Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 23 de julho de 2007

A Volta das Viúvas




O discurso gramsciano ainda domina o PT gaúcho. Pesquei no diário gauche a íntegra da resolução sobre a crise política aprovada pelo PT aqui dos pampas.

O velho discurso de sempre:

"A crise do PT de 2205/2006 tem origem na predominância dentro do PT, imposto por uma maioria nacional, de uma estratégia de centro-esquerda que gradativamente submeteu o PT a uma lógica eleitoral, de diluição programática e afastamento de sua base social. Esta estratégia diminui a potência orgânica do Partido e trouxe a tona necessidades estranhas a nossa história. Como a constituição de alianças anti-programáticas, a produção de campanhas milionárias e o estabelecimento de acordos nefastos. O III Congresso do PT considera que a prática de instrumentalização e o aparelhamento para o crescimento e fortalecimento de grupos partidários, especialmente o então Ex-Campo Majoritário, é a principal responsável pela grave crise política vivida por nosso partido e governo bem como, afirmar que o episódio do dossiê e os precedentes não constituem um problema estritamente ético” mas, que são a manifestação mais aparente das conseqüências nefastas de uma concepção política equivocada, que abandona objetivos estratégicos em nome de objetivos imediatos, que confunde política de alianças com a promiscuidade com setores da burguesia."

Comentário do dono deste empório:

Ai, ai, caramba. As viúvas do "ideário socialista" voltaram. Por acaso, querem elas mais Estado? Depois de tudo isso que está acontecendo no Brasil? Que mundo elas vivem? E ainda falam para o PT se afastar da lógica eleitoral de diluição pragmática que afastou o partido da sua história. Como se afastar do pragmatismo sendo governo? Missão quase impossível. E mais, o PT nunca se afastou da lógica eleitoral. Sempre fez tudo, inclusive utilizando-se de discursos golpistas, para chegar ao poder, como confessou Genoino.


(A imagem acima é de um clássico do cinema infantil: As bicicletas de Belleville, de Sylvain Chomet)

3 comentários:

Anônimo disse...

Acho a questão partidária no Brasil simples: nenhum partido político chegará ao poder sem se render à lógica eleitoral. Nem o PT, nem os tucanos, nem o PMDB, nem ninguém. Se não entrar no esquema, não vinga.

Como se resolve esta situação? Reforma política? Duvido, os personagens continuam os mesmos. Desestatização para reduzir o poder do Estado? Não resolve, a iniciativa privada é tão ou mais corrupta que o poder público (com um agravante: na privada, faz-se o que quiser, pois é sempre possível dar um jeitinho para se evitar que a sujeira apareça na mídia).

Mas continuo achando que a provação à que está se submetendo o PT constantemente é insuficiente - precisamos submeter todos os partidos aos mesmos critérios. Falando em bom português, precisamos colocar todos os políticos na coleira, para mostrar quem manda.

Neste ponto considero que, atualmente, o anti-petismo é o movimento político mais destrutivo, porque empresta legitimidade aos que não a tem.

PoPa disse...

Eu costumava pensar como Guimas, mas estou mudando de opinião, pois não acho justo o estelionato eleitoral que, eleição após eleição, se faz com o brasileiro.

Na verdade, o que precisamos é uma movimentação da população, para que se faça uma reforma política decente nestepaís. E o ponto inicial, é a participação nos partidos políticos, mexendo com as bases municipais. Com vereadores decentes, teremos como influenciar deputados decentes e assim por diante. Nada que se possa fazer em 10 ou 20 anos, infelizmente, mas se não começarmos logo, se passarão 50, com os golpistas de sempre. Hoje, lula e sua trupe são os verdadeiros golpistas. Compraram votos, como faziam os coronéis nordestinos da década de 40! Enganaram o povo com falsas promessas! Existe, sim, um movimento golpista nestepaís. E não é da mídia, nem da elite branca...

Carlos Eduardo da Maia disse...

Tudo se constroi com cultura democrática. A experiência do PT no poder é salutar, porque fez o partido cair na real e se debater entre a velha teoria e a prática da administração. O PT, quando situação, é outro partido. Muito diferente quando está na oposição. A lógica eleitoral, na verdade, é a lógica da maioria. O problema é a qualidade dessa maioria. Enquanto o Brasil continuar a eleger os Clodovis, os Severinos e os Calheiros a bagunça vai continuar.