Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

E Agora, Julian Assange?



 Ontem autoridade do  governo da Suécia afirmou que  não extraditaria o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os EUA se houvesse risco de ele ser punido com a pena de morte pela Justiça americana.

(We will never surrender a person to the death penalty,” the deputy director of the Service for Criminal Cases and International Cooperation of Sweden’s Justice Ministry said in an interview with the Frankfurter Rundschau newspaper on Tuesday)

Se eu fosse Assange iria de peito aberto e cabeça erguida  para Estocolmo responder aos processos. Tiraria de vez essa pedra do sapato, mas parece que isso não interessa a ele. O importante -- pelo que se vê -- é fomentar uma onda de incredibilidade contra os poderosos.... E as vaquinhas de presépio aplaudem.

10 comentários:

guimas disse...

Foi um bom jogo de palavras.

OK, eles não extraditariam Assange se ele fosse condenado à execução nos EUA.

Mas, e se ele fosse preso em Guantánamo? E se ele fosse torturado e jogado em uma prisão de segurança máxima, violando direitos humanos básicos? Nesses casos a Suécia extraditaria ele?

E, antes que respondas, os EUA têm um registro bem recente de torturas e violação de direitos humanos. Sim, eles poderiam fazer isso.

E, falando nas vaquinhas de presépio, tenho outra curiosidade: Assange é fundador do Wikileaks, que prega uma liberdade de imprensa radical. É uma organização que obteve e divulgou documentos importantes, que fez muitos "poderosos" ficarem vermelhos de raiva... e de vergonha. O que o Wikileaks fez (e faz) é importante. E muito democrático. Democracia radical, na minha opinião.

E as vaquinhas de presépio estão discutindo se Assange transou com ou sem camisinha.

Aplausos!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Se Assange prega liberdade de imprensa radical deveria criticar também a liberdade de imprensa no Equador, três diretores e do editor de opinião do jornal equatorenho “El Universo”, condenados a três anos de prisão e a uma multa de US$ 40 milhões (superior ao valor da própria empresa), por supostamente caluniarem o todo poderoso Rafael Correa.

Assange poderia ter comentado a situação de outros jornalistas do Equador como Juan Carlos Calderón e Christian Zurita Ron, autores do livro “El Grande Hermano”, que detalha como o irmão do presidente teria se beneficiado de contratos com o governo, o que é ilegal.

Eles foram condenados cada um a pagar multas de US$ 1 milhão. Correa negou que soubesse e ordenou o cancelamento dos contratos.

Assange poderia ter criticado a entrada em vigor do "Código da Democracia", uma lei que simplesmente proíbe os veículos de comunicação de divulgar entrevistas e reportagens com candidatos durante as campanhas eleitorais. Ou seja: a imprensa equatoriana está proibida de informar aos eleitores o que dizem, pensam e prometem os candidatos a representá-los nas diversas assembleias legislativas e instâncias do Executivo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Acho que não há nenhum motivo para os EUA pedirem a extradição de Assange. Ele não é cidadão americano, não mora nos EUA, não está sujeito a lei americana e ele não é prisioneiro de guerra para ser preso e, muito menos, ir para Guantánamo.

guimas disse...

Peraí, peraí.

Meia-dúzia de posts abaixo, dizes que o controle da mídia deve ser judiciário, e somente do judiciário.

Aí, achas errado que a Justiça no Equador condenou jornalistas por infringirem a lei.

A condenação foi uma execução do presidente, sem direito a defesa? Ou houve um processo no judiciário?

Quer dizer, criticar a esquerda é SEMPRE correto e jamais pode ser considerado uma calúnia?

UAU! Belos conceitos.

Quanto ao "Código da Democracia": temos leis extremamente rígidas aqui, no período de eleição também. Talvez lá sejam mais rígidas, não sei.

Mas aqui no Brasil a imprensa, durante a campanha eleitoral, tem regras bem rígidas a seguir. Devemos criticar esta lei também?

guimas disse...

"Acho que não há nenhum motivo para os EUA pedirem a extradição de Assange. Ele não é cidadão americano, não mora nos EUA, não está sujeito a lei americana e ele não é prisioneiro de guerra para ser preso e, muito menos, ir para Guantánamo."

Nenhum desses motivos impede ou impediu os americanos de pedirem extradição. Remeto ao caso de Kim Dotcom, do Megaupload, preso na Nova Zelândia e respondendo a processo de extradição aos EUA por "copyright infringement". Não é cidadão americano, também.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Judiciário bolivariano, Guimas, é uma coisa, ou seja o rei nomeia os Juízes que abraçam sua causa. No Brasil, apesar dos Dias Toffoli, isso ainda não ocorre, temos aqui um judiciário independente. Na Suécia, na Inglaterra, nos EUa idem. Mas no Equador e na Venezuela o Judiciário é totalmente controlado pelo executivo.

Carlos Eduardo da Maia disse...

NO Brasil é possível fazer entrevistas com candidatos, desde que todos tenham o mesmo tempo.

Digo e repito, sou contra a extradição de Assange para os EUA. Acho apenas que ele tem de responder pelo que ele fez na Suécia. E acho que as chances de absolvição são bastante grande.

guimas disse...

Maia,

"Judiciário bolivariano"? Ah bom. Eles vivem uma ditadura lá, o presidente, onipotente, manda em tudo e todos.

Fui ler umas notícias, procurando no Google. A impressão que tive é a contrária, ou que Correa quer justamente reformar o judiciário (com participação de observadores internacionais). Não me parece que ele controle as decisões da justiça.

Mas tudo bem, entendo. Quando tu discordas de algo, parte logo pro "eles são bolivarianos", "certa esquerda caduca" e coisa e tal. Faz parte de quem forma as opiniões com base em torcida e ideologia.

Acho melhor voltar a discutir a vida sexual de Assange!

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, eles têm popularidade, tanto Chávez -- que infelizmente vai ganhar a eleição com mais de 60% dos votos -- como Correa e mandam para o Judiciário não o melhor Juiz, mas o que está comprometido com suas causas. É democrático? Talvez sim, mas é justo?

guimas disse...

"É democrático? Talvez sim, mas é justo?"

Pois olha, no meu dicionário, se é democrático, geralmente é justo. O exercício do poder é isso aí. O que não pode é ficar indignado com o Correa quando ele faz isso, mas olhar pro lado quando a (atual) oposição a Correa fez. A regra é a mesma para os dois. Por que só o Correa está errado? E por que só ele é criticado?

E tanto Chavez como Correa estão no poder hoje porque a alternativa - acredite - consegue ser pior. Aliás, bons ventos na Venezuela: Capriles já está aceitando que alguns programas de Chavez são bons e devem ser mantidos. Uma oposição inteligente, com boas idéias e menos ranço só melhora o debate político.