Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Anticapitalismo" e "Marxismo Multiculturalista"



Copiei a foto acima do Blog Aldeia Gaulesa. Ela foi tirada no sábado, no centro de Porto Alegre, no dia 15 de outubro, dia de protesto mundial contra o capitalismo. O acontecimento foi pauta obrigatória na internet e gerou conflitos pelo mundo afora. Uma pena a participação de partidos políticos. Há 10 dias estava na praça Catalúnia em Barcelona e assisti manifestação parecida. Não eram muitos, eram  poucos, mas potencializados pelas redes sociais dà impressão que são multidões.

O grande príncipe do pensamento anticapitalista contemporâneo é filósofo eslovênio Slavoj Žižek.  E fundaram uma nova  palavra: "marxismo multiculturalista". Lembro de uma palestra que assisti, na década de 80, do Ernest Mandel que ele falava algo do tipo. Poucos anos depois caiu o muro de Berlim. E o sonho desmoronou. Agora ele parece voltar, sob nova forma -- ou direção. Zizek é o gerente, o homem que mostra o caminho, a verdade e a vida. Adoraria viver bem, com conforto e com liberdade de opção econômica e política numa sociedade igualitária, sem o estresse da competição. Mas, infelizmente, a humanidade não é feita de pessoas gentis. Pelo menos a humanidade que conhecemos. Outra humanidade é possível? Eis a questão.

E, paradoxalmente, se perguntarmos para qualquer vivente: qual o povo mais competitivo do planeta? A resposta seria quase unânime: os chineses -- que vivem há anos em um país comunista. Outros vão dizer que não é comunismo, mas capitalismo de estado. De qualquer maneira, vá lá.

3 comentários:

PoPa disse...

o capitalismo democrático pode não ser a melhor coisa do mundo, mas não inventaram nada melhor, ainda. Já no socialismo ou no "capitalismo de estado" não é possível fazer estas marchas e acampamentos para reclamar do regime. Ou todos estão satisfeitos em Cuba, na China...

guimas disse...

É interessante ver liberais e conservadores, ao criticar a esquerda, sempre citarem o extremo - o socialismo russo, que implodiu, e Cuba, que é igualitária (financeiramente), mas pobre.

Então, para contrapor no mesmo nível, pergunto: vai lá na Vila Tripa e pergunta se o capitalismo está funcionando.

Uma coisa é certa: o liberalismo de mercado (ou neoliberalismo) fracassou. Sem a ajuda do Estado, o sistema financeiro americano teria falido e levado metade do mundo junto. E não é justo rifar o dinheiro da maioria para a minoria, que já é rica.

Acho que esse é o ponto mais importante hoje, e não a discussão já velha, da época da Guerra Fria, da dualidade Esquerda/Direita.

Sobre a China, tenho para mim que está funcionando (no sentido econômico) justamente porque regula o capitalismo (gerando o "capitalismo de estado"). Desregulados, os capitalistas acabam vindo pedir ajuda ao Estado (só na hora do prejuízo, obviamente), como já se viu.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, não, na Vila Tripa, o capitalismo não funciona. E esse é o grande problema e grande desafio a ser enfrentado. O capitalismo tem sim condições de fornecer boa qualidade de vida -- e liberdade -- para todos. E não apenas para poucos. Concordo contigo, o liberalismo de mercado não funciona. No entanto, o Brasil nunca teve um governo liberal ou neoliberal, assim como nunca teve um governo socialista. O Brasil, através de seus sucessivos governos, está indo na direção certa, implantou o estado regulador. A atividade econômica é exercida pela iniciativa privada sob o controle e fiscalização do estado. O que devemos melhorar é exatamente esse controle e fiscalização para que ele seja menos corrupto e mais eficiente.