247 – 550 milhões de euros. Ou o equivalente a R$ 1,4 bilhão de reais. Essa, a propina envolvida na compra de 11 fragatas italianas pelo ministério da Defesa, quando o titular do cargo era Nelson Jobim, que caiu após uma série de agressões verbais à presidente Dilma Rousseff e às ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti.
O caso vem sendo destacado em toda a imprensa italiana e envolve o político Claudio Scajola, que seria a ponte com Jobim, que, no governo FHC, foi ministro da Justiça antes de ser indicado para Supremo Tribunal Federal, corte que também presidiu.
Resta saber se, agora, o Ministério Público Federal irá requisitar o inquérito que corre na Itália para avaliar se um ex-presidente do Supremo Tribunal Federal também deve ser investigado por crimes como peculato e formação de quadrilha.
Leia, abaixo, o noticiário da Radio Italiana:
O ex-ministro italiano de Desenvolvimento durante o governo de Silvio Berlusconi, Claudio Scajola, está sendo investigado pelo suposto recebimento de comissões ilegais na mediação da venda de 11 embarcações ao governo brasileiro, informou a imprensa italiana, que, por sua vez, voltou a citar o ex-ministro de Defesa Nelson Jobim.
Os jornais italianos publicam documentos ligados à investigação que está sendo realizada pela promotoria de Nápoles, a qual esmiúça as comissões ilegais sobre a venda de equipamentos de tecnologia aeroespacial e de defesa da Finmeccanica, empresa que é controlada em 30% pelo Estado Italiano, ao Panamá e Brasil.
Neste contexto, o diretor-geral da Finmeccanica, Paolo Pozzesser, acabou tendo sua prisão decretada ontem, mesmo dia em que se soube que Scajola estava sendo investigado por seu envolvimento neste mesmo caso.
Em relação ao caso Scajola, a imprensa local apresentou mais detalhes sobre o andamento das investigações e também publicou alguns trechos do interrogatório de Lorenzo Borgoni, um antigo responsável pelas relações institucionais da Finmeccanica, que enfatizou essa transação entre Itália e Brasil.
Segundo Borgogni, 'o canal entre Itália e Brasil era o próprio ministro Scajola, já que este, apesar de não ser titular da pasta de Indústria, tinha uma boa relação com o então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim'.
'Se fechasse essa venda de 11 embarcações (cinco fragatas, cinco escoltas e um super navio de apoio), por um total de uns 5 bilhões euros, aproximadamente 11% deste valor seria destinado a Scajola, Massimo Nicolucci (porta-voz do ministro) e, inclusive, a Jobim', publicou hoje os jornais 'Corriere della Sera' e 'La Repubblica'.
O ex-presidente da Finmeccanica Pierfrancesco Guarguaglini, que renunciou ao seu cargo em dezembro de 2011 após a publicação de alguns escândalos vinculados a sua gestão, 'estava disposto a pagar uma percentagem máxima de 3% do valor da venda'.
'Esta percentagem seria paga através de um contrato estipulado com uma agência no Brasil e pago a um empregado que fosse indicado pelo ministro Jobim', revelou os documentos desta investigação.
A imprensa italiana também acrescentou que a venda dos navios não foi concluída porque a negociação acabou sendo interrompida por caso do esfriamento das relações entre Itália e Brasil, uma crise que surgiu após a concessão de asilo ao terrorista italiano Cesare Battisti por parte das autoridades brasileiras.
'É verdade que falei com o presidente Lula e que encontrei três vezes o ministro da Defesa Jobim. Na Itália, havia crise e tentei vender as embarcações. Era meu dever ajudar o Fincantieri (os estaleiros da Finmeccania)', afirmou Scajola, que em todas as entrevistas negou ter recebido dinheiro por isso.
O jornal 'La Stampa' também publicou que Jobim, que após sua experiência política voltou a se dedicar à advocacia, 'começou a rir' após saber que seu nome estava sendo citado nas investigações da promotoria de Nápoles.
7 comentários:
Maia, de uma coisa não posso reclamar: nunca me decepcionas. Aproveitas até receita de bolo para falar mal do PT, do Lula, de 'certa esquerda'. Nunca farias um post (sobram temas no 247...) sobre as barbaridades do Jobim quando era ministro do FH ou do supremo. Por que? Porque és patologicamente ideológico e desonesto intelectualmente, tens lado e o defendes em qualquer oportunidade. Sempre aproveitarás qualquer que seja o tema para falar mal de um lado e omitirás qualuqer coisa para não falar bem desse lado.
Sabes que até pouco tempo achei que tinha menos de 30 anos. Só quando disseste que leste Marx há tempos, aos 20,é que vi que deves ser mais velho. Eu também li Marx aos 20, de lá pra cá mudei muito de opinião, e também deixei de ter esse tipo de postura. És o melhor troll de estimação da blogosfera, como disse um blogueiro inspirado.
Fico pensando no que teria causado essa obsessão... Uma decepção amorosa, uma preterição no poder, não reconhecimento pelas tuas platitudes de wikipedia, etc... O que teria sido?
Whatever, a explicação é simples.
Maia é classe média remediada. Segunda (ou terceira) geração da "aristocracia" porto alegrense.
Ele sabe das coisas.
Ah, entendi, aqueles que se cagam de medo de a empregada chegar de caminhonete um dia (e adora dar discursos de igualdade;; "quem é contra a inclusão social?"). Mas aristocracia do quê, Guimas? Porto Alegre não tem disso. Se fosse Pelotas (charque), Bagé (terras), etc. Porto Alegre é cidade de barnabés, como é típico de capitais.
Gente, nunca fui fã do Jobim, sempre tive alguma desconfiança, inclusive na época em que ele era ministro do STF, indicado por FHC. Mas o Lula gosta do Jobim. Tanto é assim que o nomeou Ministro da Defesa em momento complicado nos aeroportos. E o Jobim se saiu bem. Uma coisa é certa, o governo Lula pode ter sido muito bom em diversos aspectos, admito isso sobretudo na necessária política de inclusão social, mas, inequivovamente, foi um governo que se complicou com a corrupção.
Os fatos são esses, o que posso fazer?
Mentira. Quando Jobim era ministro do Lula, fazias coemntários em blogs, como o Diário Gauche, elogiando suas atitudes que supostamente iam contra a orientação geral do governo. mal escondiam que, sim foste fã do Jobim, desde que issos servisse para ser contra o PT.
Um governo que se complicou com a corrupção? Verdade, um governo corrupto, ninguém em sã consciência e honestidade nega. O que desanima é ver tua ausência de honestidade intelectual, é jamais ver a crítica e um governo provadamente corrupto como o FHC, mas que nunca se complicou com a corrupção, principalmente porque o salvaram a brlindagem da imprensa e do judiciário.
Sim, sim existiram casos de corrupção no governo FHC. Foi a própria Folha que denunciou, em matéria de capa, a compra de votos da reeleição, a tão necessária reeleição. Mas o MP, na época o arquivador geral, como se diz, não descobriu ou não teve vontade de ir além. E o caso esmoreceu. Mas nunca antes na história deste país, até mesmo porque os tempos são outros, o mundo é hoje muito mais transparente e com controle social do que antes, se viu tanto caso de corrupção em um governo como o do Lula.
E tem um caso complicado e que envolve BMG e Banco Rural e monopólio de crédito consignado que é complicado. Vou postar em seguida.
Jobim foi competente na organização dos aeroportos, na época do caos aéreo. Elogiei ele sim na época. Muito melhor do que o apagado ex ministro, Waldir Pires, uma boa e correta pessoa, mas incompetente.
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