Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Aprendendo a Fazer Sapatos




Impossível não acreditar no Brasil. O país é imenso, rico naturalmente e o que falta -- e isso tem sido complicado -- é dar a esse povo melhores condições e oportunidades  de vida. Esse país precisa investir no seu povo.

Juro que quando vou a um restaurante e vejo, ao meu lado, uma família de condições mais humildes e frequentando os mesmos lugares que eu, um homem de classe média, eu -- ao contrário de alguns -- me emociono. E este é um caminho que não tem volta. Como dizem nossos amigos americanos: there´s no way out.

Por isso digo e repito, o que efetivamente importa, o resto é blá, blá, blá,  é fazer aqui políticas efetivas de inclusão social e para isso não é necessário, como certas pessoas pensam, alimentar antagonismos e jogar pobres contra ricos ou ricos contra pobres.

Muitas vezes as receitas que deram certo em outros países socialmente mais desenvolvidos poderiam ser adotadas aqui, com mais eficácia e eficiência.

O presidente FHC teve uma idéia boa que os governos petistas também aceitaram: a transformação do  Brasil em estado  regulador. Tal como na Europa e nos EUA, criaram-se agências reguladoras das atividades econômicas. A receita tinha tudo para dar certo, mas no Brasil isso não está dando certo.

Exemplo vivo é o caso da Rosemary que intermediou e conseguiu, no governo Lula,  as indicações dos irmãos Vieira para a ANA (Agência Nacional das Aguas) e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Esse talvez seja o fato mais grave desse escândalo todo, porque não é esse tipo de indicação que deve ter uma agência que deveria ser formada exclusivamente por cargos técnicos.

Então, meus caros e minhas caras, o problema do Brasil é político, temos de melhorar a qualidade de nossos políticos e o ponta pé inicial é uma reforma política: fim do financiamento privado de campanha, em época de internet e redes sociais, dinheiro do fundo partidário tá mais que bom, não é necessário sujar ruas com dinheiro privado de financiadores que mais tarde vão cobrar a conta.

Além disso, o voto distrital para que a população tenha o controle mais efetivo das atividades de seus representantes no parlamento.

Isso é apenas o início, mas no Brasil tem sido difícil iniciar.

Tudo deveria ser mais simples como fazer um sapato com couro e corda.





5 comentários:

Grilo falante disse...

FH teve a ideia (hahaha, faz-me rir) de transformar o Brasil em um estado regulador, para garantir o lucro das grandes empresas que sustentaram sua ascensão como antiLula, manteve o dólar artificial para se reeleger (com votos comprados, não nos esqueçamos), nomeou genro e filho para gerir esse estado (tudo muito técnico, claro), tinha a filha como chefe de gabinete (como era o nome dela, Rosemary?) – imagina se fosse o Lulinha... Criou as agências reguladoras e jamais fez uma nomeação sequer com critérios técnicos, era um balcãozão e continua sendo.
Segundo receitas que deram certo em países “socialmente mais desenvolvidos”, FH não teria terminado o mandato.

Bia ideia disse...

A ideia mais importante do PSDB, devidamente aproveitada pelo PT, foi o mensalão.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Por isso, exatamente por isso, este país deveria fazer uma reforma política e acabar com o financiamento privado de campanha, porque quem financia cobra a fatura. Mas o PT, que se beneficia com esse sistema e que está há 10 anos no poder, não faz essa reforma, porque não lhe interessa. Os tucanos são passado, morreram, já eram. estão mortos e sepultados e não tem condições nenhuma de eleger o proximo presidente que deverá ser a Dilma, que faz um bom governo.

Grilo falante disse...


Errado. Os tucanos ainda são parte integrante e ativa desse sistema (o PT hoje é bastante parecido com o PSDB, em vários aspectos, só faz um governo imensamente melhor). Mas teus posts e teus pitacos em outros blogs são centrados compulsivamente em um lado, por razões que tu deves conhecer. O post acima, por exemplo, é seletivo no que lembra do FH do passado e no que aponta no presente. Quanto ao próximo presidente, não sei, o provável é que seja a Dilma, mas tudo pode acontecer. Hoje, por exemplo, há uma campanha midiática criminosa para mostrar que a corrupção é invenção do PT e que nos tempos de FH ela não existia, quando estava no governo o PSDB campeão de gestão (alguém informado realmente compra isso?). Criminosa porque induz um povo pouco informado a votar de uma determinada maneira, que sempre serve a alguém. Como escreveste um dia desses, o governo pode ser podre de corrupto que o povo vota em que quem lhe garante um futuro melhor, geralmente de curto prazo e no plano individual/familiar. O governo FH era podre de corrupto (provavelmente bem mais do que os do PT, pois a promiscuidade com o principal vetor de corrupção na sociedade – as empresas privadas – era bem maior), mas isso não se sabe, pois, com a combinação de engavetador-geral, mídia amiga, compra de apoio no Congresso, máquina de governo e judiciário conivente, praticamente não houve investigações), mas manteve um dólar artificial que quebrou o país, para se reeleger – desvalorizado poucas semanas depois da eleição. Ninguém pode garantir que a economia não desande até a eleição, quando, então, Veja apresentaria o PSDB (que “não era corrupto” e tinha um “real forte”, a “gestão”, etc).
Disso não tens a honestidade intelectual de falar. Teu blog é um espaço para uma religiosa cruzada antiesquerda.

guimas disse...

Maia,

O Grilo, apesar de ser mais radical do que eu, vai diretamente ao ponto: estamos vivendo um momento onde o que importa, na nossa mídia, é apenas a corrupção do poder público governado pelo PT.

Não há investigações ou matérias sobre corrupcão no governo de São Paulo, por exemplo. Já ouvi que repórteres da mídia amiga são proibidos de investigar essa corrupção. É a famosa varrição pra baixo do tapete. Não se iluda, a mídia cobra esse apoio também. Não é só financiamento de campanha que conta.

Não há como progredir a nossa vida política atacando somente um lado do problema. O outro também existe, e deve ser encarado. Tu mesmo já desdenhou, por exemplo, a compra de votos da emenda da reeleição de FHC, como águas passadas. Mas ainda há vários atores políticos daquela época funcionando, incluindo o próprio FHC.

Não interessa a nenhum político mudar o sistema atual. Eles estão na zona de conforto. Cabe a nós exigir a mudança. Só que não vamos mudar nada com o anti-petismo, e com as cruzadas anti-Lula da imprensa. Há um interesse imediato nisso, que não pensa no país. Pensa no próprio umbigo.

Por isso Veja, Folha e etcs. são um problema. Não estão contribuindo em nada. Se foi graças à mídia que Zé Dirceu foi condenado, foi graças a ela que Collor foi eleito, que Cachoeira está solto e que Demóstenes agiu impunemente por tanto tempo.

Isso precisa mudar. E teus olhos estão fechados pelo anti-petismo.