Do Blog do Juremir Machado da Silva copio e colo. Não comento, porque não há nada a comentar.O primeiro livro que li foi Reinasções de Narizinho, depois as Caçadas de Pedrinho (que o MEC está proibindo as crianças de ler) , a Chave do Tamanho e outros. Depois fui ler os americanos, Tom Sawyer e Huckleberry Finn do Mark Twain (este livro também causou polêmica nos EUA, porque Huckleberry tinha um amigo escravo que ele chamava de Nigger).. Nunca mais li Lobato.
De fato, Monteiro Lobato não era racista: as provas
Textos longos atrapalham alguns leitores.
Vou pinçar, da carta aberta a Ziraldo, dios fragmentos “gloriosos” indicando como Monteiro Lobato via o mundo, percebia os negros e descrevia o povo brasileiro.
Em carta ao amigo Godofredo Rangel: “(…)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!…” (em “A barca de Gleyre”. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).
Para quem possa ter dúvida sobre o seu compretimento, um carta ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, esclarece tudo: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (…) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha”.
Para quem possa não saber o que significa eugenismo (teoria racista de valorização da raça pura), até a wikipédia ajuda: ” O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter um movimento eugênico organizado. A Sociedade Eugênica de São Paulo foi criada em 1918. O movimento eugênico no Brasil foi bastante heterogêneo, trabalhando com a saúde pública e com a saúde psiquiátrica. Uma parte, que pode ser chamada de ingênua ou menos radical, do movimento eugenista se dedicou a áreas como saneamento e higiene, sendo esses esforços sempre aplicados em relação ao movimento racial.
Em 1931 foi criado o Comitê Central de Eugenismo, presidido por Renato Kehl e Belisário Penna. Propunha o fim da imigração de não-brancos, e “prestigiar e auxiliar as iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que sejam dignas de consideração“. Medidas que visavam impedir a miscigenação.[8] Higienismo e eugenismo se confundem, no Brasil.
A Revista Brasileira de Enfermagem passa por três fases em relação à eugenia; conceituação (1931-1951), conflitos éticos, legais e morais (1954-1976), e eugenia como tema do começo do século XX (1993-2002). Expressa três categorias de conceitos:
Mais: “Nos EUA surgiu a eugenia negativa – aliança entre as teorias eugênicas européias e o racismo já existente naquele país -, que consiste na eliminação das futuras gerações de incapazes (doentes, de raças indesejadas e empobrecidos) através da proibição de casamento, esterilização coercitiva e eutanásia”.
A exterminação dos negros americanos era o que propunha o romance, “O presidente negro”, de Monteiro Lobato, ambiente no ano de 2028, nos Estados Unidos.
Edgar Smaniotto resume o Presidente negro de Lobato:
“É então que um inventor americano John Dudley propõe uma solução. Alisar os cabelos dos negros através do uso de raios ômegas. Milhões de negros, na verdade a totalidade destes, passam pelo processo de alisamento, sendo que em todos os bairros de todas as cidades americanas filiais da empresa de Dudley são abertas. Monteiro Lobato então revela a grande saída americana, o genocídio, os ditos raios omegas, além de alisarem os cabelos dos negros, provocam a esterilização de toda à raça negra. Lobato saúda a grande solução americana”
Ah, esse Lobato. Achava a ocupação hispânica da América Central uma “infecção”.
Para quem se defende com o argumento pífio dos ” valores da época”, convém dizer:
1) Joaquim Nabuco escreveu antes de Monteiro Lobato e condenou o racismo.
2) O argumento do contexto da época é hiperlógico. Funciona como uma absolvição geral. Vale dizer, em se tratando, por exemplo, de racismo que não houve racismo, pois na época em que existiu era o valor dominante, sendo, portanto, aceito pela maioria. Nesse sentido, ninguém seria racista. Basta, no entanto, que uma pessoa ido além da sua época para invalidar essa racionalização. Os negros sempre souberam que era vítimas de racismo no Brasil. Não foram afetados pela época. Sempre sentiram a infâmia das mais infame das instituições humanas.
