Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 29 de junho de 2011

BNDES Libera R$ 4 Bi Para Concentração Supermercadista -- Um Verdadeiro Absurdo

 



Se isso tivesse acontecido no governo FHC, meu deus do céu, o mundo viria abaixo. Mas como ocorre no governo do PT...

Absurdo, os dois maiores supermercados do Brasil, responsáveis por 32% do varejo supermercadista brasileiro,  anunciam uma mega fusão e o governo federal -- capitaneado pelo PT -- vai socorrer esses dois tadinhos com um financiamento titiquinha de apenas R$ 4 Bilhões de Reais. Precisa?

E o pior de tudo, essa anunciada fusão (que talvez não ocorra por questões societárias)  é uma forma de concentrar o poder econômico (Alô, Alô, CADE) e é catastrófica para  as opções do consumidor que busca preços competitivos, variedade de produtos e serviços.

E o Pacotarso Foi Aprovado


Iotti
 Numa boa, uma pergunta inocente, respondam com toda a sinceridade: existe diferença entre os pacotes da Yeda -- que visavam reduzir os gastos públicos -- e o pacote de Tarso Genro, o pacotarso, que foi aprovado ontem na Assembléia Legislativa que deu, segundo o governo, "sustentabilidade ao estado do RS"? O ponto mais polêico foi o aumento  em 14% das alíquotas previdenciárias para os servidores, com redutor para os que ganham menos de R$ 3.689,6.

Na época da Yeda -- tadinha da Yeda que tentou várias vezes aprovar pacotes semelhantes -- o pessoal do PT dizia, gritava e alardeava que esse tipo de política é coisa do demo neoliberal.

No fundo, no fundo, ninguém faz oposição tão bem quanto o pessoal do PT. Os caras são p-r-o-f-i-s-s-i-o-n-a-i-s. Eles nasceram para isso. E de tanto alardear e fazer barulho e cativar os corações e mentes das almas desavisadas, o pessoal do PT acaba se elegendo e chegando à glamourosa cadeira do poder. Com ambição na cabeça e a sede de permanecer no poder eles iniciam a fazer o mesmo típo de política que tanto criticaram, quando oposição.

A verdadeira verdade é que não existe receita mágica e automática para conter a  sangria desatada dos gastos públicos. O estado precisa manter a qualidade dos serviços públicos e gerar investimentos, mas para que isso ocorra é necessário que ele seja sustentável, que ele se sustente. Como fazer isso? Essa é a questão. O problema não é ideológico, mas de coragem e gestão. Não existe receita sagrada a não ser o corte na carne que sangra. E os companheiros de luta e ideologia, como o pessoal do CPERS sindicato, por exemplo, entende que isso é uma traição. E estão recheados de razão.

domingo, 26 de junho de 2011

Valeu, Paulo Renato



Foi um ótimo ministro da educação, porque teve a coragem de implantar, no ensino brasileiro, as necessárias avaliações. Morte prematura, aos 65 anos. Grande perda para o Brasil.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Depois dos aeroportos, Dilma vai privatizar os portos

Vista aérea do Porto do Rio Grande-RS


Copio e Colo do Blog do Josias de Souza

O PT mal se refez do anúncio de que Dilma Rousseff privatizará aeroportos e a presidente já prepara um novo susto.
O governo decidiu transferir à iniciativa privada a construção e a operação de novos portos marítimos.
Deve-se a informação às repórteres Renata Veríssimo e Célia Froufe. Elas noticiam que os portos privatizados serão assentados em 45 áreas.
A coisa vai começar pelo Amazonas (Manaus) e se espalhará por outros 12 Estados. Sete no Norte e Nordeste. O resto, no Sul e Sudeste.
Na seara econômica, Dilma atende à demanda da produção, submetida à ausência de infraestrutura.
No campo político, Dilma carboniza o discurso antiprivatista que Lula e ela própria desfiaram nos palanques contra rivais tucanos.
Em 2014, o petismo terá de mudar de assunto. O ex-PT tornou-se um partido muito distante. Uma legenda lá longe.

