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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Disneylândia Ambiental Discute o Verde da Grana


Tanto a grande mídia quanto os Blogs da chamada mídia alternativa não estão dando o destaque devido a esse fórum importantíssimo: Rio + 20. Tudo bem, os grandes chefes de estado não comparecerão, ao contrário do que aconteceu em 1992, na época do governo Collor.

Os bons comentários sobre a Rio + 20 estão sendo feitos pela Cláudia Antunes da Folha, ver abaixo. O termo "Disneylândia Ambiental é do artigo da Laura Capriglione, também da Folha. Na mesma Folha o iconoclasta Luiz Felipe Pondé chama tudo isso de demagogia verde. Estão todos com razão.

 O assunto, para variar, é dinheiro. Quem, afinal, vai financiar a economia verde? O que é economia verde? Os EUA, apoiados pela União Européia e Canadá se negam. O fundo proposto pelo chamado G 77 é de US$ 30 bilhões. Dinheiro prá burro. 

Impressionante, em TODAS as cimeiras e fóruns envolvendo questão ambiental se discute, na verdade, o verde da grana.







Dinheiro trava a última rodada de negociações
Debates deveriam terminar hoje, mas devem ir até a chegada de líderes
EUA não aceitam contribuir compulsoriamente para fundo destinado a 'limpar economia'
CLAUDIA ANTUNES
DO RIO
Bloqueado por focos de divergências, incluindo quem financiará a transição para um modelo de desenvolvimento que preserve o ambiente, o texto final da Rio+20 não ficará pronto hoje, prazo previsto inicialmente.
A tensão cresceu ontem. Foram suspensas as negociações sobre financiamento e conceito de economia verde.
Os EUA, apoiados por União Europeia e Canadá, disseram não aceitar dar contribuições obrigatórias ao fundo de US$ 30 bilhões anuais proposto pelo G-77 (mais de 130 países em desenvolvimento).
A delegação americana, segundo pessoas presentes à negociação, não aceitou o uso da palavra "fundo" nem referência a valor. Sugeriu menção a uma "mobilização de recursos". Deu duas horas para que o G-77 aceitasse essa redação ou apresentasse contraproposta.
RETALIAÇÃO
Em retaliação, o G-77 se retirou da sala em que era negociada a transição à "economia verde", conceito visto por alguns países em desenvolvimento como justificativa para "ecoprotecionismo".
O G-77 faz questão de que o capítulo de economia verde cite "o padrão insustentável de produção e consumo" dos desenvolvidos -americanos e europeus rejeitam.
Embora as negociações tenham sido retomadas à noite, ninguém acredita que elas sejam concluídas hoje.
Devem se estender pelo fim de semana e talvez até à cúpula dos líderes, que começa na quarta. Nesse caso, caberá ao Brasil assumir a coordenação das negociações.
"Trabalhamos com a hipótese de que as negociações se encerrem amanhã [hoje]. Caso não ocorra, o Brasil buscará convergência entre as posições, mas sempre nos termos mais ambiciosos possíveis", disse o chefe da delegação, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado. Para ele, a crise não justifica que países ricos deixem de pensar no longo prazo.
"Não há dúvida de que há uma retração forte de países antes doadores. Eles se veem com dificuldades até internas de justificar uma postura mais solidária e o cumprimento de compromissos assumidos. Mas não podemos ficar reféns da retração gerada por uma crise que em dois anos pode ter terminado."
Figueiredo negou boatos de que o Brasil tenha um documento alternativo na manga: "O texto é o da negociação. O Brasil terá, quando necessário resolver pontos específicos, sugestões que serão dadas aos negociadores".
Tanto o brasileiro como Nikhil Chandavarkar, porta-voz do secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zukang, sublinharam que o tema em que um acordo se mostrava mais difícil é o dos chamados "meios de implementação", que, além do financiamento, inclui a transferência de tecnologias "limpas".
Só 25% do texto é consensual. Um acordo sobre um dos quatro pontos de divergência (veja quadro acima)pode desbloquear a redação de todos os parágrafos de um capítulo - o documento é dividido em cinco. Para Figueiredo, o ponto mais próximo de acordo diz respeito ao fortalecimento do Pnuma.


Humanidade é a 'disneylândia ambiental' com recorde de público
LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIL AO RIO

A professora pergunta para a turma de alunos: "Sobre o que é a Rio+20?". E a turma responde em uníssono: "Sobre sustentabilidade." E quem vem para esse encontro? Um menino se aventura: "Os governadores do mundo." Governadores? "Governantes", corrige-se o garoto. E como podemos ajudar o planeta? "Reciclando o nosso lixo", a turma recita.
"Tá bom para começar", diz a professora. Dali a pouco, os estudantes entrarão na exposição Humanidade, o evento paralelo à cúpula, no Forte de Copacabana.
São 16 ambientes temáticos, organizados pela diretora-geral da exposição, Bia Lessa. Todos estão, literalmente, "pendurados" em duas enormes estruturas de andaimes. Cenografia e iluminação são de encher os olhos.
Tem sala com imagens em 3D, sala com feixes de laser; outra é um cubo de espelhos dentro da qual flutuam cubinhos com nomes de pessoas, uma gaiola em que notas de dinheiro voam ao sabor do vento (para criticar o capital especulativo volátil?), fora vídeos com depoimentos.
Uma das mais impressionantes instalações é a Capela Espaço da Humanidade, uma biblioteca com 10 mil títulos selecionados por 120 personalidades do Brasil.
A exposição Humanidade tornou-se o mais importante evento em termos de afluência de público -é o único que não exige credencial nem ingresso. Ontem, 11 mil pessoas visitaram o local, boa parte alunos de escola pública.




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