindical, o pai populista e o pregador religioso. Mas seu transe tem método.


A mensagem que o atravessa é invariavelmente a mesma: a luta política se trava entre "nós" (o povo, encarnado na sua figura) contra "eles" (a elite inimiga do povo).


Pouco importa que, na vida real, parte significativa das elites e das oligarquias esteja junto com Dilma. A equação eleitoral que Lula montou se mostrou, afinal, muito eficaz.


Não seria assim, obviamente, se o conto de fadas da ascensão social que o próprio Lula representa não tivesse de alguma maneira se traduzido em realidade para muitos.



4 comentários:

senna madureira disse...

Maia

Por favor, não cometa a maldade do "clique aqui".

Quem não é assinante da Folha não pode ler o artigo do Fernando.

Nem todo mundo, Maia, tem amigo que é diretor da Folha.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Senna, este é um Blog solidário e pós moderno. Se você clicar no "Mais informações" pode acessar inteiramente "de gratis" o artigo do Fernando.

senna madureira disse...

Maia

Dei um click em "mais informações" e não apareceu nada, salvo as nossas mensagens.

Em tempo, sou assinante da Folha e amigo de diretor.

Carlos Eduardo da Maia disse...

NO meu computador cliquei e acessei. O resto do texto está aqui:

É evidente, de maneira até muito mais acentuada do que ocorreu em 2006, o clima de desforra que o presidente imprime à campanha atual.


Lula transformou o processo eleitoral num "road show". Escreve o roteiro, dirige e protagoniza o espetáculo itinerante da sua aclamação. Vai pulando de cidade em cidade, empenhado em dizimar os remanescentes "do lado de lá".


E, como a disputa ficou fácil para a sua candidata, cada palco visitado pelo astro mambembe oferece uma nova ocasião para sua despedida interminável e novelesca do poder. Lula, mais do que a plateia, parece necessitar dessa catarse.


Não sendo candidato, em cima do palanque ele com frequência agride o código de conduta burguês. Sua performance fere suscetibilidades tucanas e não deixa de recordar, pelo que mobiliza, algo do teatro collorido no seu auge.


Pelos exemplos dos últimos comícios, no seu personagem parecem se misturar, quando caminha e esbraveja pelo palco, o líder sindical, o pai populista e o pregador religioso. Mas seu transe tem método.


A mensagem que o atravessa é invariavelmente a mesma: a luta política se trava entre "nós" (o povo, encarnado na sua figura) contra "eles" (a elite inimiga do povo).


Pouco importa que, na vida real, parte significativa das elites e das oligarquias esteja junto com Dilma. A equação eleitoral que Lula montou se mostrou, afinal, muito eficaz.


Não seria assim, obviamente, se o conto de fadas da ascensão social que o próprio Lula representa não tivesse de alguma maneira se traduzido em realidade para muitos.