Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Entre a Vidinha Mediocre e a Loucura


O casal April e Frank do filme "Foi Apenas um Sonho" do Sam Mendes.

Também não achei ruim o título em Português do filme "Revolutionary Road" do Sam Mendes. "Foi apenas um sonho" resume bem a história do filme baseada no romance de Richard Yates.

Atire a primeira pedra aquela pessoa que nunca teve crises existenciais sobre as nossas vidinhas. Sim, elas são medíocres, infelizes, cheias de tormentos e ansiedades. Queremos e sonhamos com uma vida melhor. Como conquistá-la?

O cenário é uma cidadezinha perto de Nova York. O ano é o de 1955. O esplendor da hipocrisia dos tempos dourados.

Eu, por exemplo, adoraria morar numa casinha de cerquinhas brancas no subúrbio da Big Apple. É só tomar o trêm ou o metrô para desfrutar todas as loucuras e diversidades da Big City. Mas April, muito bem interpretada pela Kate Winslet, não pensa assim. Sua vidinha de dona de casa do subúrbio de NYC é medíocre. Seu marido, o Frank, Leonardo DiCaprio, também acha seu trabalho muito chato. Ele segue a mesma vida ordinária de seu pai. Não era esse o seu sonho. Era preciso mudar de ares. Paris em 1955, na época da Nouvelle Vague, seria uma boa escolha? Talvez.

Mas tudo muda quando o dinheiro entra em ação. Frank é promovido e recebe o conselho de um empresário bem sucedido. Entre goles de martinis e baganas de cigarros eles conversam. A receita do empresário é simples: as chances de ter sucesso profissional na vida são pouquíssimas, medíocre é aquele que não agarra essas oportunidades. O diálogo muda o ponto de vista de Frank.

E lá se foi o sonho de Paris, para desagrado de April. Iniciam as crises conjugais. April e Frank querem uma vida melhor bem distante da hipocrisia chata dos anos dourados da década de 50. Eles são os embriões da revolução dos costumes da década de 60. O típico casal porra louca para aquela época. E sempre tem um louco de hospício a dar bons conselhos. Os loucos, nos anos dourados, é que tinham razão.

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