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sábado, 18 de junho de 2011

Na Meia Noite, Paris Alucina

Fraquinho o Poster que não diz o que é o filme


Esse Owen Wilson é mesmo um bom ator. Salvador Dali ficou impressionado com seu nariz torto e o chamou de Rinoceros. Wilson é Gil que é Woody que deu um tempo para Nova York, foi para Londres, Barcelona e agora  Paris. Paris da Belle Époque, da Era do Jazz, dos Fitzgerald, do Cole Porter, do Monet, do Matisse,  do Rodin, do Picasso e também, of course, do Hemingway. Gil é do bem,   roteirista de Hollywood que vai casar com Inez, gostosa mas.....  uma baita chata que não gosta, por exemplo, de passear, dar uma banda na rua em dia de chuva. Realmente não deve ser fácil conviver com Inez e sua 'tea party family'. Gil passeia, com seu nariz torto,  pela Paris notívaga - completamente alone. Ele se perde e é tragado pelo tempo das celebridades. Onde elas estarão reunidas nesse exato momento?  É quando Paris alucina.  Como se diz por aqui: um baita filme. E o pessoal da Zero Hora deu três estrelinhas... Ora, pois.

Título original: (Midnight in Paris)
Lançamento: 2011 (EUA, Espanha)
Direção: Woody Allen
Atores: Owen Wilson, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy.
Duração: 100 min




Crítica da Folha sobre o filme abaixo.



Woody Allen cria forte relação entre fantasia e realidade em tributo a Paris

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Os últimos filmes estrangeiros -em Londres, em Barcelona- podem servir como comprovação de que Woody Allen não se sente muito à vontade no exterior.
Mas quem disse que Paris é "exterior"? Não para um nova-iorquino, em todo caso. E Woody Allen é, por excelência, nova-iorquino.
Daí "Meia-Noite em Paris" manifestar, desde as primeiras imagens, uma familiaridade com a capital francesa que talvez tenha muito a ver com a desenvoltura de Allen neste filme que, de início, insinua-se como uma extensão de "A Rosa Púrpura do Cairo" (1985), mas que em seguida abandona o esquematismo daquele entra-e-sai da tela que caracterizava o filme.
Aqui, Gil é um candidato a escritor que viaja com sua noiva, Inez, e os pais dela a Paris.
Inez, seus pais e o amigo de Inez, Paul, revelam-se ali americanos típicos por vários títulos: são fúteis, ou pedantes, ou republicanos etc. Enfim, tudo o que Woody Allen detesta.
Em contraposição, existe a cidade luz. Não nos deixemos levar pelo lugar-comum: Gil é que se deixa. É um homem de Nova York, um letrado (alter ego do autor do filme, embora more em Los Angeles por causa dos roteiros de cinema que escreve).
É alguém disposto a trocar uma conversa com gente chata por um passeio ao léu por Paris.
Onde se perde, claro. Onde é resgatado por um velho carro e levado a uma festa. Uma festa à fantasia, podemos pensar, onde é recebido por Zelda (1900-1948) e Scott Fitzgerald (1896-1940).
É quando "Meia-Noite" enfrenta seu grande risco (o de virar um segundo "Rosa Púrpura") e o desafio de tornar-se um verdadeiro filme fantástico (como gênero).
Porque Gil começa a conhecer ali todos os seus ídolos: os Fitzgerald, Picasso (1881-1973), Gertrude Stein (1874-1946), Ernest Hemingway (1899-1961), Cole Porter (1891-1964), Matisse (1869-1954), Buñuel (1900-1983)...
Um sonho, enfim. Mas, como esse sonho se torna recorrente, como se confunde com o livro que tenta escrever, uma nova dimensão lhe é acrescida.
Não é apenas um sonho. É todo o fascínio pela Paris de 1920 que se manifesta ali, inclusive na medida em que se apaixona por uma bela modelo que, no momento, tinha um caso com Picasso.
Assim, não é apenas um retorno ao passado como sonho, mas uma maneira de reordenar o presente (sua vida) a partir do passado. E, com ela, a percepção de que o tempo não existe, a não ser como outro sonho.
Se não consegue sempre manter a intensidade em sua viagem no tempo, Allen consegue, em todo caso, afirmar com força essa identidade entre fantasia e realidade, que talvez seja o que de melhor o cinema pode criar.
E faz um filme alguns quilômetros à frente do que temos visto neste até aqui decepcionante 2011.

MEIA-NOITE EM PARIS

DIREÇÃO Woody Allen
PRODUÇÃO EUA/Espanha, 2011
COM Owen Wilson, Michael Sheen e Rachel McAdams
ONDE nos cines Bristol, Frei Caneca Unibanco e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ótimo

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