Pela terceira vez sou detido por Karl Marx
Diversidade, Liberdade e Inclusão Social
Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
O Grand Slam de Marcelo Tas
Pela terceira vez sou detido por Karl Marx
O Brasil Deveria se Endividar Mais?
Artigo de Rogério Studart, 46, doutor em economia pela Universidade de Londres, é diretor-executivo do Banco Mundial para Brasil, Colômbia, Equador, Filipinas, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago, publicado na Folha de hoje.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
O Poder da Ambivalência
Obama, Tocqueville e a Ilusão Americana - Francisco Oliveira
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Rio Grande
História da França em Imagens
Cruzando a Iugoslávia em 1985
Três Vivas a Kosova
Cid Campeador
E Daí?
A foto foi publicada no Drudgereport" (www.drudgereport.com), blog político comandado por Matt Drudge que costuma dar tratamento sensacionalista a notícias e boatos -foi o que primeiro divulgou, em 1998, o caso do ex-presidente Bill Clinton, marido de Hillary, com Monica Lewinsky.
Segundo informou o blog, a foto está circulando entre colaboradores de Hillary, que recebeu ontem a notícia de que a candidatura de Obama se fortaleceu até em Ohio, que fará prévias decisivas em 4 de março.A campanha de Hillary negou ter circulado a fotografia, que em si não tem significado particular, já que muitos políticos usam roupas tradicionais nos países que visitam.
Informações da Folha.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Os Difamadores Ideológicos de Cuba
E o dono deste empório não deixou a bola picar. Resolveu chutar:
Pois é, Cláudia, o importante é "complementar" o post publicado, sem questioná-lo ou criticá-lo. É como se fosse um jogral. Hoje, no Brasil, quem critica, questiona, coloca os pontos nos is é o chamado PIG. Quem diria, o Brasil viveu uma ditadura que calava a nossa voz hoje vivenciamos a ditadura do pensamento politicamente correto que não admite criticas ou questionamentos, mas apenas complementação. E Cuba, finalmente, se transformou numa dinastia. E, por incrível que pareça, tem gente que defende o regime. Favor, tirar o mofo do museu sem grandes novidades.
...
Difamadores ideológicos é ótimo. Gente, não se pode falar mal de Cuba, porque tudo que existe de errado na ilha prisão é culpa dos americanos. Aliás, gostei do Obama que - ao contrário de Hillary - disse que vai se encontrar com o Raul Castro, independentemente da questão dos direitos humanos. Obama é o cara e a melhor forma para acabar com a vergonhosa dinastia ditatorial cubana é revogar os embargos. A história já mostrou e provou que ditadura socialista não rima com pleno mercado, pois é este - e a conscientização que este agrega -- que ajuda a derrotar os regimes totalitários. Um povo que tem liberdade econômica não admite privações políticas.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Semi-Aberto - Um Celeiro de Assaltantes
Entrevista: Afif Jorge Simões Neto, juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre
Afif Simões Neto, 48 anos, advogou durante oito anos em São Sepé, sua cidade natal, antes de ingressar no Judiciário, em 1984. Com passagens por varas cíveis e de família de Rosário do Sul e de Pelotas, e pela Corregedoria, Afif chegou em setembro ao 2º Juizado da Vara de Execuções Criminais da Capital, impondo um estilo menos liberal. Diferentemente de colegas, ele entende que é preciso rigor para a concessão da progressão de regime e defende o fim do semi-aberto. Abaixo trecho da entrevista em seu gabinete:
Ensinando e Aprendendo
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Obama
Fascista é a Delinquência
Fidel
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
O Povo que Apoia o Lula
Cartões Corporativos
Recebi essa mensagem via e-mail e passo para o Blog. Dei boas risadas. O pessoal inventa cada uma.. E haja imaginação...
