Um Simples Operador
O cara foi condenado, ontem, a 40 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato e formação de quadrilha. Vai ter de pagar 2 milhões de reais aos cofres públicos, além de indenização civil em ação que pode ser proposta pela União.
Ele foi operador do mensalão tucano que movimentou 5 milhões de reais. Depois foi chamado para fazer esse mesmo tipo de operação para o PT e movimentou 130 milhões de reais.
Ele era apenas um operador que pegou 40 anos de prisão. Alguém, algum arquiteto, algum chefe, alguma autoridade importante deu ordens para ele fazer isso. Quem foi? Não está na hora dele abrir a boca?
Please, por favor, não me chamem de golpista, estou apenas querendo esclarecer o povo brasileiro.
6 comentários:
Um Simples Operador
Como alguém pode fazer essa comparação boba da quantidade de dinheiro movimentado pelos dois esquemas (que, na verdade, são um só), se um deles foi exaustivamente investigado e o outro, solenemente ignorado pela imprensa e até agora, pelos tribunais? Tu realmente acreditas que o mensalão tucano movimentou só 5 milhões de reais? E que isso pagou todas aquelas campanhas eleitorais e mais os lucros dos tucanocompanheiros?
A resposta às duas perguntas é simples: claro que não acreditas, tua posição é pura ideologia (mal) disfarçada, religião na forma de pitacos políticos, puerilidade argumentativa voltada ao próprio umbigo.
Marcos Valério movimentou muito mais do que 5 milhões no mensalão mineiro. Alguém, algum arquiteto, algum chefe, alguma autoridade importante deu ordens para ele fazer isso. Quem foi? Não está na hora de Carlos Eduardo da Maia abrir a boca para mencionar isso?
Não, não precisa, ele está apenas querendo esclarecer o povo brasileiro, sem ideologia nem desonestidade intelectual.
Quantos bilhões, mesmo?
Não está na hora de FH abrir a boca? Ou fechar, como prefeririam os tucanos...
http://www.youtube.com/watch?v=nSYDYNNsgjM&feature=player_embedded
No processo do mensalão tucano mineiro os réus são três: ex governador mineiro Eduardo Azeredo, Marcos Valério e Walfrido Mares Guias.
O esquema tucano foi descoberto durante investigação do mensalão petista.
Os valores envolvidos chegam a R$ 5,17 milhões.
Os valores envolvidos saíram de diversas estatais (para que servem as estatais???) 1, 5 milhão da COPASA (atual CODEMIG), 1,67 milhão da CEMIG e 500 mil por empresas do antigo banco Estatal BEMGE (o Banrisul mineiro).
Tal como ocorreu com o mensalão petista houve empréstimos de fachada com empresas de Marcos Valério que tomava empréstimo no Banco Rural (personagem central do mensalão petista) que eram pagos com os recursos desviados das estatais mineiras que entravam na conta de Valério por contratos de publicidade.
Os petistas - não foram eles que prometeram um Brasil decente? - aprenderam com os tucanos mineiros a fazer falcatruas.
Errado, estás citando o que diz o processo, mas acontece que esse processo judicial não reflete o ocorrido, já que a investigação foi barrada em muitas instâncias, principalmente na imprensa, à vésperas de eleições. A questão não é citar autos, é justamente falar do político – do que falas quando te interessa (como hoje, quando perguntas quem deu as ordens). Até alguém como tu sabe que nem o processo petista nem o tucano contém tudo o que aconteceu, e que na época do FH a blindagem em todas as instâncias era muito maior. Mas isso não te interessa levantar
Farias um post perguntando quem deu as ordens aos tucanos? Não, porque tens lado, és ideológico, és intelectualmente desonesto, és pusilânime.
O processo do mensalão mineiro é irrelevante, agora. Alguém aqui é inocente o suficiente pra achar que a nossa mídia vai dar bola pra isso? Tu mesmo, Maia, já disseste que ele é "pequeno" comparado ao mensalão petista? Pra que investigar mais, como sugere o "whatever"?
E de que adianta Valério abrir a boca? Quem é que vai acreditar no que ele diz?
