A Professora Rejane é tri combativa, mas tem titicas, com todo o respeito, na cabeça. Como é que ela foi reeleita? |
Rejane Oliveira não está minimamente interessada nesse investimento chamado educação. É certo que os salários dos professores são baixos, o que por si só é um absurdo. Mas a questão da educação pública não se limita apenas a esse universo. Ela é contra, por exemplo, a meritocracia, porque -- veja só -- não considera política educacional criar mecanismos de aferição de alunos e professores.
O argumento simplista -- que parece ser adotado pela maioria dos nossos professores públicos -- é o seguinte: o aluno é avaliado pelo professor e o professor se formou na graduação e fez concurso público e, portanto, está apto para exercer a função de professor pela vida inteira, amém. Se o professor passou no concurso público para ser professor não precisa nunca, nunca, nunca mais fazer qualquer outro tipo de concurso ou ser submetido a uma avaliação neoliberal!!!!
E o pior, esse pensamento é vitorioso e por defender essas idéias a combativa professora Rejane foi eleita com 54% dos votos dos ilustres professores.
O fato lamentável está a demonstrar como é caótico e atrasado o ensino púbico o estado do Rio Grande do Sul.
E digo isso com grande dor o coração, porque educação pública é o que há de mais importante na estrutura do estado, é um investimento que não tem preço.
Abaixo, entrevista da professora Rejane na ZH de hoje:
“Não tem trégua para o governo”
Rejane de Oliveira, presidente reeleita do Cpers-Sindicato
ZH – No seu primeiro mandato houve oposição forte ao governo de Yeda Crusius, do PSDB. Como é a relação com Tarso Genro, do PT, um partido no qual a senhora é militante?
Rejane – Eu não tenho relação pessoal com o governo. Os momentos em que nós sentamos foi para negociar em nome da categoria. Nós entendemos que o governo é o nosso patrão. Nossa relação é de negociação. Se o governo não quiser negociar, a relação é de enfrentamento.
ZH – Por esse seu perfil contestador, a senhora acredita que o Piratini apoiava outra chapa?
Rejane – Não posso falar em nome do Piratini. Nosso processo eleitoral foi respeitoso, democrático. Interessa que o governo saiba que a presidência vai denunciar as políticas que atacam os nossos direitos.
ZH – O seu segundo mandato será ao longo do governo Tarso Genro. Qual a sua avaliação do começo de gestão?
Rejane – Nos primeiros meses, pela pressão da categoria, houve o processo que desencadeou o reajuste de 10,91%. Até então, estávamos com um processo de diálogo, mas o governo rompe quando coloca o pacote de projetos na Assembleia Legislativa sem falar com a categoria. A votação foi no dia da eleição do Cpers, uma falta de respeito.
ZH – Por que a contrariedade ao pacote?
Rejane – Na questão da Previdência, o governo aumentou na última hora a alíquota para 14%, dizendo que vai devolver o aumento através de abono. Significa que, a qualquer momento, a compensação pode sumir. É uma medida que afeta todos os professores. Mas o mais grave é o fundo de capitalização que o governo cria, privatizando nossa aposentadoria.
ZH – E a questão das requisições de pequeno valor (RPVs)?
Rejane – Quase todos os professores têm RPV. A medida só afeta os pobres servidores públicos. Chamamos de o terceiro calote. A categoria não recebeu algo que era de direito e veio um precatório, que virou RPV, que agora fica em uma fila enorme para ser paga.
ZH – O sindicato tomará alguma medida?
Rejane – Vamos fazer uma campanha. Em materiais do sindicato, outdoors, vamos mostrar com foto, nome e partido todos os deputados que votaram na calada da noite os projetos que retiram direitos dos trabalhadores.
ZH – Qual a principal bandeira da nova gestão?
Rejane – Vamos fazer a maior luta da história do Rio Grande do Sul pela implementação da lei do piso nacional. Piso é lei, e o governo tem que ser cumpridor da lei. Não tem trégua para o governo.
ZH – Há possibilidade de greve?
Rejane – A direção está autorizada a chamar o conselho geral, que marcará uma assembleia para debater a greve pela implementação do piso nacional. Defendemos o piso de R$ 1.597 para 40 horas, mas o governo Dilma (Rousseff) fez cálculo de R$ 1.187. Nossa luta é implementar o piso, depois vamos brigar pelo valor.
ZH – Será mantida a posição contrária a provas que avaliam desempenho de alunos e escolas?
Rejane – Somos contra a meritocracia. Não consideramos políticas educacionais criar mecanismos de aferição de alunos e professores. É a falsa política, não resolve o problema na educação. O que resolve é investimento na escola pública, é valorização profissional, é respeitar a política de trabalhadores.
ZH – Como o aluno deve ser avaliado?
Rejane – Os professores avaliam seus alunos todos os meses, todos os bimestres, todos os anos. Nossa avaliação é a partir de uma relação próxima professor-aluno.
ZH – E o professor não pode ser avaliado?
Rejane – Fizemos um concurso público, nos formamos. Sabe o que governo quer? Quer jogar sobre os ombros dos professores e funcionários as mazelas da educação. Quer dizer que o salário baixo é merecido.
ZH – O desempenho do Estado tem caído no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Como o Cpers pode mudar essa realidade?
Rejane – Lutando por investimentos na escola pública, lutando para que os trabalhadores recebam o piso nacional.
MultimídiaRejane criticou o pacote de Tarso aprovado pela Assembleiaanteriorlista
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Um comentário:
De fato esta senhora não é muito chegada ao diálogo, agora não concordo com a meritocracia. Pengunto: Se os aumentos vão ser dados com base na meritocracia como é que um professor aposentado vai provar que é ou foi competente e que merece aumento. Entrei no magistério porque entre outras coisas teria aposentado aumentos iguais aos da ativa. Agora vem com esta lorota de meritocracia. Com a meritrocracia em breve nós aposentados estaremos passando mais necessidades que hoje tal qual os aposentados do INSS. Não concordo de forma alguma.
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