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
A Farra dos Cartões
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
O Discurso Piegas de Frei Betto
*foto de Gustavo Lacerda
O Detran sob o Bigode do Olívio
Ministério Público ingressou com ação civil pública contra ex-presidente do Departamento de Trânsito no governo Olívio e outros cinco envolvidos em suspeita de irregularidade com convênio
Dois ex-dirigentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) no governo Olívio Dutra e o diretor de uma organização não-governamental (ONG) estão com os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de irregularidades envolvendo um convênio da autarquia. Além do bloqueio de bens dos três, os seis supostos envolvidos também tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados por decisão da Justiça. A ação que levou ao bloqueio foi remetida pelo Ministério Público (MP) à Justiça em 26 de dezembro e veio a público agora, na esteira do escândalo que envolve as últimas administrações do Detran. O MP ingressou com ação civil pública por atos de improbidade administrativa e para o ressarcimento do erário contra os ex-diretores do Detran e da ONG e outros três suspeitos relacionados ao convênio, firmado em 2 de abril de 2002 entre o Detran e a ONG Instituto da Mobilidade Sustentável - Ruaviva, localizado em Belo Horizonte. O acordo teria burlado a exigência de licitação para beneficiar empresas que teriam sido subcontratadas e pertenciam a sócios da própria ONG. O convênio visava à estruturação dos comitês regionais do Movimento Gaúcho pelo Trânsito Seguro. Atualizado, o valor total repassado pelo Detran ao Ruaviva em 2002 é de R$ 637,5 mil.Dentre os processados estão o ex-diretor-presidente do Detran (2001 e 2002) Mauri Cruz, o ex-diretor Administrativo e Financeiro da autarquia Flávio Sanches Maia e o ex-secretário municipal de Transportes de Porto Alegre (1993-1994) Nazareno Sposito Neto Stanislau Affonso, que à época do negócio era presidente da ONG. Nazareno Affonso confirmou ontem a Zero Hora que teve pelo menos uma conta bancária bloqueada.Detran realizou sindicância para apurar suspeitasAs supostas irregularidades foram levantadas inicialmente por uma sindicância instaurada pelo Detran na administração de Carlos Ubiratan dos Santos (2003-2006). O caso foi encaminhado à Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que aprofundou a investigação e propôs a ação em dezembro. O processo tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública contra os dois ex-agentes públicos, Affonso, Liane Nunes Born, Eduardo Araújo Junqueira Reis e João Luiz da Silva, que são integrantes do Ruaviva, e contra duas empresas (pessoas jurídicas).
Tropa em Berlim
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Foto do Ano
Essa foto é de Tim Hetherington e foi vencedora do prêmio WORLD PRESS PHOTO.
A imagem mostra a fadiga, a depressão, a exaustão de um soldado americano numa trincheira no Afeganistão.
Li no fotosite que para os jurados a fotografia merece todo o mérito por mostrar “a exaustão de um homem e a exaustão de uma nação”. Para Gary Knight, celebrado fotógrafo e presidente do júri, “é uma foto de um homem no fim da linha”. Ao todo foram premiados 59 fotógrafos provenientes de 23 nacionalidades. A Getty Images ficou com cinco prêmios, incluindo um por conta da foto que exibe a morte de Benazir Bhutto, líder oposicionista paquistanesa, recentemente assassinada.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Governos Eletrônicos
Este blogueiro não é contra o uso de cartões eletrônicos. Muito pelo contrário, eles racionalizam os débitos, mostram exatamente as despesas realizadas, mas tudo isso deve estar on line e a sociedade deve ficar de olho. É sempre importante saber como funcionam os cartões eletrônicos em outros lugares e a entrevista do diretor do curso de economia de São Paulo da FGV, Marcos Fernandes Gonçalves diz, em entrevista hoje na Folha, que os cartões corporativos são parte de uma "doença mais grave", que é a falta de fiscalização e de informação sobre o Estado brasileiro. O autor de "Ética e Economia" (Campus) e "A Economia Política da Corrupção do Brasil" (Senac) estuda "governos eletrônicos". Por isso avalia o uso dos cartões no mundo.
MARCOS FERNANDES GONÇALVES - Não. Cartão corporativo é bom, seja numa empresa ou no governo. É muito mais fácil executar pagamentos menores por meio de cartão de crédito. Além disso, gera mais transparência. Anos atrás, dois executivos ingleses de uma empresa gastaram uma quantidade enorme num jantar. Foram demitidos assim que o gasto foi apontado. Eu vejo o escândalo dos cartões como uma manifestação epidérmica de uma doença mais grave, que é o fato de o Estado brasileiro estar fora de controle, pela falta de fiscalização e informações. A "viúva", o Tesouro Nacional, é a última a saber. Por outro lado, esse escândalo mostra confusões que brotaram na opinião pública.
FOLHA - Quais?
