Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
E o Rei Está Nu
A estratégia dos ortodoxos defensores do inatingível rei dos caras é a cortina de fumaça.
Do tipo assim, desqualificar a fonte, como tentam fazer contra o Estadão, que apenas copiou e colou depoimento do operador na polícia; ou, então, dizer que quando a oposição era poder -- isso faz mais de dez anos -- se varria a corrupção para baixo do tapete.
Ou aquela outra desculpa - para lá de esfarrapada - de que o órgão máximo do nosso judiciário, composta por juízes indicados pelo próprio governo, está hipnotizado pelas manchetes dos jornais e por isso condenaram os companheiros sem provas.
Ora, ora, essa choradeira não se justifica. Existem provas de reuniões oficialmente agendadas com o operador na antesala presidencial, além disso, tem muito relevo a movimentação financeira de R$ 135 milhões de reais, provada e comprovada pela via documental.
Os defensores do inatingível estão a perguntar, mas por quê, por quê apenas agora o operador botou a boca no trombone e acusou o rei da popularidade? Que credibilidade pode ter uma pessoa condenada a 40 anos de prisão?
Quando este empresário/operador foi procurado pelo PT ele tinha toda a credibilidade do mundo, tanto é assim que emprestou dinheiro, via contrato de financiamento ( e essa é uma prova forte) ao PT. Agora que ele foi condenado e abandonado sua credibilidade foi para o espaço?
O que mais esse pessoal tem a dizer?
Repito, o que interessa é o depoimento do operador na polícia. Ele apenas está a repetir e confirmar o que parte da opinião pública já sabe: o rei está nú, porque ele sabia de tudo.
Vale lembrar, Fernando Collor por muito menos foi pego e teve de renunciar, tudo por conta de uma camionete Fiat Elba.
Por isso a estratégia desse pessoal é tentar desqualificar a grande mídia, fundamental no Brasil de nossos dias, como se o momento adequado para esse debate fosse agora. Exatamente agora quando os podres estão aparecendo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Maia, não sei de que campo profissional és, mas deverias dar uma corrigida no português dos posts, tá sofrível a concordância e tudo o mais. O que se explica, já que te sentes tão afoito e quase gozas ao replicar o esgoto. Que mágoa, hein, rapaz?
Carvalho: Valério “nunca pisou” no gabinete de Lula
:
Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, define depoimento do empresário à Procuradora Geral da República de "falsidade impressionante". Para ele, que foi chefe de gabinete durante os oitos anos da gestão do ex-presidente, Valério erra, em suas afirmações, até sobre a "geografia interna" do local. "Detalhes também contam"
12 de Dezembro de 2012 às 12:42
247 – Em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou nesta quarta que o empresário Marcos Valério "nunca pisou" no gabinete de Lula. Carvalho foi chefe de gabinete durante os oitos anos da gestão anterior a Dilma Rousseff. Ele definiu as declarações do publicitário, revelas nesta terça pelo jornal O Estado de S.Paulo, como "falsidade impressionante".
De acordo com o depoimento de Valério à PGR, Lula teria dado "ok" ao esquema conhecido como 'mensalão'. O empresário relatou que depois de negociarem no gabinete de José Dirceu, então ministro da Casa Civil, os dois subiram, acompanhados também do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ao gabinete de Lula – e subiram uma escada que daria acesso à sala, segundo sua versão.
"Eu fui chefe de gabinete do presidente Lula durante oito anos. Eu sei quem entrou e deixou de entrar naquele gabinete. Esse senhor nunca pisou àquele gabinete. O presidente Lula nunca avistou esse senhor. Ele erra inclusive a geografia interna, que é um pequeno detalhe, os detalhes também contam", disse o ministro, que conversou com jornalistas nesta manhã no Palácio do Planalto.
Reportagem do Estadão confirma, até para os mais ingênuos, que a direita midiática e partidária não vai recuar um milímetro na sua ofensiva para desconstruir a imagem de Lula – e para, logo na sequência, bombardear a presidenta Dilma. Ela teve como base um depoimento prestado por Marcos Valério, em 24 de setembro último, à Procuradoria-Geral da República, que “vazou” no jornal da famiglia Mesquita. Nela o publicitário afirma que pagou “despesas pessoais” do ex-presidente Lula e que sofreu “ameaças de morte”.
Ainda segundo o sinistro depoimento, prestado após o empresário ser condenado a 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, Lula teria dado aval aos empréstimos que irrigaram o “mensalão” que comprou deputados da base aliada do seu governo. Marcos Valério fez as novas denúncias às procuradoras Raquel Branquinho e Cláudia Sampaio – esta última mulher de Roberto Gurgel, procurador-geral da República. Com isto, ele tentou ser incluído no programa de proteção a testemunhas para reduzir a sua pena.
