Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


domingo, 9 de outubro de 2011

Certa Esquerda Critica Steve Jobs -- Ele Era (vejam só) Um Contrarrevolucionário

  Copio e colo do Blog Alfabetizados Politicos que copiou do Trezentos. Meu comentário vem depois.

 

A morte de Steve Jobs, o inimigo número um da colaboração

Steve Jobs morreu, após anos lutando contra um câncer que nem mesmo todos os bilhões que ele acumulou foram capazes de conter. Desde ontem, após o anúncio de seu falecimento, não se fala em outra coisa. Panegíricos de toda sorte circulam pelos meios massivos e pós-massivos. Adulado em vida por sua genialidade, é alçado ao status de ídolo maior da era digital. É inegável que Jobs foi um grande designer, cujas sacadas levaram sua empresa ao topo do mundo. Mas há outros aspectos a explorar e sobre os quais pensar neste momento de sua morte.
Jobs era o inimigo número um da colaboração, o aspecto político e econômico mais importante da revolução digital. Nesse sentido, não era um revolucionário, mas um contra-revolucionário. O melhor deles.
Com suas traquitanas maravilhosas, trabalhou pelo cercamento do conhecimento livre. Jamais acreditou na partilha. O que ficou particularmente evidente após seu retorno à Apple, em 1997. Acreditava que para fazer grandes inventos era necessário reunir os melhores, em uma sala, e dela sair com o produto perfeito, aquele que mobilizaria o desejo de adultos e crianças em todo o planeta, os quais formam filas para ter um novo Apple a cada lançamento anual.
A questão central, no entanto, é que o design delicioso de seus produtos é apenas a isca para a construção de um mundo controlado de aplicativos e micro-pagamentos que reduz a imensa conversação global de todos para todos em um sala fechada de vendas orientadas.
O que é a Apple Store senão um grande shopping center virtual, em que podemos adquirir a um clique de tela tudo o que precisamos para nos entreter? A distopia Jobiana é a do homem egoísta, circundado de aparelhos perfeitos, em uma troca limpa e “aparentemente residual”, mediada por apenas uma única empresa: a sua. Por isso, devemos nos perguntar: era isso que queríamos? É isso que queremos para o nosso mundo?
Essa pergunta torna-se ainda mais necessária quando sabemos que existem alternativas. Como escreve o economista da USP, Ricardo Abramovay, em resenha sobre o novo livro do professor de Harvard Yochai Benkler The Penguin and the Leviathan, a cooperação é a grande possibilidade deste nosso tempo.
“Longe de um paroquialismo tradicionalista ou de um movimento alternativo confinado a seitas e grupos eternamente minoritários, a cooperação está na origem das formas mais interessantes e promissoras de criação de prosperidade no mundo contemporâneo. E na raiz dessa cooperação (presente com força crescente no mundo privado, nos negócios públicos e na própria relação entre Estado e cidadãos) estão vínculos humanos reais, abrangentes, significativos, dotados do poder de comunicar e criar confiança entre as pessoas.”
Colaboração: essa, e não outra, é a palavra revolucionária. E Jobs não gostava dela.

1 comentários:


Carlos Eduardo da Maia disse...
Jobs foi sim um revolucionário, assim como é Bill Gates. Certa esquerda que está extinção, porque ainda acredita no sucesso da  "lutas de classe" tem a síndrome de S. Francisco: detesta quem enriquece. Qual o problema das pessoas enriquecerem? Voltei ontem da Europa e o Iphone está em todo o lugar, sendo utilizado por pessoas de todas as classes. Os aparelhos bolados por Jobs são exatamente aqueles que mais e melhor integram as pessoas. E a Apple está onde está exatamente porque contratou os melhores e mais competentes. Mas tem gente, como se vê, que acha que isso não é justo, eles acreditam no mundo medíocre.

6 comentários:

PoPa disse...

Podem até não gostar do fato dele ter ficado milhonário apenas com seu talento. Mas não dá para dizer que ele não gostava de colaboração. Afinal, seu trabalho se resumiu exatamente na colaboração com as melhores mentes do nosso tempo!

E deixa a inveja matar alguns revolucionários...

Terráqueo disse...

Impressionante como o sucesso incomoda quem não tem talento algum.

guimas disse...

Pisaste na bola neste comentário, Maia. Não há necessidade de politizar tudo. Aliás, isso é coisa de certa esquerda quase extinta.

Sobre Jobs, foi um gênio, inovou e criou na tecnologia como poucos fizeram. Mas o modelo de negócio que Jobs (e a Apple) propõe (e é isso que o artigo parece querer dizer) é o de consumo, e não de criação.

Explico: iPads, iPhones e iPods, as "traquitanas" que fizeram a Apple ser o que é hoje, são "consumer electronics", ou aparelhos de consumo. Eles existem para que você consuma conteúdo até não poder mais com eles.

E que conteúdo se consome? O que a Apple permite. E aí está (para mim) o problema do iPad e do iPhone. Você só usa o aparelhinho do jeito que a Apple permitir, com o conteúdo que ela aprovar.

Curiosamente, isso é o que basta para um bom número de pessoas. Mas é um modelo bem restritivo.

Não acho que o artigo do Trezentos foi coisa de invejoso. Acho que é uma visão um pouco mais humana (e menos capitalista) do sucesso da empresa de Jobs. Nada mais do que isso.

E, please, não precisa politizar tudo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, não pretendo e não quero politizar tudo. Mas quem politiza não sou eu são exatamente aqueles que ainda acreditam que alimentando lutas de classe construiremos um mundo melhor e possível. Steve Jobs foi um gênio, seus aparelhos são maravilhosos, facilitam a comunicação, integram e socializam as pessoas. Evidentemente que em alguns casos pode-se concluir que os Iphones da vida incentivam o egoísmo, mas isso é problema de cada um e não de Jobs.

guimas disse...

"Steve Jobs foi um gênio,..."
Correto!

"...seus aparelhos são maravilhosos,..."
São só aparelhinhos, mas tudo bem.

"...facilitam a comunicação..."
Depende. Não são os aparelhos que facilitam a comunicação, mas a tecnologia por baixo deles (internet, rede celular), que não é exatamente invenção de Jobs.

"...integram e socializam as pessoas."
Ponto questionável por muitos. Facebook integra virtualmente, mas afasta na vida real? E qual é o real valor da integração virtual? E, de novo, são tecnologias que a Apple aproveitou, mas não criou.

E, pra reforçar, o problema que o artigo do Trezentos levantou é importante: a Apple quer um ambiente de consumo de conteúdo completamente controlado, sem liberdade. Se a Apple estivesse com um market-share de 85%, como o Windows, estaríamos beirando um monopólio, o que nunca é bom.

A crítica do artigo é bem válida.

JB disse...

Jobs um contrarevolucionário? Ãh?

Sempre fui apaixonada em tecnologia,antes era necessário estudar programação de dados para operar um simples CP500. Hoje, pra min, não existe nada mais revolucionário no meu dia-a-dia que o iphone.

Se ser egoísta é ter uma tecnologia de ponta nas mãos, que me tira das enormes filas de bancos,das lotéricas, dos malwares, dos spywares e me deixa livre do tédio nas horas de espera...Vualá: Como eu amo ser egoísta!

Deixa os altruístas com o Linux e a Microsoft da vida.

Pena que a genialidade de Jobs estava restrita a computação e não alcançou a medicina. Certamente haveria tecnologia de ponta com Alta Frequência pra colocar a quimioterapia no chinelo.