Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Niemeyer o Inatingível

 
O Tio Rei, o controvertido Reinaldo Azevedo -- sim ele as vezes pega pesado -- está sendo crucificado por parte da opinião pública apenas porque disse que Niemeyer tinha uma metade gênio e outra idiota. Este Depósito concorda com o Tio Rei. Realmente, Niemeyer foi um gênio das linhas curvas, em seus trabalhos e esboços, mas ao mesmo tempo, foi um cara ideológicamente conservador, defensor de Stalin e do Stalinismo, de Fidel e da dinastia Castro. Com todo o respeito aos idiotas, mas somente eles podem defender esse tipo de tirania.
 
Leonardo Boff, e leio isso no Alfabetizados Políticos, diz que Azevedo é um escaravelho rola bosta:
Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso, condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade daqui, da cultura brasileira.
A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.
Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama. Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho
 
Antonio Veronese diz:  Mas a pergunta que se impõe é como um cidadão, com a dimensão internacional de Oscar Niemeyer, (sua morte foi reverenciada na primeira página de todos os grandes jornais do mundo) pode ser chamado, por um jornalista mequetrefe, num órgão de imprensa de cobertura nacional, de metade-gênio-metade idiota? Isso após sua morte, quando não é mais capaz de defender-se, e ainda que sob a desculpa covarde, de reproduzir citação de terceiros
 
João Cândido Portinari diz: Não é toda a imprensa, felizmente. Há também muita dignidade e valor na mídia brasileira. Mas não devemos nos surpreender com a revista semanal. Em termos de vileza, ela sempre consegue se superar. Ela terá, mais cedo ou mais tarde, o destino de todas as iniquidades: a vala comum do lixo, onde nem a história se dará o trabalho de julgá-la.
Os arquivos do Projeto Portinari guardam um sem número de artigos desta rancorosa revista, assim como de outras da mesma editora, sobre meu pai, Cândido Portinari e outros seus companheiros de geração. Sempre pérfidos, infames e covardes, como este que vem agora tentar apequenar um grande homem que para sempre enaltecerá a nossa terra e o nosso povo.
 
Meu comentário, se a ley dos médios estivesse em vigor no Brasil para essas pessoas o Tio Rei não poderia chamar Niemeyer de metade idiota, mesmo que ele tenha razão. Portanto, de Niemeyer só se pode falar bem.
 

4 comentários:

Anônimo disse...



Maia, tudo isso foi para dizer essa inverdade da ley de medios? (e, claro, para atingir o "controle social da mídia"). Nota-se o que nem precisava ser dito, que tua cruzada contra qualquer coisa que venha de um determinado lado do espectro político, enquanto promoves ‘certa direita’.
Sabes que no geral acho que a opinião do Reinada não tem nada de grave, e realmente não gosto do elogio do stalinismo que o Niemeyer sempre fez? O problema do Reinada é a grosseria doente, e a total falta de conteúdo dos textos, a agressão gratuita no dia da morte do sujeito, por uma razão muito simples: porque assim ele ganha dinheiro com milhares de acesso ao blog.
Imagino que, como não deves ter lido (ou não entendeste) o texto das Leis, não leste o texto do Boff, pois nada diz ali que pudesse impedir um doente de expressar livres opiniões (assim como não diz isso nem na lei argentina nem na proposta brasileira – mas nas sugestões da comissão britânica, sim, sugiro um pouquinho de informação). Na verdade, deves ter lido, só omites porque isso tiraria o alicerce de tua cruzada religiosa e cega em defesa do direitismo. Aproveitaste uma bobagem dita pelo hidrófobo portador de um vácuo cerebral (e como gostas de citá-los...) e supervalorizada pelas pessoas para falar mal de outra coisa. Se alguém comentar o sabor de um pirulito, sacarás uma crítica ao Lula, ao PT, à Dilma, ao que seja de esquerda.
Se não gosta do PT, o Maia está aí para defendê-lo.

guimas disse...

Maia,

Sobre Niemeyer: chamar a pessoa de idiota antes de se enterrar não é "pegar pesado". É querer aparecer. Jogar pra torcida. Tinha uma gentinha louca pra ouvir ele dizer isso. Ele apenas publicou uma grosseria pra agradar o séquito.

Small Minds, Maia.

PS.: Aguardo ansiosamente comentários sobre a manifestação argentina em favor da Ley de Medios. Com participação da impopularíssima Cristina K.

Grilo falante disse...

Guimas, já nem vou mais comentar, és mais sintético que eu e dizes o que deve ser dito com menos enrolação.

A comparação do Reinaldo A.com o rola-bosta é perfeita. Sendo alguém incapaz de produzir textos, ele rola o excremento, num dia de morte. Mas claro,se não fosse naquele dia, não vendia bem em cliques. E as leis da mídia que o Maia menciona não lhe impediriam, já que tem muita gente que gosta da bosta que ele rola e da qual vive.

Anônimo disse...

Exato. O arquiteto é inatingível. E Boff se encarrega de endeusa-lo. Aliás, se Boff defende José Genoíno, por que não faria do arquiteto um semi-Deus ?