Direita em plena ofensiva
O depoimento “vazado” deu novo fôlego à oposição midiática e partidária. Em plena ofensiva, ela atua em várias frentes. Explora ao máximo o midiático julgamento do “mensalão do PT”, que já estava nos seus estertores e agora ganha nova dinâmica, e ainda abusa das baixarias, inclusive moralistas, no caso Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Tudo é calculado para fustigar a popularidade do ex-presidente Lula e, de quebra, para fragilizar o governo da sua sucessora.
Neste esforço, o que há de mais reacionário na política nativa se une. Logo após o factóide do Estadão, o PSDB anunciou que pedirá a imediata convocação de Marcos Valério para depor no Congresso Nacional. “Queremos ouvi-lo para que ele diga ao país o que disse ao procurador. O que se sabe são vazamentos. É oportuna a presença dele para confirmar o que saiu na imprensa”, justificou o exótico Álvaro Dias, líder tucano no Senado. Os demos, mais sujos do que pau de galinheiro, também pedem a convocação.
...
...
Aécio Neves bebeu novamente?
Já o cambaleante presidenciável do PSDB, Aécio Neves, disse que “o PT e o governo deveriam terminar este ano de luto”. Será que ele bebeu novamente? Será que ele já se esqueceu dos péssimos resultados das eleições municipais? Para o senador mineiro, as denúncias de Marcos Valério confirmam que “o nível das relações íntimas do governo federal nos tráficos de influência que lesaram o erário público… O mensalão está aí na sua fase final e já temos outras denúncias que justificam a investigação da Procuradoria-Geral”.
Outras lideranças políticas, de legitimidade próxima à nulidade, também ficaram excitadas com a denúncia do Estadão. Roberto Freire, o chefão do PPS, novamente tentou se colocar como o capacho da direita. Já o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que andava meio na moita por puro oportunismo eleitoral, voltou a esbravejar que “o PT se transformou num verdadeiro carrasco da ética” e que o governo Dilma é “incompetente”. Alguns “viúvos do Demóstenes”, que se travestem de esquerda, também já se ouriçaram.
Reação tímida dos atingidos
Diante deste verdadeiro linchamento, amplificado pela mídia, a reação das vítimas desta nova ofensiva da direita ainda é muito tímida. Na França, onde participa de um seminário internacional, Lula disse apenas que o depoimento de Marcos Valério “é uma mentira e eu não posso acreditar em mentiras”. Já a presidenta Dilma Rousseff, também presente ao evento em Paris, lamentou “estas tentativas de desgastar a imagem de Lula. Repudio todas as tentativas de destituir Lula de sua imensa carga de respeito pelo povo brasileiro”.
O PT divulgou hoje à tarde uma nota, assinada pelo presidente da sigla, Ruy Falcão, em repúdio às acusações. “A direção nacional do PT lamenta o espaço dado pela imprensa para as supostas denúncias assacadas pelo empresário Marcos Valério contra o partido e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso essas declarações efetivamente tenham sito feitas em uma tentativa de ‘delação premiada’, deveriam ser tratadas com a cautela que se exige nesse tipo de caso. Infelizmente, isso não aconteceu”.
..
Sobre o papel do Procurador Geral da República no vazamento do depoimento de Marcos Valério, considerem a possibilidade do vazamento ter sido efetuado pela própria defesa de Valério.
Hoje conversei longamente com procuradora de minha estrita confiança, que desenvolveu a seguinte lógica:
Os advogados de Marcos Valério tentaram criar um fato jurídico com a delação premiada.
Procuraram o Ministério Público Federal com a versão divulgada pela imprensa.
O MPF não aceitou, por ser meramente declaratória e sem acrescentar nenhum fato novo relevante ao processo.
A provável saída desesperada imaginada pelos advogados de Valério foi transformar em um escândalo jornalístico, até como maneira de espicaçar o MPF pelo não acolhimento da denúncia.
Não altera a visão sobre a atuação política do Procurador Geral da República em outros episódios, mas pelo menos coloca uma dúvida sobre razões de outros suspeitos pelo vazamento.
De qualquer modo, chama a atenção de que um depoimento rejeitado pelo próprio MPF alimente tantos dias de cobertura intensiva da mídia.
Depois de Rubens Quícoli (o “consultor” condenado), Marcos Valério e Carlinhos Cachoeira, quem serão as próximas fontes inquestionadas? Provavelmente Fernandinho Beira Mar.
"Repito, o que interessa é o depoimento do operador na polícia. Ele apenas está a repetir e confirmar o que parte da opinião pública já sabe: o rei está nú, porque ele sabia de tudo."
Olha só que imbecilidade. Burrice grotesca, mesmo. A denúncia é verdadeira porque existem pessoas que acreditam que ela seja verdadeira. Logo, não tem como ser falsa!
O que MV disse à polícia, para se tornar verdadeiro, precisa ser provado. Materialmente. Achas que não precisa, que "todo mundo sabe"? Opinião não é lei, nem prova conclusiva, Maia. Deverias saber disso, és advogado.
"Quando este empresário/operador foi procurado pelo PT ele tinha toda a credibilidade do mundo, tanto é assim que emprestou dinheiro, via contrato de financiamento ( e essa é uma prova forte) ao PT. Agora que ele foi condenado e abandonado sua credibilidade foi para o espaço?"
