Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

As Viúvas Que Choram o Rio Grande Unido

Cais Mauá no porto de Porto Alegre, a iniciativa privada já está na posse e vai construir benfeitorias que serão usufruidas pelo povo. E tem gente que é contra.

Um certo Paulo Muzell que gosta de escrever no Blog  do Marco Weissheimer engrossa a voz da esquerda radical que é contra a privatização dos espaços públicos no Cais Mauá -- a melhor notícia que Porto Alegre recebeu nos últimos tempos. O cidadão está indignadíssimo com o governo Tarso e com alguns políticos petistas que se esforçaram para que esse projeto fosse entregue à iniciativa privada.

Quem tiver paciência e estômago leia o que está abaixo:

Num governo cheio de problemas, com grandes chances de não dar certo, Tarso faz uma opção que lhe convém, cometendo um grande equívoco. Decide, sem aprofundar qualquer avaliação, dar continuidade ao projeto “Cais Mauá”, um velho sonho dos interesses imobiliários e da construção civil, obviamente apoiado pelo seu braço midiático, a RBS.


Trata-se de um projeto que privatiza espaços públicos nobres – hoje subutilizados -, que sofre críticas de inúmeros urbanistas que afirmam que ele não tem qualquer identidade com a história da nossa cidade. E o pior: é questionada a própria licitação, suspeita porque permitiu que as empresas e os profissionais que elaboraram o estudo preliminar concorressem, com óbvias vantagens. Um “jogo de cartas marcadas”?

Uma idéia “ousada” – uso o termo porque é um dos preferidos do governador – que tem origem lá no governo Brito, que dormitou no sonolento governo Rigotto e que ganhou forte impulso no pirado (des)governo Yeda. Comprometida até o pescoço com o projeto, a então governadora assinou, ao “apagar das luzes” – ignorando o que um mínimo de prudência recomendaria – um contrato com o consórcio vencedor apesar de existir uma ação judicial que ameaçava torná-lo nulo.

Trata-se de um projeto megalômano – que prevê obras faraônicas em uma área inadequada – e de um contrato assimétrico, lesivo ao patrimônio e ao interesse público. Não foram definidas e tornadas públicas as contrapartidas do setor privado. Quem vai custear as grandes obras viárias necessárias para viabilizar a acessibilidade à área? Há projetos ou pelo menos estudos iniciais com previsão de custos? Qual a taxa de retorno do empreendimento considerando-se uma concessão inicial pelo prazo de vinte e cinco, renovável por igual período?

O projeto foi viabilizado por uma lei do governo Fo-Fo (Fogaça-Fortunati) que alterou radicalmente o regime urbanístico da área, aumentando alturas, taxas de ocupação, índices de aproveitamento e o zoneamento de uso. O projeto dividiu a bancada petista na Câmara. Disseram não ao projeto Maria Celeste, Sofia Cavedon e Carlos Todeschini. A favor votaram – como sempre – os integrantes da bancada “modernista-empreendedora-imobiliária” do PT: engenheiro Comassetto, Mauro Pinheiro e Aldacir Oliboni. O vereador Adeli Sell não votou, estava ausente. É estranho, por se tratar de um projeto importante e de um tema polêmico, que “rachou” a bancada municipal, que o governador não tenha tido o cuidado ouvir os vereadores do seu partido na cidade para pesar os argumentos do “pró e do contra”.

O partido hegemônico do estado, a RBS, solta foguetes, comemora a vitória. Utilizando generosos espaços a ZH exalta a importância histórica do megaprojeto para o futuro de Porto Alegre. Tarso é objeto de fartos elogios: surge, enfim o governante de larga visão, o pacificador, um político com postura de estadista que finalmente acaba com a absurda guerra que perdurava há décadas, promovida pelo raivoso PT de antanho, felizmente já sepultado.

É exaltado, também, o importante papel no episódio do seu jovem chefe da Casa Civil. Ele foi incansável na sua sagrada missão de convencer os empedernidos burocratas da Antaq lá na capital federal de desistirem da ação que impedia o início do projeto. Um verdadeiro “peregrino de Brasília” que com tenacidade e grande esforço conseguiu afastar a “enorme pedra” que atravancava a estrada, impedindo o avanço do progresso.

3 comentários:

Marcelo Oliveira disse...

Absolutamente, NÃO sou contra as tais parcerias público-privadas SE E SOMENTE SE o público sabe exatamente o que está cedendo e o que vai ganhar! Numa negociação ganha-ganha todas as partes tem que ter claro que o que cedem é menor do que a expectativa de ganho. Se fosse para ficar no empate, então não se precisa mexer, certo?

A questão é saber o que o Público está ganhando e em troca do que. Isto vale aqui, nos benefícios fiscais (que comportam o equivalente a 40% da receita estadual), para as alterações do plano diretor dos Eucaliptos e Olímpico (que proporcionaram ao Inter e Grêmio amealhar mais grana) etc.

A máxima do Barão é eterna e universal: "Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados".

Ah, e a Copa 2014 agora virou licença prá matar!!!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Prezado Marcelo, em qualquer lugar do mundo socialmente desenvolvido este projeto de revitalização do cais do porto de POA já teria ocorrido. Estive em Barcelona há 30 dias e fiquei impressionado com o que eles fizeram no porto, assim como em Buenos Aires. O povo de POA vai ser o maior beneficiado, porque vai deslumbrar da orla, frequentar seus bares, restaurantes, livrarias, shoppings, teatros etc.

Isso atrai capital, turismo, faz circular pessoas e vai mudar a cara de Porto Alegre.

Não se trata de uma relação ganha ganha.
E tem gente que é contra!!!!

Dá para entender?

grande abraço

Terráqueo disse...

Ainda que não haja vantagem fiscal imediata, somente o centro de Porto ALegre, que está horrível, será extremamente beneficiado, e isso abrirá também um número grande de negócios indiretos como lojas, restaurantes, mercados, etc. Sem falar que Porto Alegre está cada vez mais feia. O porto de Belem foi revitalizado, e o local se tornou também uma das principais atrações daquela cidade. O mesmo está sendo feito agora no Rio. Por que o gaúcho é tão pessimista?