Meu Pitaco:


Viva a Essencial Meritocracia!

Tem gente que não quer ser avaliada, por que será?


Recomendo a leitura do artigo do socióligo da Universidade Federal de Pelotas UFPEL e pesquisador do CNPq,  FLÁVIO SACCO DOS ANJOS, 49, publicado na Folha de hoje..

Contra o mérito!

FLÁVIO SACCO DOS ANJOS


É visível e patético o ocaso da Associação Nacional de Docentes de Nível Superior; hoje, ela é uma trincheira de partidos políticos minoritários


Especialistas em cienciometria indicam que a produção científica brasileira aumentou 56% entre 2007 e 2008, situando-a na 13ª posição no ranking mundial de artigos publicados em revistas especializadas. É no bojo desse processo que se constata o avanço substancial do sistema brasileiro de pós-graduação, com um incremento notável no número de programas destinados a formar recursos humanos em todos os campos do conhecimento.
Há, entretanto, um aspecto que é crucial para entender a mecânica dessa transformação de nosso país na última década.
Refiro-me, sobretudo, ao fortalecimento de sistemas de avaliação centrados na perspectiva do mérito científico e acadêmico, traduzido no neologismo, já consagrado nas hostes universitárias, como o regime da meritocracia.
Sob sua égide, a missão de aprovar um projeto e de conseguir recursos para financiar suas pesquisas tornou-se o centro de uma acirrada disputa que se instala entre os membros de uma comunidade científica, sagrando-se vencedor aquele que mais publica em revistas qualificadas.
Essa dinâmica alimenta complexo sistema, em que a transparência e a veracidade das informações são asseguradas por instrumentos como a plataforma Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico).
Qualquer pessoa acessa a base de dados de currículos e conhece a trajetória de todo e qualquer pesquisador, do ponto de vista de sua produção intelectual.
Não é à toa que os salários dos docentes de nível superior das instituições federais de ensino incluem gratificações cujo pagamento está atrelado ao cumprimento de índices de desempenho.
Lamentavelmente, tal imperativo vem sendo reiteradamente rechaçado pela Associação Nacional de Docentes de Nível Superior (Andes). Fugindo de seus propósitos, essa instituição se converteu numa trincheira de partidos políticos minoritários ou em local para abrigar verdadeiras nulidades, que, por sua total incompetência e despreparo, não encontrariam espaço para trabalhar em qualquer instituição respeitável de ensino deste e de qualquer outro país do planeta.
O ocaso da Andes é visível e patético. Assembleias de docentes são recorrentemente minúsculas, em que um número reduzido de professores decide pelos demais, propondo a deflagração de greves que só contam com o apoio da militância de plantão, que se locupleta de vantagens para financiar suas viagens ao planalto central e a outros locais do país, onde realizam congressos cujas teses são cada vez mais absurdas e distantes do cotidiano das universidades.
Não me parece um exagero afirmar que a Andes se converteu numa sinecura mantida com os salários dos demais e ao arrepio de qualquer princípio de legitimidade.
Basta olhar o currículo dos membros que compõem a diretoria da Andes para entender essa espúria realidade. Há docentes que jamais orientaram um só aluno de pós-graduação ou publicaram um único artigo científico em toda a sua vida.
Evidentemente, esse tipo de excrescência não representa a regra, mas, sim, a exceção.

A maior parte dos professores tem seu dia a dia marcado por jornadas intermináveis de aulas, orientações de alunos ou elaboração de novos projetos.
Mas o aspecto paradoxal é que são essas as pessoas que se consideram aptas para falar em nome dos demais, sendo a expressão última de flagrante crise de representatividade que se negam a enfrentar, porque, tomando as rédeas do debate, cairiam no ridículo, expondo as vísceras desse ingente paradoxo.

E os Hackers Atacam

Hoje a página do IBGE apareceu com essa imagem e esse texto.






