Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Evo Reduz Idade de Aposentadoria na Bolívia



Os Blogs da nossa esquerda estão a saudar o companheiro Evo Morales. O presidente de origem indígena reduziu a idade de aposentadoria de 60 para 58 anos e para os mineiros, que trabalham em atividade insalubre, a redução é para 56 anos.

Resta saber como vai se comportar  a economia boliviana - o mais pobre pais da América Latina -- e que precisa de investimentos depois desses atos do presidente Evo. Resta saber, também, se o estado boliviano vai ter condições de suportar essas mudanças legislativas de forte impacto.

Mais sobre o assunto abaixo de um daqueles blogs que participou da entrevista com o nosso pop presidente.



Bolívia reduz idade de aposentadoria


Por Altamiro Borges



Enquanto na Europa os governos de direita impõem pacotes para elevar a idade de aposentadoria e o tempo de contribuição para a previdência social, surge da vizinha Bolívia uma boa notícia. O governo de Evo Morales acaba de aprovar um projeto reduzindo a idade de aposentadoria de 60 para 58 anos. No caso dos mineiros, em que o trabalho é mais penoso, perigoso e insalubre, ela será reduzida para 56 anos. Além disso, o projeto também estimula a formalização do trabalho, reduzindo as contribuições previdenciárias, como mecanismo para enfrentar o alto índice de informalidade da mão-de-obra no país.

Segundo descreve o veterano líder popular Hugo Branco, em artigo no sítio Rebelión, a iniciativa representa uma importante vitória dos bolivianos. Ela vai na contra-mão da ofensiva capitalista mundial, que insiste em jogar nas costas dos trabalhadores o ônus da sua brutal crise econômica, retirando direitos trabalhistas e previdenciários e elevando o desemprego.
Ele cita alguns casos dramáticos da Europa:
- Na França, o Senado aprovou a elevação da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos;

- Na Grã-Bretanha, o governo vai aumentar para 65 anos em 2020 sem qualquer diferenciação entre homens e mulheres e para 68 entre 2024 e 2046;

- Alemanha: 65-67 anos, entre 2024 e 2029;

- Itália: 57-58 anos em 2008 e 61 em 2013;

- Áustria: 60 a 65 anos, entre 2024 e 2033;

- Bélgica elevou a idade de aposentadoria para as mulheres de 64 para 65 anos desde 2009;










- República Checa: até 63 anos para homens e 59-63 anos para as mulheres até 2013;










- Dinamarca: 65-67 entre 2024 e 2027;










- Hungria: 65-67 anos em 2020 para as mulheres e 62 a 65 anos para os homens. Além disso, numa segunda fase, eleva para 68 anos para mulheres e 69 anos para os homens em 2050;










- O governo da Espanha propôs aumentar a idade legal da aposentadoria de 65-67 anos.










Como lembra Hugo Branco, a proposta foi apresentada pela Central Operária Boliviana (COB), acatada pelo governo de Evo Morales e aprovada pelo parlamento no início de dezembro. A tendência é que agora ela sofra violenta pressão dos empresários. A exemplo do Brasil, o capital alegará que a medida engessa a economia, reduz a lucratividade das empresas e estimula o desemprego e o mercado informal. Isto quando as empresas obtêm recordes de produtividade e de lucros.

2 comentários:

Fábio Mayer disse...

Vai na contramão do bom senso em voga no mundo todo. A idade média da população aumenta, a expectativa de vida da população aumenta, mas diminui-se a data da aposentadoria... é uma bomba relógio que vai detonar as contas públicas dos países que não se preocupam com o futuro, como a Bolívia.

É certo que a Bolivia não tem problema previdenciário porque lá, previdência é para uma minoria da população. Mesmo assim, preocupante, porque os esquerdofrênicos usarão o país de Evo Morales como exemplo para detonar qulquer tentativa de ajuste atuarial no resto do mundo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Fábio, o problema disso tudo é o legado que Evo vai deixar para os outros governos. Se na França -- que é a França -- que tem investimentos, receitas, razoavel equilibrio fiscal se aumenta a idade de aposentadoria é um retrocesso fazer o que Evo está fazendo, porque isso só vai aumentar o déficit público e os recursos que o estado pode fornecer aos mais carentes.