GONÇALVES - O cartão corporativo não é culpado pela fraude, ele é a solução para combater esse tipo de corrupção, porque gera automaticamente a transparência e acaba com essa história de nota, recibo etc. Todo mundo sabe que é fácil pegar, por exemplo, um recibo superfaturado em um táxi, uma prática imoral. Se é cartão de crédito, aparece onde gastou e o valor exato. Ao surgir uma conta estranha, fiscaliza-se. Não por acaso, o escândalo só veio à tona porque os gastos ficaram registrados. Mostrou a importância de um instrumento como o Portal da Transparência. Mas há confusão sobre o que é um escândalo e o que não é. No caso de um jantar com uma comitiva chinesa, por exemplo, gastar R$ 500 ou R$ 1.000 é normal. Você está recebendo pessoas que representam um governo estrangeiro. O ponto crítico é o gasto na mesa de bilhar, os saques altíssimos, os gastos sigilosos que ninguém tem idéia do que foi feito ou ter um só cartão gastando R$ 500 mil por ano. Aí é que estão os absurdos. Os saques são um ponto crucial, porque, nesse caso, o cartão pode ser fonte para caixa dois. De grão em grão a galinha enche o papo, de dez em dez reais se faz 1 milhão.
FOLHA - O que outros países que usam cartão podem ensinar?
GONÇALVES - A primeira questão é fazer um manual claro sobre como usar o cartão. Depois, obrigar os funcionários que vão usar a assinar um termo de compromisso onde está dito que eles vão obedecer o que está no código e que sabem que, se não cumprirem, podem ser processados judicialmente. Também é preciso esclarecer os usos e, para isso, aulas são dadas a quem tem o cartão. Se fosse assim no Brasil, ninguém poderia dizer que não sabia, que não leu o manual. Mas o governo não tem ainda um manual. Há países onde códigos de conduta detalham como usar o cartão. Os melhores exemplos são Austrália e Nova Zelândia, que estão anos-luz à frente.
FOLHA - Por quê?
GONÇALVES - Nos anos 90, eles fizeram grandes reformas no setor público, informatizando praticamente tudo, o que gerou um subproduto fundamental, mais transparência e controle sobre todos os níveis do governo. O mais importante é ver como os gastos são executados. Eles criaram governos eletrônicos. Na Austrália, todos os protocolos do governo são informatizados, os processos do Judiciário circulam virtualmente de departamento para departamento. Há até mesmo informações dizendo se o funcionário público está aparecendo no trabalho. Isso gera democracia eletrônica, que não é só apertar um número na urna, mas democracia como melhor sistema de controle sobre os burocratas e os políticos.
FOLHA - Isso ocorre nos cartões?
GONÇALVES - Sim. As faturas são públicas e on-line. A compra do funcionário vai automaticamente para a internet. Nesses países, quem tem cartão está no primeiro e no segundo escalão, ou seja, ministros, assessores, mas também o equivalente a governadores e alguns burocratas de ministérios que podem fazer compras específicas. O manual de conduta deixa claro como e onde pode ser usado: viagens, jantares, alimentação, combustível e gastos inesperados. Só que existem tetos fixados para gastos e para saques em dinheiro, que varia entre regiões. Outro ponto é que os gastos inesperados ou pequenos gastos não dão problema, pois o funcionário é obrigado a provar imediatamente por que o gasto foi inesperado e isso também é publicado na internet. Quebrou um carro? Prove. Teve problema de saúde? Prove.
FOLHA - Por que o mecanismo é eficiente na Austrália?
GONÇALVES - Porque o superior é obrigado a ficar de olho. Um funcionário que responde ao superior só pode realizar saques com cartão se autorizado. Mais do que isso, se um subordinado faz um gasto indevido, o superior também é culpado. Uma regra onde o chefe é o direto responsável pelas ações do chefiado cria incentivos naturais ao controle. Nesses países, está na lei que o chefe é o imediato responsável juridicamente pelos gastos. No ministério australiano, se um chefe-de-gabinete faz um gasto indevido, o responsável é o ministro. O burocrata abaixo do chefe-de-gabinete faz gasto indevido? O responsável é o chefe-de-gabinete. É claro que o subalterno também é punido, mas, no limite, gastos pouco razoáveis de um ministro podem derrubar até mesmo o primeiro-ministro. Como resultado, o superior fica no cangote do funcionário; está todo mundo com o rabo preso, no bom sentido.
FOLHA - Há outros países que estão mais avançados no uso do cartão ?
