A intransigente Rejane Oliveira, presidente do CPERS, ela defende com unhas e dentes um plano de carreira da década de 70 para uma educação do século XXI |
Inimigos da Educação
Rosane Oliveira na Zero Hora de hoje.
Está ficando cansativo o samba de uma nota só da professora Rejane de Oliveira, presidente do Cpers, a cada votação de reajuste para o magistério. Como os índices não chegaram ao piso salarial que já deveria estar sendo pago à categoria, o Cpers pressionou pela rejeição da proposta, como já havia feito na votação anterior. Os professores sabem que os deputados não têm poder para aumentar gastos. Ou rejeitam ou aprovam o que o governo propôs. Ontem, aprovaram os 28,98% em três parcelas, que, se não é o ideal, pelo menos representa uma correção superior à inflação.
Como porta-voz do Cpers, Rejane encarna a fúria sindical que não aceita ponderações, se recusa a examinar os números, cola nos governadores o rótulo de “inimigos da educação”. É verdade que Tarso Genro não está cumprindo a promessa de pagar o piso, feita na campanha eleitoral, e que só recentemente passou a questionar o reajuste do mínimo pela evolução do Fundeb. Mas também é verdade que o magistério nunca teve reposição salarial tão significativa. Nenhuma categoria conseguiu tanto em dois anos, mas sobre isso o Cpers não quer falar.
O PT está sentindo o efeito bumerangue do apoio que deu ao Cpers quando o alvo da fúria eram seus adversários. Agora, os deputados dizem que a entidade não representa a maioria dos professores. Quando Mariza Abreu dizia isso, no governo de Yeda, o PT se abraçava à presidente do Cpers para dizer que a então secretária estava cometendo uma heresia.
O Cpers é um sindicato e, como tal, fala muito em direitos e conquistas e pouco em deveres. Diante da postura intransigente de seus representantes, convém perguntar: por que a direção do Cpers não expressa preocupação com os maus resultados da educação no Rio Grande do Sul? Por que a professora Rejane não valoriza as iniciativas de seus liderados que fazem esforços monumentais para melhorar a qualidade da escola oferecida às crianças do Rio Grande do Sul? O que o Cpers faz pela educação além de bater sineta por aumento salarial?
Professor de escola estadual ganha pouco. Deveria receber muito mais pela responsabilidade que tem, mas os governadores não contam com máquinas de fabricar dinheiro. Precisam gerir um orçamento apertado, lidam com demandas de todas as áreas e não podem ser classificados de “inimigos da educação” apenas porque não conseguem pagar o mínimo nacional a uma categoria numerosa, que goza de aposentadoria especial, tem um plano de carreira dos anos 1970 e se recusa a discutir as mudanças previstas na própria lei do piso.
Um comentário:
O Cpers tem que ser enquadrado judicialmente uma vez que a atual diretoria vem fazendo apologia político partidária o que é vetado por lei. De agora em diante no dia que a diretoria empunhar a bandeira de qualquer partido e ou fazer propaganda política positiva ou negativa terão de minha parte a devida reação ou seja denúncia na Justiça eleiroral.
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