Cerca de 100 pessoas morreram no Rio por conta da forte chuva. Grande parte delas vivia em áreas de risco, nas encostas dos morros, onde o terreno desliza, com certa facilidade, nos dias de forte chuva. São áreas irregulares, construções precárias e o poder público faz vistas grossas. E quando chove forte, como está acontecendo, o risco é grande, imenso. Fico pensando o desespero e medo que essas famílias que vivem nessas comunidades devem sentir diante do forte temporal. Se existe um problema que este Brasil deve resolver de forma imediata e urgente é a carência habitacional, as residências precárias, em zonas de risco, mas como sempre ocorre por aqui -- e essa é a causa direta do nosso subdesenvolvimento -- nosso poder público é sonolento e gosta de fazer vistas grossas e lavar as mãos. Até que uma nova tragédia ocorra.
Os notíciários dessa noite estão a mostrar cenas de grande solidariedade e emoção. Bombeiros e voluntários se esforçam para buscar pessoas que estão presas sob os escombros das casas atingidas e quando alguém é retirado todos batem palmas e celebram.
Terra desliza sobre casas no Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro. Pelo menos 12 pessoas morreram e 15 ficaram feridas no local. A Defesa Civil contabiliza pelo menos 93 mortos e 44 feridos no Estado devido à chuva. O Corpo de Bombeiros ainda faz buscas por pessoas soterradas e desaparecidas
4 comentários:
Após os enterros e a lama secar o assunto será esquecido. Até a próxima chuva.
Tem sido um tema recorrente no meu blog essa falta completa de polícia edilicia que existe no Brasil, e que leva a tragédias como estas na esteira das vistas grossas que o Estado faz a construções irregulares.
NO Rio, se constroi em encostas e favelas crescem de modo vegetativo sem que ninguém faça nada;
Em São Paulo, existe combate às enchentes e programas de desfavelização mas, a cidade é por demais impermeabilizada, a prefeitira não impede que pessoas destruam jardins e quintais para fazer puxadinhos em sas casas, e a quantidade de parques é pequena para o tamanho da cidade;
Em Curitiba, apesar de ter menos problemas que Rio-SP, existe uma bolha imobilária que está levando à especulação com a ocupação de áreas que seriam de controle de enchentes.
Em outras cidades, Blumenau por exemplo, problemas assim se repetem e nas cidades pequenas., apenas espera-se uma tragédia a cada chuva, porque muitas prefeitiras simplesmente não existem.
Ouvi ontem no Jornal da BAnd> cerca de 60 milhões de brasileiros moram em habitações precárias. Por que o poder público não faz um mutirão -- e isso gera empregos -- para melhorar a qualidade dessas habitações. O que ocorre é que grande parte dessas áreas são bem localizadas e o povo dessas comunidades prefere enfrentar esse risco, que pode ser fatal, do que se mudar para um local mais distante (e mais seguro), nas periferias das grandes cidades. Pergunte ao povo da favela da Rocinha se eles querem ir para algum loteamento perto da Cidade de Deus?
Os programas habitacionais brasileiros são uma piada, Maia!
Eles querem que as pessoas saiam dos lugares onde vivem precariamente para habitações MINÚSCULAS e pouco menos precárias no fim do mundo de cada pessoa.
Esses dias tive que dar razão a uma ativista sem teto. Ela dizia que a casa média do programa habitacional popular brasileiro tem algo em torno de 50m2, o que não atende familias grandes, como são as de menor renda.
Uma da iniciativas que achei interessante nesse sentido foi desapropiar prédios antigos abandonados nos centros da cidades para transformá-los em moradias populares. O problema é que tem gente que diz que não pode, porque o preço do imóvel é caro demais para o Estado/Governo e porque a vizinhança não vai gostar dos novos moradores. Mas seria uma forma de alocar gente e revitalizar áreas, até porque, pobre não necessariamente é vândalo como pensam algumas mentes toscas deste país.
O fato é que é preciso dar solução para situações como estas, porque uma hora a bomba explode, como está acontecendo no Rio.
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