Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Assange E As Minorias Participativas


Meia dúzia de ativistas pró Assange fazem festa em frente a embaixada do Equador em Londres

Assange é processado na Suécia por dois crimes, estupro e agressão sexual. Para tipificar esses dois crimes é necessário o exame de corpo de delito e para caracterizar o estupro é necessário que haja sêmen no corpo da mulher. Duvido muito que um país como a Suécia vá inventar uma história dessas.

 Ele fugiu para a Inglaterra onde está sendo extraditado. Ninguém está inventando essa história. A Suécia é um exemplo de sociedade organizada e democrática.  O Equador, ao contrário, não é nenhum exemplo de sociedade organizada e democrática, seu atual governo -- antiamericano - controla a mídia e agora quer posar de democrata e de portador da liberdade de imprensa. E meia dúzia sai às ruas clamando liberdade para Assange, como se viu ontem em Londres,  e as minorias participativas inflamam as redes sociais dizendo que Assange e Correa são os "mocinhos" dessa história toda.
A Inglaterra não é o Brasil onde se concede refúgio a um criminoso comum, como Battisti.

E o governo Inglês já anunciou que não dará a ele salvo conduto. Baseia-se no argumento, razoável, de que o caso não caracteriza perseguição política. Assange diz que vai à Corte Internacional de Justiça, em Haia.

Caso análogo envolveu Colômbia e Peru em 1949. Temendo ser preso após levante contra o governo peruano, o ativista Raúl Haya de la Torre refugiou-se na embaixada da Colômbia, que lhe deu asilo.
O Peru, contudo, negou o salvo-conduto. O caso foi à Corte de Haia, que deixou aos dois países a busca de uma solução. Só em 1954 De la Torre saiu da embaixada e do Peru.

Em vermelho, Editorial de hoje da Folha.

5 comentários:

Gelso Job disse...

Maia, até mundo mineral sabe que a extradição para a Suécia é apenas um pretexto para depois enviá-lo aos EUA para sofrer a pena de morte. Aliás, é assim que os "democráticos" EUA tratam quem discorda de seus interesses.
Todo apoio ao Equador, que neste caso é o verdadeiro democrata!

guimas disse...

Maia,

Faltou te informar, nesse caso. A lei na Suécia é estupidamente mais rígida. Ele teve sexo consensual com as duas mulheres. O crime foi ter sido sexo sem camisinha.

Vai lá e te informa. Ele não agrediu ninguém. Aliás, já foi muito falado que ele sequer seria processado se as mulheres fossem americanas (ou brasileiras, ou inglesas).

Depois, transparece teu preconceito anti-esquerdista: A Suécia é super, Equador, uma bagunça.

E só pra lembrar: a Inglaterra concedeu refúgio a Pinochet. Realmente, não era um criminoso comum.

Esses teus "tapas com luva de pelica" estão me causando muita vergonha alheia. Mais cuidado!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, meu preconceito não é contra os antiesquerdistas, mas contra os antimperialistas e antiamericanos.

E que a Suécia é um país muito menos bagunçado que o Equador não há como não duvidar.

Não está em discussão a relação Assange e EUA, mas o fato de que ele está sendo processado na Suécia por crime comum (e não político) e foi preso na Inglaterra.

Sobre Pinochet, foi preso em 98 pela Scotland Yard e ficou detido 503 dias na Inglaterra por prisão domiciliar, sendo libertado por razões médicas. A ex-primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, usou de seu prestígio para pressionar o governo britânico a libertar Pinochet (que apoiou os britânicos na Guerra das Malvinas), a quem chamou de "um amigo que ajudou a combater o comunismo". O governo britânico, alegando razões de saúde, recusou-se a extraditá-lo para a Espanha. Uma junta médica britânica declarou-o mentalmente incapacitado para enfrentar um julgamento pelo que Pinochet foi extraditado para o Chile em março de 2000. Uma vez posta em causa a sua sanidade mental, teve de renunciar ao cargo de senador vitalício, em 2002.



guimas disse...

"Não está em discussão a relação Assange e EUA, mas o fato de que ele está sendo processado na Suécia por crime comum (e não político) e foi preso na Inglaterra."

Mais uma vergonha alheia. Sobre o crime comum, a Suécia o ouviu, liberou-o para sair do país e depois voltou atrás. Justamente essa decisão (voltar atrás para ouví-lo novamente, em solo sueco) é que está sendo discutida. Não há razões legais que impeçam a justiça da Suécia de ouvir Assange onde ele está agora.

Mas há um clamor essencialmente político para que ele seja extraditado.

O processo de extradição só se deve à acusação de estupro para os ingênuos.

E também é óbvio que há muitos americanos querendo a cabeça de Assange. Isto não é antimperialismo. É realpolitik. Ignorar isso é desonestidade intelectual.

guimas disse...

E, faltou dizer antes, mas repito: o caso contra Assange é muito difícil. Ele teve sexo consensual com a mulher que o acusa (a outra parece que já retirou a queixa, li hoje de manhã, mas não posso confirmar).

A extradição tem serventia somente política. Nada mais. Isto é mais do que óbvio.