Ontem a Dilma -- e vou fazer aqui a primeira crítica a ela depois de eleita presidentE -- para agradar a platéia de esquerda, reunida no Fórum Social Temático no Gigantinho, repisou o pensamento simplório ou preguiçoso, no sentido de que o Brasil é o país que sabe das coisas, está na direção correta e que a Europa e os EUA são burros, incompetentes e por isso vivenciam essa crise estrutural do capitalismo.
Leio, também, no
Diário Gauche um post chamado "
A velha marmita rançosa da mídia brasileira", onde se elogia a postura do jornal liberal londrino Financial Times que reconhece a crise capitalista e se critica o papel dos nossos jornais em defesa do status quo de um regime capitalista decadente.
Postei ali o seguinte comentário:
Numa boa, Marx disse uma bela frase: tudo o que é sólido se desmancha no ar, mas esse processo chamado capitalismo é como uma hydra de Lerna, ele é resistente, quando o vivente acha que ele está morto e acabado ele retorna com duas cabeças. Muito se critica a época do neoliberalismo, mas até hoje, juro, não sei exatamente o que significa "neoliberalismo". É uma palavra do tipo "comunismo" que ninguém sabe exatamente o que é, porque ela é usada como chavão, como discurso ideológico de massa de manobra do pensamento preguiçoso. No fundo, no fundo, ninguém sabe quais as alternativas para um mundo melhor e possível. O que se sabe, no entanto, é que o estado (o centro de tudo) não pode ser absolutamente livre e ausente, portanto tem sim de exercer seu papel regulador e fiscalizador.
Além disso é essencial que ele implemente, junto com a sociedade civil. política efetiva (e não demagógica) de inclusão social, o que interessa a todos. Será que alguém pode ser contra a inclusão social?
O que estou a dizer, no fim das contas, é que o caminho, a verdade e a vida não é ideológico e nem religioso, existem receitas que deram certo nos países socialmente desenvolvidos. Sim, eles estão em crise, mas isso não significa que tudo o que eles fizeram está completamente errado, como alguns simplórios estão a entender.