Os Hacker estão a mil. No início desta semana eles ingressaram na página da Presidência da República, Portal Brasil, Petrobrás e Receita Federal e Ministério da Defesa. Hoje foi a vez do IBGE.


Da Folha.com 

Charge do Jean na Folha de hoje.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Por Que Será Que a Grande Maioria dos Gaúchos Vai Torcer Hoje para O Peñarol do Uruguai?


As enquetes dizem isso, 80 a 90% dos gaúchos não vão secar o Santos do Brasil.

Procura-se Sites Para Baixar Músicas Legais




Gente, estou procurando uma loja virtual onde posso adquirir - legalmente - músicas on line.

No ano passado ou retrasado adquiri um celular Nokia e no pacote estava incluído o tal de "Nokia music store ou Nokia Ovi ou Comes With Music" em que se pode acessar, de forma ilimitada, todo o acervo musical da Nokia -- que é muito bom.

Tem de tudo, jazz, acid, mpb, classic, rock and roll de todas as décadas e, por isso, consegui fazer um acervo musical bem razoável. Ali baixei os primeiros discos do Focus, concertos inéditos do Keith Jarret, música erudita contemporanea, todos os discos da Erika Baduh, do Kaiser Chief, do Rick Wakeman, os Genesis na época do Peter Gabriel, o pessoal do Parov Stelar, a Maria Gadu a Mart`nália e muito mais, além das trilhas dos filmes como Bourne identity do John Powell, o Sonho de Cassandra do Philip Glass etc.

Sempre fui um colecionador de músicas - desde a época do vinil. Confesso que já baixei músicas de sites que não pagam direitos autorais, mas os arquivos não vem em ordem e muitas vezes corrompidos. Minha experiência, nesse sentido, não foi das melhores.
 

Estou procurando agora algo desse tipo, uma loja virutal onde possa adquirir músicas legalmente e a bom custo benefício, of course. Se alguém tiver uma dica, please, entre em contato 

Grécia - Endividamento Imenso e Falta de Competitividade

Ao centro o primeiro ministro George Papandreou que ontem conseguiu aprovar o famoso pacote, o tadinho tem um imenso pepino nas mãos.

Ótimo artigo de Martin Wolf, colunista do Financial Times sobre a grave crise grega. Os de sempre estão a dizer que ela é fruto amargo das receitas ortodoxas do xarope  do neoliberalismo e o escambau: as eternas  desculpas daqueles que acreditam que sabem tudo, mas não sabem nada, Sorry!

 Hora para bom senso em relação à Grécia


Financial Times
Martin Wolf


Albert Einstein teria dito que insanidade consiste de fazer a mesma coisa repetidas vezes e esperar resultados diferentes. Segundo este padrão, o acordo com a Grécia que está prestes a ser fechado parece insano. A única justificativa, como argumentei em uma coluna em 10 de maio, é a necessidade de ganhar tempo. Essa é uma estratégia ruim. Algo mais radical é necessário.

A pergunta sobre as perspectivas da Grécia não é se o país dará calote. Isso é, no meu entender, uma quase certeza. A pergunta é se um calote seria suficiente para devolver a economia a uma saúde razoável. Eu duvido fortemente.
O país parece não competitivo demais para isso. Um calote é uma condição necessária, mas não suficiente, para um retorno à saúde econômica.

O desempenho grego sob o programa acertado com o Fundo Monetário Internacional, em maio de 2010, tem sido impressionante. Mas também não conseguiu devolver o país à solvência. O spread entre os títulos gregos e alemães de 10 anos passou de 460 pontos-base (4,6 pontos percentuais) após o anúncio do programa para 1.460 pontos-base. O mesmo aconteceu com a Irlanda e Portugal. Ainda mais perigosamente, até mesmo os spreads espanhóis atingiram 270 pontos-base. Grécia, Irlanda e Portugal não têm chance de conseguirem tomar empréstimos nos mercados a taxas que podem arcar no futuro previsível.


