Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre Um Cara Que Não Gostou de Tropa de Elite 2

O capitão - agora coronel -- Nascimento.

Esse cara se chama Hugo Albuquerque e tem um Blog: O Descurvo.

Não, eu não gostei do Tropa de Elite 2. Nem poderia gostar. Em toda sua pretensão de nos iluminar sobre a conjuntura atual do Rio, o filme não passa de um pastiche de filme hollywoodiano, obedecendo, inclusive, às suas premissas mais elementares: (I) O elogio permanente à violência, demonstrada como forma máxima da expressão humana; (II) A castração das personagens, assexuadas até quando se insinuam (aqui, nem isso), reles autômatos sem libido; (III) A invisibilização da questão social, o Trabalho inexiste, tampouco qualquer menção à sua exploração. Está tudo lá, a violência é o ápice da expressão, quem domina a técnica para emprega-la mais e melhor é justamente para quem os holofotes se voltam, não existe troca de libido - ou possibilidade de -, tampouco - e principalmente - não existe questão social: Onde é que estão os fundamentos econômicos de tudo aquilo? A favela é demonstrada como um amontoado de pequenos empreendedores explorados pelos aneis burocráticos do Estado - pior do isso, a favela é narrada como se sempre estivesse ali o que, por tabela, sempre estará. Sem embargo, uma naturalização imperdoável.

Ele também critica a unanimidade -- inclusive da esquerda -- acerca da ocupação pelo estado brasileiro da Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão no Rio:

Uma das coisas que está mais me chocando na ala esquerda da blogosfera é a omissão da crítica - ou até apoio acrítico mesmo - a essa missão no Rio. Existe muito silêncio e, às vezes, um apoio estranho, seja para defender o governo Lula ou, em dados momentos, verifica-se uma adesão mesmo à política de enfrentamento do tráfico por meio de uma lógica burra ao pior estilo de guerra ao terror - confronto violento dos efeitos do problema, controle, belicismo. Isso é abrir o flanco para coisa pior, como os delírios de um Tas da vida, que propôs que o Bope e as FFAA fizessem uma "limpeza" no Congresso Nacional - como nos lembrou a nossa Flávia Cera, das poucas vozes que não se calaram nessa história toda.

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