Olha só, capa da Veja na época da aprovação da emenda da reeleição. Ela mesmo diz: compra de votos no Congresso. |
Estão a dizer que o governo FHC -- com o apoio da grande mídia -- comprou os parlamentares para aprovar a emenda da reeleição.
Estão a dizer que existe aí dois pesos e duas medidas, os tadinhos do PT fizeram o mensalão e a mídia e o Judiciário foram para cima e FHC que também teria aliciado parlamentares não responde a nenhum processo.
Pois FHC aprovou a emenda da reeleição e a grande mídia aplaudiu. FHC se beneficiou, porque foi eleito pela segunda vez, novamente em primeiro turno. Nem Lula e nem Dilma se elegeram em primeiro turno. Ou seja, o povo unido que jamais será vencido apoiou e votou na reeleição de FHC.
O assunto que deveria estar encerrado, porque passou pelo crivo popular sempre ressurge.
E que bom que FHC -- mesmo que seja a voto de cabresto -- tenha aprovado essa emenda, necessária e fundamental nos regimes democráticos. A exceção de Cuba e Venezuela, onde se permite a reeleição eterna,em praticamente todos os países socialmente democráticos existe reeleição para mais um mandato.
E o PT que está no poder há 10 anos nada fez para desfazer a reeleição. Lula foi reeleito. Dilma pode ser reeleita -- tudo indica que sim.
Estão a dizer, finalmente, que a grande mídia que tanto apoiou FHC e fez vistas grossas na aprovação da reeleição, pegou pesado contra o PT no caso do mensalão.
O tempo é sempre o senhor da razão, no julgamento do mensalão a tese do PT de caixa 2 foi para o espaço. Houve sim desvio de dinheiro público, por isso as condenações em corrupção e peculato. Impressionante, a grande mídia tinha razão.
No fundo, no fundo, essa questão envolvendo pesos e medidas é também uma questão de competência ou incompetência política.
3 comentários:
Maia,
Cuidado com essa tese de que os fins justificam os meios.
Depois, ainda não se provou a tese de que o PT comprou votos no congresso - e acho que essa tese nem merece prova. O que realmente importa é condenar quem tenha desviado dinheiro público.
Agora, ficar achando que tudo bem, FHC comprou parlamentares, mas foi por uma boa causa é coisa de república das bananas. Só aos inimigos que vale a lei, então?
Essa indignação seletiva é que nos define como subdesenvolvidos socialmente. Ainda mais quando essa seleção passa pela grande mídia. Patrocinar isso é ir muito pra trás.
Agora, o julgamento do mensalão está no comecinho. A grande polêmica virá se José Dirceu não for condenado. Aí quero ver a grande mídia ficar faceira.
Aliás, Luis Gushiken foi absolvido (inocentado, inclusive, por Levandowski). Aguardo um "mea culpa" da grande mídia, que também jogou ele na vala dos mensaleiros, apesar de nada haver contra ele. Assim como nada há contra José Dirceu, apenas depoimentos (o mais importante o de Roberto Jefferson). Se o STF condenar Zé Dirceu assim, inaugura uma nova fase na justiça - és culpado até que proves que és inocente.
Guimas, não estou a defender fins que justificam os meios. Não se comprovou que os aliados de FHC compraram parlamentares para a emenda da reeleição, isso foi o pessoal do PT que alegou. E não houve processo. E FHC foi reeleito. Esse assunto está encerrado.
O STF não decidiu se houve ou não mensalão, mas já decidiu que houve desvio de dinheiro publico, o que é gravíssimo.
E Zé Dirceu que é esperto e não deixou rastro, somente existe contra ele indícios e provas testemunhais, está com a corda no pescoço, resta saber se o STF vai dar ou não o empurrão.
Maia,
Concordo que o assunto da reeleição de FHC está encerrado. Mas precisamos aprender com nossa história, e ela nos diz que fizemos vista grossa com algo que poderia ser muito grave. Aprender com os erros, só isso. Não investigar e não processar a compra de parlamentares na ocasião da emenda da reeleição foi um erro.
Assim como seria um erro fazer vista grossa ao mensalão.
Agora, analisa as tuas palavras quanto a Zé Dirceu. É fácil culpá-lo e dizer que não há como provar. Se o STF seguir esta linha - a de que basta uma prova testemunhal para a condenação - ficarei preocupado. Será caso de julgamento político, e não técnico, no STF. Coisa grave.
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