O que é bastante deprimente para os envolvidos é que esses saltos nos spreads ocorreram apesar de um desempenho razoável. No programa original, a previsão era de que o produto interno bruto grego caísse em 4% em 2010, seguido por 2,5% em 2011. Na revisão de março de 2011, isso provou ser apenas um pouco pior, em 4,5% e 3%, respectivamente. O déficit público foi inicialmente previsto em 8,1% do PIB em 2010 e 7.6% em 2011. Isso cresceu apenas para 9,6% e 7,5%, respectivamente, na revisão de março de 2011. Mesmo no déficit em conta corrente atual, os 10,5% para 2010 e 8,2% para 2011 na revisão de março foram apenas um pouco piores do que as previsões iniciais de 8,4% e 7,1%, respectivamente.


Infelizmente, isso nem começa a ser suficiente por quatro motivos.
Primeiro, o perfil da dívida passou de horrível para ainda pior; no programa inicial, a previsão era de que a relação entre dívida bruta e PIB atingiria seu pico em 149% do PIB em 2012. Na revisão de março, ela já tinha saltado para 159%. Segundo, a economia parece extraordinariamente não competitiva. O indicador mais relevante é a combinação do déficit em conta corrente ainda imenso com uma recessão profunda. Esse déficit externo agora não pode ser financiado no mercado. Terceiro, as perspectivas para o déficit em conta corrente estão deteriorando de modo acentuado: inicialmente, a previsão do FMI para o déficit em conta corrente era de 2,8% do PIB em 2014; na revisão de março, a previsão passou a ser de 5,5% do PIB. Quarto, sem um aumento das exportações, será impossível um retorno ao crescimento sustentável. Mas esse aumento exigiria uma grande redução nos custos nominais. Se isso fosse viável, o que eu duvido, isso aumentaria ainda mais a relação dívida/PIB.

O ceticismo do mercado em relação à capacidade da dívida da Grécia de se tornar merecedora de crédito é justificado. Ele se apoia na consciência de dois fatos:
o endividamento imenso e a falta de competitividade. O fato do povo grego não estar disposto a suportar a dor apenas torna o já implausível quase inconcebível. Se essa fosse, digamos, a Finlândia, alguém poderia acreditar. De modo acertado ou equivocado, poucos acreditam que a Grécia atual é outra Finlândia

No cartaz está dito, "sim à sociedade, não ao poder"

E qual é o argumento em prol da persistência em emprestar ainda mais e, no processo, transferir uma proporção maior das obrigações do governo grego para os balancetes do setor público? Eu vejo quatro argumentos.


O
primeiro é que a estratégia esconde o estado dos credores privados. É muito menos embaraçoso declarar que alguém está ajudando a Grécia quando alguém está, na verdade, ajudando seus próprios bancos. Se os credores privados tiverem tempo suficiente, eles poderão vender seus empréstimos para o setor público ou cancelá-los sem injeções de capital dos Estados.

O
segundo argumento é que a estratégia de adiamento permite a outros países colocarem suas casas em ordem antes de um calote grego e talvez uma saída desordenada do euro. Se esses eventos ocorressem agora, como é temido, haveria fuga das dívidas soberanas e bancos de países frágeis, com resultados devastadores.

O
terceiro argumento é que é possível que a Grécia consiga se acertar. Dar ao país o máximo apoio torna isso ao menos concebível.

O
quarto argumento é que há a previsão pelo FMI de que Grécia terá um déficit fiscal primário (antes do pagamento de juros) de 0.9% do PIB neste ano. Logo, a transferência líquida de recursos seria para o setor público grego. Se este for o caso, um calote não faz sentido.

Esses argumentos são persuasivos aproximadamente em ordem ascendente. O primeiro argumento foi usado para justificar as políticas de negação que deram à América Latina sua “década perdida” nos anos 80. Parecia imoral na época e parece igualmente imoral agora. As perdas devem ser reconhecidas e os bancos recapitalizados. O segundo argumento presume que a posição grega ainda é um mistério. Mas está claro que a fuga já está em andamento de outras jurisdições frágeis. O terceiro argumento não é ridículo, mas esse resultado feliz parece implausível, dada a situação em que a Grécia se encontra. O último argumento é certo. Mas é um para um breve adiamento, não para um esforço eterno.