O resto é conversa para salvar ídolos, mitificar o passado e tapar o sol com a peneira.
As crianças precisam saber quem foi Monteiro Lobato.
Os adultos ainda mais.
Vou pinçar, da carta aberta a Ziraldo, dios fragmentos “gloriosos” indicando como Monteiro Lobato via o mundo, percebia os negros e descrevia o povo brasileiro.
Em carta ao amigo Godofredo Rangel: “(…)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!…” (em “A barca de Gleyre”. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).
Para quem possa ter dúvida sobre o seu compretimento, um carta ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, esclarece tudo: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (…) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha”.
Para quem possa não saber o que significa eugenismo (teoria racista de valorização da raça pura), até a wikipédia ajuda: ” O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter um movimento eugênico organizado. A Sociedade Eugênica de São Paulo foi criada em 1918. O movimento eugênico no Brasil foi bastante heterogêneo, trabalhando com a saúde pública e com a saúde psiquiátrica. Uma parte, que pode ser chamada de ingênua ou menos radical, do movimento eugenista se dedicou a áreas como saneamento e higiene, sendo esses esforços sempre aplicados em relação ao movimento racial.
Em 1931 foi criado o Comitê Central de Eugenismo, presidido por Renato Kehl e Belisário Penna. Propunha o fim da imigração de não-brancos, e “prestigiar e auxiliar as iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que sejam dignas de consideração“. Medidas que visavam impedir a miscigenação.[8] Higienismo e eugenismo se confundem, no Brasil.
A Revista Brasileira de Enfermagem passa por três fases em relação à eugenia; conceituação (1931-1951), conflitos éticos, legais e morais (1954-1976), e eugenia como tema do começo do século XX (1993-2002). Expressa três categorias de conceitos:
- 1 – luta pelo aperfeiçoamento eugênico do povo brasileiro
- 2 – responsabilidade do enfermeiro em relação ao tema
- 3 – não há solução para os males sociais fora das leis da biologia“.
Mais: “Nos EUA surgiu a eugenia negativa – aliança entre as teorias eugênicas européias e o racismo já existente naquele país -, que consiste na eliminação das futuras gerações de incapazes (doentes, de raças indesejadas e empobrecidos) através da proibição de casamento, esterilização coercitiva e eutanásia”.
A exterminação dos negros americanos era o que propunha o romance, “O presidente negro”, de Monteiro Lobato, ambiente no ano de 2028, nos Estados Unidos.
Edgar Smaniotto resume o Presidente negro de Lobato:
“É então que um inventor americano John Dudley propõe uma solução. Alisar os cabelos dos negros através do uso de raios ômegas. Milhões de negros, na verdade a totalidade destes, passam pelo processo de alisamento, sendo que em todos os bairros de todas as cidades americanas filiais da empresa de Dudley são abertas. Monteiro Lobato então revela a grande saída americana, o genocídio, os ditos raios omegas, além de alisarem os cabelos dos negros, provocam a esterilização de toda à raça negra. Lobato saúda a grande solução americana”
Ah, esse Lobato. Achava a ocupação hispânica da América Central uma “infecção”.
Para quem se defende com o argumento pífio dos ” valores da época”, convém dizer:
1) Joaquim Nabuco escreveu antes de Monteiro Lobato e condenou o racismo.
2) O argumento do contexto da época é hiperlógico. Funciona como uma absolvição geral. Vale dizer, em se tratando, por exemplo, de racismo que não houve racismo, pois na época em que existiu era o valor dominante, sendo, portanto, aceito pela maioria. Nesse sentido, ninguém seria racista. Basta, no entanto, que uma pessoa ido além da sua época para invalidar essa racionalização. Os negros sempre souberam que era vítimas de racismo no Brasil. Não foram afetados pela época. Sempre sentiram a infâmia das mais infame das instituições humanas.
O resto é conversa para salvar ídolos, mitificar o passado e tapar o sol com a peneira.
As crianças precisam saber quem foi Monteiro Lobato.
Os adultos ainda mais.
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