Ele só se torna relevante se tiver muitas provas do que disser (se abrir a boca). E se denunciar as pessoas certas. Posso até imaginar ele denunciando algum esquema gordo da época do FHC, e nossa mídia ignorando o assunto completamente (vide Privataria Tucana).
Posso também imaginar nosso glorioso procurador geral argumentando que não há indícios suficientes para estabelecer um processo, e etc.
Agora, se ele apontar o dedo pra Lula, vai ser uma lou-cu-ra.
Lou-cu-ra!
O que o julgamento do Mensalão fala sobre o poder judiciário brasileiro
Se a nata dos juízes está alojada no Supremo Tribunal Federal, que dirá o resto?
O julgamento do Mensalão deixou claro que temos problemas sérios no sistema judiciário brasileiro. Que tínhamos e temos problemas no sistema político era e é evidente: basta ver as alianças que os dois maiores partidos nacionais são obrigados a fazer em escala municipal, estadual e federal. Maluf, em São Paulo, foi disputado.
O fato novo, ou relativamente novo, é o escancaramento da precariedade do sistema jurídico. O julgamento do Mensalão trouxe para os holofotes este drama nacional.
Vejamos Marco Aurélio Mello, do STF. Ontem, na votação em que condenou os réus, ele repetiu um discurso que fizera em 2006 – saudado como “magnífico” por um comentarista político.
Um trecho dele:
Infelizmente, vivenciamos tempos muito estranhos, em que se tornou lugar-comum falar dos descalabros que, envolvendo a vida pública, infiltraram na população brasileira ─ composta, na maior parte, de gente ordeira e honesta ─ um misto de revolta, desprezo e até mesmo repugnância. São tantas e tão deslavadas as mentiras, tão grosseiras as justificativas, tão grande a falta de escrúpulos que já não se pode cogitar somente de uma crise de valores, senão de um fosso moral e ético que parece dividir o País em dois segmentos estanques ─ o da corrupção, seduzido pelo projeto de alcançar o poder de uma forma ilimitada e duradoura, e o da grande massa comandada que, apesar do mau exemplo, esforça-se para sobreviver e progredir.
Que país é este? O Brasil? Onde se manifesta, nas urnas, o instrumento mais importante para aferir o sentimento de um povo, o “misto de revolta, desprezo e repugnância”?
Quando aquilo acontece, qualquer governo numa democracia é varrido. Desde o “magnífico” discurso, Lula foi reeleito, saiu do governo com 80% de aprovação e colocou Dilma no poder.
Apenas para constar: não votei em Lula nem na eleição e nem na reeleição. Mas cego não sou.
Agora mesmo, em meio ao julgamento, Haddad está prestes a se eleger prefeito de São Paulo contra o superpreparado, aspas, Serra graças a Lula.
Mello parece estar desconectado da voz rouca das ruas no Brasil. É como se ele estivesse acompanhando o país, à distância, pelos artigos de Jabor e de Merval e pelos editoriais do Estadão, com incursões online pelo Blog do Noblat.
Disse ele no “magnífico” discurso:
Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos.
O que isso significa quando você tem uma imprensa que se especializou em veicular uma profusão de escândalos, muitos deles tão sem sentido que acabam abandonados no meio do caminho? Um sistema judiciário melhor poria limites na indústria de escândalos – até para que a sociedade possa distinguir as coisas e formar suas próprias opiniões.
No Brasil, você pode publicar, como aconteceu, que Lula tem uma conta no exterior com base num dossiê que não podia ser “nem confirmado e nem desmentido”, conforme quem trouxe este escândalo, aspas, a seus leitores, a Veja. Nos Estados Unidos, Paulo Francis foi instado pela justiça local a provar que diretores da Petrobras tinham contas no exterior. Francis foi processado nos Estados Unidos porque fez a acusação em solo americano, no programa Manhattan Conection.
Para encurtar a história, ele ficou atormentado a tal ponto pela indenização que teria que pagar caso não provasse as acusações que morreu do coração.
A liberdade de expressão é um bem precioso demais para ser tratado à Paulo Francis – para caluniar adversários e inimigos sem prova. A justiça brasileira, em sua leniência, estimula este tipo de jornalismo.
Leia mais: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=13828
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