Quando um resultado é inevitável, é necessário planejar para el
e. Nesse caso, esse resultado parece inevitável aos observadores mais informados. Eu vejo pouco mérito no calote dar anos de agonia ao setor público grego em vez de já ao setor privado. A melhor política é agir preventivamente. Um aspecto dessa ação preventiva consistiria em agir para escorar outros membros e sistemas financeiros frágeis da zona do euro mais fortemente do que agora. Pelo menos em um caso, a Irlanda, isso exigiria uma reestruturação da dívida. Isso também certamente exigiria uma adoção de um sistema financeiro para toda a zona do euro com apoio fiscal equivalente.

Mas a principal exigência agora é reconhecer a realidade desagradável. Não é possível tornar o incrível crível com adiamento interminável. Isso só torna o reconhecimento da realidade mais doloroso quando finalmente ocorrer. Chegou finalmente a hora de reconhecer a realidade do apuro grego e agir imediatamente sobre as ramificações mais amplas para seus parceiros.


Tradução: George El Khouri Andolfato, publicado no UOL

A História e a Infâmia Gaúcha






Na minha cabeceira o  livro do Juremir Machado da Silva, História Regional da Infâmia, onde ele 'desconstroi', desconstitui,  os mitos da Revolução Farroupilha.

A história da infâmia gaúcha pode ser resumida da seguinte forma: a chamada Revolução Farroupilha, na verdade, foi uma revolta dos grandes latifundiários e que foi financiada com a venda de negros escravos para o Uruguai e, portanto, é muita hipocrisia dizer, como se canta no hino riograndense (que toca sempre nos jogos da dupla Gre-Nal) que sigam nossas façanhas de modelo a toda a terra.

Como bem se sabe, a chamada "Revolução Farroupilha" terminou com a derrocada dos Farrapos e o   massacre do Corpo de Lanceiros Negros de Teixeira Nunes, que estavam acampados na curva do arroio Porongos, no atual município de Pinheiro Machado quando foram atacados pelos imperiais. O fato ficou conhecido como a Batalha dos Porongos.

Juremir escreve bem, mas é um tanto repetitivo. Ele faz questão de bater sempre na mesma tecla do contexto hipócrita das contradições "liberais" dos farrapos diante da realidade escravocrata.

É muito complicado interpretar a história de outras épocas, estamos falando aqui da realidade de 1830/1840, com as lentes de contato de hoje e Juremir, com seus óculos do século XXI,  parece gostar de fazer essa complicada interpretação.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Quem Paga a Orquestra Escolhe a Música?


Manifestantes em confronto com a policia na semana passada em Atenas, Grécia.




Tem que ter muita cautela com essa história de "democracia real". Muitas vezes essas demonstrações populares não são tão representativas assim, como se alardeia. É muito fácil hoje em dia, em tempos de twitter e facebook, reunir pessoas em torno de reivindicações comuns. Mas isso não significa que o povo (qual o povo?) esteja efetivamente interessado nessas reivindicações. O fato de algumas pessoas participarem dessas manifestações na Grécia ou na Espanha, por exemplo, não significa que o povo esteja do lado delas. Não significa, em resumo, que elas sejam maiorias participativas. Elas podem ser minorias participativas. A chamada "democracia direta" ou "democracia real" também pode ser uma grande ilusão.


Agora essa história de quem paga a orquestra escolhe a música é interessante.