A lógica, então é a seguinte: em um momento o PT acreditou em MV. Logo, tudo o que ele diz deve ser verdadeiro! Principalmente se for contra Lula!
Me dá vergonha alheia, Maia, aceitares sem absolutamente nenhum segundo pensamento tudo o que se diz contra o PT. Aboliste o teu pensamento crítico, honestidade intelectual, tudo, numa cruzada política. Só que, em vez de bíblia na mão, tens a Veja!
E lá vem ele de novo, Marcos Valério.
Pobre leitor.
Mais uma vez, o que é apresentado – a título de “revelações” – é um blablablá conspiratório e repetitivo em que não existe uma única e escassa evidência.
Tudo se resume às palavras de Marcos Valério. Jornalisticamente, isso é suficiente para você publicar acusações graves?
Lula já não é apenas o maior corrupto da história da humanidade. Está também, de alguma forma, envolvido num assassinato. Chamemos Hercule Poirot.
Se você pode publicar acusações graves sem provas, a maior vítima é a sociedade. Não se trata de proteger alguém especificamente. Mas sim de oferecer proteção à sociedade como um todo.
Imagine, apenas por hipótese, que Marcos Valério, ou quem for, acusasse você, leitor. Sem provas. Numa sociedade avançada, você está defendido pela legislação. A palavra de Valério, ou de quem for, vale exatamente o que palavras valem, nada – a não ser que haja provas.
Já falei algumas vezes de um caso que demonstra isso brilhantemente. Paulo Francis acusou diretores da Petrobras de corrupção. Como as acusações – não “revelações” – foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, a Petrobras pôde processar Francis nos Estados Unidos.
No Brasil, o processo daria em nada, evidentemente. Mas nos Estados Unidos a justiça pediu a Francis provas. Ele tinha apenas palavras. Não era suficiente. Francis teria morrido do pavor de ser condenado a pagar uma indenização que o quebraria financeira e moralmente.
Os amigos de Francis ficaram com raiva da Petrobras. Mas evidentemente Francis foi vítima de si mesmo e de seu jornalismo inconsequente.
Francis foi vítima de Francis
Por que nos Estados Unidos você tem que apresentar provas quando faz acusações graves, e no Brasil bastam palavras?
Por uma razão simples: a justiça brasileira é atrasada e facilmente influenciável pela mídia. Se Francis fosse processado no Brasil, haveria uma série interminável de artigos dizendo que a liberdade de imprensa estava em jogo e outras pataquadas do gênero.
Nos Estados Unidos, simplesmente pediram provas a Paulo Francis.
O que existe hoje no Brasil é um sistema que incentiva a leviandade, o sensacionalismo e a tendenciosidade na divulgação e no uso de ‘informações’.
A vîtima maior é a sociedade, que se desinforma e pode ser facilmente manipulada. O problema só não é maior porque a internet acabou se transformando num contrapeso e num fiscal informal da grande mídia.
Um episódio recente conta muito: foi amplamente noticiado que teriam sido interceptadas 122 ligações ‘comprometedoras’ entre Lula e Rose. No calor, o jornalista Ricardo Setti publicou em seu blog na Veja até uma fotomontagem em que Lula aparecia festivamente entre Rose e Mariza. (Depois, apanhado em erro, pediu triunfalmente desculpas, num tom de quem parecia desejar mandar às favas os fatos.)
Bem, as tais 122 ligações foram cabalmente desmentidas. A procuradora Suzana Fairbanks afirmou a jornalistas:”Conversa dela [Rose]com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito”.
Tudo bem publicar, antes, as ’122 ligações’ sem evidências? Faça isso nos Estados Unidos, e você saberá, na prática, o tormento pelo qual passou Francis.
Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.
...
...
Um episódio recente conta muito: foi amplamente noticiado que teriam sido interceptadas 122 ligações ‘comprometedoras’ entre Lula e Rose. No calor, o jornalista Ricardo Setti publicou em seu blog na Veja até uma fotomontagem em que Lula aparecia festivamente entre Rose e Mariza. (Depois, apanhado em erro, pediu triunfalmente desculpas, num tom de quem parecia desejar mandar às favas os fatos.) Bem, as tais 122 ligações foram cabalmente desmentidas. A procuradora Suzana Fairbanks afirmou a jornalistas: “Conversa dela [Rose]com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito”. Tudo bem publicar, antes, as ‘122 ligações’ sem evidências? Faça isso nos Estados Unidos, e você saberá, na prática, o tormento pelo qual passou Francis.
Uma justiça mais moderna forçaria, no Brasil, a imprensa a ser mais responsável na publicação de escândalos atrás dos quais muitas vezes a razão primária é a necessidade de vender mais e repercutir mais.
Provas são fundamentais em acusações. Quando isso estiver consolidado na rotina do jornalismo e da justiça brasileira, a sociedade estará mais bem defendida do que está hoje.
Postar um comentário