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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tarso Não é Olívio

Olívio Dutra e Tarso Genro os dois líderes do PT no RS. Eles são diferentes, claro que sim.

Leio no Blog Partisan as primeiras críticas, por parte de uma "certa esquerda", ao governo Tarso Genro do PT-RS. Eles queriam que Tarso reeditasse no RS o triste governo Olívio, com  seus ressentimentos, seus rancores e radicalismos. Ainda bem que Tarso não é Olívio. Tarso acredita em "concertación" e conciliação ou pactos sociais, assunto que sempre desagradou os radicais desagragadores que apenas aceitam ideais do tipo - alimentar antagonismos.

A questão é a seguinte: até quando esses radicais vão ficar em silêncio? Até quando vai durar essa trégua com os governo Tarso e Dilma?

O post do Partisan é o seguinte:

De onde menos se espera....

Ainda é muito cedo para qualquer análise ou caracterização mais completa do governo Tarso, que mal completou 30 dias. Porém, gostaria de arriscar alguns apontamentos baseados nos primeiros movimentos, nas manifestações públicas e no passado recente.
Ao contrário do estilo discreto do governo Dilma, o novo governo estadual mostra-se ávido pela produção de manchetes e sujeito a pauta determinada pelo oligopólio midiático regional. Muitas, diga-se de passagem, de concretização duvidosa ou em tempo indeteminado - vide o anúncio do empréstimo solicitado ao BNDES e o velho e batido projeto de atração de novas montadoras.
Particularmente, suspeito da ausência de um projeto político claro e definido pelo governo estadual. Vou explicar o porquê.
Herdeiro do enorme patrimônio político construido pelas administrações da Frente Popular no Estado nas últimas décadas e eleito no primeiro turno das eleições sem necessidade de qualquer concessão na política de alianças, Tarso possui condições incomparavelmente mais favoráveis para avançar programaticamente do que Lula e Dilma. Todavia, durante bom tempo o nosso governador tem priorizado a chamada "Concertación". Em bom português, a boa e velha política de conciliação.
Logo após a posse, a conciliação converge para o chamado Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Com seus membros escolhidos pelo governador, o Conselho parece ter como principal tarefa satisfazer a agenda de setores conservadores e legitimar reformas impopulares, blindando o governo de maiores desgastes.
Essa estrutura, muito assemelhada aos conselhos criados pelos velhos monarcas, é totalmente antagônica ao mecanismo de democracia direta, voluntária e universal criado no governo Olívio, o Orçamento Participativo-OP. Enquanto no OP o governo propunha discutir e buscar soluções para os problemas do Estado com toda a cidadania, delegando poder ao povo para discutir sobre investimentos e políticas públicas, o Conselho busca em notáveis, principalmente no círculo de relações do próprio governador, construir saídas pactuadas para questões previamente determinadas.
Um retrocesso incontestável em termos de originalidade e uma grande decepção para todos que acreditam na radicalização da democracia e na participação popular como instrumento de controle e aperfeiçoamento do Estado.
Espero que mais uma vez não impere a máxima do velho Barão: "de onde menos se espera é que não vem nada mesmo".

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