Sobre o assunto, Artigo do Professor Vladimir Safatle publicado na Folha 


Democracia real 

As atuais manifestações que sacodem a Europa trouxeram uma reivindicação que há muito não se ouvia em países como Reino Unido, Espanha, França: democracia real. Há algo de importante aqui.
Pois poderíamos nos perguntar o que haveria de fictício na democracia de países que aprendemos a ver como exemplos de sistemas políticos consolidados. Por que largas parcelas de sua população compreendem que há algo no jogo democrático que parece ter se reduzido exatamente à condição de mero jogo?
Talvez tais manifestantes entenderam que a democracia parlamentar é incapaz de impor limites e de resistir aos interesses do sistema financeiro. Ela é incapaz de defender as populações quando os agentes financeiros começam a operar, de modo cinicamente claro, a partir dos princípios de um capitalismo de espoliação dos recursos públicos.
Não é por outra razão que se ouve, cada vez mais, a afirmação de que a alternância de partidos no poder não implica mais alternativas de modelos de compreensão dos conflitos e políticas sociais. Por isso, o cansaço em relação aos partidos tradicionais não é sinal do esgotamento da política. Na verdade, ele é o sintoma mais evidente de uma demanda de política, de uma demanda de politização da economia.
Em momentos assim, devemos lembrar que a democracia parlamentar não é o último capítulo da democracia efetiva. A Islândia tem algo a nos ensinar sobre isso.
Um dos primeiros países atingidos pela crise econômica de 2008, a Islândia decidiu que o uso de dinheiro público para indenizar bancos seria objeto de plebiscito. Maneira de recuperar um conceito decisivo, mas bem esquecido, da democracia, a saber, a soberania popular. O resultado foi o apoio massivo ao calote.
Mesmo sabendo dos riscos de tal decisão, o povo islandês preferiu realizar um princípio básico da soberania popular: quem paga a orquestra, escolhe a música.
Se a conta vai para a população, é ela quem deve decidir o que fazer, e não um conjunto de tecnocratas que terão seus empregos garantidos nos bancos ou de parlamentares cujas campanhas são financiadas por esses bancos. Como disse o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson: "A Islândia é uma democracia, não um sistema financeiro".
O interessante é que, com isso, saímos dos impasses da democracia parlamentar para dar um passo decisivo em direção a uma democracia plebiscitária capaz de institucionalizar a manifestação necessária da soberania popular.
É tal processo que nos coloca nas vias de uma democracia real. Ele é a condição primeira para sair da crise. Pois a verdadeira questão que tal crise nos coloca é política: que regime político é este que permitiu um descalabro deste tamanho na calada da noite?



Catando os Caquinhos


Eles se esforçam para não falar publicamente, mas é visível a irritação com os rumos do partido.

Assim Que Funciona a "Distribuição de Cargos"

Tarso Genro despacha com o secretário Luiz Augusto Lara (PTB-RS) , que integrou os governos  Yeda e Rigotto. Segundo denúncias servidores nomeados pelo  PTB recebem R$  2 milhões mensais do combalido cofre estadual.


Vamos combinar que o problema não nasceu no governo Tarso Genro (PT-RS), esses 'negócios' já haviam ocorrendo no governo de dona Yedinha Crusius (PSDB-RS) e Germano Morno Rigotto (PMDB-RS). Aliás, o Sr. César Busatto, então chefe da Casa Civil de Yeda, já havia denunciado esse mesmo assunto naquela conversa gravada pelo então vice governador Paulo Feijó (DEM-RS). Todos, na época, acharam uma pouca vergonha. Pois o assunto voltou.

O fato é que se divulgou ontem algo que todos já sabiam, mas ninguém tinha noção do valor, das cifras, da graninha.

Servidores nomeados pelo  PTB em Cargo de Comissão,  recebem mensalmente dos cofres da administração pública estadual, cerca de R$ 2 milhões de reais. Foi exatamente isso o que disse ontem o deputado Sérgio Morais (PTB-RS), aquele que uma vez disse que estava se lixando para a opinião pública, depois de ter protagonizado uma briga com outro colega parlamentar. O caso foi parar no youtube.



Isso sem contar o pessoal do PDT, PT, PR e coisa e tal que compõem a base parlamentar do governo de coalizão idealizado pelo companheiro governador Tarso Genro.
O problema não nasceu no governo do PT, mas ele continua....