GONÇALVES - A experiência dos outros países é mais recente. A França tem um bom sistema, com manual e limite para saques e gastos. Os cartões estão nas mãos do presidente, do primeiro-ministro e dos ministros, além de alguns assessores. Mas não tem magia. Lá a informação é totalmente pública, na internet. A ex-primeira-dama Cecília Sarkozy abriu mão do cartão não porque fez gastos indecentes, mas porque a vida privada dela ficava explicitada. Ela fez uma escolha. Eu pesquisei cartões corporativos exaustivamente e podem até existir outros países que usem, mas não divulgam as informações na internet, um pressuposto básico do sistema.
FOLHA - Nos países citados, o controle como o feito pela CGU no Brasil é importante?
GONÇALVES - Sim, mas a questão é que não é o único controle. Austrália e Nova Zelândia têm auditoria anual das contas de todo o governo, mas os ministérios fazem auditorias internas muito sérias. O controle francês é feito por auditoria interna nos três Poderes e uma auditoria externa, feita por uma espécie de Tribunal de Contas. É interessante que Tribunal de Contas como conhecemos só existe no Brasil e é uma boa idéia, só que mal utilizada. Em São Paulo, é complicado o governador indicar conselheiros para o TCE. Agora, o Tribunal de Contas da União faz um trabalho sério.
FOLHA - Como controlar no Brasil?
GONÇALVES - Sou a favor de auditoria de empresas privadas no governo. No caso dos cartões, se quisesse, o governo poderia fazer um estudo para calcular quanto se gasta em média em uma viagem, com hotel, alimentação. Poderia fazer por cidade brasileira ou média nacional. Depois, um cálculo para regulamentar saques para gastos imprevistos, que nunca passa de 20% a 30% do total. Emergência pressupõe valores modestos. Assim, determina-se tetos e limites e, conseqüentemente, quem extrapola limites.
FOLHA - O que acha dos gastos sigilosos com cartões do governo?
GONÇALVES - Existem gastos que não podem ser mesmo publicados, como gastos em áreas estratégicas militares, exemplo do submarino nuclear brasileiro. Ou então questões geopolíticas. Mas, em qualquer país razoável, uma comissão bicameral, Câmara e Senado, analisa e acompanha tais gastos. Agora, confidencialidade com gasto em jantar, pagamento de hotel, compra de carne para o presidente não tem o menor cabimento. O problema central não é a carne para o presidente ser risco à segurança, mas gastos sem transparência.
FOLHA - Há diferença entre o cartão de débito usado em São Paulo e o cartão de crédito federal?
GONÇALVES - A diferença prática é financeira, porque no cartão de crédito você paga depois, enquanto o de débito é um cheque eletrônico e o dinheiro sai no ato da conta do governo. No governo de São Paulo há uma conta para esses gastos e há limite para gastos de cada cartão. Mas a rigor não há muita diferença. O mais importante é a transparência, essência do governo eletrônico. A sociedade ficou de olho nos cartões e isso ficará. Cartão de crédito do governo não era muito fiscalizado. E é fácil fiscalizar.
FOLHA - Governo eletrônico é caro?
GONÇALVES - Não! É barato, porque elimina papel, recibos, notas, diminui a oportunidade de corrupção e o custo da transação. Isso traz economia para o Estado. O pior (ou melhor) é que governo eletrônico é uma invenção brasileira, criada com o sistema de licitação eletrônico feito no governo Mario Covas em São Paulo. Isso foi levado depois para outros países.
