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terça-feira, 23 de abril de 2013

BNDES e o Empresário Estado Dependente

Eike Batista o Empresário Estado Dependente e Luciano Coutinho do BNDES


Concordo  com o que disse Miriam Leitão em sua coluna hoje no jornal O Globo sobre o BNDES do Luciano Coutinho que adora beneficiar empresários do tipo Eike Batista -- o empresário estado dependente. Via facebook do Rodrigo - Privatize Já - Constantino.


Fica difícil encontrar o ganho para o país e a economia brasileira dessa insistência na proposta de que o Estado deva conduzir o capitalismo, que o financiador estatal deve direcionar as decisões do setor privado, e que se houver muita concentração em cada setor o Brasil será mais rico.

Isso já deu errado em 1970. E dará errado toda vez que for tentado. O que se cria com isso é uma distribuição arbitrária de privilégios e um empresário Estado-dependente. A multinacional bem sucedida é uma empresa capaz de competir no exterior e essa capacidade não será dada através de dinheiro barato ou sociedade com o banco estatal.

Nesse aspecto, é muito mais eficiente melhorar as condições gerais de competitividade do país para que as boas empresas, as que forem bem geridas e tiverem boa estratégia, possam crescer aqui e no exterior.

O Brasil está com baixo ritmo de crescimento há vários trimestres, o investimento encolheu no ano passado, algumas empresas escolhidas estão em apuros financeiros, dos quais querem ser tiradas com mais dinheiro público. É o que o país colhe por ter persistido num erro cometido nos anos 70.

7 comentários:

guimas disse...

Também concordo com todos.

Mas aí, a GM não aconteceria no RS, pois teve ajudinha do governo para se estabelecer. Nem a Ford (aqui ou na Bahia). Nem a Gerdau, que também usou do BNDES.

Nem as privatizações da telefonia - que não ocorreriam sem a ajudinha do mesmo BNDES e dos fundos de pensão geridos - olha só - pelo governo federal. Nem a privatização da Vale.

Podem falar mal a vontade do Eike e da Dilma, mas mantenham coerência.

A verdade é que o governo ainda não se desvencilhou da trupe de empresários em busca do lucro fácil. E, quando digo governo, falo de TODOS os partidos políticos. Não só do PT. Aqui no RS tivemos muitos casos de "Empresários Estado-Dependente" na época do Britto. É só voltar duas casinhas e relembrar.

PS.: Não cita o Rodrigo Constantino, Maia. Me dá vergonha toda vez que vejo ele falando (ou escrevendo). É só mais um liberal que não enxerga nada além do umbigo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Também não concordo com tudo o que o Constantino diz, mas ele também acerta. Assim como Miriam Leitão.

O que ela escreveu não se encaixa exatamente nos empréstimos que foram concedidos a multinacionais bem sucedidas para implantarem no Brasil suas fábricas gerando empregos, impostos, fazendo circular capital, distribuindo know how.

Leitão está falando sobre esses sucessivos empréstimos do governo petista ao Eike Batista. Este é o ponto, o foco, como gostam de dizer nossos amigos americanos.

guimas disse...

Pois é, Maia.

No post acima criticas "nossa esquerda" por não interpretar textos corretamente.

Mas aí tens dificuldades com o que escrevi, que é simples: nosso empresariado está SEMPRE dependendo do governo, principalmente nos grandes negócios. Por que?

É simples: porque politicamente é possível obter vantagens e facilidades, independentes ou não do sucesso ou da geração de empregos.

Ou as empresas de Eike Batista não geram empregos e impostos? E esse capital circula onde, mesmo?

A questão é política: talvez Eike não esteja mais no "clube de preferidos" da Miriam Leitão e do Rodrigo Constantino (que é o Diário Gauche, com sinal invertido), e por isso a queixação.

Sem a mão amiga do governo, e do MEU e do TEU dinheirinho dos impostos, a privatização da telefonia teria demorado bem mais a sair.

Foi por uma boa causa? Foi, claro, mas é incoerente dizer que antes podia e agora não pode.

Como eu disse, TODOS os governos são simpáticos a um certo empresariado, e o empresariado ao dinheiro do governo. É uma questão apolítica, e só não vê quem não quer. Criticar um e passar a mão por cima do outro é, como diriam nossos amigos americanos, dumb.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Existe, Guimas, uma diferença imensa entre um Eike e uma GM, Ford, etc.... Até mesmo porque quantos empréstimos o Eike tem no BNDES???? O cara é recordista absoluto.

Carlos Eduardo da Maia disse...

GM e Ford,assim como outras montadoras não são empresário estado dependente. Eles podem escolher -- porque tem barganha para isso -- onde empreender. Claro, tudo vai depender de quem conseguir mais atrativos. Já Eike e o empresário estado dependente está limitado ás vontades e desejos e contrapartidas de um específico estado e de um certos políticos. Aliás, o pai dele fez exatamente isso com os militares.

guimas disse...

Maia,

Não estou a defender Eike, e acho que a posição dele, de Estado Dependente é muito ruim, pra todo mundo.

O que digo é que aqui, no Brasil, muitos empreendimentos grandes só acontecem com a mão do Estado no meio. O que também é extremamente ruim.

É o avesso do capitalismo: o Estado assume o risco, e o empreendedor lucra. Se dá tudo errado, o Estado fica com o prejuízo.

Quanto a GM e Ford, digo e repito: sem o Estado, os investimentos não aconteceriam. Como é que não são Estado Dependente, então? Quando a Ford foi embora, o diretor disse abertamente que sem o empréstimo do governo do RS não havia como manter o projeto aqui. Esse poder de barganha é perverso, e empaca muita coisa. Só não vê quem não quer.

E por isso, repito: podem criticar Eike a vontade. Mas tem um monte de coisas que já aconteceram que deveriam, pelos mesmos critérios, ser criticadas também.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Pois é, Guimas, é muito mais negócio para o Estado brasileiro e para os brasileiros dar dinheiro, via BNDES, para uma GM ou uma Ford do que para um Eike Batista.

E Vc está certo, sem dinheiro publico não haveria investimento dessas montadoras. Isso faz parte do capitalismo dos nossos dias.