Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Divagando


Eu nunca acreditei que o camarada Lenin fosse um sujeito bem intencionado.

Em visita ao Blog  Alfabetizados Políticos ( eu sou analfabeto porque não acredito em ideologia) me deparo com um texto do (argh) Emir Sader. Quer ler? Acesse aqui. Aquela baboseira de sempre. Cuba, Venezuela e Bolivia estão no caminho certo. Lula e Dilma são melhores que FHC. O capitalismo vai acabar, os céticos são cínicos e coisa e tal.

Fiz alguns comentários e divagações, afinal, hoje é sexta.

Vivemos tempos interessantes. O fim das ideologias e das religiões, tempo de inclusão social sem dor. O mundo está melhor, mais justo, mais democrático e estamos progredindo. O que efetivamente importa é que se acabe de vez com a pobreza e a miséria (estão a dizer que Cuba, Venezuela e Bolívia se vive melhor hoje do que antes, mas são países que ainda patinam na pobreza e na ausência de democracia)A grande luta da humanidade é a inclusão social, o grande desafio e para se fazer isso não é necessário alimentar (viu, Emir Sader, Chávez e Olívio Dutra) antagonismos sociais.


O Brasil -- pós FHC, Lula e Dilma -- está fazendo isso.

Esse é meu idealismo e por isso não me considero cético. Não acredito em ideologia porque esse ideal é convergente, a miséria e pobreza não pode interessar a ninguém. Também não defendo e nem acredito em status quo, porque estamos sempre em movimento, navegando eternamente no dinamismo. E que bom que tudo é assim, muito relativo, sem verdades absolutas.


O  (argh) pseudo intelectual Emir Sader,  como Mészarós, acredita no fim do capitalismo -- que é processo. O motor da história é dinâmico e nada está determinado, porque estamos em constante mudança, inclusive no mundo das idéias. Apenas os crentes ( e Emir Sader é um) acreditam no sonho do impossível. Tadinho, eu também acredito que o Grêmio vai ser campeão nacional em 2011. Alguns "intelectuais" estão perto da insanidade.

5 comentários:

guimas disse...

Os antagonismos sociais sempre existirão, Maia. Não há unanimidade dentro deste dinamismo que citas tão bem.

O governo Lula alimentou o maior antagonismo social que pode com o Bolsa-Família. Isto é evidente na nossa grande imprensa, que recusa-se a entender a necessidade da inclusão social, e ataca qualquer tentativa de interrupção no processo essencialmente capitalista que vigora hoje.

Nosso capitalismo atual é excludente, por definição. Acabou-se a era em que o capitalismo distribuía tão bem as riquezas entre todos. É claro, liberais mundo afora ainda esperneiam, ainda se prega Estado Mínimo, e outras bobagens que já se desprovaram sozinhas.

FHC não elegeu seu sucessor porque não percebeu isso, e o PSDB, ao colocar um radical como candidato (sim, Serra é um radical), deixou o trem passar e não entendeu nada.

Infelizmente, nossa elite econômica não pensa como tu, e luta diariamente para manter seu status quo. Isso é visível para qualquer pessoa que seja de classe média-alta, principalmente em uma sociedade conservadora como a de Porto Alegre.

Quanto ao ceticismo, também é presente em nossa elite. Todo dia ouço alguém reclamar dos políticos, dos impostos, etc. Nada presta, nada funciona.

E por que critico somente a elite? Porque, em tese, é mais educada, mais poderosa, com mais recursos (financeiros e intelectuais), e tem mais condições de operar a mudança, o dinamismo. Mas escolhe sentar nas mãos e reclamar dos outros.

Quanto à esquerda radical, bem, continua vivendo nos anos 60, na guerra fria, no passado. Mas há muita gente boa na esquerda moderna (o governo de 10 anos do PT mostra isso). São esses que merecem nossa atenção.

Gelso Job disse...

Maia. tu não acredita em ideologia, mas não sabe (ou finge não saber) que este discurso é 100% ideológico, vizando manter sim, o status quo.
Pra ti, tudo é relativo, menos é claro, a demonização, de "Emir Sader, Chávez e Olívio Dutra".

Terráqueo disse...

Maia, muito boa a tua análise. Concordo integralmente, mas muito interessante também a justificativa do Guimas da razão pela qual ele critica apenas a elite. Sendo ela mais educada e com o controle dos recursos econômicos, sem dúvida poderia fazer muito mais pela inclusão social, mas não faz na realidade. Abs.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, Serra é radical em quê? Serra não tem nada de liberal tanto é assim que regulamentou diversas atividades quando governador de SP.

Há um paradoxo na sua afirmação, porque você critica -- e com razão -- a esquerda radical. É essa -- exatamente essa -- esquerda que estou me referindo, a esquerda de Emir Sader, Chávez etc. que acha que tudo é ideológico. Não é.

Gelso, você adora namorar com a esquerda radical -- que acha tudo ideologia. Claro, pensando assim, tudo que se respira, tudo que se faz, tudo é ideologia... Os crentes religiosos também pensam assim.

Terráqueo, também acho que a zélite brasileira poderia sim fazer mais pela inclusão social. A questão é que a elite tem muito receio da radicalização - que não leva a lugar nenhum - defendida por essa certa esquerda.

Gelso,

guimas disse...

Maia,

Serra foi radical em sua campanha em vários momentos - a incursão na discussão sobre aborto foi uma delas. Colocar a esposa pra dizer que Dilma é a favor de matar crianças é radical ao quadrado. Serra não mereceu meu voto porque tinha um projeto pessoal de poder. Pra quê sair de uma individualização (o Lulismo) pra ir pra outra (o "Serrismo")? Dilma, apesar dos chatos que ainda existem na esquerda e no PT, é uma evolução, um distanciamento do político "messias".

Mas, se tu leres bem o que escrevi, vais ver que concordo com o teu texto, na maior parte. Discordo na parte dos antagonismos sociais. Como disse, eles sempre existirão. Nossa "zélite" não admite um país desenvolvido socialmente, por puro preconceito. E usar do "medinho" da radicalização é desculpa esfarrapada. Nossa direita tem radicais e ninguém tem medo dela. E ainda tem gente que diz que a ditadura militar é que era boa. Curiosamente, só escuto isso de gente da elite. Preconceito puro.

Aliás, o maior preconceito no Brasil é o preconceito contra o pobre. Mas isso é assunto pra muita discussão.