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Baita Injustiça com Vargas Llosa



Leio no Diário Gauche, hoje, o seguinte post. Meu pitaco, como 'siempre', vem depois:

Paradoxo Mario Vargas Llosa
Vargas Llosa é sabidamente um racista, um etnocêntrico convicto. Mas é capaz de narrar a história do ex-explorador colonialista Roger David Casement (1864-1916), depois convertido à luta de libertação de sua Irlanda, ele que fôra na juventude envolvido na sanguinária barbárie branca contra os povos africanos e índios sulamericanos: tudo em nome dos três C’s – cristianismo, civilização e comércio. 

É de suspeitar que Vargas tenha se identificado com a transformação política de Casement. Sei lá!


Meu Pitaco:


 Llosa é uma das grandes cabeças da América Latina nos nossos dias. Tanto é assim que mesmo sendo liberal apoiou o canhoto do Humalla nas recentes eleições no  Peru.  Podemos até admitir que Llosa conte suas bem contadas histórias de acordo com a descendência européia e  branca de grande parte do povo sul americano, mas creditar isso como sendo racismo é dose para mamute.

Cuidado, racismo no Brasil é crime e acusar pessoas de crime também é crime.

As Mães da 'Plaza de Mayo' Não São Intocáveis

Dona Hebe Bonafini, líder das mães da Plaza de Mayo.

Fiquei sabendo dessa notícia via twitter do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), a partir de uma matéria publicada ontem no diário espanhol El Pais : As Madres da Praça de Mayo não são intocáveis.


 Osmar Terra 
 Osmar Terra 

Dois Filmes: Um Bom e Um Médio



Finalmente assistia a história do Rei George VI, pai da atual Rainha Elizabeth II, e seus problemas com a gagueira. É um filme médio. Nada além disso.



A grande surpresa foi o  filme "O Garoto de Liverpool" sobre o início da vida artística de John Lennon. A história inicia em 1955 com a morte do Uncle George, seu tio e amigo e termina um pouco antes de 1960, com o atropelamento de Julia Lennon, mãe de John. Recomendo.

Em Editorial Folha Defende a Liberação - Com Limites - da Maconha

Manifestantes protestam na avenida Paulista, em São Paulo, em resposta à violência policial ocorrida em maio, durante a Marcha da Maconha
Legalizar as drogas

