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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Exílio de Rosales


Rosales; acusações contra opositores na Justiça têm crescido

Nas últimas eleições para presidente, Hugo Chávez venceu Manuel Rosales, candidato da oposição. Hoje Rosales está exilado no Peru. Dizem que Rosales é corrupto, que enriqueceu muito quando era governador da província de Zúlia. O Ministério Público ingressou com 26 processos contra ele. Não sei se Manuel Rosales é bandido ou mocinho. O que sei é que todos os chamados corruptos são opositores a Chávez que controla a polícia, o ministério público e o judiciário. Na Venezuela de Chávez os bonzinhos são os que estão do lado do presidente. Quem está do outro lado são os corruptos. O interessante é que nenhum político alinhado com Chávez está envolvido com corrupção. É importante lembrar que um fato obscuro ocorreu no aeroporto de Ezeiza, na Argentina, na época da eleição de Cristina Kirchner, quando foram apreendidos 700 mil dólares, destinado a campanha da atual presidenta, em avião da PDVSA. Por que o tão eficiente Ministério Público da Venezuela Bolivariana não investigou a origem desse dinheiro enviado ilicitamente ao exterior?

Matéria da Folha de hoje.
Ameaçado de prisão na Venezuela, o líder opositor Manuel Rosales solicitou asilo político ontem em Lima, sob a alegação de estar sendo perseguido pelo governo Hugo Chávez. Em resposta, o Ministério do Interior anunciou que pedirá a sua "captura internacional".
A solicitação, formalizada na Chancelaria peruana, ocorreu um dia depois de Rosales ter faltado a uma audiência que julgaria um pedido de prisão do Ministério Público. Agora, o Peru deve responder o pedido em até dois meses, segundo o advogado do venezuelano em Lima, Javier Valle Riestra.
Rosales entrou no Peru como turista, já que ainda não é considerado foragido da Justiça- a audiência de anteontem acabou cancelada e foi remarcada para 11 de maio.
Se o Peru, do presidente direitista Alan García, aceitar o pedido de Rosales, ele não será o primeiro opositor venezuelano a se asilar ali. O ex-governador Eduardo Lapi obteve esse status em 2006 após fugir de um presídio onde estava preventivamente por corrupção.
García é um dos presidentes mais distantes de Chávez na região, já que o venezuelano apoiou publicamente o nacionalista Ollanta Humala na eleição de 2006. Após a posse, os dois mantêm relações cordiais.
"Rosales não se entregaria à Justiça, mas a Hugo Chávez", disse à Folha Omar Barboza, presidente do UNT (Um Novo Tempo, centro), o partido do prefeito licenciado. "Ele só voltará quando se restabelecer o Estado de direito no país."

26 processos

O prefeito licenciado de Maracaibo é acusado de enriquecimento ilícito durante o período em que foi governador de Zulia (2000-08). Ele enfrenta 26 processos do Ministério Público, que o acusa de não justificar sua renda entre 2002 e 2004.
O líder oposicionista nega as irregularidades e acusa Chávez de manipular as instituições para persegui-lo.
O ministro do Interior, Tareck el Aissami, previu que em que breve haverá uma ordem de captura contra Rosales. "Se não se submeter aos tribunais competentes, será um foragido da Justiça e, em consequência, serão ativados os mecanismos legais para a sua captura internacional", afirmou, durante entrevista coletiva ontem.
O ministro negou que o processo contra Rosales seja de "natureza política": "São delitos comuns, de corrupção".
Os processos judiciais contra Rosales ganharam velocidade logo após Chávez anunciar uma "operação" para prendê-lo em outubro, durante a campanha para as eleições regionais. O presidente acusou o rival de corrupto e de tentar matá-lo.
Principal candidato da oposição nas eleições presidenciais de 2006, Rosales, 56, saiu fortalecido do pleito regional de novembro ao eleger seu sucessor em Zulia, Estado mais rico do país por concentrar a indústria petroleira, e vencer na segunda maior cidade venezuelana.
Com a saída de Rosales do país, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) deve convocar novas eleições para Maracaibo ainda neste semestre. Dentro da oposição, o nome mais cotado é o da atual primeira-dama, Evelyn Trejo de Rosales.
Outros opositores também têm enfrentado problemas na Justiça. Recentemente, o ex-ministro da Defesa Raúl Baduel foi preso, acusado de corrupção. No ano passado, Leopoldo López não pôde concorrer ao governo distrital de Caracas, para o qual era favorito, após ser declarado inelegível também sob alegação de corrupção.

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