Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Universidade Para os Pobres

 

Do Blog Crônicas do Motta, copio e colo, mas não preciso concordar, né? Comento depois.

A presidente Dilma Rousseff pode contribuir para um extraordinário avanço na luta para acabar com as desigualdades e injustiças que mancham o nome do Brasil. Basta sancionar o projeto de lei aprovado pelo Senado, na terça-feira, que institui cotas sociais e raciais para as universidades e os institutos públicos federais. O projeto foi discutido por 13 anos no Congresso Nacional. Dilma deverá sancioná-lo, e, segundo a relatora do projeto, senadora Ana Rita (PT/ES), “o próximo vestibular já deverá ter cotas”.
Com a lei, nas seleções para graduação nas universidades e graduação e nível médio/técnico nos institutos federais, deverão ser reservadas 50% das vagas - por curso e turno - para alunos de escolas públicas. Dessas, 25% serão preenchidas por candidatos de famílias que tenham rendimento mensal abaixo de 1,5 salário mínimo per capita. Segundo o projeto, as vagas das cotas também deverão ser preenchidas de acordo com a distribuição por raça e cor do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em cada Estado.
Claro que já apareceram os críticos ao projeto. Alguns deles dizem que a lei vai ferir a autonomia universitária e que caberia às universidades decidirem as suas políticas de inclusão social. Outros se apegam até ao conceito de raça para desqualificar a iniciativa.
Argumentos desse tipo podem ser até interessantes se o país fosse uma maravilha do Primeiro Mundo. Infelizmente, a realidade brasileira é outra. Aqui, os pobres ainda são maioria, e entre eles os negros, imensa maioria. Não dá mais para perder tempo com discussões que apenas retardam a solução dos nossos gravíssimos problemas sociais. É preciso dar sequência à revolução educacional iniciada pelo governo Lula, que tem realmente democratizado o ensino universitário.
Contra o projeto estão também os de sempre: os partidos políticos que foram defenestrados do poder em 2002 e até hoje sonham em voltar ao Palácio do Planalto para interromper esse ciclo de avanços sociais e econômicos do país. Para essa turma, qualquer iniciativa que beneficie os pobres e os negros - ou qualquer minoria - é tachada de "populista".

Nesse sentido, reservar metade das vagas das universidades federais para quem está lá embaixo da pirâmide social é algo semelhante a uma blasfêmia.
Comento, o projeto pode ser muito bonito "socialmente", mas tenho dúvidas se vai dar certo e se vai melhorar a qualidade do ensino universitário, o que também é fundamental e se isso não agride a tão importante autonomia universitária.  Não sou contra as cotas sociais, acho que os estudantes que estudam escolas públicas devem sim ter seu espaço dentro da universidade pública, é uma questão de justiça e inclusão social. Além do mais, há de se pensar também nas famílias de classe média que muito esforço fazem para fazer o investimento de colocar seus filhos em escola privada, sendo que essas vagas serão mais limitadas ainda e a competição vai aumentar.  O projeto não é isonômico, mas o Brasil também não é um país isonômico e temos que vencer certas barreiras, a dúvida é se beneficiando excessivamente um lado a injustiça não vai permanecer.

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