* foto de uma cena do filme THX 1138
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
O Livre Pensar - Osmar Terra
Em 1971, 10 pesquisadores brasileiros de renome, vinculados à Fiocruz, foram proibidos de pesquisar pelo governo militar. Seus laboratórios foram fechados e lacrados. Eram cientistas que faziam pesquisas importantes e que foram impedidos de realizá-las por serem ideologicamente de esquerda. Representavam, dentro de seus laboratórios, um "grande perigo" para o pensamento vigente. O episódio ficou conhecido como o "Massacre de Manguinhos" e teve enorme repercussão na comunidade científica mundial. Testemunhei o episódio porque estudava na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e estagiava no laboratório do professor Haiti Moussatché, um dos 10 atingidos pela intolerância absurda. Pensava então em ser pesquisador em Neurociências, mas devido àquelas circunstâncias adiei minha opção e fui trabalhar para mudar meu país.Ao retomar o antigo sonho de estudar neurociência fui novamente surpreendido pela intolerância, desta vez partindo de um grupo de pessoas que criticam publicamente um projeto de pesquisa, que é a base para vários trabalhos, inclusive o da minha tese de mestrado: as raízes da violência no desenvolvimento humano. Viram uma notícia sobre a proposta e, sem conhecer detalhes ou o seu texto, a condenaram a priori. Pior, alguns tentam impedi-la! Assim a motivação desse grupo fica parecida com aquela que testemunhei há 37 anos. Não toleram nada que possa contrariar suas crenças. No estilo, não vi, não sei direito, mas sou contra, fizeram abaixo-assinado com acusações estapafúrdias, agredindo cientistas respeitados que participam do trabalho.Fui motivado para o tema, pela vivência como coordenador do Programa Piá 2000, no governo Britto, quando trabalhamos com crianças e adolescentes em situação de risco. Também são extremamente motivadores os programas que coordeno hoje: o Primeira Infância Melhor e o Programa de Prevenção da Violência. Todos, de alguma forma, trabalham direto com as questões sociais que podem desencadear a violência, e me ajudaram a compreender que ela é um fenômeno de enorme complexidade tendo que ser considerado em todas as dimensões, inclusive na biológica e suas repercussões mentais. Comparar esse tipo de pesquisa com as teses decrépitas e pseudocientíficas de Lombroso, destruídas justamente pelo avanço das Neurociências, é ignorar a história do conhecimento. Mais ridículo ainda é relacionar a pesquisa genética com teorias nazistas de eugenia, ignorando que foi justamente o progresso da genética que desferiu o golpe mais poderoso nas teorias eugênicas, ao mostrar que não existem diferenças significativas entre as raças humanas, e que todos descendemos de uma Eva africana.Também não exporemos nosso projeto em site, como alguns estão propondo, para pedir permissão a quem quer que seja que não esteja envolvido nos trâmites acadêmicos e legais necessários para a sua realização. Não abriremos precedente para que a prática científica fique submetida à aprovação prévia de patrulhas de "iniciados", antes mesmo de existir. Para a ciência é vital o livre pensar!Quanto à pesquisa, posso dizer que ela tem um conteúdo rigorosamente ético, de profundo respeito aos direitos humanos, obedecendo a todas as instancias legais. É um trabalho de investigação sociológica, psicológica, e também biológica (por que não?), buscando um conhecimento maior sobre o comportamento violento. Envolve assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, geneticistas e neurologistas, numa amplitude rara em pesquisas sobre o assunto. Ao contrário de críticos do projeto, não consideramos o conhecimento sobre a gênese da violência completo. Não temos essa pretensão e é justamente por isso é que propomos cruzar um número maior de informações, comparando com outros trabalhos e buscando novos dados que ajudem tanto na prevenção quanto no atendimento de pessoas envolvidas em atos de violência.
Batismo de Sangue
A partir de segunda-feira próxima, dia 11/2, a sala de cinema do Santander Cultural vai exibir o filme Batismo de Sangue, sempre às 15 horas, mas é só até sábado essa barbada. Fica ali na praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre.
O filme foi dirigido por Helvécio Ratton, baseado no livro de Frei Betto sobre a luta político-revolucionária do frei dominicano Tito, durante a ditadura militar. Frei Tito e outros dominicanos estiveram envolvidos na morte de Marighella, onde teve participação ativa o ultra-torturador da repressão, delegado Fleury.
Eu quero finalmente poder ver esse filme, e anuncio-o aqui porque sei que muitos amigos e amigas também não conseguiram ver Batismo de Sangue.
As salas exibidoras no Brasil não passam de dois mil, se tanto, para cinco mil municípios, e 90% delas ficam 90% do tempo comprometidas com as grandes distribuidoras norte-americanas e seus filmes de megaprodução (que esperam megabilheterias). Por isso o grande problema do cinema tupinambá é o gargalo da exibição. A produção vai bem obrigado, mas a rosca é na hora de exibir para o grande público. O caso preciso do Batismo de Sangue.
Por isso, é importante aproveitar essas oportunidades únicas das salas alternativas, como essa do Santander (que tem incentivos do fisco brasileiro, de nós outros), para assistir produções nacionais.
Depois eu conto o que achei do filme.