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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sobre o Terreno da FASE em Porto Alegre


Discussão no diário gauche com a participação deste paciente blogueiro acerca do terreno da FASE em Porto Alegre. Certa esquerda que tem ojeriza ao capital não quer que essa área nobre seja licitada pelo melhor preço em troca de contrapartidas para melhorias nas instalações de menores infratores.

Carlos Eduardo da Maia disse:

Yeda faz muito bem em alienar, via licitação com a exigência de contrapartidas, patrimônio público que pode gerar melhor qualidade de vida a população do RS se administrado pela iniciativa privada. O que é vergonhoso é a ocupação ilegal que existe no outro lado da padre cacique em terreno público com prédios horrorosos. Todos os Juízes da Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre são a favor do projeto de descentralização da Fase, sendo que diversos prédios mais modernos e confortáveis aos menores infratores serão construídos com esses recursos arrecadados. O resto é preconceito de quem acha que capital é sempre algo danoso. Não é.

Regina Abrahão disse...


Algumas ressalvas: Primeiro, não são cinco mil moradores, são mil e quinhentas famílias, ou seja, cerca de oito mil. Segundo: Ninguém é contra melhorar as condições de trabalho dos funcionários nem de habitabilidade dos internos, mas sim contra vender um terreno sem avaliação criteriosa. Terceiro, a sociedade tem direito de saber que projeto é este que está sendo citado, e não apenas que serão nove unidades. Quarto, terrenos para este fim são fornecidos pelas prefeituras, não comprasdos. Quinto, os trabalhadores, técnicos, pais e mães de adolescentes que cumprem medidas ficam sabendo de informações pela mídia. E eu poderia enumerar ao menos mais vinte razões para que esta transação não seja efetivada. Porque acompanho de perto, como diretora do Sindicato que representa a categoria. Agora, pergunta para a RBS: Porque eles não entrevistam a mim ou a algum trabalhador?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Consulta para quê? para se fazer o que fizeram com o Pontal do Estaleiro onde apenas 1,8% da população de Porto Alegre disse não e o projeto foi engavetado? Não tem de haver consulta popular demagógica para isso. O precedente do Pontal demonstrou que esse tipo de consulta é absolutamente inóquo, porque não existe participação popular coisa nenhuma.

O governo tem a discricionariedade de vender esse terreno em área nobre e ponto final, como fez com a área da Corlac, cuja venda foi um sucesso. Deve haver sim contrapartidas urbanísticas e ambientais, pois as pessoas que têm a posse irregular dessa área que ainda é publica devem ser assentadas em outro lugar. Isso tem de ser feito. O empreendedor pode assumir esse compromisso, como ocorreu na área do Barra Shopping. Isso faz parte do pacote do empreendimento que tem seus riscos. E os riscos estão embutidos no preço do negócio que será licitado entre diversos empreendedores e investidores. Que mal há, afinal, nisso? Depois vocês não entendem porquê motivos a esquerda tem cada vez menos cordeirinhos, porque defendem idéias estapafúrdias, alopradas e preconceitosas.


Carlos Eduardo da Maia disse...

Regina, Porto Alegre já sabe que consulta popular é pura demagogia. Veja o que aconteceu no caso do POntal do EStaleiro, onde houve um comparecimento ínfimo da população e apenas 1,8% dos portoalegrenses disseram não. E o projeto foi engavetado. Pura demagogia que espero não se repita mais. O projeto é bom, existem contrapartidas ambientais e urbanísticas, há responsabilidade no assentamento das pessoas que estão naquele local com habitações muito precárias, pode gerar empregos, impostos, vai melhorar os serviços da FASE que vai ser descentralizado, serão construídos prédios melhores e mais modernos. E tudo isso vai ser licitado, vai ganhar quem der o melhor preço. Qual é, afinal, o problema, além do preconceito contra o capital? O empreendedor que vai assumir os riscos do negócio não pode ganhar o seu dinheirinho? É pecado ou você defende idéias antigas de varrer a burguesia do planeta?

4 comentários:

ZEPOVO disse...

O capital não é danoso. É perigoso.
Não conheço o problema em POA. Mas é comum pelo Brasil.
Vender patrimônio sempre cheira "mutreta" porque os exemplos são incontáveis. O capital resultante da venda nunca vai para o destino programado, perde-se no caminho.
Administração séria com fiscalização honesta competente e o eleitor atento.Nunca ví, mas deve existir...
Vc tem razão, certa esquerda odeia o capital, não sabemos como substituí-lo mas precisamos mantê-lo em jaula, bem cuidado e vigiado, porque senão ele nos engole.

charlie foxtrot disse...

O Maia tem um espírito quixotesco. Luta contra a estupidez humana como o cavaleiro da triste figura lutava contra moinhos.

E ZEPOVO, tenho certeza de que você acredita que o melhor é manter o tal do capital dentro de uma jaula bem vigiada.

O mundo está perdido.

PoPa disse...

Vender patrimônio? O Estado não deve ser patrimonialista, na forma de reter coisas que não usa ou usa mal. Afinal, se estes recursos mal usados podem resultar em benefícios para a população que vão desde uma arrecadação que daria para construir mais do que tem ali, até um uso mais adequado para a área em questão.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Sou mesmo um Dom Quixote, Charlie. Concordo com o Popa, o Estado não tem de ser patrimonialista, não é essa a sua função. Zé, aqui o destino programado é bem claro, o licitante que ofertar o melhor preço tem de construir as novas e mais modernas unidades da FASE. O Estado não vai gastar nenhum centavo. E tem gente que é contra. Dá para acreditar?