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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

História Pela Metade


O silêncio absoluto da grande mídia está chegando ao fim. Hoje o UOL e o Jornal Folha de S. Paulo publicam os pontos fracos do livro "Privataria Tucana".

Deu no programa de entrevistas do mais parcial jornalista da TV brasileira: Paulo Henrique Amorim, o Amaury Ribeiro Júnior trabalha na Record do Bispo Macedo, junto com eles Luiz Carlos Azenha.

Que interesses será que eles defendem?

7 comentários:

guimas disse...

Finalmente!

E, pra aumentar ainda mais a minha diversão, a folha saiu em defesa dos seus "apadrinhados"!

Pode? Que coisa mais ridícula. Lembrou a Globo "provando " a agressão a Serra pela terrível bola de papel.

E, se a história está pela metade, significa que devemos aprofundar legalmente as investigações, né?

Ou é melhor esquecer e deixar a coisa pra lá mesmo?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, o Dr. Protógenes conseguiu as 171 assinaturas da CPI da Privataria. Jogo dois malbecs de que isso tudo não vai dar em nada.

Gelso Job disse...

Entre os dias 24 e 31 de outubro de 2007, o instituto Ipsos, sob encomenda do jornal O Estado de S. Paulo, realizou uma pesquisa sobre privatização com mil eleitores brasileiros em setenta cidades e nove regiões metropolitanas[28]. Essa pesquisa, cuja margem de erro é de 3 pontos porcentuais, apontou que 62% dos entrevistados é contra a privatização de serviços públicos, feita por quaisquer governos. Apenas 25% dos eleitores brasileiros aprovam o método.

De acordo com o jornal, "a percepção dos brasileiros é que as privatizações pioraram os serviços prestados à população nos setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no segmento de nível superior e nas classes A e B" [28].

Segundo a pesquisa a rejeição à privatização não tem razão partidária ou ideológica: ela atinge por igual as privatizações feitas no governo FHC, no governo Lula ou em diversos governos estaduais e municipais. Enquanto 55% acharam que o governo FHC fez mal em privatizar a telefonia, apenas 33% disseram que fez bem. Em nenhuma região a maioria da população aprova a privatização. O Nordeste registra a maior taxa de rejeição (73%), enquanto o Norte e o Centro-Oeste registram a menor (51%).

A maioria absoluta da população condena uma hipotética privatização do Banco do Brasil (77%), da Caixa Econômica Federal (78%) ou da Petrobrás (78%). Em contraste, uma pesquisa realizada pelo instituto IBOPE em dezembro de 1994, evidenciava que 57% dos entrevistados eram a favor da privatização total ou parcial dos bancos públicos naquela época [28].

guimas disse...

Maia,

CPIs deveriam ser abolidas. Ninguém lá no congresso tem interesse de investigar o que quer que seja sem agradar os lobbys de plantão. Como hoje temos lobby de todos os lados, nada sai de lá mesmo.

Mas que o MP poderia meter o bedelho, poderia.

Gelso,

Não adiantou privatizar sem fiscalizar. Hoje, todo mundo tem celular, mas é caro (uma das tarifas mais caras do mundo), e funciona muito mal. E como não se fiscaliza direito, fica por isso mesmo.

Mas, como o Maia diz repetidas vezes, isso ainda consegue ser melhor do que o monopólio estatal que tínhamos antes.

Fora da telefonia, nenhuma privatização conseguiu se destacar. E algumas conseguiram piorar o que já era ruim (a rede ferroviária é um exemplo).

Carlos Eduardo da Maia disse...

Pessoal, serviço de telefonia, energia elétrica, estradas são concessões públicas e não há motivo nenhum para que essas atividades sejam desempenhadas pelo estado. Não é essa a função de um estado moderno. O estado moderno deve gerir a administração pública, a saúde, a educação e a segurança. As demais atividades devem ser realizadas em regime de concorrência pela iniciativa privada.

O fato verdadeiro é que a partir dessas privatizações, o Brasil se desenvolveu, incluiu socialmente e estamos progredindo, mas falta muito a progredir.

guimas disse...

Maia,

O que eu disse foi justamente que não sou contra privatizações. Só acho que privatizar e deixar a coisa sem regulamentação ou sem fiscalização não funciona, também. Por exemplo, o serviço de telefonia no Brasil é caríssimo e péssimo, com poucas exceções, e as agências reguladoras são pouco atuantes.

"O fato verdadeiro é que a partir dessas privatizações, o Brasil se desenvolveu..."

Não confundir correlação com causalidade. não há nada importante que indique que as privatizações que causaram desenvolvimento por si só. Há muitos fatores envolvidos, e o investimento da iniciativa privada é um deles (menor, na minha opinião).

Carlos Arruda disse...

A "necessidade" de privatizações foi voluntariamente produzida pela ineficiência governamental. Companhias telefônicas estatais existem em grande número em países europeus, bem como bancos e petrolíferas. Mas os donos do poder no Brasil julgaram que as privatizações eram necessárias para produzir efeitos mais imediatos, e conseguiram: encheram os bolsos muito mais rapidamente.

O conflito entre o público e o privado, ademais, é invenção das corporações. Na verdade, tudo é público. O que é privado é tudo aquilo que é roubado do público. O mundo é público. O mar é público. Rios e terras são públicos. Cidades são públicas. Quando o espaço deixa de ser público, é porque há roubo.