Após descriminalizar o uso pessoal, em 2006, país deve acelerar debate na direção de rever proibição da maconha e outras substâncias banidas
A decisão do Supremo Tribunal Federal de autorizar a Marcha da Maconha dá ensejo para retomar o debate sobre legalização e descriminalização das drogas.
Em realidade, existem dois debates. O primeiro, sobre descriminalização, ou despenalização (eliminar ou abrandar punições ao consumidor), avançou de forma considerável no Brasil.
O segundo, sobre legalização (autorizar produção, venda e consumo de substâncias hoje proibidas), mal caminhou por aqui. Se é que não retrocedeu, como sugere a renitente sanha proibicionista contra manifestações públicas pela mudança na legislação.
Esta Folha defende desde os anos 1990 que se faça uma discussão serena e sem preconceito de propostas alternativas para enfrentar o flagelo das drogas.
Em 1994, por exemplo, no editorial "Drogas às Claras", já reconhecia a falência das políticas repressivas. Advogava que a abordagem policial fosse substituída pela ótica da saúde pública, com ênfase em programas de prevenção e recuperação de dependentes. A legalização, preconizava, acabaria com o prêmio pelo risco que multiplica o valor da droga e, assim, o lucro dos traficantes.
O foco principal, no entanto, ainda recaía sobre a descriminalização. Ela só chegou ao país em 2006, com a lei nº 11.343, que livrou o porte e o consumo pessoal da pena de prisão, substituindo-a por advertência, prestação de serviços e medidas educativas (programas de reabilitação), sob pena de multa. A nova lei deu ao juiz o poder de decidir, em cada situação, se o portador seria considerado consumidor ou traficante.
Um progresso notável, e como tal foi saudado pela Folha. O debate nacional e mundial, contudo, não parou por aí. Ganhou reforços e respeitabilidade o outro ponto de vista, a favor da legalização.
A Holanda autorizou a venda para consumo individual, em cafés especializados (hoje já se discutem ali restrições, como proibir a venda a estrangeiros). Portugal também liberalizou o uso. Surgiu a Comissão Global sobre Política de Drogas, que reúne em favor da tese personalidades como Fernando Henrique Cardoso, George Shultz, Kofi Annan, Mario Vargas Llosa e Paul Volcker.
Tais figuras são insuspeitas de fazer apologia das drogas. Apoiam a tese da legalização com argumentos racionais: bilhões despendidos na guerra contra as drogas não diminuíram a demanda e a oferta (estima-se que o uso de cocaína no mundo tenha aumentado 27% entre 1998 e 2008); o consumo de drogas é irreprimível; produção e venda, se controladas e taxadas, gerariam recursos para prevenção e tratamento.
Os adversários dessa perspectiva argumentam, não sem razão, que tornar as drogas legais provavelmente elevará o consumo. Mesmo que a legalização se restrinja ao que se convencionou chamar de "drogas leves" (categoria que inclui a maconha, por vezes também o ecstasy), haveria o risco de abrir uma porta para as mais pesadas (como crack e cocaína).
São razões ponderáveis, que recomendam cautela, gradualismo e controle na adoção de políticas alternativas. A Folha avalia que chegou o momento de avançar na matéria, dando novos passos para a legalização. Primeiro, da maconha: se ela tem impacto na saúde comparável ao do cigarro e ao do álcool, que se ofereça a possibilidade de consumo dessa outra droga ao público, com limitações análogas às do tabaco e da bebida.
Esse seria o objetivo de médio e longo prazos. Antes haveria necessidade de fazer o tema avançar no plano internacional, pois parece irrealista que um país adote sozinho uma liberalização mais ousada. É crucial coordenar políticas nacionais, e o governo brasileiro deveria engajar-se na promoção do debate em foros multilaterais.
Há aperfeiçoamentos imediatos por fazer, ainda, na política nacional de descriminalização. Faz sentido permitir o uso da maconha em rituais religiosos, como já ocorre com a ayahuasca no culto do Santo-Daime e similares. Seria igualmente desejável limitar o arbítrio de juízes na caracterização de quem é traficante ou apenas usuário, por meio de gradação nas quantidades e tipos de droga.
Por fim, em matéria tão controversa, recomenda-se alguma forma de consulta popular. Se aprovada no Congresso, a legalização da maconha deveria ser submetida a referendo, após acúmulo de dados e estudos para avaliar objetivamente a experiência. A inclusão de outras drogas poderia, em seguida, ser objeto de plebiscito.

Editorial da Folha de ontem.

sábado, 18 de junho de 2011

Imagens da Crise Grega

 
  
Manifestantes e  políciais  perto do Parlamento grego em Atenas, 15 de junho de 2011.,Pascal Rossignol / Reuters) #

Manifestantes, empunhando bandeiras, perto do Parlamento grego em Atenas, 15 de junho de 2011. (John Kolesidis / Reuters)

No banner está dito  "sim para a sociedade não ao poder" durante uma manifestação contra os planos para novas medidas de austeridade, em Salónica, Grécia, 15 de junho de 2011.A greve de 24 horas organizada pelos maiores sindicatos da Grécia prejudicou os  serviços públicos..(Nikolas Giakoumidis / Associated Press)

Outras imagens:





Muitos estão a dizer que esses  protestos contra os ajustes que o governo da Grécia -- forçado pelos estados e bancos europeus -- está tentando impôr ao povo grego é consequência de políticas neoliberais adotadas. Muito pelo contrário, a Grécia está em crise, porque não fez o que deveria ter feito: ajustes e responsabilidades fiscais, organização da economia e das estruturas do estado, gastou mais do que podia e agora enfrenta essa caótica situação.