Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Marchas da Maconha


Polícia Militar de São Paulo usa gás lacrimogêneo para impedir passeata do grupo organizador da Marcha da Maconha proibida na sexta-feira pela 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça.

Cerca de 300 pessoas se reuniram para a Marcha da Maconha no parque da Redenção, em Porto Alegre, na tarde deste domingo, segundo informações da Brigada Militar. A polícia afirmou que a caminhada acontecia de forma pacífica até as 17h e oficiais militares e civis monitoravam o local.



Fumaça democrática



Em nome da manutenção da ordem e da legalidade, a PM patrocinou uma enorme desordem na tarde de sábado, em São Paulo, transformando a região da avenida Paulista e da rua da Consolação num campo de batalha.

A tropa de choque investiu contra aqueles que defendiam a legalização da maconha com balas de borracha e gás lacrimogêneo, distribuindo cacetadas em manifestantes que corriam. Disseminou-se pelas ruas um clima de pânico. Pessoas que nada tinham a ver com o ato foram atingidas pelo gás, nos carros ou nas calçadas.

As imagens e relatos não deixam dúvidas de que houve uso abusivo da força. O xis da questão, porém, está na decisão judicial infeliz que deu respaldo à ação da polícia.

O desembargador Teodomiro Mendez, do TJ-SP, decidiu proibir a manifestação na véspera de sua realização. Alegou que o ato "não trata de um debate de ideias, apenas, mas de uma manifestação de uso público coletivo de maconha". Disse ainda que os "indícios de práticas delitivas no ato favorecem a fomentação do tráfico de drogas, crime equiparado aos hediondos".

Pois bem: apesar da repressão tão veemente da PM, quantas pessoas foram presas no sábado por fumar maconha? Nenhuma, embora algumas tenham sido detidas, por razões pouco claras. Onde está, então, o "uso público coletivo de maconha", alegado pelo magistrado? Eis um caso típico de censura prévia praticado por um juiz conservador, que confunde o direito constitucional à livre manifestação com a apologia do crime.

Quem decide ir à rua para defender a legalização da maconha não está fomentando o tráfico de drogas, como sentencia o juiz, mas exatamente o contrário.

A ação desmedida da PM deve dar fôlego ao movimento que defende a descriminalização da droga. A decisão do doutor, que provocou a confusão, deveria ampliar o debate sobre a liberdade de expressão, ainda tão acanhada.

Artigo de Fernando de Barros Silva na Folha de hoje.


5 comentários:

PoPa disse...

Sou de um tempo em que protestávamos até aparecer a tropa de choque. Quando eles apareciam na esquina, era tempo de sair correndo. Tropa de Choque não é para negociação. É para fazer limpeza...

Quem estava lá, de bobeira, entra na dança também. É simples assim. E quem está lá fazendo apologia ao consumo de maconha, está cometendo um crime. Eu sou contra qualquer tipo de droga e acho ótimo que a tropa de choque esteja pronta para impedir que alguns folgados queiram transformar droga em coisa de consumo familiar.

JB disse...

Vejamos:Somos um dos países que mais consome agrotóxicos do mundo. Eles estão em toda a parte, na pecuária,na lavoura e diretamente em nosso ambiente doméstico, são mais de 8.000 fórmulas licenciadas.
Estas'drogas' banalizadas e inserida legalmente no consumo familiar diário,estão sendo responsáveis pelo aumento assustador na taxa de mortalidade por cancêr(40.000/ano), inclusive as crianças são as que mais sofrem...

O mais assustador para min, não é essa realidade distorcida do conceito de saúde e qualidade de vida, mas a repressão constante exercida pelo poder público do Brasil ao cidadão que sai nas ruas exercendo sua cidadania.
Seja consumidores do THC (SP) ou estudantes protestando contra aumentos das tarifas (Sc e RJ) A 'Tropa de choque' chega pra mostrar os conceitos ditadoriais do poder público, uma alusão a "L'etat est moi", delegando a democracia aos contos da Carochinha.

PoPa disse...

Não é verdade que somos um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. De onde veio esta estatística? Mentiras afirmadas com convicção não se transformam em verdade...

JB disse...

Vixe,são tantos links... Quizera que esta convicção fosse uma Patranha. Em 2008 o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de Agrotóxico do mundo. Pesquise as seguintes palavras chaves: BRASIL MAIOR AGROTÓXICO e faça a feira!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Popa e Jb, discordo da opinião do desembargador que concedeu a ordem e da polícia de S. Paulo. A causa defendida, descriminalização do uso da maconha, não é tão estapafúrdia assim e não justifica a repressão. Políticos importantes compartilham com esse mesmo entendimento: FHC e Tarso Genro.