Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Deu no "Financial Times"

Os ingleses estão dizendo que o modelo adotado pelo cara está se exaurindo.


Não, ninguém está torcendo contra, queremos que o Brasil continue bombeando e incluindo socialmente os excluídos. O artigo abaixo do importante jornal inglês é apenas um alerta.

Modelo de gestão de Lula já mostra sinais de exaustão




Brasil precisa de reformas para ampliar investimentos antes que ciclo de alta das commodities chegue ao fim

JOE LEAHY DO "FINANCIAL TIMES"


Em um retrato, a imagem de Lula sorri das paredes da modesta Prefeitura de Lauro de Freitas. Próximo a Salvador, o município tem muito a agradecer ao homem que em 2010 concluiu seu segundo mandato na Presidência.


Ali quase 40% dos domicílios recebem o Bolsa Família. A sensação de prosperidade é evidente na proliferação de lojas que vendem eletrodomésticos a crédito: "Lula teve mais visão que qualquer economista, qualquer sociólogo, qualquer analista", louva a prefeita Moema Gramacho.


Lauro de Freitas é um dos exemplos mais bem sucedidos do "lulismo", a combinação entre benefícios da Previdência, generosos aumentos de salário, acesso fácil ao crédito e estabilidade econômica. É um modelo que recebe crédito por ter tirado 33 milhões de pessoas da pobreza em oito anos de governo.


Mas mesmo que o lulismo seja elogiado na América Latina como possível solução para a desigualdade e o subdesenvolvimento, há preocupação de que esteja atingindo seu limite: o país já exibe sinais de superaquecimento.


"Quanto mais o crescimento continuar nesse ritmo, maior será o ajuste quando chegar a hora", diz Neil Shearing, da Capital Economics: "Estamos no momento de decidir entre aterrissagem suave e aterrissagem dura".


Apesar de se beneficiar de um dos mais fortes ciclos de preços de commodities, o país gasta mais do que ganha e investe pouco. A inflação cresce e o real subiu 46% em 30 meses. "O modelo de Lula é incompleto", diz Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central: "Não investimos o bastante para crescer rápido e por isso estamos enfrentando alguns solavancos".


Ninguém contesta o êxito de Lula. Ao deixar o cargo, o país crescia em ritmo asiático: 7,5% ao ano. "Ele realmente mudou a trajetória do Brasil", diz Susan Segal, da Sociedade das Américas.


Mas também entregou uma economia cheia de desequilíbrios. O boom das commodities propiciou melhora de 30% nos termos do comércio internacional brasileiro. Mas em vez de usar esse ganho para reduzir dívidas e estimular a poupança, o país gasta em importações.


Isso trouxe um deficit em conta corrente de 2,3% do PIB. A brecha é financiada por investidores externos, o que fortalece o real e reduz a competitividade da indústria. "O modelo de Lula depende da alta constante nos preços das exportações", diz Tony Volpon, da Nomura: "Ele funciona desde que haja um boom de commodities".


O país agora precisa elevar investimentos em infraestrutura e educação para eliminar gargalos logísticos. O melhor modo de financiar investimento é melhorar a eficiência do setor público, que cresceu sob Lula até responder por 40% do PIB. Embora Dilma tenha tentado conter custos, reformas mais ambiciosas parecem improváveis, pois enfrenta problemas com uma base de 10 partidos.


"O governo cresceu de forma inexorável, o que o torna menos flexível caso o Brasil volte a enfrentar uma crise e precise apertar os cintos", diz Ken Rogoff, professor da Universidade Harvard: "Essa é a fraqueza desse modelo".
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Tradução de PAULO MIGLIACCI

2 comentários:

Fusca disse...

Enquanto brasileiros morrem nas filas do SUS, o desgoverno vai providenciar tratamento para o 'abcesso' de Chávez.
Lulla Nunca Mais!

Fábio Mayer disse...

O Brasil pode injetar dinheiro à rodo na economia que mesmo assim, terá crescimento econômico menor que o do resto do mundo por razões já sabidas:

a) Desequilíbrio fiscal;
b) Carga tributária altíssima;
c) Burocracia insana;
d) Falta de mão-de-obra qualificada em razão do péssimo sistema educacional;
e) Corrupção endêmica;
f) Judiciário disfuncional;
g) Marcos regulatórios que causam mais incertezas que certezas;
h) Sistema falho de proteção da concorrência;
i) Excesso de monopólios e duopólios, fusões fraudulentas, cartéis, trustes e concentração excessiva de mercados;
j) Classe política incapaz.

O modelo que Lula implantou induziu o crescimento econômico tímido e mais que isso, deixou patente que o Brasil não aguentaria taxas de crescimento chinesas, porque o país é incapaz de gerar atualização da infra-estrutura na mesma velocidade. Mesmo com taxas médias de 4% ao ano nos ultimos 8 anos, a infra-estrutura não evoluiu nessa mesma proporção e chegamos a gargalos que nem o governo nem a sociedade conseguem ou têm competência para solucionar, coisa que só aconteceria combatendo os problemas da lista acima.