Iotti |
Na época da Yeda -- tadinha da Yeda que tentou várias vezes aprovar pacotes semelhantes -- o pessoal do PT dizia, gritava e alardeava que esse tipo de política é coisa do demo neoliberal.
No fundo, no fundo, ninguém faz oposição tão bem quanto o pessoal do PT. Os caras são p-r-o-f-i-s-s-i-o-n-a-i-s. Eles nasceram para isso. E de tanto alardear e fazer barulho e cativar os corações e mentes das almas desavisadas, o pessoal do PT acaba se elegendo e chegando à glamourosa cadeira do poder. Com ambição na cabeça e a sede de permanecer no poder eles iniciam a fazer o mesmo típo de política que tanto criticaram, quando oposição.
A verdadeira verdade é que não existe receita mágica e automática para conter a sangria desatada dos gastos públicos. O estado precisa manter a qualidade dos serviços públicos e gerar investimentos, mas para que isso ocorra é necessário que ele seja sustentável, que ele se sustente. Como fazer isso? Essa é a questão. O problema não é ideológico, mas de coragem e gestão. Não existe receita sagrada a não ser o corte na carne que sangra. E os companheiros de luta e ideologia, como o pessoal do CPERS sindicato, por exemplo, entende que isso é uma traição. E estão recheados de razão.
5 comentários:
Há uma pequena e sutil diferença entre o que pretendia Yeda e o que Tarso ganhou da Assembléia. Yeda mexeu nas contas a pagar, restringiu despesas e tentou aprovar algum aumento de impostos. Tarso não faz questão de gastar menos, ao contrário, andou contratando sem concurso um bocado de gente que ganha muito bem.
Mas o pacote tem uma coisinha escondida que não vai deixar o funcionalismo dormir direito. Não é verdade que não foram aumentadas as alíquotas para os que ganham menos. Elas estão lá, com um tal de redutor para zerar o aumento. Mas para retirar o redutor, Tarso não vai precisar da Assembléia nem negociar nada. É de uma penada que pode ser retirado o redutor. Portanto, sindicatos, comportem-se!
Jamais a Yeda proporia o conjunto de medidas propostas por esse governo, até porque não precisa grande capacidade de compreensão para perceber que governos como o dela foram a própria imagem do fracasso em todos os sentidos, mas, principalmente em termos de valorização do que é público, incluindo aí o funcionalismo. Querer colocar o governo corrupto do PSDB na jogada é piada.
O que eu acho mais curioso nessa coisa toda é a redução da discussão ao simples embate político.
Importa se é o PT ou o PSDB que aprova pacotes na assembléia? Pra mim, inocente que sou, importa se o pacote é benéfico ou não.
A charge do Iotti é emblemática: primeiro, tenta vilanizar Tarso e vitimizar Yeda. Bobagem. Depois, espertamente, diz "esquece o que se aprovou, isso não interessa".
O dono do depósito e os demais anti-petistas deveriam parar de olhar as letrinhas do partido que está no governo e discutir mais o que importa.
Seria mais produtivo.
Agora, certamente, não terá sindicalista reclamando...
São todos iguais! Só nos resta escolher o menos ruim.
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